Antifascismo: diferenças entre revisões

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'''Antifascismo''', no contexto histórico, é um [[termo]] originado da [[década de 1920]] e relacionado com um [[movimento político]] que se opôs ao [[fascismo]] de [[Benito Mussolini]], [[político]] italiano que governou com poderes ditatoriais a [[Itália fascista]] entre [[1922]] a [[1943]].
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== Definição do termo ==
'''Antifascismo''', no contexto histórico, é um [[termo]] originado da [[década de 1920]] e relacionado com um movimento político que se opôs ao [[fascismo]] de [[Benito Mussolini]], [[político]] italiano que governou com poderes ditatoriais a [[Itália]] entre [[1922]] a [[1943]]. O termo relacionado "'''Antifa'''" abrevia e carrega o mesmo significado da palavra da [[língua alemã]] ''Antifaschismus''. Refere-se a indivíduos e grupos dedicados a combater o fascismo. A maioria dos principais [[Movimentos de resistência durante a segunda guerra mundial|movimentos de resistência durante a Segunda Guerra Mundial]] foram antifascistas.

A [[palavra]] "''antifascista''" é composta pelo termo ''fascista'' mais o [[prefixo]] ''[[anti]]'', que significa "estar contra". O termo relacionado '''Antifa''' abrevia e carrega o mesmo significado da palavra da [[língua alemã]] ''Antifaschismus''. Refere-se a indivíduos e grupos dedicados a combater o fascismo. A maioria dos principais [[Resistência durante a Segunda Guerra Mundial|movimentos de resistência durante a Segunda Guerra Mundial]] foram antifascistas.


Hoje o termo é utilizado para referir alguém que se opõe ao fascismo em geral, tanto sob a forma de [[Ativismo|militância ativa]] de um [[partido político]] ou movimento cuja [[ideologia]] é oposta ao fascismo, como por exemplo o [[Liberalismo]], o [[Anarquismo]], ou a [[Social Democracia]], ou de forma passiva, simplesmente tendo opiniões políticas que consideram que o fascismo é um regime errado. O movimento tem perdido combatividade desde a [[Segunda Guerra Mundial]] quando ele faz um pacto social conciliativo com os governos instituídos desde então.<ref>[[Eric Hobsbawm|HOBSBAWM, Eric.]] Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 149.</ref>
Hoje o termo é utilizado para referir alguém que se opõe ao fascismo em geral, tanto sob a forma de [[Ativismo|militância ativa]] de um [[partido político]] ou movimento cuja [[ideologia]] é oposta ao fascismo, como por exemplo o [[Liberalismo]], o [[Anarquismo]], ou a [[Social Democracia]], ou de forma passiva, simplesmente tendo opiniões políticas que consideram que o fascismo é um regime errado. O movimento tem perdido combatividade desde a [[Segunda Guerra Mundial]] quando ele faz um pacto social conciliativo com os governos instituídos desde então.<ref>[[Eric Hobsbawm|HOBSBAWM, Eric.]] Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 149.</ref>


== Formação da palavra ==
== Antifascismo pelo mundo ==

A [[palavra]] "antifascista" é composta pelo termo [[fascista]] mais o prefixo "[[anti]]", que significa "estar contra".
=== Américas ===

==== Brasil ====

{{Principal|Antifa (Brasil)|Frente Única Antifascista}}
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[[Imagem:O Homem Livre (cabeçalho).jpg|thumb|270px|direita|Cabeçalho do jornal antifascista <br />''[[O Homem Livre]]'' <ref>{{citar livro|autor=|título=Intelectuais, história e política: séculos XIX e XX|editora=7Letras, pág. 144.|ano=2000|páginas=|id=ISBN 9788573882216}} Adicionado em 9 de julho de 2019.</ref> (1933-1934).]]

Imigrantes de [[Imigração alemã no Brasil|origem alemã]] <ref>[http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434418750_ARQUIVO_artigoanpuh.pdf Simpósio Nacional de História] - ''RESISTÊNCIA ANTI-NAZISTA NO BRASIL: O MOVIMENTO DOS ALEMÃES LIVRES EM SÃO PAULO NO CONTEXTO DA II GUERRA MUNDIAL'' Wanilton Dudek, Julho de 2015. Acessado em 09/07/2019.</ref> [[Imigração italiana no Brasil|e italiana]],<ref>[[Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires]] - [http://anuarioiehs.unicen.edu.ar/Files/2004/O%20antifascismo%20italiano%20no%20Brasil%20compara%C3%A7%C3%B5es%20internacionais%20e%20viv%C3%AAncias%20transnacionais.pdf ''0 ANTIFASCISMO ITALIANO NO BRASIL: COMPARAÇÕES INTERNACIONAlS E VIVÉNCIAS TRANSNACIONAIS''] Joiío Fábio Bertonha, 2004. Acessado em 09/07/2019.</ref> mobilizaram-se para enfrentar o [[nazifascismo]] no [[Brasil]] ao longo do [[período entreguerras]]. O movimento, ativo porém de curta existência, criado no país, ''Frei Deutschland Bewegung'' ([[Movimento dos Alemães Livres]]) foi extinto em [[1943]].<ref>''Exílio e literatura: escritores de fala alemã durante a época do nazismo.'' Autora: Izabela Maria Furtado Kestler. [[EdUSP]], 2003, pág. 171 ISBN 9788531407321 Adicionado em 09/07/2019.</ref>

==== Estados Unidos ====

{{Principal|Antifa (Estados Unidos)|Nazismo nos Estados Unidos}}

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=== Europa ===

==== Alemanha ====

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Haviam diversos grupos [[militante]]s e [[paramilitar]]es antinazistas. Estes incluíam o ''[[Reichsbanner Schwarz-Rot-Gold]]'', dominado pelos [[Partido Social-Democrata da Alemanha|social-democratas]] (formado em Fevereiro de 1924), a organização paramilitar comunista RFB (''[[Roter Frontkämpferbund]]'', formado no verão de 1924) e o comunista ''[[Kampfbund gegen den Faschismus]]'' ("aliança da luta contra o fascismo", formado em 1930).<ref>{{citar livro|autor=Eve Rosenhaft, Professor of German Historical Studies Eve Rosenhaft|título=Beating the Fascists?: The German Communists and Political Violence 1929-1933|editora=[[Cambridge University Press]] {{en}} págs. 3-4|ano=1983|páginas=|id=ISBN 9780521236386}} Adicionado em 9 de julho de 2019</ref> A Roter Front foi uma organização paramilitar afiliada ao [[Partido Comunista da Alemanha]] que se envolvia em brigas de rua com a [[milícia]] nazista SA (''[[Sturmabteilung]]''). Seu primeiro líder foi [[Ernst Thälmann]], que mais tarde morreria num [[campo de concentração]] e seria grandemente homenageado na [[Alemanha Oriental]] como um antifascista e [[socialista]]. Em 1932, durante o período da [[Frente única]], a ''[[Antifaschistische Aktion]]'' foi formada como uma aliança geral na qual social-democratas, comunistas e outros poderiam combater a repressão legal e se autodefender contra paramilitares nazistas.<ref>{{citar livro|autor=Eve Rosenhaft, Professor of German Historical Studies Eve Rosenhaft|título=Beating the Fascists?: The German Communists and Political Violence 1929-1933|editora=[[Cambridge University Press]] {{en}} pág. 81|ano=1983|páginas=|id=ISBN 9780521236386}} Adicionado em 9 de julho de 2019.</ref> Seu [[logotipo]] de duas bandeiras, projetado por [[Max Keilson]] e [[Max Gebhard]], ainda é amplamente usado como um símbolo de militantes antifascistas em todo o mundo.<ref>{{citar web|url=https://www.jacobinmag.com/2017/05/antifascist-movements-hitler-nazis-kpd-spd-germany-cold-war|titulo=The Lost History of Antifa|data=8 de maio de 2017|acessodata=9 de junho de 2019|publicado=Jacobinmag.com {{en}}|ultimo=Balhorn|primeiro=Loren}}</ref>

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==== Itália ====


{{Principal|Resistência italiana}}
== Antifascismo por país ==
=== Itália ===
{{Artigo principal|[[Resistência italiana]]}}
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[[Imagem:Flag of Giustizia e Liberta.svg|width=200|thumb|200px|direita|Bandeira do ''[[Giustizia e Libertà]]'', um movimento de resistência antifascista italiano (1929-1945).]]
Na Itália, o regime de [[Mussolini]] usou o termo "antifascista" para descrever seus adversários. A polícia secreta fascista era oficialmente conhecido como ''Organizzazione per la Vigilanza e la Repressione dell'Antifascismo''.
Na [[Itália]], o regime usou o termo "antifascista" para descrever seus adversários. A [[polícia secreta]] fascista era oficialmente conhecida como OVRA (''[[Organizzazione per la Vigilanza e la Repressione dell'Antifascismo]]'').


Na década de 1920, muitos movimentos operários antifascistas lutaram contra os violentos [[Camisas negras]] e contra a ascensão do líder fascista Benito Mussolini. Depois que o [[Partido Socialista Italiano]] (PSI) assinaram um pacto com o Partido Nacional Fascista, em 3 de Agosto de 1921, e os sindicatos adotaram uma estratégia legalista e de não-agressão. Os membros do movimento dos trabalhadores que não concordaram com esta estratégia formaram o ''Arditi del Popolo''. O [[Partido Comunista Italiano]] (PCI) organizou alguns grupos militantes, mas suas ações foram relativamente pequenas, e o partido manteve uma estratégia legalista não-violenta. O [[anarquista]] italiano [[Severino Di Giovanni]], que se exilou na Argentina após a [[Marcha sobre Roma]] em 1.922, organizou vários atentados contra a comunidade fascista italiana.<ref>{{citar web|url=http://anarchist_century.tripod.com/timeline.html |título=Anarchist Century |publicado=Anarchist_century.tripod.com |data= |acessodata=2014-04-07}}</ref>
Na década de 1920, muitos movimentos operários antifascistas lutaram contra os violentos [[Camisas negras]] e contra a ascensão do ''[[Duce]]'' (líder fascista) [[Benito Mussolini]]. Depois que o [[Partido Socialista Italiano]] (PSI) e o [[Partido Nacional Fascista]] (PNF) firmaram um pacto, em 3 de Agosto de 1921, os [[sindicato]]s adotaram uma estratégia [[legalista]] e de [[não-violência]]. Os membros do movimento dos trabalhadores que não concordaram com esta estratégia formaram o ''[[Arditi del Popolo]]''. O [[Partido Comunista Italiano]] (PCI) organizou alguns grupos militantes, mas suas ações foram relativamente pequenas, e o partido manteve uma estratégia legalista não-violenta. O [[anarquista]] italiano [[Severino Di Giovanni]], que se exilou na [[Argentina]] após a [[Marcha sobre Roma]] em 1922, organizou vários atentados contra a comunidade fascista italiana.<ref>{{citar web|url=http://anarchist_century.tripod.com/timeline.html |título=Anarchist Century |publicado=Anarchist_century.tripod.com |data= |acessodata=2014-04-07}}</ref>


O liberal antifascista italiano, [[Benedetto Croce]], escreveu o ''Manifesto degli intellettuali antifascisti'', que foi publicado em 1925.<ref>David Ward ''Antifascisms: Cultural Politics in Italy, 1943-1946''</ref> Outro notável liberal antifascista italiano na época foi [[Piero Gobetti]].<ref>James Martin, 'Piero Gobetti's Agonistic Liberalism', ''History of European Ideas'', '''32''', (2006), pp. 205-222.</ref> As forças antifascistas mais relevantes eram associadas ao [[Exército Vermelho]].<ref>Stephen E. Ambrose Americans at War, New York, 1998, p. 72; Clive Ponting, Armageddon: The Second World War, London, 1995, p. 130</ref>
O liberal antifascista italiano, [[Benedetto Croce]], escreveu o ''[[Manifesto degli intellettuali antifascisti]]'', publicado em 1925.<ref>David Ward ''Antifascisms: Cultural Politics in Italy, 1943-1946''</ref> Outro notável liberal antifascista italiano na época foi [[Piero Gobetti]].<ref>James Martin, 'Piero Gobetti's Agonistic Liberalism', ''History of European Ideas'', '''32''', (2006), pp. 205-222.</ref> As forças antifascistas mais relevantes eram associadas ao [[Exército Vermelho]].<ref>Stephen E. Ambrose Americans at War, New York, 1998, p. 72; Clive Ponting, Armageddon: The Second World War, London, 1995, p. 130</ref>


== África ==
=== África ===


O antifascismo se manifestou mais nas zonas francesa e italiana na luta contra o colonialismo.<ref>Os intelectuais e os democratas franceses perante a Revolução Argelina. In: Em defesa da revolução africana. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1980, p. 71-100.</ref><ref>"A Revolução e o Negro", New International , Volume V, dezembro de 1939, pp 339-343. Publicado sob o nome JR Johnson; Transcrito: Ted Crawford.</ref>
O antifascismo se manifestou mais nas zonas [[Império_colonial_francês#África_e_Ásia|francesa]] e [[Império_Italiano#África|italiana]] na luta contra o [[Neocolonialismo|(neo)colonialismo]].<ref>Os intelectuais e os democratas franceses perante a Revolução Argelina. In: Em defesa da revolução africana. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1980, p. 71-100.</ref><ref>"A Revolução e o Negro", New International , Volume V, dezembro de 1939, pp 339-343. Publicado sob o nome JR Johnson; Transcrito: Ted Crawford.</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==
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* [[Antiautoritarismo]]
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* [[Anticapitalismo]]
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* [[Antifa (Estados Unidos)]]
* [[Comunismo]]
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* [[Colaboracionismo]]
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* [[Piratas de Edelweiss]]
* [[Piratas de Edelweiss]]
* [[Redskin]]
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* [[Resistência alemã]]
* [[Resistência francesa]]
* [[Resistência francesa]]
* [[Resistência italiana]]
* [[Revolta Nacional Eslovaca]]
* [[Revolta Nacional Eslovaca]]
* [[Revolução dos Cravos]]
* [[Revolução dos Cravos]]
* [[Subversão]]
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* [[Antifa (Brasil)]]
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* “Extracts from the resolution of the Seventh Comintern Congress on fascism, working-class unity, and the tasks of the Comintern.“ In Degras, Jane (ed.). The Communist International.
* “Extracts from the resolution of the Seventh Comintern Congress on fascism, working-class unity, and the tasks of the Comintern.“ In Degras, Jane (ed.). The Communist International.


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Revisão das 14h17min de 9 de julho de 2019

Bandeira do Arditi del Popolo, organização antifascista de Civitavecchia. Mostra um machado cortando o fasces (símbolo adotado pelo fascismo).

Antifascismo, no contexto histórico, é um termo originado da década de 1920 e relacionado com um movimento político que se opôs ao fascismo de Benito Mussolini, político italiano que governou com poderes ditatoriais a Itália fascista entre 1922 a 1943.

Definição do termo

A palavra "antifascista" é composta pelo termo fascista mais o prefixo anti, que significa "estar contra". O termo relacionado Antifa abrevia e carrega o mesmo significado da palavra da língua alemã Antifaschismus. Refere-se a indivíduos e grupos dedicados a combater o fascismo. A maioria dos principais movimentos de resistência durante a Segunda Guerra Mundial foram antifascistas.

Hoje o termo é utilizado para referir alguém que se opõe ao fascismo em geral, tanto sob a forma de militância ativa de um partido político ou movimento cuja ideologia é oposta ao fascismo, como por exemplo o Liberalismo, o Anarquismo, ou a Social Democracia, ou de forma passiva, simplesmente tendo opiniões políticas que consideram que o fascismo é um regime errado. O movimento tem perdido combatividade desde a Segunda Guerra Mundial quando ele faz um pacto social conciliativo com os governos instituídos desde então.[1]

Antifascismo pelo mundo

Américas

Brasil

Cabeçalho do jornal antifascista
O Homem Livre [2] (1933-1934).

Imigrantes de origem alemã [3] e italiana,[4] mobilizaram-se para enfrentar o nazifascismo no Brasil ao longo do período entreguerras. O movimento, ativo porém de curta existência, criado no país, Frei Deutschland Bewegung (Movimento dos Alemães Livres) foi extinto em 1943.[5]

Estados Unidos

Existiaram entidades e indivíduos fascistas nos Estados Unidos na década de 1930, como o Friends of New Germany, o German American Bund, a Ku Klux Klan e Charles Coughlin.[6] [7] [8] Expatriados italianos antifascistas nos Estados Unidos fundaram a Mazzini Society em Northampton (Massachusetts), em Setembro de 1939, para trabalhar no sentido de acabar com o domínio fascista na Itália. Refugiados políticos do regime de Mussolini, eles discordavam entre si se deveriam aliar-se a comunistas e anarquistas ou excluí-los. A Mazzini Society se uniu a outros expatriados italianos antifascistas nas Américas numa conferência em Montevidéu, Uruguai, em 1942. Promoveram sem sucesso que um de seus membros, Carlo Sforza, se tornasse o líder pós-fascista de uma Itália republicana. A Mazzini Society se dispersou após a queda de Mussolini, quando a maioria de seus membros retornou à Itália.[9] [10]

Europa

Alemanha

Ver artigo principal: Resistência alemã

Haviam diversos grupos militantes e paramilitares antinazistas. Estes incluíam o Reichsbanner Schwarz-Rot-Gold, dominado pelos social-democratas (formado em Fevereiro de 1924), a organização paramilitar comunista RFB (Roter Frontkämpferbund, formado no verão de 1924) e o comunista Kampfbund gegen den Faschismus ("aliança da luta contra o fascismo", formado em 1930).[11] A Roter Front foi uma organização paramilitar afiliada ao Partido Comunista da Alemanha que se envolvia em brigas de rua com a milícia nazista SA (Sturmabteilung). Seu primeiro líder foi Ernst Thälmann, que mais tarde morreria num campo de concentração e seria grandemente homenageado na Alemanha Oriental como um antifascista e socialista. Em 1932, durante o período da Frente única, a Antifaschistische Aktion foi formada como uma aliança geral na qual social-democratas, comunistas e outros poderiam combater a repressão legal e se autodefender contra paramilitares nazistas.[12] Seu logotipo de duas bandeiras, projetado por Max Keilson e Max Gebhard, ainda é amplamente usado como um símbolo de militantes antifascistas em todo o mundo.[13]

Itália

Ver artigo principal: Resistência italiana
Bandeira do Giustizia e Libertà, um movimento de resistência antifascista italiano (1929-1945).

Na Itália, o regime usou o termo "antifascista" para descrever seus adversários. A polícia secreta fascista era oficialmente conhecida como OVRA (Organizzazione per la Vigilanza e la Repressione dell'Antifascismo).

Na década de 1920, muitos movimentos operários antifascistas lutaram contra os violentos Camisas negras e contra a ascensão do Duce (líder fascista) Benito Mussolini. Depois que o Partido Socialista Italiano (PSI) e o Partido Nacional Fascista (PNF) firmaram um pacto, em 3 de Agosto de 1921, os sindicatos adotaram uma estratégia legalista e de não-violência. Os membros do movimento dos trabalhadores que não concordaram com esta estratégia formaram o Arditi del Popolo. O Partido Comunista Italiano (PCI) organizou alguns grupos militantes, mas suas ações foram relativamente pequenas, e o partido manteve uma estratégia legalista não-violenta. O anarquista italiano Severino Di Giovanni, que se exilou na Argentina após a Marcha sobre Roma em 1922, organizou vários atentados contra a comunidade fascista italiana.[14]

O liberal antifascista italiano, Benedetto Croce, escreveu o Manifesto degli intellettuali antifascisti, publicado em 1925.[15] Outro notável liberal antifascista italiano na época foi Piero Gobetti.[16] As forças antifascistas mais relevantes eram associadas ao Exército Vermelho.[17]

África

O antifascismo se manifestou mais nas zonas francesa e italiana na luta contra o (neo)colonialismo.[18][19]

Ver também

Bibliografia

Referências

  1. HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 149.
  2. Intelectuais, história e política: séculos XIX e XX. [S.l.]: 7Letras, pág. 144. 2000. ISBN 9788573882216  Adicionado em 9 de julho de 2019.
  3. Simpósio Nacional de História - RESISTÊNCIA ANTI-NAZISTA NO BRASIL: O MOVIMENTO DOS ALEMÃES LIVRES EM SÃO PAULO NO CONTEXTO DA II GUERRA MUNDIAL Wanilton Dudek, Julho de 2015. Acessado em 09/07/2019.
  4. Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires - 0 ANTIFASCISMO ITALIANO NO BRASIL: COMPARAÇÕES INTERNACIONAlS E VIVÉNCIAS TRANSNACIONAIS Joiío Fábio Bertonha, 2004. Acessado em 09/07/2019.
  5. Exílio e literatura: escritores de fala alemã durante a época do nazismo. Autora: Izabela Maria Furtado Kestler. EdUSP, 2003, pág. 171 ISBN 9788531407321 Adicionado em 09/07/2019.
  6. Bredemus, Jim (24 de janeiro de 2018). «American Bund. The Failure of American Nazism: The German-American Bund's Attempt to Create an American "Fifth Column"». Web Archive (em inglês). Consultado em 9 de julho de 2019 
  7. Chip Berlet, Matthew Nemiroff Lyons (2000). Right-wing Populism in America: Too Close for Comfort. [S.l.]: Guilford Press (em inglês). 499 páginas. ISBN 9781572305625  Adicionado em 9 de julho de 2019.
  8. Shaffer, Ryan (21 de junho de 2010). «Long Island Nazis: A Local Synthesis of Transnational Politics». Journal of Long Island History. (em inglês). Consultado em 9 de julho de 2019 
  9. Tirabassi, Maddalena (1984–1985). «Enemy Aliens or Loyal Americans?: the Mazzini Society and the Italian-American Communities». Rivista di Studi Anglo-Americani (4–5): 399–425  Adicionado em 9 de julho de 2019.
  10. Morrow, Felix (24 de janeiro de 2018). «Washington's Plans for Italy». Marxists Internet Archive (em inglês). Consultado em 9 de junho de 2019 
  11. Eve Rosenhaft, Professor of German Historical Studies Eve Rosenhaft (1983). Beating the Fascists?: The German Communists and Political Violence 1929-1933. [S.l.]: Cambridge University Press (em inglês) págs. 3-4. ISBN 9780521236386  Adicionado em 9 de julho de 2019
  12. Eve Rosenhaft, Professor of German Historical Studies Eve Rosenhaft (1983). Beating the Fascists?: The German Communists and Political Violence 1929-1933. [S.l.]: Cambridge University Press (em inglês) pág. 81. ISBN 9780521236386  Adicionado em 9 de julho de 2019.
  13. Balhorn, Loren (8 de maio de 2017). «The Lost History of Antifa». Jacobinmag.com (em inglês). Consultado em 9 de junho de 2019 
  14. «Anarchist Century». Anarchist_century.tripod.com. Consultado em 7 de abril de 2014 
  15. David Ward Antifascisms: Cultural Politics in Italy, 1943-1946
  16. James Martin, 'Piero Gobetti's Agonistic Liberalism', History of European Ideas, 32, (2006), pp. 205-222.
  17. Stephen E. Ambrose Americans at War, New York, 1998, p. 72; Clive Ponting, Armageddon: The Second World War, London, 1995, p. 130
  18. Os intelectuais e os democratas franceses perante a Revolução Argelina. In: Em defesa da revolução africana. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1980, p. 71-100.
  19. "A Revolução e o Negro", New International , Volume V, dezembro de 1939, pp 339-343. Publicado sob o nome JR Johnson; Transcrito: Ted Crawford.


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