Jesuísmo

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O jesuísmo é uma visão filosófica diferente da visão do cristianismo ortodoxo sobre Jesus, mas que aprecia os ensinamentos dele e a sua forma de viver como sendo a de um "homem bom e inteligente", mas rejeita a sua divindade.

Para alguns teólogos o termo "jesuísmo" é uma forma de opor ao paulinismo que, segundo estes filósofos, teria alterado as doutrinas e ensinamentos de Jesus e de verdadeiros apóstolos.[1] [2] [3] [4]

Definições[editar | editar código-fonte]

Diferentes pensadores entendem que há distinções relevantes entre as doutrinas presentes nos Evangelhos Sinópticos (Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas) e na Carta de Tiago e no restante do Novo Testamento, dentre eles, podem-se citar:

  • o livre-pensador e ex-Shaker, DeRobigne Mortimer Bennett, que, em 1878, escreveu que existiria um "jesuísmo" distinto do "paulinismo"[5];
  • o patologista e ateísta americano Frank Seaver Billings, que definiu "jesuísmo" como o "cristianismo dos evangelhos" e uma filosofia que "pode ​​ser atribuída diretamente aos ensinamentos de Jesus o Nazareno"[6];
  • o jornal adventista, "Signs of the Times", em 1909, publicou uma edição intitulada: "Modern Christianity Not Jesusism", em que é colocada a pergunta: "O cristianismo de hoje não é o antigo cristianismo original. Não é judaísmo, pois é não é a religião que Jesus pregou. Não é hora de fazer do cristianismo a religião que ele pregou pessoalmente e praticou pessoalmente? "[7];
  • O teólogo Bouck White, em 1911, definiu "jesuísmo "como" a religião que Jesus pregou."[8];
  • Lord Ernest Hamilton, em 1912, escreveu que "jesuísmo" era simplesmente amar um ao outro e amar a Deus[9];
  • O teólogo Lyman Fairbanks George, em 1914, descreveu a filosofia do jesuísmo no livro "The Naked Truth of Jesusism from Oriental Manuscripts"[10];
  • John Lindsay Falvey, em 2009, declarou que "a história do evangelho difere tanto da doutrina da Igreja que poderia muito bem ser de uma religião diferente - o jesuísmo"[11].
  • Owen Flanagan, em 2007, definiu jesuísmo como a "mensagem" de Jesus e observou que a maioria das igrejas cristãs não endossa a mensagem de Jesus com sinceridade. Além disso, caracterizou o jesuísmo como uma filosofia naturalista e racionalista, rejeitando o conflito entre fé e ciência[12];
  • Rodney Stenning Edgecombe, em um ensaio publicado em 2009, observou como o cristianismo se afastou do jesuísmo, ou seja, dos princípios morais que Jesus pregou[13].

Vários grupos usam os termos "jesuísmo", "jesusismo" e "jesuanismo". Neles incluem-se cristãos desencantados que são críticos da religião institucionalizada ou do cristianismo paulino, gente que prefere identificar-se como discípulos de Jesus em vez de cristãos, cristãos ateus que aceitam os ensinamentos de Jesus mas não acreditam em Deus, e ateus que rejeitam todas as religiões incluindo o jesuísmo. Os aderentes poderem ser designados por jesuistas, jesusistas ou jesuanos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. The entire Jesus' Words Only (Second Edition 2007) - Free, em inglês, acesso em 1º de novembro de 2015.
  2. Paulinism versus Jesuism, em inglês, acesso em 1º de novembro de 2015.
  3. The Progress of Jesuism, em inglês, acesso em 1º de novembro de 2015.
  4. Jesuism, em inglês, acesso em 1º de novembro de 2015.
  5. The Champions of the Church: Their crimes and persecutions]
  6. "How shall the rich escape?" Arena Publishing (1894).
  7. Melbourne: Signs Publishing Company Limited, 21 de junho.
  8. "The Call of the Carpenter.". Estados Unidos: Doubleday, Page & Company.
  9. Involution
  10. George Company, Pittsburg.
  11. "Buddhist-Christian dialogue: Four Papers from the Parliament of the World's Religions". Melbourne, 2009.
  12. "The Really Hard Problem: Meaning in a Material World.". Cambridge: MIT Press, 2007.
  13. Communication Across the Social Divide.