Legio VI Victrix

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 Nota: Para outros significados, veja Legio VI.
Legio VI Victrix

Mapa do Império Romano em 125, na época do imperador Adriano, mostrando a LEGIO VI VICTRIX acampada em Eboraco (moderna York, Inglaterra), na província da Britânia, entre 119 até o final do século IV.
País República Romana e Império Romano
Corporação Legião romana (Mariana)
Missão Infantaria (com alguma cavalaria de apoio)
Criação 41 a.C. até alguma data no século IV d.C.
Patrono Otaviano
História
Guerras/batalhas Batalha de Perúsia (41 a.C.)
Guerra Civil de Antônio
-Campanha contra Sexto Pompeu
-Batalha de Ácio (31 a.C.)
Guerras Cantábricas (29–19 a.C.)
Ano dos quatro imperadores (69)
Campanha britânica de Quinto Lólio Úrbico (139-143)
Campanha britânica de Sétimo Severo (208-211)
Logística
Efetivo Variado ao longo dos séculos
Comando
Comandantes
notáveis
Sérvio Sulpício Galba
Sede
Guarnições Hispânia (até 119)
Eburaco (119–séc. IV)

Legio sexta Victrix ou Legio VI Victrix ("Sexta legião Vitoriosa") foi uma legião do exército imperial romano recrutada Otaviano por volta de 41 a.C. e que atuou principalmente nas províncias da Britânia romana. Era gêmea da VI Ferrata e, provavelmente, abrigou veteranos daquela legião e alguns soldados mantiveram as tradições da legião cesariana.

A legião atuou pela primeira vez na Batalha de Perúgia (41 a.C.). Serviu depois contra Sexto Pompeu, filho de Pompeu, que ocupou a Sicília e ameaçou cortar o suprimento de cereais de Roma. Em 31 a.C., a sexta lutou na Batalha de Ácio contra as tropas de Marco Antônio.

Hispânia[editar | editar código-fonte]

A VI Victrix participou do último estágio da conquista romana da Hispânia, participando das Guerras Cantábricas sob o comando de Augusto entre 29 e 19 a.C,[1] que estabeleceram o controle romano sobre a Península Ibérica.

A sexta permaneceu na Hispânia por quase um século e recebeu o cognome "Hispaniensis", fundando a cidade de Legio (moderna Leão).[2] Soldados desta unidade e da X Gemina estavam entre os primeiros colonos de Cesaraugusta, a futura Saragoça. O cognome "Victrix" ("vitoriosa") foi-lhe conferida na época de Nero, um imperador impopular na região. Quando Sérvio Sulpício Galba, o governador da Hispânia Tarraconense, afirmou que desejava derrubá-lo, a VI Victrix o apoiou e o proclamou imperador em seu acampamento. Galba criou a VII Gemina e marchou para Roma. Nero se matou na mesma época, uma sequência de eventos que deram origem à crise conhecida como "ano dos quatro imperadores".

Britânia[editar | editar código-fonte]

Em 119, Adriano movimentou a sexta para o norte da Britânia para apoiar as legiões locais que se defendiam de uma ferrenha resistência. A VI Victrix foi instrumental para assegurar a vitória dos romanos e, no fim, substituiu a já minguante IX Hispana em Eboraco.[3] Em 122, os legionários da sexta começaram a trabalhar na Muralha de Adriano, uma obra que manteria a paz pelas duas décadas seguintes.

Vinte anos depois, a VI Victrix ajudou a construir a Muralha de Antonino, mais para o norte, mas que já estava completamente abandonada em 164.

Em 175, o imperador romano Marco Aurélio derrotou a tribo sármata dos jáziges e os alistou a serviço do exército romano, assentando 5 500 na Britânia, alguns em Eboraco e outros em Ribchester, ao sul de Lancaster. Dez anos depois, as legiões britânicas se sublevaram e propuseram um comandante próprio, um tal Prisco, para substituir o impopular imperador Cômodo, mas ele recusou o posto. O motim foi sufocado por Pertinax, que tornar-se-ia imperador depois do assassinato de Cômodo.

Um altar a Hércules foi dedicado por Caio Vitélio Aticiano, centurião da VI Victrix, como atestam os achados no Castelo de Whitley (Epiaco).[4]

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

A VI Victrix é mencionada na novela "Have Space Suit - Will Travel", de Robert Heinlein, e no livro "From Scythia to Camelot" ("Da Cítia a Camelot"), de C. Scott Littleton & Linda A. Malcor.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Rabanal Alonso, Manuel Abilio (coord.) (1999). La Historia de León, Vol. 1: Prehistoria y Edad Antigua (em inglês). [S.l.]: Universidad de León. p. 133. ISBN 84-7719-817-9 
  2. Rabanal Alonso, Manuel Abilio (coord.) (1999). La Historia de León, Vol. 1: Prehistoria y Edad Antigua (em espanhol). [S.l.]: Universidad de León. p. 189. ISBN 84-7719-817-9 
  3. Nitze, William A. (agosto de 1941). «Bedier's Epic Theory and the "Arthuriana" of Nennius». Modern Philology (em inglês). 39 (1): 1–14. doi:10.1086/388502. Consultado em 1 de novembro de 2014 
  4. Robertson, Alastair F. (2007). Whitley Castle; Epiacum: A Roman Fort near Alston in Cumbria (em inglês) 3rd ed. [S.l.]: Hundy. pp. 22–23. ISBN 978-0-954-73394-0 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]