Les comédiens sans le savoir

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Les comédiens sans le savoir
Les comédiens sans le savoir
Ilustração de Alcide Théophile Robaudi
Autor(es) Honoré de Balzac
Idioma Francês
País  França
Série Scènes de la vie Parisienne
Editora Furne
Lançamento 1846
Cronologia
Les Employés ou La Femme supérieure
Les Petits Bourgeois

Les comédiens sans le savoir (em português Os comediantes sem o saberem) é um romance de Honoré de Balzac surgido em pré-publicação no Courier français em 1846, editado em volume no mesmo ano nas Cenas da vida parisiense da Comédia Humana da edição Furne. Foi editada novamente sob o título O provinciano em Paris em 1848 por Roux et Castanet.

O romance apresenta uma espécie de "revista da tropa" ou "ensaio geral" do conjunto de tipos sociais, silhuetas e personagens da Comédia Humana vistos ao vivo, em ação, no lugar geográfico mais recorrente na obra: Paris.

Enredo[editar | editar código-fonte]

Sylvestre Palafox-Castel-Gazonnal, dito Gazonnal, vai a Paris para tratar de um processo que o opõe ao prefeito de seu departamento, os Pirenéus Orientais, e que fora transferido ao Conselho de Estado. As aventuras da personagem principal são pretexto para a apresentação de uma galeria de retratos balzaquianos que vão da lorette (a dançarina da Ópera Ninette), ao diretor de jornal (Théodore Gaillard), do porteiro Ravenouillet à vendedora de roupas Madame Nourrison.

Travando relações com seu primo Léon Didas y Lora, pintor divertido conhecido sob o nome de Mistigris (enviado ao castelo de Presles em Uma estreia na vida), discípulo do barão Hippolyte Schinner (o pintor famoso de A Bolsa), que se tornará um célebre paisagista e homem da moda, Gazonal descobre também a Paris dos elegantes no "Café de Paris". E graças à ajuda de Mistigris e de seus amigos (dentre eles a sedutora Jenny Cadine), Gazonal ganha seu processo, mas a um duro preço.

No plano de fundo, encontram-se naturalmente as personagens indispensáveis ao universo da Comédia Humana: Eugênio de Rastignac, Joseph Bridau, o poeta Melchior de Canalis, o pintor Dubordieu, Carabine, os negocistas Cérizet e Ferdinand du Tillet, Malaga, o barão de Nucingen, Maxime de Trailles, bem como o cabeleireiro Marius, o pedicure republicano Publicola Masson, etc., como se o próprio Balzac tivesse desejo de retornar ao seu mundo e fazer um inventário.

Trata-se mais de um encenação (muito bem cenografada) de uma compilação de esquetes e retratos. Gazonal se apresenta um pouco como a testemunha da Comédia Humana, a verdadeira protagonista do romance sendo Paris e a vida parisiense, todos os bairros confundidos. "Há duas Paris: aquela dos salões, das atmosferas suaves, dos tecidos sedosos, dos bairros elegantes, e aquela mais infernal, das orgias, das ruelas sombrias (Ferragus), das mansardas miseráveis".[1] "Tudo é possível em Paris, para o bem ou para o mal, para o justo e o injusto. Lá tudo se faz, tudo se desfaz, tudo se refaz".[2]

Referências

  1. Jeanine Guichardet . Université de Paris III. Balzac, archéologue de Paris. Paris SEDES 1986. p. 374-384
  2. Balzac, Os Comediantes sem o Saberem.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • (fr) Anthony R. Pugh, « Un Chapitre retrouvé des Comédiens sans le savoir: la Comédie gratis », L'Année balzacienne, Paris, Garnier Frères, 1967, p. 215-221
  • (pt) Honoré de Balzac. "A comédia humana". Org. Paulo Rónai. Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume XI.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]