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Extensão do Reino de Roma e localização de Roma.
Extensão do Reino de Roma e localização de Roma.

Reino de Roma (em latim: Regnum Romanum), também designado como monarquia romana ou período régio, é a expressão utilizada por convenção para definir o estado monárquico romano desde a sua origem (21 de abril de 753 a.C.) até a queda da realeza em 509 a.C.. A documentação deste período é precária e até mesmo os nomes dos reis são desconhecidos, citando-se apenas os reis lendários, apresentados nas obras de Virgílio (Eneida) e Tito Lívio (Ab Urbe condita libri). Suas origens são imprecisas, se bem parece claro que foi a primeira forma de governo da cidade, um dado que a arqueologia e a linguística parecem confirmar.

Segundo a tradição lendária, Roma foi governada por sete reis.[a] Os antigos atribuem a cada soberano uma inovação para a formação das instituições romanas: Rômulo (r. 753–717 a.C.) fundou a cidade e raptou as sabinas; Numa Pompílio (r. 717–673 a.C.) criou as instituições religiosas, os sacerdócios e os ritos; Túlio Hostílio (r. 673–642 a.C.) destruiu Alba Longa; Anco Márcio (r. 640–616 a.C.) fundou a colônia de Óstia; Tarquínio Prisco (r. 616–579 a.C.) realizou grandes trabalhos de construção em Roma; Sérvio Túlio (r. 578–535 a.C.) dividiu a sociedade romana em classes censitárias; e Tarquínio, o Soberbo (r. 534–509 a.C.) representou o típico tirano romano. (leia mais...)




Extensão máxima do Império Romano durante o reinado de Trajano, em 117
Extensão máxima do Império Romano durante o reinado de Trajano, em 117

Império Romano (em latim: Imperium Romanum) foi o período pós-republicano da antiga civilização romana, caracterizado por uma forma de governo autocrática liderada por um imperador e por extensas possessões territoriais em volta do mar Mediterrâneo na Europa, África e Ásia. A república que o antecedeu ao longo de cinco séculos encontrava-se numa situação de elevada instabilidade, na sequência de diversas guerras civis e conflitos políticos, durante os quais Júlio César foi nomeado ditador perpétuo e assassinado em 44 a.C.. As guerras civis culminaram na vitória de Otávio, filho adotivo de César, sobre Marco António e Cleópatra na batalha de Áccio em 31 a.C. Detentor de uma autoridade inquestionável, em 27 a.C. o senado romano atribuiu a Otávio poderes absolutos e o novo título Augusto, assinalando desta forma o fim da república.

O período imperial prolongou-se por cerca de 500 anos. Os primeiros dois séculos foram marcados por um período de prosperidade e estabilidade política sem precedentes denominado Pax Romana. Na sequência da vitória de Augusto e da posterior anexação do Egito, a dimensão do império aumentou consideravelmente. Após o assassinato de Calígula em 41 d.C., o senado considerou restaurar a república, o que levou a guarda pretoriana a proclamar Cláudio imperador. Durante este período, assiste-se ao maior alargamento do império desde a época de Augusto. Após o suicídio de Nero em 68, tem início um breve período de guerra civil durante o qual são proclamados imperadores quatro generais. Em 69, Vespasiano triunfou sobre os restantes, estabelecendo a dinastia flaviana. O seu filho, Tito, inaugurou o Coliseu de Roma, pouco após a erupção do Vesúvio. Após o assassinato de Domiciano, o senado nomeou o primeiro dos cinco bons imperadores, período durante o qual o império atingiu o seu apogeu territorial no reinado de Trajano. (leia mais...)




Mosaico satírico da primeira metade do século III encontrado em Tisdro (atual El Jem) que faz lembrar um cartoon com balões escritos em latim
Mosaico satírico da primeira metade do século III encontrado em Tisdro (atual El Jem) que faz lembrar um cartoon com balões escritos em latim

O latim e o grego foram as principais línguas no Império Romano, mas houve outros idiomas que também tiveram relevância a nível local. A língua nativa dos antigos romanos era o latim, que servia como "língua de poder" e que era muito usado em todo o Império Romano, nomeadamente pelos militares e nos tribunais do Ocidente. Após ter sido concedida a cidadania romana a todos os habitantes nascidos livres do império, em 212 d.C., teriam passado a existir muitos cidadãos romanos que não falavam latim, apesar de supostamente deverem ter um conhecimento pelo menos simbólico dessa língua, a qual continuou a ser uma marca da "romanidade".

O grego koiné tinha-se tornado uma língua franca no Mediterrâneo Oriental e na Ásia Menor como consequência das conquistas de Alexandre, o Grande no século IV a.C. A "fronteira linguística" que dividia o ocidente latino e o oriente grego passava pela península dos Bálcãs. Os romanos cultos, particularmente os da elite governante, estudavam grego e frequentemente adquiriam uma grande fluência nessa língua, a qual era útil para as comunicações diplomáticas no Oriente inclusivamente para lá das fronteiras do império. O uso internacional do grego foi uma das condições que possibilitou a expansão do cristianismo, o que é patente, por exemplo, na escolha do grego como língua em que foram escritas as epístolas de São Paulo e o seu uso nos concílios ecuménicos. Quando o Império do Ocidente se dissolveu, o grego passou a ser a língua dominante no Império Oriental, mais tarde conhecido como Império Bizantino. (leia mais...)




O Anfiteatro Flávio, conhecido popularmente como Coliseu, ergue-se como símbolo de Roma.
O Anfiteatro Flávio, conhecido popularmente como Coliseu, ergue-se como símbolo de Roma.

Os jogos inaugurais do Coliseu tiveram lugar em Roma no ano 80, sob o mandato do imperador romano Tito, para celebrar a finalização da construção do Anfiteatro Flávio, mais tarde conhecido como Coliseu. O imperador Vespasiano começou a construção do anfiteatro cerca do ano 70, e este foi completado por Tito pouco depois da morte de Vespasiano, no ano 79. Depois do curto reinado de Tito começar com vários meses de desastres, incluindo a erupção do monte Vesúvio, um incêndio em Roma, e um surto de peste, o mesmo imperador inaugurou o edifício com uns jogos pródigos que duraram mais de cem dias.

Há poucas provas documentais da natureza dos jogos. Parece que seguiram o formato normal dos jogos romanos: venationes (jogos com animais selvagens) na sessão da manhã, seguida das execuções de criminosos por volta do meio-dia e uma sessão da tarde reservada para as munera (combates de gladiadores) e a recriação de batalhas famosas. Os jogos com animais, nos quais participaram criaturas de todos os pontos do Império Romano, incluíam a caça de animais exóticos e pelejas entre diferentes espécies. Os animais também desempenharam um papel em algumas noxii (execuções) que foram organizadas como reconstruções de mitos e acontecimentos históricos. As naumaquias faziam parte dos espetáculos, mas se estas tinham lugar no próprio anfiteatro ou num lago construído expressamente por César Augusto é um tema de debate entre os historiadores. (leia mais...)




A Fundação de Roma é um evento ainda pesquisado por arqueólogos e historiadores, uma vez que as fontes literárias sobre o assunto datam de centenas de anos após sua ocorrência, de forma que cada descoberta arqueológica demanda novas formas de analisar as citadas fontes. Os romanos elaboraram um complexo conto mitológico sobre a origem da cidade e do Estado, que se uniu à obra histórica de Tito Lívio e às obras poéticas de Virgílio e Ovídio, todos da era de Augusto. Naquela época, as lendas oriundas de textos mais antigos foram trabalhadas e fundidas num conto único, no qual o passado mítico foi interpretado em função dos interesses do império. Os modernos estudos históricos e arqueológicos, que se baseiam nestas e em outras fontes escritas, além de objetos e restos de construções obtidos em vários momentos das escavações, tentam reconstruir a realidade que existe no conto mítico, no qual se reconhecem alguns elementos de verdade.

Por muito tempo postulou-se que os verdadeiros fundadores da cidade propriamente dita teriam sido os etruscos que instalaram-se na região no século VI a.C., no entanto, evidências arqueológicas recentemente descobertas questionam a veracidade desta afirmação. A data da fundação é, a rigor, desconhecida, embora autores como Tim Cornell argumentem que teria sido fundada no, c.800 a.C. Durante o reinado de Augusto, o historiador Marco Terêncio Varrão (116 27 a.C.) estabeleceu a data como 21 de abril de 753 a.C. com base em estudos do astrólogo Lúcio Tarúcio Firmano. Outro ponto conflitante em relação a Roma é a etimologia de seu nome. Embora associado pela tradição com Rômulo, diversos autores, tanto clássicos como modernos, associaram diversas origens para o nome "Roma". (leia mais...)




República Romana (em latim: Res Pvblica Romana) foi um período da antiga civilização romana onde o governo operou como uma república. Começou com a queda da monarquia, tradicionalmente datada cerca de 509 a.C., e sua substituição pelo governo chefiado por dois cônsules, eleitos anualmente pelos cidadãos e aconselhados pelo senado. Uma complexa constituição gradualmente foi desenvolvida, centrada nos princípios de uma separação dos poderes e de freios e contrapesos. Exceto em tempos de terrível emergência nacional, ofícios públicos foram limitados por um ano, de modo que, em teoria ao menos, nenhum indivíduo exercesse poder absoluto sobre seus concidadãos.

A sociedade foi hierárquica. A evolução da constituição da República Romana foi pesadamente influenciada pela luta entre os patrícios, aristocratas proprietários de terra, que traçaram sua ancestralidade no início da história do Reino de Roma, e os plebeus, os cidadãos muito mais numerosos. Com o tempo, as leis que deram aos patrícios direitos exclusivos de acesso aos mais altos ofícios foram revogadas e enfraquecidas, e as principais famílias plebeias tornaram-se membros plenos da aristocracia. Os líderes da república desenvolveram uma forte tradição e moralidade que exigia serviço público e patrocínio na paz e na guerra, tornando os sucessos políticos e militares indissociáveis. (ler mais...)