Comparação
A comparação é uma figura de linguagem semelhante à metáfora usada para demonstrar qualidades ou ações de elementos.[1] A relação entre esses nomes pode formar uma comparação simples ou uma comparação.
É mais facilmente entendida como a aproximação de dois termos que se assemelham.
“ | O Amor queima como o fogo | ” |
Os dois termos, Amor e fogo, mantêm, cada um, com o seu próprio significado.
Comparação
[editar | editar código-fonte]É a desenvolturalidade de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo (com, como, parecia, etc.) e busca realçar determinada qualidade do meio termo (como, tal, qual, assim, quanto, etc.). Exemplos: "O mar canta como um canário"; "A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim".
- Qual branca vela n'amplidão dos mares
- É que teu riso penetra n'alma
- Como a harmonia de uma orquestra santa
- — Castro Alves
- O planeta terreste se desenrolava
- Como um jorro de lágrimas ardentes
- De sua formosura
- deixai-me que diga:
- é tão belo como um sim
- numa sala negativa.
- Bateram-lhe como nunca tinham visto.
- Você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro
Comparação e metáfora
[editar | editar código-fonte]A comparação assemelha-se à metáfora, que não é mais que uma comparação não assumida, para acentuar a identidade poética entre as duas entidades comparadas.
Lendo a expressão "Os teus olhos são como lagos gélidos" existe uma comparação explícita denotada pelo conectivo "como". Contudo, se dissermos, "Os teus olhos são lagos gélidos", passamos a ter uma metáfora que passa a estabelecer uma relação de identidade poética em vez da mais prosaica comparação que mantém os dois objetos em universos distintos.
Símiles Híbridas
[editar | editar código-fonte]Nabokov, ao analisar os recursos estilísticos de que faz uso Proust, na sua principal obra Em Busca do Tempo Perdido, descreve como uma evolução da símile a metáfora, tais a partir de cuja combinação é resultado o que se chama Símiles Híbridas.[2]
Enquanto uma Símile Simples seria "A névoa era como um véu", a Metáfora simples, por sua vez: "havia um véu de névoa". A Símile Híbrida, por tanto, seguir-se-ia: "o véu de névoa era como o adormecer do silêncio"[2]
Referências
- ↑ comparação in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-06-19 17:50:46]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/comparação
- ↑ a b NABOKOV, Vladmir. Lectures on Literature. [S.l.: s.n.]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- "Sobre Substanciação Através de Relações Transitivas" é um manuscrito árabe de 1805 por Saif al-Din al-Amidi que discute símiles