Sínese

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Sínese é termo tradicional gramatical e retórico derivado do grego σύνεσις (originalmente significando "unificação, encontro, sentido, consciência, intuição, realização, mente, razão").

Um constructio kata synesin (ou constructio ad sensum em latim) é uma construção gramatical em que uma palavra assume o gênero ou número não da palavra com a qual deveria concordar regularmente, mas de alguma outra palavra implícita (oculta) nessa palavra. É efetivamente uma concordância de palavras com o sentido, em vez da forma morfossintática, um tipo de incompatibilidade do sentido da forma.[1]

Exemplos:

Cem dólares é o custo do aluguel.
Se a banda for popular, eles tocarão no próximo mês.

Aqui, o pronome plural eles correferencia o substantivo no singular banda. Pode-se pensar no antecedente de eles como um substantivo plural oculto, como músicos.[2]

Tal uso na gramática inglesa é frequentemente chamado de concordância nocional,[3] porque a concordância é com a noção do que o substantivo significa, ao em vez da forma gramatical estrita do substantivo (a concordância formal normativa). O termo concordância situacional também é encontrado, uma vez que a mesma palavra pode assumir um verbo no singular ou no plural, dependendo da interpretação e da ênfase pretendida pelo falante ou escritor:

O governo está unido. (Implicação: é um único corpo coeso, com uma única política acordada).
O governo estão divididos. (Implicação: é formado por diferentes indivíduos ou facções, com suas próprias visões políticas diferentes).

Outros exemplos de acordo nocional para substantivos coletivos envolvem alguns usos das palavras equipe e nenhum.[4][5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Hadumod Bussmann (7 de março de 2013). Routledge Dictionary of Language and Linguistics. [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-134-63038-7. Consultado em 24 de maio de 2013 
  2. Ferreira, Miriã de Oliveira (23 de março de 2012). «A concordância verbal na língua portuguesa : objeto de conhecimento e ensino». Repositorio Institucional - UFMT. Consultado em 6 de setembro de 2022 
  3. Quirk, Randolph; Greenbaum, Sidney; Leech, Geoffrey; Svartvik, Jan (1985). A comprehensive grammar of the English language. Harlow: Longman. ISBN 0-582-51734-6 
  4. Miranda, Maria José Maia de (2012). «Concordância verbal: em busca do elo estrutural do vasto número de regras propostas pela gramática normativa do português». Universidade Federal Fluminense. Consultado em 6 de setembro de 2022 
  5. Rocha Mattos, Shirley Eliany (junho de 2003). «Sujeito coletivo singular em português: concordância e referencialidade» (PDF). Universidade de Brasília. Instituto de Letras. Consultado em 6 de setembro de 2022