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Angolanos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Angolanos
Bandeira de Angola
População total

36,75 milhões (Estimativa para 2023)[1]

Regiões com população significativa
Portugal Portugal 180 000 [2]
 República Democrática do Congo 177 000 [2]
África do Sul 48 000 [2]
República do Congo 41 000 [2]
Namíbia 40 000 [2]
 Moçambique 39 000 [2]
 Zâmbia 31 000 [2]
 França 24 000 [2]
 Estados Unidos 20 000 [2]
 Reino Unido 13 000 [2]
 Brasil 8 000 [2]
Línguas

Português: oficial e falada pela maioria da população;

Línguas indígenas: quicongo, chócue, umbundo, quimbundo, mbunda e cuanhama[3][4]
Religiões
Catolicismo romano: 56.4%
Outros cristãos: 37.0%
Religiões tradicionais africanas: 4.4%
Outras religiões: 1.1%
Sem religião: 1.0%
Fontes:[5]

Angolanos são um povo e grupo metaétnico[6] que habita Angola, um país na África Austral.[7][8] Eles possuem uma cultura e ancestralidade em comum.

A população de Angola em 2014, depois do primeiro censo pós-independência e dos resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação 2014, é de 25 789 024 habitantes, sendo 52% do sexo feminino.[9][10]

Em 2014 a população era composta por 37% de ovimbundos (língua umbundo), 25% de ambundos (língua quimbundo), 13% de congos (língua congo), 8% de chócues (língua chócue) e 14% de outros grupos étnicos (como os ovambos, os vambundas, os hereros, os nhaneca-humbes e os xindongas), bem como por cerca de 2% de mestiços (mistura de europeus e africanos) e 1% de europeus.[11] Em 2014 as etnias dos ambundos e ovimbundos formavam, combinadas, a maioria da população (62%).[12]

O português é a língua oficial e língua franca de Angola.[13] Dentre as línguas africanas faladas no país, algumas têm o estatuto de língua nacional. Estas assim como as outras línguas africanas são faladas pelas respectivas etnias e têm dialectos correspondentes aos subgrupos étnicos.[14] A língua étnica com mais falantes em Angola é o umbundo (ou m'bundo), falado pelos ovimbundos na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de cerca de um terço dos angolanos.[15] O quimbundo (ou kimbundo) é a segunda língua étnica mais falada — por cerca da quarta parte da população,[15] O quicongo (ou kikongo), falado no norte (Uíge e Zaire). tem diversos dialectos. O chócue (ou côkwe) é a língua do leste, por excelência.

Embora as línguas étnicas sejam as habitualmente faladas pela maioria da população, o português é a primeira língua de 40%[16][17] da população angolana — proporção que se apresenta muito superior na capital do país —, enquanto cerca de 71% dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua.[18][19][20]

Ver artigo principal: Nacionalidade angolana

Segundo a Constituição de Angola os cidadãos angolanos podem ser:

  • Qualquer pessoa nascida em Angola, ainda que de pais estrangeiros, exceto nos casos em que estes estejam a serviço de seu país (como diplomatas estrangeiros);

Naturalizados

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Os requerentes a nacionalidade por naturalização devem ser maior perante a Lei angolana e a Lei do Estado de origem, residir habitual e regularmente em Angola há pelo menos 10 anos, oferecer garantias morais e cívicas de integração na sociedade angolana, possuir capacidade para reger a sua pessoa e assegurar a sua subsistência, entre outros requisitos.

O Governo Angolano pode, mediante autorização da Assembleia Nacional, conceder a nacionalidade angolana a cidadão estrangeiro que tenha prestado ou possa vir a prestar relevantes serviços ao país ou ainda que demonstre qualidades profissionais, científicas ou artísticas excepcionais.

Grupos étnicos

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A população angolana é estimada em 32 milhões de habitantes (dados de 2019). Cerca de 95% dos angolanos são africanos bantos, pertencentes a uma diversidade de etnias. Entre estas, a mais importante é a dos ovimbundos que representam mais de um terço da população, seguidos dos ambundos com cerca de um quarto, e os congos com mais de 10%. Menor peso demográfico têm os chócues, os ovambos, os nhaneca-humbes, os ganguelas, os hereros e os xindongas. Existem ainda pequenos grupos residuais de coissãs (ocasionalmente designados como bosquímanos ou hotentotes), habitantes originais do território da Angola de hoje (e portanto pré-banta). O hábitat destas etnias, tal como existia no fim da era colonial, continua no essencial inalterado. No entanto, durante a segunda metade do século XX houve um fluxo permanente de habitantes das áreas rurais para as cidades. A seguir à independência, a Guerra Civil Angolana provocou um verdadeiro êxodo rural, de modo que neste momento (2015) um pouco mais de metade da população total de Angola vive em áreas urbanas. Neste contexto, muitos ambundos, congos e ovimbundos (e contingentes bem mais limitados de outros grupos) fixaram-se em cidades fora do hábitat tradicional da sua respectiva etnia. Em consequência deste movimento, existe hoje uma diversidade étnica muito acentuada em Luanda (inclusive região adjacente), mas também no Lubango, em Benguela e no Huambo, enquanto ela é relativamente mais limitada, por exemplo, em Malanje, Saurimo e Cabinda.

O número de portugueses que vivem actualmente em Angola foi estimada em aproximadamente pelo menos de 200 mil pessoas (registos consulares) em 2012,[21] mas é provavelmente superior. Como ao mesmo tempo houve uma forte imigração de latino-americanos, especialmente brasileiros e cubanos, a população "caucasiana" voltou a constituir um grupo seguramente não inferior a 300 mil pessoas.

A longa presença de portugueses em Angola esteve na origem de um número considerável de mestiços (ou luso-angolanos),[22] ou seja, de pessoas de ascendência africana e europeia. Tanto em termos administrativos como em termos sociais, estes foram no tempo colonial considerados como uma "raça" distinta das "raças" branca e negra. Em ambos os termos, esta distinção continua a vigorar até ao presente. A proporção dos mestiços na população total é estimada em cerca de 2%.[23]

Por fim, formou-se a partir dos anos 1990, mas sobretudo a partir do fim da Guerra Civil em 2002, um novo grupo populacional composto por chineses, directa ou indirectamente associados à forte presença económica da China em Angola. Há poucas fontes confiáveis sobre o seu número, mas as estimativas apontam para uma ordem de grandeza de 259 mil, em 2012.[24]

Ver artigos principais: Línguas de Angola e Português de Angola

O português é a língua oficial e falada por 90% da população angolana (Maioria como língua nativa; grande maioria como uma segunda língua). É o segundo maior país lusófono (de língua portuguesa) em área total e população (atrás do Brasil ), e é o sétimo maior país da África. As línguas indígenas mais faladas são umbundo , quimbundo e kikongo , nesta ordem.

Referências

  1. [1]
  2. a b c d e f g h i j k «Immigrant and Emigrant Populations by Country of Origin and Destination». migrationpolicy.org. 10 de fevereiro de 2014. Consultado em 4 de agosto de 2024 
  3. «Resolution adopted by Council of Ministers - Official Gazette No. 3/87 of May 1987» 
  4. «Angola Harmonização das línguas bantu dificultada pela fonética e grafia» 
  5. "Angola". Association of Religion Data Archives. 2015.
  6. Talga. Jaqueline Vilas Boas.Eu estou nos Axés: relações de hierarquias e reciprocidades estabelecidas nos Candomblés. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2013.
  7. «Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)». Governo do Brasil. 25 de Junho de 2020. Consultado em 3 de Julho de 2021 
  8. Neusa Silva; João Peseiro Monteiro (14 de março de 2021). «Países da África Austral acertam estratégias comuns». Euronews. Consultado em 3 de Julho de 2021 
  9. «Angola: Setenta e um porcento da população angolana fala Língua Portuguesa». Angop. Consultado em 26 de maio de 2016 
  10. «População de Angola sobe para mais de 25,7 milhões de pessoas». Dinheiro Digital. Consultado em 26 de maio de 2016 
  11. «Angola:População». Embaixada da República de Angola no Japão. 2023 
  12. «Veja o mapa étnico». CIA – The World Factbook – Angola. Consultado em 26 de outubro de 2013 
  13. O português na África: Angola. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2006.
  14. José Redinha (1975). Etnias e culturas de Angola. Luanda: Instituto de Investigação Científica de Angola 
  15. a b «Angola. Ethnologue.com». Os 26% aqui indicados são desactualizados, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 19 de outubro de 2010 
  16. [2]
  17. [3]
  18. «Angola: português é falado por 71,15% de angolanos». Observatório da Língua Portuguesa. Consultado em 30 de março de 2016 
  19. «Mais de sete milhões de angolanos falam línguas nacionais». Angonotícias. Consultado em 26 de maio de 2016 
  20. «Entre os de 1ª e os de 2ª já somos mais de 25,7 milhões». Folha 8. Consultado em 26 de maio de 2016 
  21. http://www.tagesanzeiger.ch/ausland/europa/Das-Glueck-liegt-in-Angola/story/30777283, actualizado em 8 de fevereiro 2013
  22. Este é o termo utilizado em Angola, equivalente ao termo brasileiro "pardo"
  23. «www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ao.html#People». C.I.A  Convém sublinhar que, em relação aos aspectos aqui examinados, esta fonte não é necessariamente fiável. O mesmo aplica-se a US Department of State
  24. «www.angonoticias.com/Artigos/item/33949/cerca-de-259000-chineses-vivem-atualmente-no-pais»