Olimpíadas de Conhecimento: diferenças entre revisões
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Para além das competições listadas abaixo, dada a dificuldade e o grau de exigência das provas, existem alguns grupos e eventos que preparam os alunos para conseguirem uma melhor prestação. Os mais conhecidos em Portugal são o [http://www.uc.pt/fctuc/dmat/delfos Delfos] (Olimpíadas da Matemática) e o [http://quark.fis.uc.pt/ Projecto Quark!] (Olimpíadas da Física). |
Para além das competições listadas abaixo, dada a dificuldade e o grau de exigência das provas, existem alguns grupos e eventos que preparam os alunos para conseguirem uma melhor prestação. Os mais conhecidos em Portugal são o [http://www.uc.pt/fctuc/dmat/delfos Delfos] (Olimpíadas da Matemática) e o [http://quark.fis.uc.pt/ Projecto Quark!] (Olimpíadas da Física), ambos projectos da Universidade de Coimbra. |
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Revisão das 10h02min de 3 de julho de 2017
As Olimpíadas de Conhecimento, também conhecidas como "Olimpíadas Científicas", são competições intelectuais entre estudantes, normalmente de ensino fundamental ou médio, ou ainda de cursos universitários de graduação, que consistem na realização de provas ou trabalhos. O nome é inspirado nas olimpíadas esportivas, em que atletas especialmente treinados competem por medalhas e cultivam seus laços culturais e o espírito de excelência.
Tradicionalmente, as competições nas olimpíadas de conhecimento acontecem por meio de provas escritas e práticas (por exemplo, experimental em olimpíadas de física ou observacional em olimpíadas de astronomia), às quais são dadas notas e, a partir destas, distribuídas medalhas. Algumas olimpíadas, notadamente as de filosofia, envolvem a produção de textos. Além disso, alguns modelos muito diferentes são praticados - notadamente o do IYPT.
Histórico
As primeiras olimpíadas de conhecimento que foram fundadas parecem ter sido as de matemática[carece de fontes]. Dentre elas, as mais antigas foram criadas na Hungria, no final do século XIX (mais precisamente, em 1894).[1] O modelo foi lentamente se espalhando por países do Leste Europeu e, depois, da então União Soviética, culminando na criação da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, da sigla em inglês), em 1959.
Nas décadas seguintes, outras olimpíadas internacionais foram fundadas, primeiro em disciplinas mais relacionadas à matemática, mas depois em outras. Assim, em 1967 a Polônia organizou a primeira IPhO (com a participação da Bulgária, Hungria, Romênia e Tchecoslováquia); no ano seguinte, a Tchecoslováquia sediou a primeira IChO (que tiveram Polônia e Hungria como participantes. A primeira IOI foi organizada em 1989 no Cazaquistão, seguidas, em um espaço de sete anos, por Biologia, Filosofia, Astronomia e Geografia.
No Brasil, a primeira olimpíada também foi a de olimpíada de matemática, tendo sua primeira edição vinte anos depois da primeira IMO, em 1979. Depois disso, houve alguns atos isolados, como a realização de uma olimpíada de química pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo em 1986.[2] Mas a primeira onda de olimpíadas só viria uma década depois, primeiro com a fundação da atual OBQ em 96 (desta vez organizada pela Universidade Federal do Ceará), seguida pela OBA em 98 e pela OBF e OBI em 99. O assunto ganhou interesse governamental em 2005, com a criação da OBMEP, patrocinada e gerida pelo Governo Federal.
Internacionais
Ver artigo principal: Olimpíadas Internacionais de Ciências
Existem doze olimpíadas internacionais até hoje, nas áreas de Matemática, Física (duas), Química, Informática, Astronomia (duas), Geografia, Ciências da Terra, Biologia, Linguística e Filosofia. Além disso, existem diversas olimpíadas regionais do nosso subcontinente, como as Iberoamericanas de Matemática, Física, Química e Informática, a Latinoamericana de Astronomia e as Cone Sul e Rioplatense de Matemática.
No Brasil
Olimpíadas de Conhecimento têm-se proliferado bastante no Brasil nos últimos anos, tanto em termos de participantes como em número de olimpíadas. A maior parte foi criada a partir das suas internacionais correspondentes.
Por tema
Matemática
A mais antiga e mais tradicional olimpíada brasileira é a Olimpíada Brasileira de Matemática, fundada a partir da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO). Organizada pela Sociedade Brasileira de Matemática e pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (onde fica sua sede administrativa), ela permite a participação de alunos desde o sexto ano do ensino fundamental até o fim do ensino médio. Além disso, ela é uma das únicas olimpíadas brasileiras que possui uma fase universitária, que dá ingresso para a International Mathematical Competition for University Students (IMC) e a Competencia Iberoamericana Interuniversitária de Matemáticas (CIIM).
Os alunos com melhor desempenho na OBM são convidados para a Semana Olímpica, um dos principais eventos olímpicos do país. A olimpíada também está envolvida com diversas outras olimpíadas supra-nacionais, como a Olimpíada Iberoamericana de Matemática, a Olimpíada de Matemática do Cone Sul, a Olimpíada de Maio e o concurso aberto Canguru Sem Fronteiras. Em 2010, o Brasil participou pela primeira vez da competição Romenian Masters in Mathematics, para a qual são convidados apenas os países com melhor desempenho na IMO.[3]
Em 2006, foi fundada a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, coordenada pelos ministérios da educação e da ciência e tecnologia em conjunto com a Sociedade Brasileira de Matemática, com o objetivo de fomentar a excelência acadêmica e o ensino de matemática no ensino público brasileiro. A OBMEP desenvolve junto a seus alunos um programa de Iniciação científica júnior e outro de preparação para competições internacionais.
Nos níveis estadual e municipal existem também diversas competições de matemática. Dentre as que mais se destacam, podemos citar a Olimpíada de Matemática do Estado do Rio de Janeiro (OMERJ), a Olimpíada Paulista de Matemática (OPM), a Olimpíada Mineira de Matemática(OMM), a Olimpíada Cearense de Matemática e a Olimpíada Interestadual de Matemática (OIM). Para mais informações, ver Lista das olimpíadas regionais de matemática no Brasil.
Física
A Olimpíada Brasileira de Física foi fundada em 1999, a partir de uma experiência já bem sucedida no Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP de São Carlos.,[4] cidade na qual suas atividades ainda são principalmente sediadas. Participantes da OBF devem ser do oitavo ao nono ano do ensino fundamental ou do ensino médio. A OBF realiza uma seleção específica para a participação brasileira na Olimpíada Internacional de Física (IPhO) e na Olimpíada Iberoamericana de Física (OIbF).
Em 2010, foi implantada, em caráter experimental em quatro estados (BA, GO, PI, SP), uma Olimpíada Brasileira de Física na Escola Pública (OBFEP), como uma etapa especial da OBMEP organizada pela coordenação da OBF.[5] Em física há uma olimpíada estadual de enorme destaque destaque, a Olimpíada Paulista de Física (OPF), organizada pela Associação Paulista de Professores de Física (APROFI). A equipe brasileira participante na IJSO era escolhida a partir desta olimpíada até 2009, quando a B8 Projetos Educacionais começou a organizar a IJSO Brasil.
Astronomia
A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica foi fundada em 1998 pela Sociedade Astronômica Brasileira, a partir da Olimpíada Internacional de Astronomia (IAO). Em 2005, a Agência Espacial Brasileira passou a integrar o corpo organizador da olimpíada. De todas as olimpíadas brasileiras, a OBA é a que alcança o maior número de séries escolares, indo do primeiro ano do ensino fundamental ao último ano do ensino médio.
A OBA organiza, desde 2001 e através de ex-participantes, a Escola de Astronomia, inspirada na Semana Olímpica da OBM mas com um enfoque mais holístico. Dessa escola é derivado o processo seletivo para participação na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e na Olimpíada Latinoamericana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). Por razões principalmente políticas, o país deixou de participar da IAO, "substituindo-a" pela IOAA.
Em astronomia não há olimpíadas regionais no Brasil. Em 2008, houve a tentativa de fundar uma Olimpíada Paulista de Astronomia e Ciências Espaciais (OPACE);[6] o projeto, entretanto, não chegou a ser realizado.
Em 2015 foi realizada a primeira OLIMPÍADA PERNAMBUCANA DE ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA, realizada com escolas públicas e particulares de todo o estado de Pernambuco, com um total de 1000 estudantes de ensino médio. A coordenação é do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE - www.ifpe.edu.br). Em 2016 a segunda edição será realizada no dia 30 de setembro.
Química
A Olimpíada Brasileira de Química também foi fundada a partir da Olimpíada Internacional de Química (IChO). No início, em 1986, foi organizada pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo, mas logo passou ser organizada pela Universidade Federal do Ceará.[2]
A estrutura da OBQ é ligeiramente diferente: a primeira e segunda fases fazem parte das olimpíadas estaduais de química (que são realizadas em todos os estados), ou seja, acontecem de forma descentralizada. Assim, só fazem propriamente a prova nacional os melhores alunos de cada estado. As fases IV, V e VI são a seleção dos estudantes que representam anualmente o Brasil na IChO e na Olimpíada Iberoamericana de Química.
Além disso, em âmbito nacional, em duas fases, realiza a Olimpiada Brasileira de Química Júnior destinada aos estudantes de 8o. e 9o. anos do ensino fundamental, no nível regional, há a importante Olimpíada Norte-Nordeste de Química.
Computação e Tecnologia
O ensino de tecnologia é uma necessidade nova e sua importância aumenta rápido na sociedade, o que jusfica a criação de olimpíadas seguindo tais temas. No Brasil, há duas olimpíadas desta natureza: a Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), desde 1999, e a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), desde 2007. Ambas são organizadas pela Sociedade Brasileira de Computação e a segunda é organizada também pela Sociedade Brasileira de Automática e pela Unesp. Existe também a Maratona de Programação, destinada a alunos do ensino superior.
Os melhores colocados na OBI em cada uma das 5 categorias são chamados para cursos de programação organizados por eles. Dependendo da modalidade em que eles foram premiados, os alunos assistem aulas de níveis diferentes, desde o básico de programação, para aqueles que participaram de iniciação e não sabem programar, chegando a tópicos avançados de computação para alunos de Programação Nível 2. Os alunos melhor colocados na OBI modalidade Programação Nível 2 são chamados para a seletiva para as olimpíadas internacionais de informática. Dela saem os participantes brasileiros da Olimpíada Internacional de Informática (IOI) e da Competição Iberoamericana de Informática (CIIC).
Além disso, estudantes selecionados pela OBR participam da RoboCup.
Existem algumas olimpíadas estaduais de informática, como a Olimpíada Paraibana de Informática (OPI) e a Olimpíada Cearense de Informática (OCI).
Ciências Biológicas
Há a Olimpíada Brasileira de Biologia, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente.
Ciências Humanas
Tradicionalmente associadas a matemática e a ciências naturais, as olimpíadas de conhecimento apenas recentemente começaram a invadir o conhecimento humanístico. Em nível nacional, existem duas: a Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB),[7] fundada em 2009 pelo Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, e a Olimpíada Brasileira de Linguística, com primeira edição prevista para o início de 2011. Enquanto a primeira é um projeto inteiramente gerido no Brasil, a segunda segue a linha da Olimpíada Internacional de Linguística.
A filosofia, um tema importante das ciências humanas ainda não possui olimpíada nacional, apesar de possuir a versão internacional. Entretanto, desde 2008 já existe pelo menos uma versão regional: a Olimpíada de Filosofia do Rio Grande do Sul[8]
Outros
Há ainda alguns modelos de olimpíada muito diferentes do tradicional, como o Desafio Nacional Acadêmico e o IYPT Brasil. Há também uma olimpíada de ciências em geral para estudantes mais jovens, a IJSO Brasil.
Lista de Olimpíadas Nacionais
As olimpíadas brasileiras de conhecimento, em ordem cronológica de criação, são as seguintes:
Em Portugal
Para além das competições listadas abaixo, dada a dificuldade e o grau de exigência das provas, existem alguns grupos e eventos que preparam os alunos para conseguirem uma melhor prestação. Os mais conhecidos em Portugal são o Delfos (Olimpíadas da Matemática) e o Projecto Quark! (Olimpíadas da Física), ambos projectos da Universidade de Coimbra.
* Provas de apuramento realizadas geralmente no ano seguinte ao da pré-seleção.
Outras competições
Sigla | Nome | Anos de Escolaridade | Fundação | Instituição(ões) organizadora(s) | |
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PmatE CNC |
Projeto Matemática Ensino - Competições Nacionais de Ciência |
CNC na UA | 3º ano - 12º ano | 1989 | Universidade de Aveiro |
CNC em rede | |||||
CNJM | Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos | 1º ano - 12º ano | 2004 | Associação Ludus (AL) | |
"Canguru" | Canguru Matemático sem Fronteiras | 2º ano - 12º ano | 2005 | Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
com o apoio da Sociedade Portuguesa de Matemática |
Referências
- ↑ Olimpíada Brasileira de Matemática. «Breve Histórico». Consultado em 27 de Janeiro de 2011
- ↑ a b «Olimpíada Brasileira de Química». Consultado em 27 de Janeiro de 2011
- ↑ Olimpíada Brasileira de Matemática. «Romanian Masters in Mathematics». Consultado em 29 de Janeiro de 2011
- ↑ CDCC - USP. «Olimpíadas de Física». Consultado em 29 de Janeiro de 2011
- ↑ OBFEP. «OBFEP - O Que é?». Consultado em 29 de Janeiro de 2011
- ↑ Aguilera, Nuricel & Klafke, Julio. A Escola Aberta de Astronomia: Uma Proposta de Aprendizagem Cooperativa
- ↑ Olimpíada Nacional em História do Brasil. «(ONHB)». Consultado em 1 de Maio de 2015
- ↑ Fórum Sul de Filosofia. «I Olimpíada de Filosofia do Rio Grande do Sul é precursora no Brasil». Consultado em 29 de Janeiro de 2011