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Usina Hidrelétrica de Itaipu: diferenças entre revisões

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A '''Usina Hidrelétrica de Itaipu''' ({{lang-es|''Itaipú''}}, {{lang-gn|''Itaipu''}}) é uma [[usina hidrelétrica]] binacional localizada no [[Rio Paraná]], na fronteira entre o [[Brasil]] e o [[Paraguai]]. A barragem foi construída pelos dois países entre 1975 e 1982, período em que ambos eram governados por [[Ditadura militar|ditaduras militares]]. O nome ''Itaipu'' foi tirado de uma ilha que existia perto do local de construção. No idioma [[Língua tupi-guarani|tupi-guarani]], o termo significa "pedra na qual a água faz barulho", através da junção dos termos ''itá'' (pedra), ''y'' (água) e ''pu'' (barulho).<ref>NAVARRO, E. A. ''Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos''. 3ª edição. São Paulo. Global. 2005. p. 69.</ref>
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A Itaipu Binacional, operadora da usina, é a líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,4 bilhões de megawatts-hora (MWh) desde o início de sua operação.<ref name = "Itaipu Binacional">{{Citar web |url=https://www.itaipu.gov.br/energia/geracao |título=Geração de Energia |publicado=Itaipu Binacional |acessadoem=30 de janeiro de 2017}}</ref><ref name="2,4 Bilhoes">[http://exame.abril.com.br/tecnologia/usina-de-itaipu-rompe-barreira-inedita-de-geracao-de-energia/] Exame. Visualizado em 30 de janeiro de 2017</ref> A [[Barragem das Três Gargantas|Hidrelétrica das Três Gargantas]], na [[China]], produziu cerca de 800 milhões de MWh desde o início de sua operação, com uma potência instalada 60% maior do que a de Itaipu (22.500 [[Megawatt|MW]] contra 14.000 [[Megawatt|MW]]<ref>[https://www.itaipu.gov.br/energia/comparacoes Comparações] Itaipu Binacional. Visitado em 18 de novembro de 2015</ref><ref>[https://www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/noticia/producao-de-itaipu-atinge-nova-marca-historica-23-bilhoes-de-mwh Produção de Itaipu atinge nova marca histórica: 2,4 bilhões de MWh] Itaipu Bi-nacional - acessado em 18 de novembro de 2015</ref>). Em termos de recorde anual de produção de energia, a usina de Itaipu ocupa o primeiro lugar ao superar seu próprio recorde <ref>[http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2013/12/itaipu-bate-recorde-e-e-bicampea-de-producao-mundial-de-energia-eletrica.html] G1. Acessado em 30 de janeiro de 2017.</ref> que era de 98,6 milhões de MWh.<ref>[http://g1.globo.com/economia/noticia/itaipu-ultrapassa-tres-gargantas-e-reassume-lideranca-mundial-na-producao-de-energia.ghtml] G1</ref><ref name="Recorde Mundial">[http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2017/01/itaipu-quebra-recorde-mundial-de-producao-de-energia-em-2016.html] G1. Acessado em 30 de janeiro de 2017.</ref> Em 2016, a usina de Itaipu Binacional realizou um feito histórico ao produzir, em um único ano calendário, mais de 100 milhões de MWh de energia limpa e renovável. No total, em 2016, foram produzidos 103.098.366 MWh de energia.<ref name="Itaipu Binacional"/><ref name="Recorde Mundial"/>
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Revisão das 12h42min de 10 de outubro de 2017

Predefinição:Info/Usina Hidrelétrica A Usina Hidrelétrica de Itaipu (em castelhano: Itaipú, em guarani: Itaipu) é uma usina hidrelétrica binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A barragem foi construída pelos dois países entre 1975 e 1982, período em que ambos eram governados por ditaduras militares. O nome Itaipu foi tirado de uma ilha que existia perto do local de construção. Na família linguística tupi-guarani, o termo significa "pedra na qual a água faz barulho", através da junção dos termos itá (pedra), y (água) e pu (barulho).[1]

A Itaipu Binacional, operadora da usina, é a líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,4 bilhões de megawatts-hora (MWh) desde o início de sua operação.[2][3] A Hidrelétrica das Três Gargantas, na China, produziu cerca de 800 milhões de MWh desde o início de sua operação, com uma potência instalada 60% maior do que a de Itaipu (22.500 MW contra 14.000 MW[4][5]). Em termos de recorde anual de produção de energia, a usina de Itaipu ocupa o primeiro lugar ao superar seu próprio recorde [6] que era de 98,6 milhões de MWh.[7][8] Em 2016, a usina de Itaipu Binacional realizou um feito histórico ao produzir, em um único ano calendário, mais de 100 milhões de MWh de energia limpa e renovável. No total, em 2016, foram produzidos 103.098.366 MWh de energia.[2][8]

O seu lago possui uma área de 1.350 km2, indo de Foz do Iguaçu, no Brasil e Ciudad del Este, no Paraguai, até Guaíra e Salto del Guairá, 150 km ao norte. Possuindo 20 unidades geradoras de 700 MW cada e projeto hidráulico de 118 m, Itaipu tem uma potência de geração (capacidade) de 14.000 MW. É um empreendimento binacional administrado por Brasil e Paraguai no rio Paraná na seção de fronteira entre os dois países, a 15 km ao norte da Ponte da Amizade.

A Usina de Itaipu fazia parte da lista oficial de candidatas para as Sete Maravilhas do Mundo Moderno, elaborada em 1995 pela revista Popular Mechanics, dos Estados Unidos, mas não ganhou o título.[9]

Etimologia

Itaipu é uma palavra de origem tupi-guarani que significa "pedra que canta", através da junção de itá = pedra [10] e ipo'ú = cantora,[11] ou então "pedra na qual a água faz barulho", através da junção de itá (pedra), y (água, rio), e pu (barulho).[12] Era o nome da pequena ilha que havia no atual local da usina, antes da obra.[13]

História

Antecedentes

Fotografia aérea da usina

A Usina de Itaipu foi resultado de intensas negociações entre os dois países durante a década de 1960. Em 22 de julho de 1966,[14] os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Juracy Magalhães e do Paraguai, Sapena Pastor, assinaram a "Ata do Iguaçu", uma declaração conjunta de interesse mútuo para estudar o aproveitamento dos recursos hídricos dos dois países, no trecho do Rio Paraná "desde e inclusive o Salto de Sete Quedas até a foz do Rio Iguaçu".[15] O Tratado de Itaipu, que legalmente deu origem à usina, foi assinado em 1973.

Os termos do tratado, que expira em 2023, têm sido objeto de descontentamento generalizado por parte do Paraguai. O governo do presidente Fernando Lugo (2008-2012) prometeu renegociar os termos do tratado com o Brasil, que permaneceu por muito tempo hostil a qualquer tipo de renegociação.[16]

Em julho de 2009, houve uma renegociação do Tratado de Itaipu, pela qual o Brasil aceitou passar a pagar o triplo do que pagava ao Paraguai pelo direito de uso da eletricidade produzida por Itaipu. O direito de uso é um excedente ao preço da energia que é pago diretamente ao governo paraguaio, ou seja não pode ser deduzido da dívida assumida pelo Paraguai.[17] No total, entretanto o preço total da energia subiu de US$ 45,31 por MWh para US$ 50,93 por MWh. Ainda por esse acordo, o Brasil passou a permitir que o excedente da energia paraguaia seja vendido diretamente às empresas brasileiras, se assim preferirem os paraguaios.[18][19]

O acordo entre os presidentes Lula e Fernando Lugo permite que a energia de outras fontes (não de Itaipu) possa ser vendida a terceiros. Esta alteração no TRATADO DE ITAIPU não ocorreu. Não está inclusa nas notas reversais. Vale ressaltar também que durante décadas, pelos termos do acordo, o Brasil pagou pelo MWh um valor bastante inferior ao preço de mercado, como contrapartida pelos gastos na construção da barragem e instalação da usina.

(Conforme publicado pelo Diário ABC do Paraguay en 26 de julho de 2013 sob o título Itaipú a favor de Brasil, encontra de Paraguay). "A lei federal brasileira 5899 de 5 de julho de 1973 obrigou a que as empresas brasileiras de distribuição da região sul e sudeste comprassem partes da potência de ITAIPU destinada ao Brasil, proporcionais a seus mercados próprios, ainda a preços superiores. A compra era portanto compulsória, independente da necessidade ou do preço. No ano de 1995, por exemplo, 10 anos depois do inicio da comercialização da energia de Itaipu o presidente da Companhia Paranaense de eletricidade - Copel - reclamava que o custo da energia de ITAIPU era cinquenta por cento superior ao custo de geração própria da empresa."

Esta situação perdurou por muitos anos. Em curtos espaços de tempo, quando a valorização da moeda brasileira foi excessiva, Itaipu apresentava tarifas competitivas em relação à produção interna brasileira.

Início da obra

Ficheiro:Parag.1973yr.Itaipú.jpeg
Selo da Usina de Itaipu de 1973. Scott C363.

Em 1970, o consórcio formado pelas empresas PNC e ELC Electroconsult (da Itália) venceu a concorrência internacional para a realização dos estudos de viabilidade e para a elaboração do projeto da obra. O início do trabalho se deu em fevereiro de 1971. Em 26 de abril de 1973, Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu, instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná pelos dois países. Em 17 de maio de 1974, foi criada a entidade Itaipu Binacional, para gerenciar a construção da usina. O início efetivo das obras ocorreu em janeiro do ano seguinte. Um consórcio de construtoras, liderado pela Mendes Júnior, executou o projeto[carece de fontes?].

Para a construção, foram usados 40.000 trabalhadores diretos. Para o material, foram usados 12.570.000 m3 de concreto (o equivalente a 210 estádios Jornalista Mário Filho) e uma quantidade de ferro equivalente a 380 Torres Eiffel.

Comparando a construção da hidrelétrica de Itaipu com o Eurotúnel (que liga França e Reino Unido sob o Canal da Mancha) foram utilizados 15 vezes mais concreto e o volume de escavações foi 8,5 vezes maior.

Acordo Tripartite

Itaipu à noite.

No dia 14 de outubro de 1978, foi aberto o canal de desvio do Rio Paraná, que permitiu secar um trecho do leito original do rio para ali ser construída a barragem principal, em concreto. Outro marco importante, na área diplomática, foi a assinatura do Acordo Tripartite entre Brasil, Paraguai e Argentina, em 19 de outubro de 1979, para aproveitamento dos recursos hidráulicos no trecho do Rio Paraná desde as Sete Quedas até a foz do Rio da Prata. Este acordo estabeleceu os níveis do rio e as variações permitidas para os diferentes empreendimentos hidrelétricos na bacia comum aos três países. À época, quando os três países eram governados por ditaduras militares, havia o temor que o Brasil em um eventual conflito com a Argentina, abrisse completamente as comportas de Itaipu, aumentando os níveis de água do Rio da Prata e inundando a cidade de Buenos Aires.

Entretanto, caso houvesse o rompimento da represa de Itaipu, na verdade boa parte da água seria absorvida pela profunda calha do Rio Paraná poucos quilômetros depois da barragem e a Argentina ainda estaria protegida pela represa da Usina de Yacyretá, localizada 400km abaixo de Itaipu. [20]

Inauguração e expansão

Construção na usina em setembro de 2003.

O reservatório da usina começou a ser formado em 13 de outubro de 1982,[21] quando foram concluídas as obras da barragem e as comportas do canal de desvio foram fechadas. Nesse período, as águas subiram 100 metros e chegaram às comportas do vertedouro às 10 horas do dia 27 de outubro, devido às chuvas fortes e enchentes que ocorreram na época. Em 5 de maio de 1984, entrou em operação a primeira unidade geradora de Itaipu. As 20 unidades geradoras foram sendo instaladas ao ritmo de duas a três por ano.

As duas últimas das 20 unidades geradoras projetadas entraram em operação entre setembro de 2006 e março de 2007, elevando a capacidade instalada de Itaipu para 14.000 MW, concluindo a execução da obra. Este aumento da capacidade permite que 18 unidades geradoras permaneçam gerando energia o tempo todo, enquanto duas permanecem em manutenção.[22]

A potência nominal de cada unidade geradora (turbina e gerador) é de 700 MW. No entanto, devido ao fato de a queda bruta real ser um pouco maior do que a queda bruta projetada, a potência disponível em cada unidade geradora é de aproximadamente 750 MW na maior parte do tempo, aumentando a capacidade de geração de energia da usina.

Para efeito de comparação, a vazão média das Cataratas do Iguaçu teria capacidade para alimentar pouco mais de duas unidades geradoras. A Itaipu produz uma média de 90 milhões de megawatts-hora (MWh) por ano. Com o aumento da capacidade e em condições favoráveis do rio Paraná (chuvas em níveis normais em toda a bacia) a geração poderá chegar a 100 milhões de MWh em um ano.

Vista panorâmica do topo da barragem.

Blecaute de 2009

Um grande blecaute de energia elétrica afetou 30% do território brasileiro e grande parte do Paraguai na noite de terça-feira, 10 de novembro de 2009.[23] É considerado um dos maiores apagões ocorridos no Brasil, podendo ter a mesma grandeza ou ser até maior que o blecaute de 11 de março de 1999.[24]

O início do blecaute se deu às 22:13 em uma subestação de energia elétrica de Furnas, localizada no município de Ivaiporã, no Paraná, devido a problemas em três linhas de transmissão nos estados de São Paulo e Paraná, impedindo que a energia gerada pela usina de Itaipu pudesse ser transmitida para os consumidores brasileiros.[25] O blecaute afetou vários municípios de 18 estados.[26]

Itaipu Binacional

Itaipu Binacional
Usina Hidrelétrica de Itaipu
Empresa binacional
Atividade Geração de hidroeletricidade
Produtos Energia elétrica
Acionistas Eletrobras
ANDE
(50%)
Website oficial www.itaipu.gov.py
www.itaipu.gov.br

A Itaipu Binacional é uma entidade binacional pertencente à República Federativa do Brasil e à República do Paraguai. Foi constituída pelo Tratado de Itaipu para a operação da usina hidrelétrica. Seu aspecto de empresa jurídica de direito privado binacional deve-se às ordens jurídicas de ambos os países às quais está submetida.[27] Alcântara Cyclone Space, outra "Empresa Binacional" no Brasil -- classificação em relação à natureza jurídica.[28] -- foi encerrada em 2015.[29]

Os países possuem a mesma participação na entidade: a Eletrobras possui 50% e a Administração Nacional de Eletricidade (Administración Nacional de Eletricidad, ANDE) com os outros 50%, representando o Brasil e o Paraguai respectivamente. Ambos indicam paritariamente os doze membros do Conselho de Administração. Dos seis membros de indicação brasileira, um é da Eletrobras e outro do Ministério das Relações Exteriores. O Conselho elege a Diretoria Executiva também de forma paritária.[30]

Estatísticas

Ficheiro:Itaipu Binacional Eingang (14505357348) (2).jpg
Entrada da usina.
Sala de controle de Itaipu
Espaço no interior da estrutura da Usina
Ficheiro:Itaipu 35556.jpg
Tubos da usina
Ficheiro:Generator in Itaipu-Staudamm (14668998636) (2).jpg
Eixo que acopla a turbina ao gerador

Construção

  • O curso do rio Paraná, sétimo mais extenso do mundo, foi deslocado consumindo 50 milhões de toneladas de terra e rocha.[2]
  • A quantidade de concreto usado para construir a Usina de Itaipu seria suficiente para construir 210 estádios de futebol do tamanho do Estádio do Maracanã.[2]
  • O ferro e o aço utilizados permitiriam a construção de 380 Torres Eiffel.[2]
  • O volume de escavação de terra e rocha em Itaipu é 8,5 vezes maior que o do Eurotúnel e o volume de concreto é 15 vezes maior.[2]
  • A sua construção envolveu o trabalho direto de 40 mil pessoas.[2]
  • Construída no final dos anos 70 pela Andrade Gutierrez.[31]

Geração e barragem

  • O comprimento total da barragem é 7.919 metros. A elevação da crista é de 225 metros. A barragem de Itaipu é constituída basicamente por seis seções: barragem lateral direita, barragem principal, estrutura de desvio, barragem de terra direita, barragem de enrocamento e barragem de terra esquerda.[32]
  • A vazão máxima do vertedouro de Itaipu é de 62,2 mil metros cúbicos de água por segundo, o que corresponde a 40 vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu. A vazão de duas turbinas de Itaipu (700 m3 de água por segundo cada) corresponde aproximadamente à vazão média das Cataratas do Iguaçu (cerca de 1.500 m3 de água por segundo).[33]
  • O Brasil teria que queimar 536 mil barris de petróleo por dia para gerar em usinas termelétricas a potência de Itaipu.[2]
  • A barragem principal tem 196 metros de altura, o que é equivalente a um prédio de 65 andares.[2]
Produção anual de energia
Ano Número de
unidades instaladas
GWh
1984 0–2 277
1985 2–3 6 327
1986 3–6 21 853
1987 6–9 35 807
1988 9–12 38 508
1989 12–15 47 230
1990 15–16 53 090
1991 16–18 57 517
1992 18 52 268
1993 18 59 997
1994 18 69 394
1995 18 77 212
1996 18 81 654
1997 18 89 237
1998 18 87 845
1999 18 90 001
2000 18 93 428
2001 18 79 307
2002 18 82 914
2003 18 89 151
2004 18 89 911
2005 18 87 971
2006 19 92 690
2007 20 90 620
2008 20 94 685
2009 20 91 651
2010 20 85 970
2011 20 92 245
2012 20 98 287
2013 20 98 630[2]
2014 20 87 795
2015 20 89 215[2]
2016 20 103 098[2][8]
  • Barragem
    • A barragem, de 7.919 metros, é feita de concreto, enrocamento e terra.
  • Unidades geradoras
    • Existem 20 unidades geradoras, sendo dez na frequência da rede elétrica paraguaia (50 Hz) e dez na frequência da rede elétrica brasileira (60 Hz).
    • As unidades de 50 Hz têm potência nominal de 823,6 MVA, fator de potência de 0,85 e peso de 3.343 toneladas.
    • As unidades de 60 Hz têm potência nominal de 737,0 MVA, fator de potência de 0,95 e peso de 3.242 toneladas.
    • Todas as unidades têm tensão nominal de 18 kV.
  • As turbinas são do tipo francis, com potência nominal de 715 MW e vazão nominal de 690 m3 por segundo.[34][35]
  • Subestação: blindada em gás de hexafluoreto de enxofre (SF6), que permite uma grande compactação do projeto. Para cada grupo gerador existe um banco de transformadores monofásicos, elevando a tensão de 18 kV para 500 kV.
  • Vazão
    • A vazão máxima do vertedouro de Itaipu é de 62,2 mil metros cúbicos de água por segundo, o que corresponde a 40 vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu.[33]
    • A vazão de duas turbinas de Itaipu (700 m3 de água por segundo cada), corresponde aproximadamente à vazão média das Cataratas do Iguaçu (cerca de 1.500 m3 por segundo).

Desempenho

Em 32 anos de operação, a Itaipu Binacional é líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,4 bilhões de MWh.[2][3] Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai. Sua maior produção anual foi estabelecida em 2016, com 103.068.366 de MWh.[2][8] O recorde anterior ocorreu em 2013, com a geração de 98.630.035 de MWh.[2]

Apesar de gerar menos do que em anos de recorde, Itaipu atingiu em 2014 o melhor índice de eficiência operacional dos 32 anos, com 99,3%. Na prática, isso significa que a operação da usina, que tem o objetivo de maximizar a utilização da água (energia disponível), atendendo as demandas dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio, teve quase zero de perdas. Ou seja, da água que poderia ser turbinada, quase nada foi vertido em 2014. Tudo o que chegou de água turbinável foi usado na produção de energia.[36]

Sistema de Transmissão

O sistema de transmissão de Itaipu conecta a três subestações situadas dentro da Central Hidrelétrica (duas subestações isoladas a gás, uma de 50 Hz e outra de 60 Hz, instadas dentro da Casa de Máquinas, e uma convencional de 50 Hz na Margem Direita) com os Sistemas Interconectados paraguaio e brasileiro.[37]

Subestações

  • SE-ITAIPU 60 Hz (Subestação de Itaipu 60 Hz): 4 linhas de transmissão de 500 kV (com cerca de 10 km de extensão) transmitem toda a energia do setor de 60 Hz até a SE-Foz do Iguaçu 60Hz (Subestação de Foz do Iguaçu 60 Hz), que eleva a tensão para 765 kV.
  • SE-ITAIPU 50 Hz (Subestação de Itaipu 50 Hz): 4 linhas de transmissão de 500 kV (com cerca de 2 km de extensão) até a SE-MD 500 kV (Subestação da Margem Direita 500 kV).
  • SE-MD (Subestação da Margem Direita): 4 linhas de transmissão de 500 kV (com cerca de 9 km de extensão) transmitem a revenda de energia do Paraguai para o Brasil (até a SE-Foz do Iguaçu 50 Hz - Subestação de Foz do Iguaçu 50 Hz). Para o sistema paraguaio, saem 2 linhas de transmissão de 220 kV até ES-ACARAY (Subestação de Acaray), 2 linhas de transmissão de 220 kV até ES-CYO (Subestação de Carayao) e mais 1 linha de transmissão de 500 kV (com cerca de 300 km) até ES-Villa Hayes (Subestação de Villa Hayes, em Assunção, capital do país).

Interligação com Sistema Brasileiro

O escoamento da energia de Itaipu para o sistema interligado brasileiro, a partir da subestação de Foz do Iguaçu no Paraná, é realizado por Furnas e Copel. A energia em 50 Hz utiliza o sistema de corrente contínua de Furnas (Elo CC) e a energia em 60 Hz utiliza o sistema de 765 kV de Furnas e o sistema de 525 kV da Copel. E o ONS (Operador Nacional do Sistema) é o responsável pela coordenação e controle da operação da transmissão.[38]

  • SE-Foz do Iguaçu 50 Hz: O pátio de corrente contínua (Corrente contínua em alta tensão), que recebe a energia em 50 Hz. Devido à incompatibilidade entre as frequências e as vantagens da transmissão em grandes distâncias, a energia é convertida através de circuitos retificadores para ±600 kV e transmitida por duas linhas até Ibiúna (São Paulo). Em Ibiúna, a energia é convertida para 60 Hz, interligando-se ao sistema do Sudeste.
  • SE-Foz do Iguaçu 60Hz: O pátio de corrente alternada, que recebe a energia em 60 Hz e eleva para 765 kV, saindo três linhas de transmissão. É o nível de tensão mais elevado existente no Brasil. As linhas seguem para as subestações de Ivaiporã (Paraná) e Itaberá (São Paulo), até chegarem à subestação Tijuco Preto que fica localizada no distrito de Quatinga em Mogi das Cruzes (São Paulo).

Interligação com Sistema Paraguaio

O escoamento da energia de Itaipu para o Paraguai é feito nas tensões de 500 kV e 220 kV a partir da subestação da Margem Direita para as subestações de Acaray, Carayao e Villa Hayes.[39]

Royalties

Nos 170 km de extensão, entre Foz do Iguaçu e Guaíra, o Reservatório de Itaipu atinge áreas de 16 municípios brasileiros, dos quais 15 no estado do Paraná e um em Mato Grosso do Sul. Como compensação, Itaipu paga royalties a esses municípios, proporcionalmente à área de terra alagada. No Paraguai, os recursos dos royalties são repassados ao Ministerio de Hacienda (Ministério da Fazenda), que já recebeu, desde 1985, mais de US$ 4,5 bilhões. No Brasil, o Tesouro Nacional recebeu em royalties mais de US$ 4,8 bilhões, sendo que a divisão, de acordo com a Lei dos Royalties em vigor desde 1991,[40] é:

  • 10% para órgãos federais;
  • 45% da compensação repassada aos Estados;
  • 45% aos municípios.

Os royalties são aplicados na melhoria da qualidade de vida da população, nas áreas de educação, saúde, moradia e saneamento básico.[41]

Vista panorâmica da barragem.

Impacto

Lago formado pela construção de Itaipu.
Pôr do sol no Lago de Itaipu.

Reservatórios

Embora seja apenas o sétimo do Brasil em tamanho -- atrás de Sobradinho, Tucuruí, Porto Primavera, Balbina, Serra da Mesa e Furnas --, o reservatório de Itaipu tem o maior aproveitamento/capacidade em relação à área inundada. Para a potência instalada de 14.000 MW, foram alagados 1.350 km2.

A usina mais potente no Brasil, depois de Itaipu, Tucuruí, tem capacidade instalada de 8.370 MW, mas houve necessidade de inundar uma área de 2.430 km2. Itaipu é beneficiada por ser a última usina da Bacia do Rio Paraná classificada como a fio d’água, isto é, utiliza toda a água que chega ao reservatório, mantendo uma reserva mínima para garantir a operacionalidade.

Ambiental

Com o fechamento das eclusas da barragem de Itaipu, uma área de 1.500 km2 de florestas e terras agriculturáveis foi inundada. A cachoeira de Sete Quedas, uma das mais fascinantes formações naturais do planeta, desapareceu. Semanas antes do preenchimento do reservatório, foi realizada uma operação de salvamento dos animais selvagens, denominada Mymba kuera (que em guarani quer dizer "pega-bicho"). Equipes de voluntários conseguiram capturar mais de 4.500 bichos, entre macacos, lagartos, porcos-espinhos, roedores, aranhas, tartarugas e diversas espécies. Esses animais foram levados para as regiões vizinhas protegidas da água.[42]

Social

Durante a instalação da Itaipu, foi necessária a desapropriação de 42.444 pessoas, das quais 38.440 eram trabalhadore(a)s do campo, o que gerou inúmeros problemas sociais.[43] Parte dessas famílias viviam às margens do Rio Paraná e foram desalojadas, a fim de abrir caminho para a represa. Algumas se refugiaram na cidade de Medianeira, uma cidade não muito longe da confluência dos rios Iguaçu e Paraná. Algumas dessas famílias vieram, eventualmente, a ser membros de um dos maiores movimentos sociais do Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.[44]

Brasiguaios

Ver artigo principal: Brasiguaios

O espelho d'água da usina alagou diversas propriedades de moradores do extremo oeste do Estado do Paraná. As indenizações foram suficientes para que os agricultores comprassem novas terras no Brasil. Sendo as terras no Paraguai mais baratas, milhares emigraram para esse país, criando o fenômeno social dos brasiguaios - brasileiros e seus familiares que residem em terras paraguaias na fronteira com o Brasil.

Vista panorâmica da usina à noite

Turismo

Entrada do complexo de Itaipu

A grandiosidade da usina contribui para que Foz do Iguaçu seja mundialmente conhecido como um dos mais importantes destinos turísticos do Brasil. Desde que foi aberta à visitação, Itaipu já recebeu mais de 16 milhões de visitantes.[45] Para receber os visitantes, o Complexo Turístico Itaipu oferece opções de visitas pelas áreas internas e externas da usina.

Ver também

Referências

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  3. a b [1] Exame. Visualizado em 30 de janeiro de 2017
  4. Comparações Itaipu Binacional. Visitado em 18 de novembro de 2015
  5. Produção de Itaipu atinge nova marca histórica: 2,4 bilhões de MWh Itaipu Bi-nacional - acessado em 18 de novembro de 2015
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  9. Pope, Gregory T. (dezembro de 1995), «The seven wonders of the modern world», Popular Mechanics: 48–56 
  10. Vocabulário FFICH - acessado em fevereiro de 2015
  11. Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu. «Itaipu Binacional» 
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  14. Águas furtadas Jornal Gazeta do Povo - edição comemorativa de n° 30.000 - acessado em 8 de dezembro de 2012
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  16. Nickson, Andrew, (2008) Paraguay: Lugo versus the Colorado Machine, Open Democracy 20 February 2008 Open Democracy - acessado em 2013
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  18. Why Brazil gave way on Itaipu dam Retrieved 2009-07-26.
  19. Energy Deal With Brazil Gives Boost to Paraguay New York Times, July 27, 2009
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  21. JIE, ed. (13 de outubro de 2011). «Lago de Itaipu Completa 29 Anos». Jornal de Itaipu Eletrônico. Consultado em 1 de julho de 2015 
  22. JIE, ed. (14 de maio de 2007). «Inauguração de duas unidades geradoras marca início de nova fase de Itaipu». Jornal de Itaipu Eletrônico. Consultado em 2 de julho de 2015 
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  25. Após apagão em parte do país, Itaipu diz que opera normalmente, Globo Com, 11/11/2009
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  31. «Quem é Quem - Serviços - Terra» (em Portguês). Terra.com.br. 22 de Agosto de 2014. Consultado em 3 de Dezembro de 2014 
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  42. Impacto Ambiental site do CEPA - fevereiro de 2012
  43. Histórico sobre Usinas Hidrelétricas e seus impactos ambientais no Brasil Site Artigos - acesso em 29/11/2010.
  44. Branford, Sue and Jan Rocha. Cutting the Wire: The Story of the Landless Movement in Brazil. London: Latin American Bureau, 2002.
  45. Estatísticas - Turismo Itaipu Binacional, Outubro de 2012

Ligações externas

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