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Ginástica: diferenças entre revisões

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Esta modalidade - elaborada por Kenneth Cooper - foi inicialmente desenvolvida para o treinamento de astronautas. Mais tarde, a iniciativa fora continuada por Jane Fonda, que expandiu o programa técnica e comercialmente para se tornar a popular ''fitness aerobics''. Assim, a ginástica aeróbica surgiu no final da década de 1980 como forma de praticar exercícios físicos, voltada para o público em geral. Pouco depois, tornou-se também um esporte competitivo para ginastas de alto nível. Quatorze anos mais tarde, a Federação Internacional organizou os campeonatos mundiais da modalidade, cuja primeira edição contabilizou a participação de 34 países.<ref name=GAER>{{citar web|url=http://www.ginasticas.com.br/ginasticas/gin_aerobica_historico.html|titulo= Ginástica Aeróbica - Histórico|acessodata=29 de agosto de 2009|publicado=Ginásticas.com}}</ref> Esta disciplina requer do ginasta um elevado nível de força, agilidade, flexibilidade e coordenação. Piruetas e mortais, típicos da ginástica artística, não são movimentos executados pela modalidade aeróbica. Seus eventos são divididos em cinco: individual feminino e masculino, pares mistos, trios e sextetos.<ref name=GASO /> De acordo com a FIG, o [[Brasil]] é o país com o maior número de praticantes da ginástica aeróbica, com mais 500 mil praticantes. Estados Unidos, [[Argentina]], [[Austrália]] e Espanha, são outros países de práticas destacadas.<ref name=GAER />
Este desportu- elaborada por Kenneth Cooper - foi inicialmente desenvolvida para o treinamento de astronautas. Mais tarde, a iniciativa fora continuada por Jane Fonda, que expandiu o programa técnica e comercialmente para se tornar a popular ''fitness aerobics''. Assim, a ginástica aeróbica surgiu no final da década de 1980 como forma de praticar exercícios físicos, voltada para o público em geral. Muito depois, tornou-se também um esporte competitivo para ginastas de alto nível. Quatorze anos mais tarde, a Federação Internacional organizou os campeonatos mundiais da modalidade, cuja primeira edição contabilizou a participação de 34 países.<ref name=GAER>{{citar web|url=http://www.ginasticas.com.br/ginasticas/gin_aerobica_historico.html|titulo= Ginástica Aeróbica - Histórico|acessodata=29 de agosto de 2009|publicado=Ginásticas.com}}</ref> Esta disciplina requer do ginasta um elevado nível de força, agilidade, flexibilidade e coordenação. Piruetas e mortais, típicos da ginástica artística, não são movimentos executados pela modalidade aeróbica. Seus eventos são divididos em cinco: individual feminino e masculino, pares mistos, trios e sextetos.<ref name=GASO /> De acordo com a FIG, o [[Brasil]] é o país com o maior número de praticantes da ginástica aeróbica, com mais 1000 mpraticantes. Estados Unidos, [[Argentina]], [[Austrália]] e Espanha, são outros países de práticas destacadas.<ref name=GAER />


=== [[Ficheiro:Olympic pictogram Gymnastics.png|30px]] Ginástica artística ===
=== [[Ficheiro:Olympic pictogram Gymnastics.png|30px]] Ginástica artística ===

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Ficheiro:Gymnast's-sculpture1.jpg
Escultura de uma ginasta anônima

A ginástica é um conceito, que engloba modalidades competitivas e não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental.

Desenvolveu-se, efetivamente, a partir dos exercícios físicos realizados pelos soldados da Grécia antiga, incluindo habilidades para montar e desmontar um cavalo e habilidades semelhantes a executadas em um circo, como fazem os chamados acrobatas. Naquela época, os ginastas praticavam o exercício nus (gymnos – do grego, nu), nos chamados gymnasios, patronados pelo deus Apolo. A prática só voltou a ser retomada - com ênfase desportiva e militar - no final do século XVIII, na Europa, através de Jean Jacques Rousseau, do posterior nascimento da escola alemã de Friedrich Ludwig Jahn - de movimentos lentos, ritmados, de flexibilidade e de força - e da escola suíça, de Pehr Henrik Ling, que introduziu a melhoria dos aparelhos na prática do esporte. Tais avanços geraram a chamada ginástica moderna, agora subdividida.

Anos mais tarde, a Federação Internacional de Ginástica fora fundada, para regulamentar, sistematizar e organizar todas as suas ramificações surgidas posteriormente. Já as práticas não competitivas, popularizaram-se e difundiram-se pelo mundo de diferentes formas e com diversas finalidades e praticantes.

Etimologia e significado

O termo ginástica originou-se do grego gymnádzein, que tem por tradução aproximada "treinar" e, em sentido literal, significa "exercitar-se nu", a forma como os gregos praticavam os exercícios.[1][2] Seu sentido advém da idéia primeira, que é a prática milenar de exercícios físicos metódicos, ao contrário da ginástica surgida como modalidade esportiva.

História: surgimento e evolução

Imagem datada do ano de 1851 mostra a prática gímnica masculina, ao ar livre e em grupo, nos primórdios da transformação à modalidade esportiva e posteriormente, competitiva

Milenar, a ginástica fez parte da vida do homem pré-histórico enquanto atividade física, pois detinha um papel importante para sua sobrevivência, expressada, principalmente, na necessidade vital de atacar e defender-se. O exercício físico utilitário e sistematizado de forma rudimentar era transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades. Mais tarde, na antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos apareceram nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo e na arte de atirar com o arco, além de figurar nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação militar de maneira geral.[2][3]

Como modalidade esportiva, a ginástica teve sua oficialização e regulamentação tardiamente, se comparada a seu surgimento enquanto mera condição de prática metódica de exercícios físicos, já encontrados por volta de 2.600 a.c., nas civilizações da China e da Índia. Esta modalidade começou a desenvolver-se pela prática grega, que a levou através do Helenismo e do Império Romano. Foram os gregos os responsáveis pelo surgimentos das primeiras escolas destinadas à preparação de atletas para exibições em público e nos ginásios.[1] Apresentado aos romanos, este esporte atingiu fins militares.[3] [4]

Na Idade Média, a ginástica perdeu sua importância, ressurgindo somente na fase renascentista e recuperando-se por volta do século XVIII,[1] após a publicação de Émile, livro de Jean Jacques Rousseau. Desse momento em diante, inúmeros educadores voltaram-se para o esporte, na busca de uma melhor elaboração de métodos especializados e escolas de educação física. Entre os destacados estão o espanhol Amoros, o alemão Friedrich Ludwig Jahn,[1] o suíço Pehr Henrik Ling e o dinamarquês Niels Bukh.[3][4] [5]

Com a evolução da educação física, a ginástica especializou-se, de acordo com as finalidades com que é praticada ou então em correspondência com os movimentos que a compõem. Enquanto modalidade esportiva, não parou de se desenvolver. Dentre as provas esportivas dos Jogos Olímpicos, é uma das mais antigas. Por isso e por seu desenvolvimento, sua história é constantemente confundida com a de sua primeira ramificação, a artística, o que não fere suas individualidades.[3]

Mais tarde, no princípio do século XIX, surgiu a entidade que passou a regrar as práticas do desporto: a Federação Européia de Ginástica (em francês: Fédération européenne de Gymnastique), fundada por Nicolas J. Cupérus e que contou com a participação de três países - Bélgica, França e Holanda. Em 1921 a FEG tornou-se a atualmente conhecida FIG, quando os primeiros dezesseis países não europeus foram admitidos na entidade, sendo os Estados Unidos, o primeiro. Nos dias atuais, é considerada a organização internacional mais antiga responsável pela estruturação da ginástica.[3][4] Mesmo sem carácter competitivo, a modalidade tem figurado em cerimônias de abertura de jogos, caracterizando-se como um dos pontos mais belos destes eventos, nos quais a criatividade, a plasticidade e a expressão corporal tornam-se presentes na participação sincronizada de um grande número de ginastas. Modernamente, a ginástica passou a ser dividida em cinco campos de atuação: condicionamento físico, de competições, fisioterapêuticas, de demonstração e de conscientização corporal.[1]

Presença, popularidade e categorização

A popularização da prática gímnica atingiu todo o mundo, presente nos mais variados grupos. Seus benefícios à saúde são reconhecidos e por isso, seus exercícios são amplamente utilizados, nas mais variadas formas e para as maiores finalidades. Presente na cultura humana desde a conhecida pré-história, a ginástica dividiu-se por diferentes ramificações, possui publicações didáticas e históricas, revistas especializadas, como a International Gymnasts,[6] e já apareceu, inclusive, em filmes, como o Gymkata de 1985 e o Little Girls in Pretty Boxes: The Making and Breaking of Elite Gymnasts and Figure Skaters de 1995.[7][8] Para os ginastas artísticos ainda existe o International Gymnastics Hall of Fame, a mais popular honraria concedida aos atletas e treinadores vitoriosos e inovadores.[9]

O ginasta e o praticante

Segundo o dicionário online de língua portuguesa, Priberam, o ginasta é a "pessoa que pratica ginástica como amador ou profissional", visto que sua definição de ginástica é a "arte de exercitar, de fortificar, de desenvolver o corpo por um certo número de exercícios físicos sob um conjunto de exercícios próprios para desenvolver as faculdades intelectuais."[10] Tal definição é válida também para a Federação Internacional, que tem por filosofia gímnica a ginástica para todos.[11] De acordo com o Dicionário Editora da Língua Portuguesa 2010, o ginasta pode ser um atleta e uma pessoa que pratica ginástica.[12] Então, pode-se afirmar que sobre o prisma da filosofia e da prática gímnica, o ginasta é todo aquele que pratica ginástica em suas variadas modalidades, seja em nível profissional competitivo ou em nível amador, competitivo ou não. Contudo, como não existem diferenças de nível amador e profissional para as modalidades não competitivas, o praticante é todo aquele que pratica ginástica com intuito do condicionamento físico e mental, ao contrário daqueles que precisam praticar ginástica para reabilitação, chamados então de pacientes.[13]

As categorias

Modernamente, a ginástica passou a ser dividida em cinco campos de atuação: condicionamento físico, de competições, fisioterapêuticas, de demonstração e de conscientização corporal. A de condicionamento físico engloba todas as modalidades que possuem o objetivo final de adquirir e manter a condição física de um praticante ou de um atleta; as de competição, como o próprio nome define, reúne todas as modalidades competitivas e abarcadas pela Federação Internacional; as ginásticas fisioterapêuticas abarcam todas aquelas práticas responsáveis pela utilização do exercício físico na prevenção ou tratamento de doenças e para reabilitação de acidentados; as de demonstração tem como principal função a interação social e o compartilhamento do aprendizado e da evolução gímnica, tendo como o maior exemplo, a Gymnaestrada; por fim, as de conscientização corporal focam-se em reunir novas propostas de abordagem do corpo na busca da solução de problemas físicos e posturais.[1]

Modalidades: as subdivisões competitivas

A ginástica moderna, regimentada pela Federação Internacional de Ginástica, incorpora seis modalidades distintas, com uma delas divida em duas ramificações de importância igual, que geram um total de sete, de acordo com a visão da federação. Uma dentre as demais, não competitiva, reúne no concreto, o conceito da ginástica em si:

Modalidade Principal evento Primeira aparição
Ginástica artística
(no Brasil, chamada também de olímpica)
Jogos Olímpicos 1896
Ginástica rítmica Jogos Olímpicos 1996
Trampolim acrobático Jogos Olímpicos 2000
Ginástica acrobática Campeonato Mundial 1974
Ginástica aeróbica Campeonato Mundial 1995
Ginástica geral Gymnaestrada 1953

Ginástica acrobática

Ver artigo principal: Ginástica acrobática
Trio acrobático em apresentação.

Embora a acrobacia, enquanto prática, tenha desenvolvido-se durante o século VIII, devido ao surgimento do circo, as primeiras competições do esporte datam do século XX, com o primeira realizada em 1973. Nesse mesmo ano, fora criada Federação Internacional de Esportes Acrobáticos, fundida, em 1998, à FIG.[14] Esta modalidade tem por objetivo o trabalho em grupo e a cooperação. Confiar no parceiro é habilidade imperativa para o trabalho em equipes, que consiste em beleza, dinâmica, força, equilíbrio, destreza, coordenação e flexibilidade.[14][15] Suas competições possuem cinco divisões: par feminino, par masculino, par misto, trio feminino e quarteto masculino. As rotinas são executadas em um tablado de 12x12 metros, em igual medida ao da prática artística. Os acrobatas em grupo devem executar três séries: de equilíbrio, dinâmica e combinada. Uma de Equilíbrio, uma Dinâmica e outra Combinada. As séries dinâmicas são mais ativas e com elementos de lançamentos com vôos do ginasta. As de equilíbrio valorizam os exercícios estáticos. Em níveis mais altos, a combinada é um misto das duas séries anteriormente citadas. Todas as apresentações são realizadas com música, a fim de enriquecer os movimentos corporais.[16]

Ginástica aeróbica

Ver artigo principal: Ginástica aeróbica

Este desportu- elaborada por Kenneth Cooper - foi inicialmente desenvolvida para o treinamento de astronautas. Mais tarde, a iniciativa fora continuada por Jane Fonda, que expandiu o programa técnica e comercialmente para se tornar a popular fitness aerobics. Assim, a ginástica aeróbica surgiu no final da década de 1980 como forma de praticar exercícios físicos, voltada para o público em geral. Muito depois, tornou-se também um esporte competitivo para ginastas de alto nível. Quatorze anos mais tarde, a Federação Internacional organizou os campeonatos mundiais da modalidade, cuja primeira edição contabilizou a participação de 34 países.[17] Esta disciplina requer do ginasta um elevado nível de força, agilidade, flexibilidade e coordenação. Piruetas e mortais, típicos da ginástica artística, não são movimentos executados pela modalidade aeróbica. Seus eventos são divididos em cinco: individual feminino e masculino, pares mistos, trios e sextetos.[16] De acordo com a FIG, o Brasil é o país com o maior número de praticantes da ginástica aeróbica, com mais 1000 mpraticantes. Estados Unidos, Argentina, Austrália e Espanha, são outros países de práticas destacadas.[17]

Ginástica artística

Ver artigo principal: Ginástica artística
Exibição no cavalo com alças, um dos seis aparelhos masculinos da ginástica artística.

Esta modalidade, por ser a mais antiga de todas, tem sua história constantemente confundida com a da própria ginástica. Enquanto cunho esportivo, a ginástica artística foi a primeira ramificação da ginástica em si, em matéria de combinação de exercícios sistemáticos. Praticada desde a Grécia antiga, a artística evoluiu com o surgimento dos centros de treinamento, idealizados e realizados pelo alemão Jahn, que criou e aperfeiçoou aparelhos como conhecidos hoje. Suas competições dividem-se em duas submodalidades, vistas pela FIG como modalidades diferentes e de igual importância às outras cinco: WAG (feminina) e MAG(masculina), com regras e aparelhos distintos. Enquanto os homens disputam oito provas - equipes, concurso geral, cavalo com alças, argolas, barras paralelas, barra fixa, solo e salto -, as senhoras disputam seis - equipes, individual geral, trave e barras assimétricas. Os ginastas devem mostrar força, equilíbrio, coordenação, flexibilidade e graça (este último, unicamente na WAG).[16]

Ginástica geral

Ver artigo principal: Gymnaestrada

A ginástica para todos traz a essência da prática para dentro da Federação Internacional, ou seja, é o conceito da própria ginástica, inserida na e para a federação. Historicamente, a origem desta modalidade não competitiva, está atrelada à trajetória da própria FIG e tem por significado a junção de todas as modalidades, que resultam em um conjunto de exercícios que visam os benefícios da prática constante. O importante é realizar os movimentos gímnicos com prazer e originalidade. Esta modalidade não é competitiva e pode ser praticada por todos independente de idade, porte ou aptidão física. em suma, a idéia da ginástica geral é a mesma da ginástica enquanto prática física descrita por Amoros.[18][19]

Por mostrar-se mais interessado pelos festivais de ginástica e pelos benefícios da modalidade do que pelas competições, o até então presidente Nicolas Cupérus, idealizou uma Gymnaestrada calcado na filosofia da ginástica geral, que representa a idéia primeira da ginástica em si. Falecido, não chegou a vê-lo realizado, pois só em 1953, o Festival Internacional de Ginástica, inspirado nas Lingiádas, que aconteciam na Suécia, teve sua primeira edição concretizada, em Roterdã.[19][20] É durante as Gymnaestradas, que os atletas e praticantes mostram a evolução do esporte e compartilham seus conhecimentos entre as nações.[19]

Ginástica rítmica

Ver artigo principal: Ginástica rítmica

Data do século XVI o primeiro relato acerca da prática da ginástica ligada ao rítmo. A partir disso, foram mais de duzentos anos até se tornar um conjunto uniforme de dança, levado à extinta União Soviética, onde passou a ser ensinado como um novo esporte. Mais tarde, obteve sua independência da modalidade artística - para a qual deixou a musicalidade - e um sistema organizado, com aparelhos e competições próprios, criados pelo alemão Medau e incentivado pela árbitra Berthe Villancher.[21] Em 1996, tornou-se um esporte olímpico, cem anós após a entrada da ginástica em Jogos Olímpicos.[22][23] Esta modalidade envolve movimentos de corpo em dança de variados tipos e dificuldades combinadas com a manipulação de pequenos equipamentos. Em suas rotinas, são ainda permitidos certos elementos pré-acrobáticos, como os rolamentos e os espacates. As atletas, durante suas apresentações, devem mostrar coordenação, controla e movimentos de dança harmônicos e sincronizados com as companheiras e a música.[16][22]

Ginástica de trampolim

Ver artigo principal: Trampolim acrobático
Dupla feminina em disputa no Campeonato Mundial de Ginástica de Trampolim, na cidade de Quebec, 2007

Ainda que seu surgimento seja impreciso, é sabido que na Idade Média os acrobatas de circo utilizavam tábuas de molas nem suas apresentações e os trapezistas realizavam novos saltos a partir do impulso realizado em uma rede de segurança. Contudo, apenas no início do século XX, apareceram as performances realizadas em "camas de pular", enquanto forma de entretenimento. Na história circense, Du Trampolin, aproveitou a impulsão da rede de proteção como forma de decolagem. Mais tarde, o aparelho sofreu um outro tipo de modificação, nos Estados Unidos, para atividade de queda e mergulho.[5]

Enquanto esporte, o trampolim foi criado por George Nissen, em 1936, e institucionalizado como modalidade esportiva nos programas de Educação Física em escolas, universidades e treinamentos de militares. Popularizado, é praticado por profissionais do esporte e amadores.[24] Como modalidade regida pela FIG, o trampolim consiste em liberdade, vôo e espaço. Inúmeros mortais e piruetas são executados a oito metros de altura e requerem precisão técnica e preciso controle do corpo. As competições são individuais ou sincronizadas para os homens e para as mulheres. São usados um e dois trampolins para um ou dois atletas de performances parecidas que devem executar uma série de dez elementos.[16][25]

Tumbling

Ver artigo principal: Tumbling

Esta, em contraposto ao que aparenta, não é uma prática nascida do trampolim acrobático, embora pertença ao mesmo grupo. Modalidade integrante dos Jogos Olímpicos de Los Angeles - 1932, teve como primeiro campeão do mundo, o norte-americano Rolando Wolf.[26] Nas décadas de 1960 e 1970 o tumbling atingiu maior popularidade na Europa Oriental, tendo gradualmente adquirido presença na Europa Ocidental, Estados Unidos, Ásia e Austrália. O tumbling é executado em uma pista elevada de 25 metros, que ajuda os acrobatas dando uma propulsão que os elevam até altura superior a de uma tabela de basquetebol. Durante a performance, o ginasta deve sempre demonstrar velocidade, força e habilidade, enquanto executa uma série de manobras acrobáticas. Mortais com múltiplos saltos e piruetas serão executados sempre em busca de uma performance próxima ao limite de altura e velocidade.[27][28]

Duplo-mini

Ver artigo principal: Duplo-mini trampolim

Considerado um esporte relativamente novo, o duplo-mini é um misto do trampolim acrobático e do tumbling: combina a corrida horizontal do tumbling com os saltos verticais do trampolim. Depois de uma pequena corrida, o atleta salta sobre um trampolim pequeno, duplamente nivelado, para executar um salto em um dos níveis, ressaltando no segundo, seguido imediatamente por um elemento que irá finalizar sobre o colchão de aterrissagem. O duplo-mini trampolim é semelhante em conceito a um trampolim de mergulho, porém usando um colchão em vez de água.[27]

Modalidades não competitivas

Além das modalidades regidas pela FIG, existem ainda outras, difundidas e popularizadas, cujos fins trabalham no patamar único das melhorias para o corpo e a mente, praticadas em academias, escritórios, residências, consultórios e ao ar livre; em grupos, individualmente e/ou como tratamento.

Contorcionismo

Ver artigo principal: Contorcionismo
Exibição contorcionista em dupla, no Cirque du Soleil. Espetáculo Alegria.

Historicamente, o contorcionismo era encontrado em ilustrações e esculturas no Egito, Grécia e Roma. O circo romano foi um dos impulsos para que esta modalidade perdurasse. Além das civilizações antigas esta arte também foi encontrada em meio aos Hindus, que realizavam diversas poses de contorção para atender ao benefício corporal e espiritual.[29] O contorcionismo é o chamado over da flexibilidade gímnica. É nessa modalidade, que os praticantes atingem flexão acima dos ditos limites do corpo. Seus exercícios são tipicamente desempenhados em circos, como o Cirque du Soleil, ou práticas que envolvam alongamento, como a yoga e o pilates, e constitui um número de espetáculo reconhecido e admirado no mundo, desde a Antiguidade. O contorcionismo consiste em executar movimentos de flexibilidade pouco comuns, como girar a coluna em até 180 graus e os braços em 360.[30] Um dos maiores representantes desta prática é o norte-americano Daniel Browning Smith.

Ginástica cerebral

Ver artigo principal: Ginástica cerebral

A chamada ginástica cerebral nasceu da necessidade de manter o cérebro constantemente exercitado. Para que todo o trabalho de resgate e cruzamento de informações aconteça com eficácia e rapidez, é preciso que o cérebro esteja com todos as duas sinapses devidamente desimpedidas, ativas, em forma e prontas para serem utilizadas. Só assim as informações arquivadas serão resgatadas no momento certo, no tempo necessário e circularão com rapidez, auxiliando nas decisões, com maior precisão, eficácia e agilidade.[31] Esta ginástica é praticada através de exercícios e movimentos coordenados do corpo que, executados de maneira apropriada, acessam e estimulam partes específicas do cérebro, antes pouco utilizadas e desconectadas do conjunto cerebral. É o objetivo da ginástica cerebral, estimular os hemisférios do órgão, para que trabalhem simultânea e integralmente, o que oferece a possibilidade de utilização do cérebro de maneira total, em todo o seu potencial.[31] Nascida na década de 1970, na Universidade da Califórnia, esta modalidade é trabalhada junto aos pricípios filosóficos e técnicos do tai chi chuan, da acupuntura e da yoga, a fim de aproveitar todo o pontencial do cérebro.[31]

Ginástica laboral

Ver artigo principal: Ginástica laboral

A ginástica laboral é definida como a realização de exercícios físicos no ambiente de trabalho, durante o horário de expediente, para promover a saúde dos funcionários e evitar lesões de esforços repetitivos e doenças ocupacionais. Além dos exercícios físicos, consiste em alongamentos, relaxamento muscular e flexibilidade das articulações. Apesar da prática da ginástica laboral ser coletiva, ela é moldada de acordo com a função exercida por cada trabalhador.[32] Nascida em 1925, na entre os operários poloneses, a ginástica laboral foi passada à Holanda, Rússica, Bulgária e Alemanha Oriental. Mais tarde, chegou ao Japão. Após a Segunda Guerra Mundial, o programa espalhou-se e evoluiu pelo mundo.[32]

Ginástica localizada e de academia

Exibição de ginástica aeróbica

A ginástica localizada é dita uma das formas mais tradicionais e populares de prática do exercício físico, dentre as demais modalidades não esportivas e consiste em exercícios priorizando séries para cada segmento muscular ou pelos segmentos articulares. Com duração de aproximados sessenta minutos, as práticas da ginástica localizada levam ao condicionamento físico, emagrecimento e fortalecimento muscular. Sua prática lembra a ginástica aeróbica[33]

A ginástica de academia, subdivide-se em categorias menores - como step, aeroboxe, body pump, tae fight e circuito -, consiste em um apanhado organizado de movimentos ginásticos, a fim de moldar o corpo e dar aos praticantes hábitos mais saudáveis.[2] É através da repetição, que a ginástica utilizada nas academias atinge resultados satisfatórios. Seus exercícios são trabalhados separadamente e para cada parte do corpo é realizada uma sequência de movimentação diferente, seja com pesos ou não, individual ou em grupo. Bem como a localizada, sua prática lembra a ginástica aeróbica, como assim também costuma ser chamada.[34]

Ginástica natural, corretiva, de compensação e de conservação

A ginástica natural possui os conceitos e fundamentos de métodos de séculos passados, fundamentada nos movimentos naturais do homem primitivo e nas atividades em contato com a natureza. No entanto, seus exercícios, para serem praticados ao ar livre e nas aulas para ambientes fechados, formam desenvolvidos e adaptados de uma forma única e com influências dos esportes praticados por Alvaro Romano, seu criador.[35] Com uma movimentação constante e várias combinações de movimentos, a ginástica natural tem como base a movimentação no solo do jiu-jitsu, os exercícios de força com o peso do próprio corpo, técnicas de alongamento e flexibilidade de forma dinâmica, acrescidos de técnicas de respiração. É um trabalho completo que desenvolve qualidades físicas como força, flexibilidade, coordenação e técnicas de respiração, que roporcionam ao praticante uma grande evolução no seu controle motor e mental.[35] A ginástica corretiva, por sua vez, é uma modalidade de prática individual, de uso da medicina, que visa a correção da coluna vertebral, bem como o tratamento de anomalias musculares e deformações congênitas.[13] Entre alguns desvios posturais que a corretiva é capaz de amenizar estão a escoliose e a hiperlordose.[36] As de compensação e de conservação possuem o mesmo caráter individual da corretiva, e visam a melhora postural do indivíduo antes da fase de correção.[37]

Hidroginástica

Ver artigo principal: Hidroginástica

A hidroginástica tem por finalidade melhorar a capacidade aeróbica e cardiorespiratória, a resistência e a força muscular, a flexibilidade e o bem-estar de seus praticantes. Possui a vantagem de poder ser praticada por pessoas de qualquer sexo e idade. A hidroginástica é uma opção alternativa para o programa de prática mais comum de exercícios, como a ginástica de academia. Sua eficácia vai de atletas em treinamento, gestantes, pessoas em fase de reabilitação, até as que estão acima ou abaixo do peso ou com algum tipo de deficiência.[38] Os exercícios aquáticos são divertidos, agradáveis, eficazes, estimulantes, cômodos e seguros. A hidroginástica permite a redução no esforço articular.[38]

A Federação Internacional

Ficheiro:FIG wiki.JPG
Logotipo

Todas as competições oficiais de ginástica e a Gymnaestrada são reguladas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG),[39] que estabelece normas e calendários para todos os eventos internacionais competitivos ou não. Fundada em 23 de julho de 1881, a FIG tem ainda a responsabilidade sobre o Código de Pontuação, a publicação que orienta os ginastas, técnicos e árbitros na elaboração, composição e avaliação das séries em todas as provas, e que ainda rege os resultados da modalidade, além de ser utilizado para pontuar os eventos da ginástica em nível internacional, como os Mundiais e os Jogos Olímpicos.

A FIG é também responsável pela realização dos Campeonatos Mundiais de Ginástica e pela Copa do Mundo de Ginástica Artística, realizada em várias etapas. Existem ainda diversas outras competições, a nível continental, nacional e regional.[40] Como filiadas diretas e responsáveis pelas federações nacionais, estão a União Europeia de Ginástica, a União Pan-americana, a União Asiática e a União Africana.[41]

Ver também

Referências

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  2. a b c «O que é ginástica». CopacabanaRunners. Consultado em 29 de agosto de 2009 
  3. a b c d e «A história da ginástica». Colégio São Francisco. Consultado em 29 de agosto de 2009 
  4. a b c «História da ginástica». Olimpiadas.br. Consultado em 29 de agosto de 2009 
  5. a b «História da ginástica». BiraFitness. Consultado em 29 de agosto de 2009 
  6. «International Gymnast» (em inglês). IG. Consultado em 13 de novembro de 2009 
  7. «Gymkata» (em inglês). IMDB. Consultado em 13 de novembro de 2009 
  8. «Little Girls in Pretty Boxes: The Making and Breaking of Elite Gymnasts and Figure Skaters» (em inglês). EW. Consultado em 13 de novembro de 2009 
  9. «International Gymnastics Hall of Fame» (em inglês). IGHF. Consultado em 30 de outubro de 2009 
  10. «ginasta». Dicionário Priberam. Consultado em 25 de novembro de 2009 
  11. «DEFINITION, GYMNASTICS FOR ALL» (em inglês). FIG site. Consultado em 25 de novembro de 2009 
  12. Dicionário Editora da Língua Portuguesa 2010 Acordo Ortográfico. Ed. Porto, Brasil 2009. ISBN 9789720014887
  13. a b «ginástica». Dicionário Priberam. Consultado em 25 de novembro de 2009 
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  15. «Ginástica acrobática». Ginásticas.com. Consultado em 29 de agosto de 2009 
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  18. «Ginástica para todos». Ginásticas.com. Consultado em 29 de agosto de 2009 
  19. a b c «Ginástica geral». edukbr.com. Consultado em 29 de agosto de 2009 
  20. «World Gymnaestrada in the past» (em inglês). FIG site. Consultado em 3 de agosto de 2009 
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  23. Molinari, Angela. «Ginástica Rítmica - Histórico». Ginásticas.com. Consultado em 29 de agosto de 2009 
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Ligações externas

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