L'Enfant maudit

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L'Enfant maudit
Autor(es) Honoré de Balzac
Idioma Francês
País  França
Gênero Romance histórico
Série Études philosophiques
Ilustrador Tony Johannot, E. Lampsonius, Bertall, H. Monnier, etc.
Editora Delloye e Lecou
Lançamento 1837
Cronologia
La Recherche de l'absolu
Adieu

L'Enfant maudit (em português O filho maldito) é um romance histórico de Honoré de Balzac publicado em 1837. Integra os Estudos filosóficos da Comédia Humana. "O Filho Maldito representa a transição do medievo para a modernidade e ilustra por meio das problemáticas familiares os conflitos entre o antigo modelo social e o novo: nobreza X burguesia."[1]

Histórico[editar | editar código-fonte]

L'Enfant maudit foi publicado primeiro em estado fragmentário na Revue des deux Mondes em 1831. Um segundo fragmento apareceu em La Chronique de Paris em 1836. A primeira edição completa, corrigida e ampliada, aparece em julho de 1837 na edição dos Estudos filosóficos da Comédia Humana de Delloye e Lecou. Depois disso o texto só sofreu pequenas variações nas reedições.

O romance divide-se em duas partes intituladas Como viveu a mãe e Como morreu o filho.

Resumo[editar | editar código-fonte]

Em 1591, na França, no tempo das guerras religiosas entre católicos e huguenotes, a doce Jeanne de Saint-Savin (Joana na edição em português organizada por Paulo Rónai), que amava um primo huguenote, precisou, para salvar seu amado e a família dele, desposar o velho e cruel conde de Hérouville, um realista da Normandia, na época sob as ordens do rei Henrique IV. Após seu casamento, Jeanne dá à luz um filho prematuro, que o conde bane do castelo, persuadido de que é ilegítimo. Étienne (Estêvão em português), esse "filho maldito", cresce numa casa de pescadores à beira-mar anexa ao castelo.

Anos mais tarde, as mortes súbitas da jovem condessa e depois de seu segundo filho, único herdeiro do domínio, lembram ao velho que a perpetuação da família agora depende do filho que ele havia rejeitado. Enquanto o conde precisa se afastar em uma missão, Étienne, isolado em sua ermida, é confiado a um médico que tem a missão de preparar o jovem para assumir os encargos e obrigações ligados a seu título de nobreza. Mas o jovem não tarda a se apaixonar por Gabrielle (Gabriela), a filha do médico. Quando o conde fica sabendo desse idílio recíproco, volta precipitadamente, acompanhado da condessa de Grandlieu e de sua filha. Ele ordena a Étienne que se case com esta última. O jovem, desafiando a cólera do conde, chama Gabrielle ao seu lado para reafirmar seu amor. O velho ergue uma lâmina sobre ela; o coração de Étienne cede dominado pelo terror, e sua amada cai morta junto com ele. O conde se oferece então para desposar a Srta. de Grandlieu.

Opiniões sobre a obra[editar | editar código-fonte]

Segundo Marcel Barrière, “uma das obras mais romanescas de Balzac, onde só há lugar para o ideal e as coisas do sentimento; um estudo de uma delicadeza refinada onde domina a expressão da dor dos mártires, junto com a de suas alegrias celestes [...] Balzac prodigalizou os tesouros mais ricos de sua sensibilidade e de seu gênio místico, que parece tomar emprestados de Platão”.[2] Mas Paulo Rónai, embora cite esta opinião de Barrière na sua Introdução a O Filho Maldito no volume XVI de A Comédia Humana organizada por ele, discorda, achando este texto uma "'melodramática história', em nada superior a inúmeras produções do baixo romantismo, sem nenhuma força convincente."

Referências

  1. Viviane da Silva Batista; et al. «UMA ANÁLISE DAS RELAÇÕES SOCIAIS A PARTIR DAS RELAÇÕES FAMILIARES NA OBRA O FILHO MALDITO, DE HONORÉ DE BALZAC». Consultado em 30 de agosto de 2023 
  2. Marcel Barrière, L’Oeuvre de H. de Balzac: Étude Littéraire et Philosophique sur La Comédie Humaine, p. 393, Paris: Calmann Lévy, Éditeiur, 1890.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Honoré de Balzac. "A comédia humana". Or. Paulo Rónai. Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume XVI.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]