Pedro Adão e Silva
Pedro Adão e Silva | |
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Ministro da Cultura da República Portuguesa | |
Período | 30 de março de 2022 até 2 de abril de 2024 |
Governo | XXIII Governo Constitucional |
Antecessor(a) | Graça Fonseca |
Sucessor(a) | Dalila Rodrigues |
Dados pessoais | |
Nome completo | Pedro Adão e Silva Cardoso Pereira |
Nascimento | 12 de maio de 1974 (51 anos) |
Nacionalidade | ![]() |
Alma mater | ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa [EUI – Istituto Universitario Europeo] |
Partido | Independente |
Ocupação | Político |
Pedro Adão e Silva (Lisboa, 1974) é sociólogo, docente universitário, comentador político e político português. Foi militante do Partido Socialista (PS), passando entretanto a independente, e foi Ministro da Cultura no XXIII Governo Constitucional da República Portuguesa.[1] Foi também comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Juventude e formação
[editar | editar código-fonte]Nasceu em Lisboa, em 12 de maio de 1974[2]. É neto de Armando Adão e Silva, fundador do MUD e oposicionista ao regime do Estado Novo.
Pedro Adão e Silva é licenciado em Sociologia pelo ISCTE-IUL (1997) [3] e doutorado em Ciências Sociais e Políticas pelo Instituto Universitário Europeu (2009).[4][5] Docente académico do ISCTE, é especializado em políticas públicas e políticas sociais e investigador do CIES.
Militância no Partido Socialista
[editar | editar código-fonte]Num perfil traçado em 2021, a revista Visão recordava que Pedro Adão e Silva começou a militar no PS aos 18 anos. Foi membro do Secretariado Nacional do partido, sob a liderança de Eduardo Ferro Rodrigues[6], mais tarde viria a desfiliar-se do partido, tornando-se independente.
Comissão de comemoração dos 50 do 25 de abril de 1974
[editar | editar código-fonte]Foi a escolha de António Costa para definir o programa das comemorações do meio século da Revolução.[5] De acordo com a resolução do Conselho de Ministros, o comissário executivo das comemorações teria uma remuneração de 3745,26 euros e 780,36 euros em despesas de representação, equiparado a diretor-geral da Administração Pública.[4] Surgiram inúmeras criticas pela sua nomeação, Partido Social Democrata (PSD), CDS – Partido Popular (CDS-PP), Chega (CH), Pessoas–Animais–Natureza (PAN) e Iniciativa liberal (IL) foram os partidos que mais criticaram a escolha.[7] Foi criticado por André Ventura por "receber um salário mensal de 4600 euros para um evento que dura apenas um dia" e Inês Sousa Real afirmou ser "incompreensível" os montantes exigidos por Adão e Silva, que podem chegar até aos 4525 euros por mês e a uma equipa de 12 pessoas.[7][8]
Em declarações à comunicação social, Adão e Silva explicou que deixaria de ser remunerado como professor no Iscte-iul (continuando a leccionar) e que o valor da sua remuneração seria o mesmo de várias estruturas de missão existentes no quadro da administração pública. As comemorações do 25 de abril foram pensadas para cobrir um arco temporal longo, iniciando-se no dia em que o país passou a ter mais dias de democracia do que de ditadura, terminando no final de 2026, ano em que se cumprem os 50 anos das primeiras eleições autárquicas e regionais.
Carreira governativa
[editar | editar código-fonte]No dia 30 de março de 2022, tomou posse como Ministro da Cultura.[9] Enquanto ministro da Cultura, o Orçamento do setor aumentou significativamente, o que foi sentido nomeadamente nos concursos de apoio às artes e no reforço do fundo de apoio ao cinema e turismo; denunciou o protocolo de comodato existente com o comendador Joe Berardo - o que tornou possível a abertura do MAC-CCB -; integrou a Coleção Ellipse na Coleção de Arte Contemporânea do Estado; determinou que os diretores-artísticos dos Teatros Nacionais passassem a ser escolhidos por concurso público internacional e levou a cabo uma reorganização orgânica da área dos museus e do património, o que levou à criação do Património Cultural, I.P. (que sedeou no Porto) e à empresa pública, Museus e Monumentos de Portugal. A revisão profunda do regime de mecenato que foi preparada durante o seu mandato acabaria por ser chumbada pelo Parlamento, já na legislatura seguinte, durante o Governo presidido por Luís Montenegro.
Adão e Silva teve declarações polémicas ao recuperar uma afirmação do General Ramalho Eanes em que este dizia que não se celebra o que divide. Nesse sentido, afirmou que o 25 de novembro de 1975 não não deveria ser celebrado no âmbito dos 50 anos do 25 de abril de 1974, pois "divide e diz pouco à sociedade".[10] Na sua perspetiva "todos os partidos, entidades e organizações devem promover as suas próprias celebrações", "têm de ser plurais naquilo que é a iniciativa da comissão [executiva], mas também têm de ser um momento para todos fazerem as suas próprias comemorações".[10] Após essa declaração o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa declarou "O 25 de Novembro é posterior ao 25 de Abril, cabe no processo revolucionário, merece, naturalmente – eu sempre o assinalei".[11]
Presença nos media
[editar | editar código-fonte]É habitual a sua presença em vários meios de comunicação:
- Foi comentador na RTP, na Sport TV, na TSF e na SIC-Notícias.
- Foi colunista de A Capital, do I, do Diário Económico e do Expresso.[12]
- Foi colunista no Record e na SurfPortugal.[13]
- É colunista no Público e comentador na CNN Portugal em oposição a Sebastião Bugalho.[14]
Referências
- ↑ «Composição do Governo». Portugal. Consultado em 7 de abril de 2022
- ↑ «Luís Artur de Freitas e Costa Cardoso Pereira». 14 Set 2005. Consultado em 11 de novembro de 2022
- ↑ «Currículo». CIÊNCIA-IUL. Consultado em 11 de novembro de 2022
- ↑ a b «Quem é Pedro Adão e Silva, o novo ministro da Cultura». SIC Notícias. 23 de março de 2022. Consultado em 7 de abril de 2022
- ↑ a b Francisco, Susete (10 de maio de 2021). «Pedro Adão e Silva. O académico surfista que passou de comentador a comentado». Diário de Notícias. Consultado em 7 de abril de 2022
- ↑ «Quem é Pedro Adão e Silva, o novo ministro da Cultura». SIC Notícias. 23 de março de 2022. Consultado em 7 de abril de 2022
- ↑ a b «PAN e Chega juntam-se a coro de críticas sobre Adão e Silva». Jornal de Notícias. 9 de junho de 2021. Consultado em 7 de abril de 2022
- ↑ «Ventura critica escolha de Adão e Silva: "Vai receber um salário mensal de 4600 euros"». Infocul. 8 de junho de 2021. Consultado em 7 de abril de 2022
- ↑ Cunha, Mariana Lima. «O comentador que já não comenta, a quebra do protocolo e o tropeção nas escadas. Assim começou o novo Governo». Observador. Consultado em 7 de abril de 2022
- ↑ a b Renascença (20 de março de 2022). «Pedro Adão e Silva: 25 de novembro foi marcante mas divide e diz pouco à sociedade - Renascença». Rádio Renascença. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ «Marcelo considera que 25 de Novembro também cabe nas comemorações do 25 de Abril». CNN Portugal. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ «Opinião Pedro Adão e Silva». PÚBLICO. 2 de maio de 2025. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ «As crónicas de Pedro Adão e Silva». www.record.pt. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ «Pedro Adão e Silva | CNN Portugal». cnnportugal.iol.pt. Consultado em 2 de maio de 2025
Precedido por Graça Fonseca |
Ministro da Cultura XXIII Governo Constitucional 2022 – 2024 |
Sucedido por Dalila Rodrigues |