João de Deus Pinheiro

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João de Deus Pinheiro
João de Deus Pinheiro
João de Deus Pinheiro
Ministro(a) de Portugal
Período IX Governo Constitucional

X Governo Constitucional

XI Governo Constitucional

XII Governo Constitucional

Dados pessoais
Nascimento 11 de julho de 1945 (78 anos)
Partido Partido Social Democrata
Profissão Engenheiro

João de Deus Rogado Salvador Pinheiro GCCGCIH (Lisboa, 11 de julho de 1945) é um engenheiro e político português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Agostinho de Matos Salvador Pinheiro e de sua mulher Maria de Lourdes Rogado Pereira.

Engenheiro químico, licenciado pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa (1970) e doutorado pela Universidade de Birmingham (1976), foi assistente na Universidade de Lourenço Marques (1970-1973), até ingressar na Universidade do Minho, onde prosseguiu a sua carreira como professor auxiliar (1976), professor associado (1977) e professor catedrático (1979). Foi vice-presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (1981-1982) e reitor da Universidade do Minho (1984-1985).

Militante do Partido Social Democrata, foi eleito deputado à Assembleia da República, nas IV, V e VI Legislaturas, e chamado a funções governativas. Foi secretário de Estado da Educação e Administração Escolar do VIII Governo Constitucional (1982-1983) e, sucessivamente, ministro da Educação (1985), da Educação e Cultura (1986-1987) e dos Negócios Estrangeiros (1987-1992), ao longo dos X, XI e XII Governos, respetivamente. Enquanto ministro da Educação e Cultura, tutelava também a Direção-Geral dos Desportos e foi ouvido, como testemunha, no processo judicial relativo aos pagamentos ilegais do governo à antiga Direção-Geral dos Desportos, tendo o juiz de instrução concluído pela existência de despachos ilegais emitidos por João de Deus Pinheiro, enquanto ministro da Educação e Cultura. O juiz de instrução criminal referiu que só não havia sido apurada a responsabilidade criminal de João de Deus Pinheiro tendo em consideração que o Ministério Público não havia procedido a qualquer investigação ou acusação contra João de Deus Pinheiro.[1] Foi um dos negociadores do Acordo de Brioni (1991), que pôs fim à guerra na Eslovénia. Foi encarregado de missão para a Reforma da Administração Pública portuguesa, nomeado pelo XV Governo (2003-2004).

Segundo Comissário Europeu português (1993-2000), foi também presidente do Conselho de Ministros do Conselho da Europa (1990) e do Conselho de Ministros da União Europeia (1992). Foi cabeça-de-lista do PSD às Eleições Europeias de 2004, eleito deputado e vice-presidente do Parlamento Europeu (2004-2009). Nas eleições legislativas de 2009 foi eleito deputado do PSD, pelo círculo de Braga, cargo que ocupou por apenas meia hora, por ter renunciado ao mandato invocando razões pessoais.[2]

Em julho de 1991, foi acusado pelo jornal O Independente de ter furtado uma manta de um avião da TAP, a que tinham direito os passageiros da classe executiva, depois de um voo Lisboa-Nova Iorque no cumprimento das suas funções. O assunto foi várias vezes levantado, nomeadamente por o seu partido (PSD) se ter coligado com o partido chefiado pelo diretor do jornal que divulgara o caso, Paulo Portas, então presidente do CDS-PP. No entanto, em janeiro de 1994, o jornal O Independente reconheceu a falsidade da notícia, alegando ter sido induzido em erro por fontes que julgava credíveis, e foi condenado a pagar uma indemnização à Associação de Pais e Amigos com Deficiência Mental de Braga, tendo sido também condenado a publicar um desmentido formal nos termos determinados pelo advogado de João de Deus Pinheiro. As fontes da falsa notícia terão sido José Manuel Durão Barroso, que lhe sucedeu como ministro dos Negócios Estrangeiros, e António Martins da Cruz.[3][1][4]

No âmbito empresarial, integrou o Conselho de Administração da Galp Energia (2000-2005), da Lusotur (desde 2000), da Lusomundo (2003-2005) e do Grupo Panatlântica (desde 2007). Foi membro do Conselho Superior da Fundação Ilídio Pinho (2001-2007), administrador da Fundação Robert Schumann (2005-2009), presidente da Assembleia-Geral da World Monument Fund (desde 2005) e do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (desde 2003).

Foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo a 9 de Junho de 1993 e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a 30 de Janeiro de 2006.[5] É conhecida a sua dedicação à escrita e à prática de golfe.

Casou com Maria Manuela Vieira Paisana, da qual tem uma filha e três filhos.

Recebe uma subvenção mensal vitalícia de 3967 euros desde 27 de outubro de 2009.[6]

Condecorações[5][7][editar | editar código-fonte]

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Eu, abaixo assinado (2001)
  • ... por Linhas Tortas (2002)

Funções governamentais exercidas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b A Mediatização do Escândalo Político em Portugal no Período Democrático: padrões de cobertura jornalística nos seminários de referência - Tese de doutoramento de Bruno Ricardo Vaz Paixão em Ciências da Comunicação, no ramo de Estudos do Jornalismo, apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
  2. «João de Deus Pinheiro foi deputado por meia-hora». RTP. 15 de outubro de 2009. Consultado em 30 de novembro de 2023 
  3. «DEUS PINHEIRO SEM CONSENSO NO PSD». Correio da Manhã. 1 de Abril de 2004. Consultado em 22 de Janeiro de 2021 
  4. António Araújo (5 de novembro de 2023). «João de Deus Pinheiro: ministro de capa e espada». Diário de Notícias. Consultado em 30 de novembro de 2023 
  5. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João de Deus Rogado Salvador Pinheiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  6. «Subvenções vitalícias» (PDF) 
  7. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "João de Deus Rogado Salvador Pinheiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 

Precedido por
José Augusto Seabra
Ministro da Educação
IX Governo Constitucional
1985
Sucedido por
o próprio
(como ministro da Educação e Cultura)
Precedido por
o próprio
(como ministro da Educação)
António Coimbra Martins
(como ministro da Cultura)
Ministro da Educação e Cultura
X Governo Constitucional
1985 – 1987
Sucedido por
Roberto Carneiro
(como ministro da Educação)
Manuel Maria Carrilho
(como ministro da Cultura)
(1995–2000)
Precedido por
Pedro Pires de Miranda
Ministro dos Negócios Estrangeiros
XI e XII Governos Constitucionais
1987 – 1992
Sucedido por
José Manuel Durão Barroso
Precedido por
Hans van den Broek
Países Baixos
Presidente do Conselho da União Europeia
Janeiro de 1992 – Junho de 1992
Sucedido por
Douglas Hurd
Reino Unido
Precedido por
António Cardoso e Cunha
Comissário Português na Comissão Europeia
1992 – 1999
Sucedido por
António Vitorino
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