Cultura castreja

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Mapa de difusão da cultura Castreja

A Cultura castreja desenvolveu-se no século VI a.C., numa ampla zona do noroeste da Península Ibérica, entre os rios Douro e Návia e a Oeste do Maciço Galaico, tendo desenvolvido um tipo muito peculiar de assentamentos, chamados castros, diferentes de outras áreas da Península.

Castro de Esposende

Os castros[editar | editar código-fonte]

Os castros eram povoados fortificados situados num lugar estratégico para facilitar a defesa da população. Tinham também que dispôr de acesso fácil a recursos alimentícios e água, pelo que se situavam habitualmente entre a zona de montes e prados e a de bosque e cultivos. Existiram castros de muitos tamanhos e tipos; entre estes destacam-se os da costa e os do interior. As plantas destes assentamentos são redondas: mais ou menos circulares ou ovaladas. No seu interior as construções, nas quais também dominam as formas circulares ou elípticas, distribuem-se sem ordem aparente, ainda que é possível que existisse algum tipo de organização e que os agrupamentos respondessem a algum tipo de função que se desconheça hoje.

Ainda que não se saiba exactamente o seu número; a quantidade total, para todo o território do noroeste (Portugal e Galiza), devia rondar os 4,000 ou 5,000, o que indica uma elevada densidade de povoação para a época.

"Durante dois terços do ano, os castrejos alimentam-se de bolotas, que secam e trituram e, depois, moem para fazer pão, que conservam por muito tempo[1]

Os povos castrejos[editar | editar código-fonte]

Casas laterais Cividade Terroso
Casa cividade terroso
Vista e recriação de um castro. Cividade de Terroso, Póvoa de Varzim

]Os povos castrejos (já conhecidos pelos Gregos com o nome de "Kallaikoi", ou seja, Galaicos) foram primeiramente invadidos desde a Lusitânia pelas tropas de Décimo Júnio Bruto Galaico em 134 a.C. chegando ate o Minho e definitivamente derrotados pelos Romanos no ano 19 a.C.. Os Romanos organizavam os territórios que dominavam em províncias, subdivididas em dioceses, conventos, municípios, e outras fórmulas, o que lhes permitia uma melhor administração, arrecadar impostos, exercer a justiça ou manter a segurança interior e exterior. Nos quase cinco séculos de dominação romana, o noroeste peninsular passou por diferentes fórmulas organizativas.

Provavelmente os romanos tiveram em conta a homogeneidade e particularidade cultural anterior à conquista. Porém, a Galécia ocupava, aproximadamente, a área cultural castreja que era bastante mais ampla que o território compreendido dentro dos limites administrativos da Galiza actual.

Para controlar a província romana da Galécia também se serviram da organização preexistente, uma organização caracterizada pela existência de diferentes povos (populi), cada um deles integrado à sua vez por um certo número de núcleos de povoação (os castros).

A cultura castreja, no período final, caracteriza-se pelas monumentais esculturas em granito. Estas esculturas representam heróis ou príncipes – os guerreiros galaicos – e berrões que provavelmente tinham uma função protectora. A joalharia castreja apresenta influências mediterrâneas e da Europa central, e são dela característicos o torque e os brincos.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]