Saltar para o conteúdo

Madre Teresa de Calcutá: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
bot: revertidas edições de 200.195.173.154 ( modificação suspeita : -97), para a edição 17295693 de TobeBot
Etiqueta: Seção eliminada
Linha 18: Linha 18:
}}
}}
'''Madre Teresa de Calcutá''', também chamada '''Beata Teresa de Calcutá''', cujo nome verdadeiro é '''Agnes Gonxha Bojaxhiu''' ([[Skopje]], [[26 de Agosto]] de [[1910]] — [[Calcutá]], [[5 de Setembro]] de [[1997]]), foi uma [[Missionário|missionária]] [[católica]] [[albaneses|albanesa]], nascida na [[República da Macedônia]] e [[naturalização|naturalizada]] [[Índia|indiana]], beatificada pela Igreja Católica em 2002. Considerada, por alguns, a missionária do [[século XX]], fundou a congregação "[[Missionárias da Caridade]]", tornando-se conhecida ainda em vida pelo coognome de ''"Santa das sarjetas"''.
'''Madre Teresa de Calcutá''', também chamada '''Beata Teresa de Calcutá''', cujo nome verdadeiro é '''Agnes Gonxha Bojaxhiu''' ([[Skopje]], [[26 de Agosto]] de [[1910]] — [[Calcutá]], [[5 de Setembro]] de [[1997]]), foi uma [[Missionário|missionária]] [[católica]] [[albaneses|albanesa]], nascida na [[República da Macedônia]] e [[naturalização|naturalizada]] [[Índia|indiana]], beatificada pela Igreja Católica em 2002. Considerada, por alguns, a missionária do [[século XX]], fundou a congregação "[[Missionárias da Caridade]]", tornando-se conhecida ainda em vida pelo coognome de ''"Santa das sarjetas"''.

== Biografia ==
Agnes Gonxha Bojaxhiu, nasceu em 26 de agosto de 1910, em Skopje, na Macedônia, filha de pais albaneses, numa família de três filhos, sendo duas moças e um rapaz. Freqüentou uma escola não católica.

Aos 12 anos, ouviu um [[Companhia de Jesus|jesuíta]] que era missionário na Índia dizer: “'''Cada qual em sua vida deve seguir seu próprio caminho'''”. Tais palavras a impressionaram e se determinou a '''dar um sentido à sua vida''', a entregar-se a serviço dos outros: fazer-se missionária. E já nesta idade procurou o referido jesuíta para saber como fazer isso, ao que o prudente homem respondeu que aguardasse a confirmação do tempo e da “'''voz de Deus'''”.

Seis anos mais tarde, cada vez mais convicta de sua vocação, solicitou a admissão na [[Congregação das Irmãs do Loreto]] que trabalhava em [[Bengala]], mas teve primeiro de aprender a língua inglesa em [[Dublim]]. De Dublim foi enviada para a [[Índia]] em [[1931]] a fim de iniciar seu [[noviciado]] em [[Darjeeling]] no colégio das Irmãs de [[Calcutá]].

No dia [[24 de maio]] de 1931, fez a profissão religiosa, e emitiu os votos temporários de pobreza, castidade e obediência tomando o nome de "Teresa". A origem da escolha deste nome residiu no fato de ser em honra à monja [[França|francesa]] [[Teresa de Lisieux]], padroeira das missionárias, canonizada em [[1927]] e conhecida como Santa Teresinha.

De Darjeeling passou para Calcutá, onde exerceu, durante os [[anos 30]] e [[anos 40|40]], a docência em [[Geografia]] no colégio bengalês de Sta Mary, também pertencente à congregação de Nossa Senhora do Loreto. Impressionada com os problemas sociais da Índia, que se refletiam nas condições de vida das crianças, mulheres e velhos que viviam na rua e em absoluta miséria, fez a profissão perpétua a [[24 de maio]] de [[1937]].

Com a partida do colégio, tirou um curso rápido de [[enfermagem]], que veio a tornar-se um pilar fundamental da sua tarefa no mundo.

Em [[1946]], decidiu reformular a sua trajetória de vida. Dois anos depois, e após muita insistência, o [[Papa Pio XII]] permitiu que abandonasse as suas funções enquanto monja, para iniciar uma nova congregação de caridade, cujo objetivo era ensinar as crianças pobres a ler. Desta forma, nasceu a sua Ordem – As Missionárias da Caridade. Como hábito, escolheu o [[sári]], nas cores — justificou ela — "''branco'', por significar [[pureza]] e ''azul'', por ser a cor da [[Virgem Maria]]". Como princípios, adotou o abandono de todos os bens materiais. O espólio de cada irmã resumia-se a um prato de esmalte, um jogo de roupa interior, um par de sandálias, um pedaço de sabão, uma almofada e um colchão, um par de lençóis, e um balde metálico com o respectivo número.

Começou a sua atividade reunindo algumas crianças, a quem começou a ensinar o [[alfabeto]] e as regras de [[higiene]]. A sua tarefa diária centrava-se na angariação de donativos e na difusão da palavra de alento e de confiança em [[Deus]].

No dia [[21 de dezembro]] de [[1948]], foi-lhe concedida a nacionalidade indiana. A partir de [[1950]] empenhou-se em auxiliar os doentes com [[lepra]].

Em [[1965]], o [[Papa Paulo VI]] colocou sob controle do papado a sua congregação e deu autorização para a sua expansão a outros países. Centros de apoio a leprosos, velhos, cegos e doentes com [[HIV]] surgiram em várias cidades do mundo, bem como escolas, [[orfanato]]s e trabalhos de reabilitação com presidiários.

=== Servindo ao mundo ===
Ao primeiro lar infantil ou "Sishi Bavan" (Casa da Esperança), fundada em [[1952]], juntou-se o "Lar dos Moribundos", em [[Kalighat]].

Mais de uma década depois, em [[1965]], a [[Santa Sé]] aprovou a Congregação [[Missionárias da Caridade]] e, entre [[1968]] e [[1989]], estabeleceu a sua presença missionária em países como [[Albânia]], [[Rússia]], [[Cuba]], [[Canadá]], [[Palestina]], [[Bangladesh]], [[Austrália]], [[Estados Unidos da América]], [[Sri Lanka|Ceilão]], [[Itália]], antiga [[União Soviética]], [[China]], etc.

O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se com o [[Templeton Prize]], em [[1973]], e com o [[Nobel da Paz]], no dia [[17 de outubro]] de [[1979]].

Morreu em 1997 aos 87 anos, de ataque cardíaco, quando preparava um serviço religioso em memória da Princesa [[Diana de Gales]], sua grande amiga e falecida ela própria 6 dias antes, num acidente de automóvel em Paris. Tratado como um [[funeral]] de Estado, vários foram os representantes do mundo que quiseram estar presentes para prestar a sua homenagem. As televisões do mundo inteiro transmitiram ao vivo durante uma semana, os milhões que queriam vê-la no estádio Netaji. No dia [[19 de outubro]] de [[2003]], o [[Papa João Paulo II]] [[Beatificação|beatificou]] Madre Teresa.

O seu trabalho missionário continua através da [[irmã Nirmala]], eleita no dia [[13 de março]] de [[1997]] como sua sucessora.

Um de seus pensamentos era este: “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”.


== A "noite escura" de Madre Teresa ==
== A "noite escura" de Madre Teresa ==

Revisão das 13h30min de 19 de outubro de 2009

Madre Teresa de Calcutá
Madre Teresa de Calcutá
Nome completo Agnes Gonxha Bojaxhiu
Nascimento 26 de agosto de 1910
Skopje, Macedônia
, Império Otomano
Morte 5 de setembro de 1997 (87 anos)
Calcutá, Bengala Ocidental
 Índia
Ocupação missionária católica

Madre Teresa de Calcutá, também chamada Beata Teresa de Calcutá, cujo nome verdadeiro é Agnes Gonxha Bojaxhiu (Skopje, 26 de Agosto de 1910Calcutá, 5 de Setembro de 1997), foi uma missionária católica albanesa, nascida na República da Macedônia e naturalizada indiana, beatificada pela Igreja Católica em 2002. Considerada, por alguns, a missionária do século XX, fundou a congregação "Missionárias da Caridade", tornando-se conhecida ainda em vida pelo coognome de "Santa das sarjetas".

A "noite escura" de Madre Teresa

Uma coleção de cartas dirigidas a uns poucos conselheiros espirituais e recolhidas no livro "Madre Teresa venha, seja minha luz" (Mother Teresa: Come Be My Light) publicado em 4 de setembro de 2007, traduzido e publicado no Brasil pela editora Thomas Nelson, organizado pelo Padre Brian Kolodiejchuk, postulador da causa da sua canonização revelaram, segundo alguns, dúvidas profundas de madre Teresa sobre sua fé em Deus, provocando discussões sobre uma possível posição agnóstica.

Madre Teresa, em suas cartas, descreveu como sentia falta de respostas de Deus.[1] Em 1956 escreveu: "Tão profunda ânsia por Deus - e ... repulsa - vazio - sem fé - sem amor - sem fervor. Almas não atrai - O céu não significa nada - reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo." Em 1959: "Se não houver Deus - não pode haver alma - se não houver alma então, Jesus - Você também não é real."[1]

Uma de suas cartas ao Padre Neuner dizia: "Pela primeira vez ao longo de 11 anos - cheguei a amar a escuridão. - Pois agora acredito que é parte, uma parte muito, muito pequena da escuridão e da dor de Jesus neste mundo. O Senhor ensinou-me a aceitá-la [como] um 'lado espiritual de sua obra', como escreveu. - Hoje senti realmente uma profunda alegria - que Jesus já não pode passar pela agonia - mas que quer passar por mim. - Abandono-me a Ele mais do que nunca. - Sim - mais do que nunca estarei à disposição."

No entanto, o texto de suas cartas não deve afetar a campanha por sua santificação, já que a Igreja defende que outros santos também demonstraram dúvidas em relação a sua fé, como por exemplo São Tomé.[1]

  • A crise espiritual.

Segundo o postulador da causa da canonização de Madre Teresa e autor do livro, a sua crise espiritual começou nos anos 50, logo após a fundação da ordem das Missionárias da Caridade; a partir daí "viveu uma grande fase de escuridão interior que se prolongou até a sua morte". "Sabia que estava unida a Deus, mas não conseguia sentir nada"[2] Este fenômeno é conhecido na tradição e na teologia mística cristã, e foi São João da Cruz quem o chamou de noite escura do espírito, o que considera uma etapa no caminho de alguns santos no caminho de identificação com Deus.

  • Silêncio divino.

Bento XVI comentando as cartas disse que este silêncio serve para que os crentes percebam a situação daqueles que não acreditam em Deus. Falando sobre as experiências místicas da beata disse que "tudo aquilo que já sabíamos se mostra agora ainda mais abertamente: com toda a sua caridade, a sua força de fé, Madre Teresa sofria com o silêncio de Deus".[3]

  • Antídoto contra o sentimentalismo.

Kolodiejchuk enxerga na atitude da beata um antídoto contra o sentimentalismo: "A tendência em nossa vida espiritual, e também na atitude mais geral relativamente ao amor, é que o que conta são os nossos sentimentos. Assim a totalidade do amor é o que sentimos. Mas o amor autêntico a alguém requer o compromisso, fidelidade e vulnerabilidade. Madre Teresa não "sentia" o amor de Cristo, e poderia ter cortado, mas levantava-se às 4:30 h. cada manhã por Jesus e era capaz de escrever-lhe: Tua felicidade é o único que quero. Este é um poderoso exemplo, inclusive em termos não puramente religiosos."[4]

  • Santa da escuridão.

O jornal The New York Times em editorial de 5 de setembro de 2007 assinala que Madre Teresa em uma de suas cartas afirma que se alguma vez chegarei a ser santa, seguramente o serei da escuridão. O editorial cita a jornalista e escritora Flannery O’Connor, católica, que passou por uma difícil enfermidade de natureza degenerativa, que escreveu que existem pessoas que "pensam que a fé é um grande cobertor elétrico, quando é com certeza a cruz". O artigo procura estabelecer um paralelismo entre o sofrimento dessas duas mulheres quando considera que "ambas não falaram sobre o seu próprio sofrimento e continuaram a trabalhar. "Madre Teresa, enferma de nostalgia por um sentido do divino, manteve a fé com os enfermos de Calcutá", conclui o editorial.[5]

Michael Gerson, colunista do Washington Post, a respeito da "noite escura" de Madre Teresa, escreve que este fato interior e o contraste externo de sua alegria e sorriso não podem ser considerados como se fosse hipocrisia. Afirma que "Há uma espécie de valentia na perda da ilusão sem perder o coração" e que "a santidade tem que ver mais com obediência que com sentimentos espirituais, que a fé pode coexistir com o sofrimento e a dúvida, que a santidade pode ser mais áspera e mais difícil do que imaginamos".[6]

Deus Caritas Est

Bento XVI na sua encíclica Deus caritas est, de 25 de dezembro de 2005, "sobre o amor cristão", cita Madre Teresa como exemplo de pessoa de oração e ao mesmo tempo de fé operativa:

A piedade não afrouxa a luta contra a pobreza ou mesmo contra a miséria do próximo. A beata Teresa de Calcutá é um exemplo evidentíssimo do fato que o tempo dedicado a Deus na oração não só não lesa a eficácia nem a operosidade do amor ao próximo, mas é realmente a sua fonte inexaurível. Na sua carta para a Quaresma de 1996, essa beata escrevia aos seus colaboradores leigos: 'Nós precisamos desta união íntima com Deus na nossa vida cotidiana. E como poderemos obtê-la? Através da oração.[7]

Críticas

Madre Teresa, apesar de sua veneração pelos católicos, é fortemente atacada por diversos estudiosos como Christopher Hitchens [8][9] e Richard Dawkins.

Em seu livro The Missionary Position: Mother Teresa in Theory and Practice, Christopher Hitchens levanta questões, como o desvio de dinheiro de doações para proveito próprio de sua irmandade, promovendo o sofrimento dos pobres como um meio de arrecadar fundos. O livro de Christopher Hitchens levanta, também, questões acerca do relacionamento da madre com figuras como Jean-Claude Duvalier e o economista Charles Keating, responsável pelo roubo de dezessete mil investidores, de um montante de 250 milhões de dólares, tendo efetuado uma doação de 1,25 milhões à irmandade de madre Teresa, que não se posicionou sobre o caso.

Sanal Edamaruku, presidente do grupo Rationalist International, no dia da beatificação da freira, a acusou de mostrar uma imagem distorcida de Calcutá, onde o grupo da religiosa nem se faz tão presente. Sanal demonstrou que diversos argumentos e fatos defendidos pela freira são sem fundamentos ou manipulados para se adequar à sua visão de pobreza, e que os abrigos da irmandade de Teresa serem construídos de modo desorganizado, tornando-se focos de contaminação e desordem.[carece de fontes?]

Foi beatificada em 19 de outubro de 2003, com a ocorrência de um milagre ocorrido com Monica Besra, uma indiana, que foi curada de um tumor no ovário após tocá-lo com uma medalha de Madre Teresa.[carece de fontes?]



Referências

  1. a b c Trotta, Daniel (24 de Agosto de 2007). Cartas revelam dúvidas de madre Teresa sobre sua fé em Deus. [1]
  2. Entrevista de Kolodiejchuk ao La Stampa
  3. Papa comenta "noite escura"
  4. Entrevista de Kolodiejchuk
  5. «New York Times, Editorial» (em inglês)  Visitado em 21.out.2007
  6. The Torment of Teresa by Michael Gerson (Washington Post, Wednesday, September 5, 2007; Page A21) Visitado em 21 out. 2007.
  7. Deus caritas est. nº.36
  8. Christopher Hitchens' critiques of specific individuals#Mother Teresa, and articles "Saint to the rich" in Salon.com, September 1997 and "Mommie Dearest" in Slate.com, 20 October 2003, both by Christopher Hitchens.
  9. Hitchens, Christopher. The Missionary Position: Mother Teresa in Theory and Practice. London: Verso, 1996. ISBN 1-85984-054-X

Ligações externas

Precedido por
Anwar Al Sadat e Menachem Begin
Nobel da Paz
1979
Sucedido por
Adolfo Pérez Esquivel
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Madre Teresa de Calcutá

Predefinição:Link FA