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Uveíte

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Uveíte com hipopion

A uveíte ou uveítes são um conjunto[1] de doenças nos olhos, decorrente de uma inflamação da úvea, que é formada pela íris, corpo ciliar e coróide.

As uveítes podem estar ligadas a doenças sistêmicas infecciosas e não infecciosas ou idiopática(causa desconhecida). A prevalência estimada de uveíte no Brasil é de 150 mil pessoas com a doença[2]. A uveíte afeta aproximadamente 1 em 4500 pessoas e é mais comum entre as idades de 20 a 60 anos, sendo homens e mulheres afetados igualmente.[3]

Classificação

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A uveíte pode ser classificada por meio de sua localização no olho como anterior (na frente), intermediária(no meio), posterior (no fundo) e pan-uveíte (todo). No ocidente, a maioria dos casos são anteriores e no oriente as posteriores são mais comuns. A área afetada se diferencia por provável causas, diagnóstico e sintomatologia[4]:

  • Uveíte anterior ou iridociclite: A inflamação da íris e dos corpos ciliares. A maioria dos casos de uveíte são anteriores. Esta condição pode ocorrer como um único episódio, mas frequentemente é recorrente ou crônica. Geralmente a causa é desconhecida, genética ou mediada pelo sistema imune.
  • Uveíte intermediária ou vitrite: A inflamação da úvea na cavidade vítrea, às vezes com deposição de material inflamatório na pars plana. Ao exame de imagem se observam "bolas de neve", células inflamatórias no vítreo.
  • Uveíte posterior ou coriorretinite: é a inflamação da retina e da coroide. Causa perda da acuidade visual, geralmente é de causa infecciosa.
  • Pan-uveíte: A inflamação de todas as camadas da úvea (Íris, corpo ciliar e coroide).

Sinais e sintomas

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Uveíte anterior, uma das causas de olho vermelho.

A manifestação da uveíte[5] é muito variada. A uveíte pode causar olho vermelho[6], sensação de ver moscas voando, lacrimejar, dor ou incômodo, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e/ou perda da acuidade visual.

No Brasil, a causa mais comum de uveíte anterior são as doenças autoimunes e/ou predisposição genética, e da uveíte posterior são infecciosas[7].

Não-infecciosas

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Muitas doenças mediadas pelo sistema imune causam uveítes. Frequentemente estão associada com artrites HLA-B27. As causas não-infecciosas são mais frequentes que as infecciosas e incluem[8]:

A uveíte pode ser uma resposta imune para combater uma infecção no interior do olho. As possíveis infecções incluem:

Em recém-nascidos

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Em recém-nascidos pode estar associado com a corioretinite(infecção da úvea posterior, coroide, e da retina) é transmitida pela mãe no parto por uma STORCH (Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus ou Herpes).[9]

O diagnóstico inclui exame de fundo dilatado para descartar afectação da úvea posterior, que se apresenta com manchas brancas na retina juntamente com retinite e vasculite. Como as causas são muitas vários testes de laboratórios geralmente são necessários para diagnosticar doenças sistêmicas específicas, incluindo testes reumatológicos (por exemplo, anticorpo antinuclear e fator reumatóide) e sorologia para doenças infecciosas (sífilis, toxoplasmose, tuberculose).

O principal teste de antígeno de histocompatibilidade pode ser realizado para investigar a suscetibilidade genética à uveíte. Os antígenos mais comuns são o HLA-B27, o HLA-A29 (em coriorretinopatia associada a aves) e o HLA-B51 (em doença de Behçet).

A radiografia por radiologia pode ser usada para mostrar artrite coexistente e a radiografia de tórax pode ser útil na sarcoidose e tuberculose. Tomografia ou ressonância magnética também podem ser úteis nessas doenças sistêmicas.

O tratamento das uveítes se faz, na maioria dos casos, através de medicação (oral e colírios), raramente intra-ocular. O tratamento obviamente depende da causa. Doenças autoimunes são tratadas com corticóides ou imunossupressores. Antes da administração de corticosteroides, a presença de úlceras na córnea deve ser descartada. Isso é feito usualmente usando corante fluorescente.[10]

As uveítes bacterianas tratadas com antibiótico e as herpéticas com antivirais, como aciclovir.

O metotrexato é freqüentemente usado para casos recorrentes ou mais agressivos de uveíte autoimune. Tratamentos experimentais com Infliximab ou outras infusões anti-TNF podem ser úteis.

Em alguns casos agudos, uma injeção de acetato de triancinolona subtenoniana posterior pode ser administrada para reduzir o inchaço do olho e preservar a visão. Se não for tratada pode causar cegueira.

Antidiabéticos como a metformina podem inibir o processo que causa a inflamação na uveíte.[11]

Referências

  1. «SBU - Uveítes Brasil». www.uveitesbrasil.com.br. Consultado em 12 de abril de 2016 
  2. «Uveíte» (PDF). Pesquisa sobre Uveítes. Hospital Israelita Abert Einstein. 2015. Consultado em 12 de abril de 2016 
  3. Chang JH, Wakefield D (December 2002). "Uveitis: a global perspective". Ocular Immunology and Inflammation. 10 (4): 263–79. doi:10.1076/ocii.10.4.263.15592. PMID 12854035.
  4. Jabs DA, Nussenblatt RB, Rosenbaum JT. Standardization of Uveitis Nomenclature (SUN) Working Group. Standardization of uveitis nomenclature for reporting clinical data. Results of the First International Workshop. Am J Ophthalmol 2005;140:509-516.
  5. «Bem-vindo ao site do Instituto Benjamin Constant». www.ibc.gov.br. Consultado em 12 de abril de 2016 
  6. «Uveíte - Site Drauzio Varella». Site Drauzio Varella. Consultado em 12 de abril de 2016 
  7. «Uveíte – o que é, causas, sintomas, tratamento, tem cura?». www.saudebemestar.pt. Consultado em 12 de abril de 2016 
  8. White G. "Uveitis." Archived 2013-08-23 at the Wayback Machine. AllAboutVision.com. Retrieved August 20, 2006.
  9. STORCH – Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes (Parte 1)
  10. https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/003845.htm
  11. http://www.antaranews.com/en/news/81923/diabetes-drug-could-treat-leading-cause-of-blindness

Ligações externas

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