Língua neoaramaica ocidental: diferenças entre revisões
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{{Multitag|mnot|corr|data=agosto de 2019}} |
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{{Info/Língua |
{{Info/Língua |
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|nome =Neoaramaico ocidental |
|nome =Neoaramaico ocidental |
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|nomenativo =(ܣܪܝܘܢ )ܐܰܪܳܡܰܝ |
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|nomenativo =''siryon'' • ܐܪܡܝܬ • ''aramîth'' • آرامي • ''ārāmī'' |
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Siryōn (Arōmay) |
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|estados=[[Síria]] |
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|pronúncia= [sirˈjo:n]<ref>{{citar web|url=https://en.wikipedia.org/wiki/Help:IPA|título=IPA}}</ref> |
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|região=Montanhas do [[Antilíbano]] - Ma'loula, Bakh'a e Jubb'adin. |
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|falantes={{formatnum:15000}}(1996) |
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|estados={{flag|Síria}} |
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||corfamília=Afro-asiática |
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|região=Montanhas do [[Antilíbano]] -[[Ma'loula|Maalula]] e Jubb'adin. |
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|falantes={{formatnum:30.000 mil}} (2023)<ref>{{Citar web|ultimo=Eberhard|primeiro=|ultimo2=Simons|primeiro2=Gary|url=https://www.ethnologue.com/language/amw/|titulo=Western Neo-Aramaic {{!}} Ethnologue Free|acessodata=2024-03-13|website=Ethnologue (Free All)|lingua=en}}</ref> |
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|corfamília=Afro-asiática |
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|fam2=[[Línguas semíticas|Semítica]] |
|fam2=[[Línguas semíticas|Semítica]] |
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|fam3=[[Línguas semíticas centrais|Semítica |
|fam3=[[Línguas semíticas centrais|Semítica Central]] |
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|fam4=[[Línguas semíticas do noroeste| Semítica do Noroeste]] |
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|fam4=[[Aramaico|Aramaica]] |
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|fam5=Aramaica |
|fam5=[[Aramaico|Aramaica]] |
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|fam6= Aramaico Ocidental |
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|iso3=amw |
|iso3=amw |
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|notice=IPA |
|notice=IPA |
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|mapa = [[Imagem:Maaloula 7.jpg|Maaloula_7|miniatura|centro|250px| Localização das cidades de Maalula e Jubb'adin]]}} |
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O '''neoaramaico ocidental''' (liššōna arōmay), também conhecido como '''''siryoon''''' |
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O '''neoaramaico ocidental''', também conhecido como '''''siryoon''''', é uma forma moderna da [[Aramaico|língua aramaica]], até à [[guerra civil síria]] falada em três vilarejos das montanhas do [[Antilíbano]] no oeste da [[Síria]]<ref>{{citar web|url=http://www.tertullian.org/rpearse/oriental/Brock_Introduction.pdf|título=An Introduction to Syriac Studies|acessodata=31 de outubro de 2014|ultimo=Brock|primeiro=Sebastian|formato=PDF|língua=en|citacao=A Western Aramaic dialect survives only in three villages in the Anti-Lebanon (two Muslim, and one—Ma‘lula—Christian)}}</ref> (uma das aldeias foi destruída na guerra). É a única [[Línguas neoaramaicas|língua neoaramaica]] ainda viva dentre aquelas do ramo neoaramaico ''ocidental''. As demais línguas aramaicas ainda faladas são do ramo ''oriental''. |
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,{{Sfn| King|2018| p = 54}} é uma forma moderna da [[Aramaico|língua aramaica]] e falada por aproximadamente 30.000 mil pessoas.<ref name=":0" /><ref name=":1">{{Citar web|url=http://www.2018-2019.eurias-fp.eu/fellows/werner-arnold|titulo=Werner Arnold {{!}} European Institutes for Advanced Study (EURIAS) Fellowship Programme {{!}} 2018-2019|acessodata=2024-03-19|website=www.2018-2019.eurias-fp.eu}}</ref> |
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Atualmente, utilizada por [[cristianismo sírio|cristãos sírios]] e por [[muçulmano]]s [[sírios]] em dois vilarejos chamados: [[Maalula]] e Jubb'adin.<ref name=":2" /> Até a [[Guerra Civil Síria]], a língua também era falada na [[aldeia]] de [[Al-Sarkha (Bakh'a)|Bakh'a]], entretanto a aldeia foi destrída na [[guerra]]. Os falantes foram forçados a se refugiar em outras regiões sírias e no [[Libano|Líbano]].<ref>{{Citar web|ultimo=Ro|url=http://nyudraa.blogspot.com/2008/03/aramaico-moderno.html|titulo=Aramaico Moderno|data=19-03-2008|acessodata= 2024-03-13|website=ܞ ARAMAICO BRASIL ܞ}}</ref> |
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==Distribuição e história == |
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O dialeto neoaramaico ocidental é provavelmente o remanescente sobrevivente de um dialeto aramaico do Meio Oeste que foi falado ao longo da área do vale do [[rio Orontes]] área do Vale e nas montanhas do Antilíbano no {{séc|VI}}. Atualmente ele é falado apenas pelos moradores de [[Maalula|Ma'lula]] (علولة) e [[Jubb Adin]] (جبعدين), no Antilíbano (atual [[Síria]]), cerca de 60 km a nordeste de [[Damasco]]; era também falado em [[Al-Sarkha (Bakh'a)|Bakh'a]] (بخعة), na mesma região, mas esta foi destruída na guerra civil.<ref>{{citar web|url=https://www.aymennjawad.org/2020/01/the-village-of-bakha-in-qalamoun-interview|título=The Village of Bakh'a in Qalamoun: Interview|acessodata=9 de dezembro de 2023|ultimo=Al-Tamimi|primeiro=Aymenn Jawad|data=26 de janeiro de 2020|obra=Aymenn Jawad Al-Tamimi|língua=Inglês}}</ref> A continuação deste pequeno grupo de aramaico em um domínio quase total de [[língua árabe]] é em parte devido ao relativo isolamento das aldeias e da união entre as suas comunidades. Hoje ele é um idioma ameaçado de extinção devido aos [[Batalha de Maalula|conflitos religiosos]] presentes na região.<<ref>{{citar web|url=https://www.theglobeandmail.com/news/world/language-of-jesus-still-spoken-in-syrian-village-but-at-risk/article18064248/|título=Why the language of Jesus is at risk|acessodata=9 de dezembro de 2023|ultimo=Jayoush|primeiro=Kinda|data=17 de abril de 2014|obra=Globe and Mail|língua=Inglês}}</ref> |
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É utilizada na região das [[Antilíbano| Montanhas do Antilíbano]] no oeste da [[Síria]],<ref name=":2">{{citar web|url=http://www.tertullian.org/rpearse/oriental/Brock_Introduction.pdf|título=An Introduction to Syriac Studies|acessodata=31 de outubro de 2014|ultimo=Brock|primeiro=Sebastian|formato=PDF|língua=en|citacao=A Western Aramaic dialect survives only in three villages in the Anti-Lebanon (two Muslim, and one—Ma‘lula—Christian)}}</ref> e é a única [[Línguas neoaramaicas|língua neoaramaica]] ainda viva dentre aquelas do ramo neoaramaico ''ocidental''.<ref name=":1" /> As demais línguas aramaicas ainda faladas são do ramo [[línguas neoaramaicas|oriental]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/605827?origin=crossref |título=The Relationships of the Eastern Neo-Aramaic Dialects |data=abril de 1994 |acessodata=2024-03-29 |periódico=Journal of the American Oriental Society |número=2 |ultimo=Fox |primeiro=Samuel Ethan |pagina=154 |paginas=154 |doi=10.2307/605827}}</ref> |
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Após o surgimento de [[islã]] veio a consequente conversão em massa das populações locais em termos de arabização cultural e linguística. Veio assim entre os muçulmanos recém-convertidos e também entre os cristãos o deslocamento das várias línguas [[língua aramaica|aramaicas]] para o [[língua árabe|árabe]] como nova língua materna da maioria. Porém, nas regiões montanhosas e isoladas o aramaico ocidental sobreviveu por um tempo relativamente longo no [[Líbano]] e Antilíbano (Síria moderna) . Na verdade, até ao {{séc|XVII}}, viajantes no Líbano ainda informavam sobre várias aldeias de língua aramaica.<ref>{{Harvnb|Arnold|2000|p=347}}</ref> |
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Muitos falantes do neoaramaico ocidental vivem fora das duas aldeias, principalmente em [[Damasco]] e [[Beirute]].<ref name=":1" /> |
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A língua está ativa, porém corre risco de [[extinção]], pois é usada como [[língua materna|primeira língua]] apenas por adultos e não há registros de que seja ensinada nas escolas,logo, pode cair no desuso.<ref name=":0">{{Citar web|ultimo=Eberhard|primeiro=|ultimo2=Simons|primeiro2=Gary|url=https://www.ethnologue.com/language/amw/|titulo=Western Neo-Aramaic {{!}} Ethnologue Free|acessodata=2024-03-13|website=Ethnologue (Free All)|lingua=en}}</ref> |
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==Classificação== |
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[[Imagem:Physical Anthropology of Semites and Sumerians. Wellcome M0008448.jpg|miniatura| Físico de povos Semíticos|esquerda]]A língua neoaramaico ocidental pertence ao ramo [[Línguas Semíticas| semítico]] da família de [[línguas afro-asiáticas]].<ref name=":0" />Por isso, possui inúmeras características comuns às outras línguas dessa família, como: o padrão de palavras formadas com [[Radical (linguística)|raízes]] de três [[consoantes]], com mudanças vocálicas, [[Prefixo gramatical|prefixos]] e [[sufixos]] usados para flexioná-las.{{Sfn|Zuckermann|2012|p = 113}} |
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O [[adjetivo]] 'semítico' é derivado da palavra "sem", nome de um dos filhos de [[Noé]].<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11606/issn.2763-650x.i6p15-29 |título=Línguas semíticas na Universidade de São Paulo |data=2016-02-02 |acessodata=2024-03-29 |periódico=Revista de Estudos Orientais |número=6 |ultimo=Araújo |primeiro=Reginaldo Gomes de |pagina=17 |paginas= |doi=10.11606/issn.2763-650x.i6p15-29 |issn=2763-650X}}</ref> O historiador alemão [[August Ludwig von Schlözer|August Ludwing von Schloezer]] quem deu, em 1781, o nome "semítas" aos hebreus, arameus, árabes e abissínios, cujas línguas são aparentadas entre si.{{ Sfn| Kiraz|2001|p = 25}} |
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==Etimologia== |
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A palavra [[aramaico]] (do hebraico אֲרָמַיָה Aram, Aram; grego antigo Ἀραμαϊκὴ Aramaikē; siríaco ܐܪܡܝܐ Aramaya) vem do termo "aram", nome do quinto filho de Sem, o primeiro filho de [[Noé]],<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11606/issn.2763-650x.i6p15-29 |título=Línguas semíticas na Universidade de São Paulo |data=2016-02-02 |acessodata=2024-03-29 |periódico=Revista de Estudos Orientais |número=6 |ultimo=Araújo |primeiro=Reginaldo Gomes de |paginas=15–29 |doi=10.11606/issn.2763-650x.i6p15-29 |issn=2763-650X}}</ref> e "-aico" |
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sufixo nominal, de origem grega, que exprime a ideia de origem, ascendência. Lingua do [[Povo]] de Aram, dos [[arameus]]. Esse termo " Arameus" era utilizados pelos [[judeus]] para diferenciar os seus povos aparentados mais afastados, os "povos de Aram",<ref>{{citar web|url=https://www.infopedia.pt/artigos/$arameus?uri=lingua-portuguesa/aramaico|titulo=Arameus na infolopédia|acessodata=2024-03-13|website=Porto Editora}}</ref> no [[Oriente]]. |
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O prefixo 'Neo', do [[Língua grega|grego]] néos, significa novo "novo".<ref>{{Citar web|url=https://www.dicio.com.br/neo/|titulo=Neo|acessodata=2024-03-14|website=Dicio, Dicionário Online de Português|lingua=pt-br}}</ref> O "neo" faz oposição ao [[aramaico]] de milênios atrás. |
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"[[Ocidental]]" se refere à [[localização]] onde a língua é falada, pois o agrupamento das línguas aramaicas está usualmente baseado em sua [[distribuição geográfica]]: Semítico Norte-Oriental (Mesopotâmico), Semítico Norte-Ocidental (Síria Palestina) e Semítico Sul-Ocidental(Arábia e Etiópia).{{Sfn| de Araújo|2016|p = 18}} |
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== História == |
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[[Imagem:Cylinder of Nabonidus from the temple of God Sin at UR, Mesopotamia. ..JPG|miniatura|direita|250px|Inscrição cuneiforme do Período Neobabilônico]] |
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Aramaico é uma antiga [[língua semítica]], cujo nome vem do povo arameu, um grupo de tribos [[nômades]] e seminômades,<ref>{{citar livro|título=Dicionário de Línguas Semíticas|ultimo=Huehnergard|primeiro=John|editora=Eisenbrauns|ano=2012|página=3|isbn=}}</ref> além de ser estreitamente relacionado com o [[hebraico]] e o [[Língua fenícia|fenício]], também possui certas semelhanças com o [[Língua árabe|árabe]]. O aramaico começou a surgir como uma língua diferente por volta do final do século XI a.C.<ref>{{citar livro|título=Aramaic in the Achaemenid Period: A Study in Language Variation|ultimo=Folmer|primeiro=M. L.|ano=1995|página=10|isbn=9789068317404}}</ref> Distribuída da Síria até a [[Mesopotâmia]] ocidental, tornou-se a principal língua da região quando os [[caldeus]] que falavam o aramaico criaram o [[Império Neobabilônico]].<ref name=":4">{{citar livro|título=A civilização babilônica e assíria|ultimo=FINKEL|primeiro=Irving L.|editora=Zahar|ano=2009|local=Rio de Janeiro|página=154|capitulo=Capítulo: 7 - A Babilônia sob os caldeus|isbn=|citacao=O aramaico, língua semítica originária da região da Síria e da Alta Mesopotâmia, também gozava de grande prestígio e era usado em documentos oficiais e na administração imperial.}}</ref> |
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O aumento na utilização do aramaico começou com o [[Império Assírio]] e perdurou sob o [[Império Babilônico]].<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.15603/2176-3828/caminhando.v26ne021019 |título=Apresentação do dossiê - A realeza no mundo antigo Oriental: narrativas textuais e imagéticas |data=2021-08-30 |acessodata=2024-03-29 |periódico=Caminhando |número=1 |ultimo=Santos |primeiro=João Batista Ribeiro |ultimo2=Pozzer |primeiro2=Katia Maria Paim |pagina=25 |paginas= |doi=10.15603/2176-3828/caminhando.v26ne021019 |issn=2176-3828}}</ref> Quando esses impérios aumentaram seus domínios, o aramaico, sendo mais fácil de aprender do que o [[acadiano]] (a língua franca antecessora da região), foi adotado como a língua da administração e fala entre diferentes povos e [[culturas]] dentro dos impérios.<ref name=":4" /> |
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Antes da [[Era Cristã]], o aramaico se espalhou por quase todos as regiões do [[Mediterrâneo]] até as montanhas da [[Armênia]] e do [[Curdistão]],mas a [[expansão islâmica]] (séculos VII e VIII) trocou por quase toda parte o aramaico pelo árabe.<ref>{{citar livro|título=The Cambridge History of Islam|ultimo=Esposito|primeiro=John|editora=Cambridge University Press|ano=1995|local=Cambridge, Reino Unido|página=104-105|páginas=104-105|capitulo=Capítulo 5: "The Expansion of Islam"|isbn=978-0-521-29135-4}}</ref>{{Sfn|Braga|2015|pp=4-31}} |
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[[Imagem:Maaloula view.jpg|Maaloula_view|miniatura|esquerda|250px| Cidade de Maalula]] |
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A língua neoaramaico ocidental é falada principalmente pelos moradores de [[Maalula]] (علولة) e [[Jubb' Adin]] (جبعدين), no Antilíbano (atual [[Síria]]), cerca de 60 km a nordeste de [[Damasco]]; era também falado em [[Al-Sarkha (Bakh'a)|Bakh'a]] (بخعة), na mesma região, mas esta foi destruída na guerra civil.<ref>{{citar livro|título=The Destruction of Syria's Cultural Heritage|ultimo=STACK|primeiro=Megan|data=14 de setembro de 2015|página=5}}</ref> A continuação deste pequeno grupo de aramaico em um domínio quase total de [[língua árabe]] é em parte devido ao relativo isolamento das aldeias ao redor das montanhas<ref>{{Citar periódico |url=https://link.springer.com/10.1007/978-3-642-31319-6_66 |título=Large Rock Slide and Falls in the Cradle of Christianity: Maaloula (Damascus, Syria) |data=2013 |acessodata=2024-03-29 |publicado=Springer Berlin Heidelberg |ultimo=Margottini |primeiro=Claudio |editor-sobrenome=Margottini |editor-nome=Claudio |local=Berlin, Heidelberg |paginas=501–509 |lingua=en |doi=10.1007/978-3-642-31319-6_66 |isbn=978-3-642-31318-9 |editor-sobrenome2=Canuti |editor-nome2=Paolo |editor-sobrenome3=Sassa |editor-nome3=Kyoji}}</ref> e da união entre as suas comunidades. Hoje ele é um idioma ameaçado de extinção devido aos [[Batalha de Maalula|conflitos religiosos]] presentes na região.<ref>{{citar web|url=https://www.theglobeandmail.com/news/world/language-of-jesus-still-spoken-in-syrian-village-but-at-risk/article18064248/|título=Why the language of Jesus is at risk|acessodata=9 de dezembro de 2023|ultimo=Jayoush|primeiro=Kinda|data=17 de abril de 2014|obra=Globe and Mail|língua=Inglês}}</ref> |
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Após o surgimento de [[islã]] veio a consequente conversão em massa das populações locais em termos de arabização cultural e linguística.<ref>{{citar livro|url=https://www.oxfordreference.com/abstract/10.1093/acref/9780195107999.001.0001/acref-9780195107999|título=The Oxford History of Islam Página|ultimo=Esposito|primeiro=John|editora=Oxford University Press|ano=2019|editor-link=John Esposito|página=178|isbn=|citacao="A expansão árabe levou à arabização cultural e linguística de vastas áreas do mundo."}}</ref> Veio assim, entre os muçulmanos recém-convertidos e também entre os cristãos, o deslocamento das várias línguas [[língua aramaica|aramaicas]] para o [[língua árabe|árabe]] como nova [[língua materna]] da maioria.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.revistas.usp.br/rusp/article/view/132486 |título=Gramsci: história e revolução cinquenta anos da morte do revolucionário italiano nas prisões do fascismo |data=1987-06-05 |acessodata=2024-03-29 |periódico=Revista da Universidade de São Paulo |número=5 |ultimo=Coggiola |primeiro=Osvaldo |paginas=57 |doi=10.11606/issn.2595-2501.rusp.1987.132486 |issn=2595-2501}}</ref> Porém, nas regiões montanhosas e isoladas o aramaico ocidental sobreviveu por um tempo relativamente longo no [[Líbano]] e Antilíbano (Síria moderna), na verdade, até ao {{séc|XVII}}, viajantes no Líbano ainda informavam sobre várias aldeias de língua aramaica.{{Sfn|Arnold|2011|p=347}} |
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==Dialetos== |
==Dialetos== |
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Nas últimas aldeias onde a língua ainda sobrevive, o [[dialeto]] da abandonada Bakh'a parecia ser o mais conservador, tendo sido menos influenciado pelo árabe se comparado com outros dialetos, mantendo algum vocabulário que é obsoleto em outros dialetos. O dialeto de Jubb |
Nas últimas aldeias onde a língua ainda sobrevive, o [[dialeto]] da abandonada [[Al-Sarkha (Bakh'a)|Bakh'a]] parecia ser o mais conservador, tendo sido menos influenciado pelo árabe<ref name=":3">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11606/d.8.2010.tde-07052010-120740 |título=Estudos recentes em dialetos neo-aramaicos |data=1990 |acessodata=2024-03-29 |periódico=Boletim da Escola de Estudos Orientais e Africanos |número=2 |ultimo=MACUCH |primeiro=Rodolfo |pagina=214-223 |volume=53}}</ref> se comparado com outros dialetos, mantendo algum [[vocabulário]] que é [[obsoleto]] em outros dialetos. O dialeto de Jubb'Adin mudou mais, pois foi fortemente influenciado pelo árabe, e tem uma [[fonologia]] mais desenvolvida.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11606/t.6.2021.tde-29122021-142911 |título=O refúgio na cozinha: como a integração da comunidade síria contemporânea configura uma São Paulo de saborosas portinhas |acessodata=2024-03-29 |número=17 |ultimo=Al Noufal |primeiro=Laís Rosatti |pagina=13 |volume=139}}</ref> Influência cruzada entre aramaico e árabe tem sido mútua,<ref name=":3" /> como o árabe sírio em si (Árabe Levantino em geral) mantém um bom substrato aramaico. |
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{| class="wikitable" |
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|+Quadro comparativo de vocabulário |
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!Maalula |
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!Jubb"adin |
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!Português |
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|- |
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|Ana Batt Nzill |
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|ana bilay niz |
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|Eu vou |
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|} |
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[[Imagem:Maaloula-معلولا 2009.jpg|Maaloula-معلولا_2009| miniatura|Estátua da Virgem Maria em Maaloula]] |
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Como na maior parte do [[Conquista muçulmana da Síria|Levante]], antes da introdução do islã, no {{séc|VII}}, as aldeias eram originalmente cristãs.<ref>{{Citar livro|url=http://dx.doi.org/10.4324/9780429278013|título=The Early Muslim Conquest of Syria|último=Donner|primeiro=Frede|data=23-09-2019|editora=Routledge|editor-sobrenome=Hassanein|editor-nome=Hamada|citacao=A Síria do século VII era uma terra de grande diversidade religiosa, com uma população majoritariamente cristã. As aldeias eram frequentemente organizadas em torno de comunidades cristãs, com suas próprias igrejas e líderes religiosos."|ref=harv|p=45}}</ref> No entanto, Maaloula é a única aldeia que mantém uma população cristã significativa (que na sua maioria pertencem à [[Igreja Melquita Greco-Católica]]).<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.36470/famen.2019.lc8 |título=TRABALHO: CAPACIDADE INTEGRALMENTE HUMANA DE ALTERAR A REALIDADE |data=2018-08-08 |acessodata=2024-03-29 |publicado=FAMEN |ultimo=Paiva |primeiro=Ramon Evangelista dos Anjos |ultimo2=Nascimento |primeiro2=José Mateus do |pagina=22 |paginas=}}</ref> A maioria dos habitantes de Bakh'a e Jubb Adin adotaram o Islã ao longo das gerações, sendo agora totalmente muçulmanos.<ref>AMAR, José. A perda da Síria. '''Bem comum''' , v. 139, n. 17, pág. 13, 2012.</ref> Em Ma'loula, as casas são pintadas de azul em detrimento da comemoração anual em honra de [[Maria (mãe de Jesus)|Maria]].<ref>{{citar livro|título=Syria: A Travel Guide|ultimo=Darke|primeiro=Diana|editora=Bradt Travel Guides|ano=2010|página=182|isbn=|citacao="Maaloula é famosa por suas casas de pedra azul, que dizem ter sido pintadas dessa cor em homenagem à Virgem Maria."}}</ref> |
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Todos os dialetos ocidentais neoaramaicos sobreviventes enfrentam o perigo de extinção.<ref>{{citar livro|título=The Routledge Handbook of Aramaic Languages|editora=Routledge|ano=2019|editor-sobrenome=Khan|editor-nome=Geoffrey|páginas=250-255|isbn=}}</ref> Como acontece com qualquer comunidade aldeã do {{séc|XXI}}, os jovens moradores estão migrando para grandes cidades como [[Damasco]] e [[Alepo]] em busca de melhores oportunidades de emprego,<ref>{{citar web|url=https://www.acnur.org/emergencias/emergencia-en-siria|titulo=A Migração Interna na Síria: Tendências e Desafios}}</ref> sendo muito influenciados por comunidades [[monoglotismo|monolíngues]] em língua árabe, reduzindo as oportunidades para manter ativo o neoaramaico como uma língua de uso diário, tanto que, o governo sírio fornece suporte para o ensino da língua.<ref>{{citar livro|título=The Future of Aramaic in Maaloula|ultimo=Al-Jeloo|primeiro=Nicholas|editora=Edinburgh University Press|ano=2023|página=78|capitulo=Capítulo 4: "A Sociolinguística do Neoaramaico em Maaloula"|isbn=|citacao=A migração de jovens para cidades como Damasco e Aleppo, onde o árabe é a língua dominante, está levando a uma diminuição no uso do neoaramaico no dia a dia.}}</ref> |
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[[Imagem:Maaloula 5.jpg|miniatura| esquerda| Instituto de Língua Aramaica]] |
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Desde 2007, Maaloula tem sido o lar de um instituto de Língua Aramaica estabelecido pela [[Universidade de Damasco]] que ministra cursos para manter a língua viva.<ref name=":5">{{citar web|url=https://www.youtube.com/watch?v=alsGEc2v9yY|titulo=Instituto de Língua Aramaica Preserva Língua Bíblica}}</ref> As atividades do instituto foram suspensas em 2010 por temores pelo fato do [[alfabeto aramaico| Alfabeto quadrado Aramaico]], usado no programa, se assemelhar à forma mais “quadrada” do [[alfabeto hebraico]].<ref>{{citar web|último=Melhem|primeiro=Maissun|url=https://www.dw.com/de/schriftenstreit-in-syrien/a-5166405|título=Schriftenstreit in Syrien|publicado=Deutsche Welle|língua=alemão|citação=Antes da conquista islâmica, o aramaico era falado em toda a Síria e era uma língua global. Havia muitas variantes, mas o aramaico não existia como língua escrita em todos os lugares, incluindo na região de Ma’alula, observa o professor Jastrow. A decisão de usar a escrita hebraica, em sua opinião, foi tomada de forma arbitrária.}}</ref> Com isso, o programa passou a usar a [[Alfabeto siríaco|escrita siríaca]].<ref name="institute">{{citar web|url=http://www.csmonitor.com/World/Middle-East/2010/0402/Easter-Sunday-A-Syrian-bid-to-resurrect-Aramaic-the-language-of-Jesus-Christ |título=Easter Sunday: A Syrian bid to resurrect Aramaic, the language of Jesus Christ |último =Beach |primeiro =Alastair |publicado=''[[Christian Science Monitor]]'' |data=2010-04-02 |acessodata=2014-10-31|língua=en}}</ref> |
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== Fonologia== |
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=== Consoantes === |
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{|class="wikitable" |
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|+ Tabela de Fonemas Consonantais |
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! rowspan=2| |
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! rowspan=2 colspan=2|[[Labial]] |
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! colspan="8"|[[consoante dental|Dental]]/[[Alveolar]] |
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! rowspan=2 colspan=2|[[Consoante pós-alveolar|Palato alveolar]] |
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! rowspan=2 colspan=2|[[Palatal]] |
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! rowspan=2 colspan=2|[[Velar]] |
|||
! rowspan=2 colspan=2|[[Consoante uvular|Uvular]] |
|||
! rowspan=2 colspan=2|[[Consoante faríngea|Faríngea]] |
|||
! rowspan=2 colspan=2|[[Consoante glotal|Glotal]] |
|||
|- |
|||
! colspan="4" |<small>Simples</small> |
|||
! colspan="4" |[[Faringealização|<small>Enfático</small>]] |
|||
|- align=center |
|||
! [[Consoante nasal|Nasal]] |
|||
| style="border-right: 0;" | || style="border-left: 0;" | {{IPAlink|m}} |
|||
| colspan="2" style="border-right: 0;" | || colspan="2" style="border-left: 0;" | {{IPAlink|n}} |
|||
| colspan="4" | |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
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| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
|- align=center |
|||
! [[Consoante oclusiva|Oclusiva]] |
|||
| style="border-right: 0;" |{{IPAlink|p}}|| style="border-left: 0;" |{{IPAlink|b}} |
|||
| colspan="2" style="border-right: 0;" | {{IPAlink|t}} || colspan="2" style="border-left: 0;" | {{IPAlink|d}} |
|||
| colspan="2" style="border-right: 0;" | {{IPAlink|tˤ}} || colspan="2" style="border-left: 0;" | |
|||
| colspan="2" | |
|||
| colspan="2" style="border-right: 0;" | kʲ |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|k}} || style="border-left: 0;" | {{IPAlink|ɡ}} |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|q}} || style="border-left: 0;" | |
|||
| colspan=2| |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|ʔ}} |
|||
|- align=center |
|||
! [[Consoante africada|Africada]] |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan="2" | |
|||
| style="border-right: 0;" |{{IPA link|ts}} || style="border-left: 0;" | |
|||
| colspan="4" | |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|tʃ}} || style="border-left: 0;" | {{IPA link|dʒ}} |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
|- align=center |
|||
! [[Consoante fricativa|Fricativa]] |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|f}} || style="border-left: 0;" | |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|θ}} || style="border-left: 0;" |{{IPAlink|ð}} |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|s}}|| style="border-left: 0;" |{{IPAlink|z}} |
|||
| style="border-right: 0;" | || style="border-left: 0;" | {{IPA link|ðˤ}} |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|sˤ}}|| style="border-left: 0;" | {{IPA link|zˤ}} |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|ʃ}} || style="border-left: 0;" | {{IPAlink|ʒ}} |
|||
| colspan=2| |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|x}} || style="border-left: 0;" | {{IPAlink|ɣ}} |
|||
| colspan=2| |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|ħ}} || style="border-left: 0;" | {{IPAlink|ʕ}} |
|||
| style="border-right: 0;" | {{IPAlink|h}} || style="border-left: 0;" | |
|||
|- align=center |
|||
! [[Consoante aproximante|Aproximante]] |
|||
| style="border-right: 0;" | || style="border-left: 0;" | {{IPAlink|w}} |
|||
| colspan="2" style="border-right: 0;" | || colspan="2" style="border-left: 0;" | {{IPAlink|l}} |
|||
| colspan="4" | |
|||
| colspan=2| |
|||
| style="border-right: 0;" | || style="border-left: 0;" | {{IPAlink|j}} |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
|- align=center |
|||
! [[Consoante vibrante múltipla|Vibrante]] |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan="2" style="border-right: 0;" | || colspan="2" style="border-left: 0;" | {{IPAlink|r}} |
|||
| colspan="4" | |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
| colspan=2| |
|||
|} |
|||
=====Oclusivas ===== |
|||
* As oclusivas (p,b,t,d,k e g), que possuem seus [[alofonia| alófones]] [[aspiração|aspirados]](p̠, b̠, t̠, d̠, k̠ e g̠), conhecidas como letras [[:en:Begadkefat|begadkepat]], ocorrem em alguns casos específicos.{{Sfn| Thackston| 1944| p = 12}} Apenas as oclusivas, não aspiradas, aparecem duplicadas. Como se observa na tabela abaixoː{{Sfn| Thackston| 1944| p = 12}} |
|||
{| class="wikitable" |
|||
|+Quadro de Exemplos |
|||
| |
|||
|Palavra |
|||
| Português |
|||
|- |
|||
|'''1°''' |
|||
|ne'''pp'''el |
|||
|''ele cai'' |
|||
|- |
|||
|'''2°''' |
|||
|sa'''gg'''i |
|||
|''muito'' |
|||
|- |
|||
|'''3°''' |
|||
|me'''dd'''em |
|||
|''coisa'' |
|||
|} |
|||
* As oclusivas correm no início da palavra quando precedidas por uma palavra terminada em [[consoante]].{{Sfn| Thackston| 1944| p = 12}} |
|||
* Quando antecedida por qualquer vogal, mesmo que além dos limites das palavras, as oclusivas são aspiradas, como em neplet (nep̠let̠) 'eu caí', ebad (eb̠ad̠)'ele morrer' e nektob (nek̠tob̠)'ele escreve'.{{Sfn| Thackston| 1944| p = 12-13}} |
|||
=== Vogais === |
|||
{| class="wikitable" |
|||
|+Quadro vocálico do neoaramaico |
|||
! rowspan="2" | |
|||
! colspan="2" |Anterior |
|||
!Posterior |
|||
|- |
|||
! style="width: 60px;" |curta |
|||
! style="width: 60px;" |longa |
|||
|- |
|||
!Fechada |
|||
|{{IPAlink|i}} |
|||
|ī |
|||
|{{IPAlink|u}} |
|||
|- |
|||
!Semifechada |
|||
|{{IPAlink|e}} |
|||
|ē/ey |
|||
|{{IPAlink|o}} |
|||
|- |
|||
!Aberta |
|||
|{{IPAlink|a}} |
|||
|ā |
|||
|{{IPAlink|ɑ}} |
|||
|} |
|||
=== Fonotática === |
|||
* Cada sílaba em siríaco começa com uma, e apenas uma, consoante, que é sempre seguinda por uma vogal. Qualquer encontro de duas consoantes é dividido entre os dois, porque nenhuma silaba pode começar com mais de uma consoante.{{Sfn|Thackston|1944|p=14}} |
|||
* As silabas que terminam em vogal são chamadas de aberta e as que terminam em consoante são chamadas de fechadas.{{Sfn|Thackston|1944|p=14}} |
|||
=== Tonicidade === |
|||
A [[ênfase]] pode recair sobre qualquer uma das três [[sílaba]]s finais de uma palavra.{{Sfn|Thackston|1994|p=15}} |
|||
* Na última sílabaː Qualquer sílaba final que seja fechada<ref>https://diferenciario.com/br/slaba-aberta-e-slaba-fechada/</ref> e contenha uma [[vogal longa]] é acentuada.{{Sfn|Thackston|1994|p=15}} |
|||
* Na penúltima sílabaː se a sílaba final não for acentuada então a penúltima sílaba recebe a ênfase se contiver uma vogal longa ou for fechada.{{Sfn|Thackston|1994|p=15}} |
|||
* Na antepenúltima sílabaː se os últimos dois casos listados a cima não forem atendidos, então o [[Acento tônico|acento]] recua para a antepenúltima.{{Sfn|Thackston|1994|p=15}} |
|||
{| class="wikitable" |
|||
|+Exemplos |
|||
| |
|||
|Palavra |
|||
| Separação |
|||
silábica + ênfase |
|||
|- |
|||
|'''Última''' |
|||
|nebnōn |
|||
|neb-'''nōn´''' |
|||
|- |
|||
|'''Penúltima''' |
|||
|malkā |
|||
|'''mal´'''-kā |
|||
|- |
|||
|'''Antepenúltima''' |
|||
|madbrā |
|||
|'''mad´'''-bə-rā |
|||
|} |
|||
== Ortografia == |
|||
Atualmente, existe uma variedade de [[sistema de escrita| sistemas de escrita]] utilizadas pelo neoaramaico, pois ele foi transmitido [[oralidade|oralmente]] por gerações até 2006 e não foi utilizado na forma escrita.<ref>{{citar periódico |título=Das Neuwestaramäische: Volkskundliche Texte aus Maʻlūla |data=1991 |acessodata=31-01-2024 |periódico=Semitica Viva |publicado=Otto Harrassowitz |ultimo=Arnold |primeiro=Werner |volume=4}}</ref> |
|||
Um Instituto de Língua Aramaica foi criado em 2006 pela [[Universidade de Damasco]] , que ministra cursos para manter a língua viva.<ref name=":5" /> O presidente do Instituto de Línguas, George Rizkalla (Rezkallah), comprometeu-se a escrever um livro didático em neo-aramaico ocidental.<ref>{{citar periódico |título=Aramaic Studies at the University of Damascus |data=Junho de 1995 |acessodata=30-03-2024 |periódico=Journal of the American Oriental Society |publicado=American Oriental Society |número=2 |ultimo=Chyet |primeiro=Michael |pagina=279-285 |issn=0003-0279 |volume=115}}</ref> Sendo anteriormente não escrito, Rizkalla optou pelo [[alfabeto hebraico]], porém,em 2010, as atividades do instituto foram encerradas devido a preocupações de que o alfabeto quadrado Maalouli-Aramaico usado no programa tivesse uma semelhança com a escrita quadrada do alfabeto hebraico, que resultou na remoção de todos os sinais com a escrita quadrada Maalouli.<ref>{{ citar web |primeiro=Maissun| último = Melhem |título=Schriftenstreit in Syrien |url=https://www.dw.com/de/schriftenstreit-in-syrien/a-5166405 |publicado=Deutsche Welle |língua = alemão |citação=Antes da conquista islâmica, o aramaico era falado em toda a Síria e era uma língua global. Havia muitas variantes, mas o aramaico não existia como língua escrita em todos os lugares, incluindo na região de Ma’alula, observa o professor Jastrow. A decisão de usar a escrita hebraica, em sua opinião, foi tomada de forma arbitrária.}}</ref> O programa afirmou que, em vez disso, usariam o [[alfabeto siríaco|alfabeto siríaco-aramaico]] mais distinto, embora o uso do alfabeto Maalouli tenha continuado até certo ponto.<ref name="institute" /> |
|||
Por esse motivo, estão apresentados abaixo os quadros dos alfabetosː '''Escrita quadrada Maalouli'''<ref>{{citar web|url=https://www.scribd.com/document/360689032/%D8%A7%D9%84%D8%A3%D8%A8%D8%AC%D8%AF%D9%8A%D8%A9-%D8%A7%D9%84%D9%85%D8%B1%D8%A8%D8%B9%D8%A9|título=الأبجدية المربعة | PDF}}</ref><ref>{{citar livro|título=The Maaloula Script: Aramaic Incantation Bowls and the Origins of Jewish Magic|ultimo=Rettig|primeiro=David|editora=Oxford University Press|ano=2023|páginas=384|isbn=}}</ref>''', Hebraico, Siríaco'''<ref>{{citar livro|título=Elemenst of Syriac Grammar|ultimo=Wilson|primeiro=Robert|editora=Georgias Press|ano=2011|local=Piscataway, USA|página=1|isbn=978-1-61143-368-5}}</ref> '''e Árabe'''( que além das influências no neoaramaico ocidental, também deriva do aramaico). |
|||
=== Alfabeto Maalouli quadrado === |
|||
{| class="wikitable" style="text-align:center; line-height:200%;" |
|||
|'''Letra Maalouli''' |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_alef.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_bet.svg|25x25px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_vet.svg|25x25px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_gemal.svg|19x19px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_ghemal.svg|19x19px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_dalet.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_dhalet.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_hi.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_wawf.svg|21x21px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_zayn.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_het.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_tet.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_yod.svg|22x22px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_kaf.svg|20x20px]] |
|||
[[Ficheiro:Maaloula_square_kaf_2.svg|25x25px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_khaf.svg|20x20px]] |
|||
[[Ficheiro:Maaloula_square_khaf_2.svg|25x25px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_lamed.svg|35x35px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_mem.svg|21x21px]] |
|||
[[Ficheiro:Maaloula_square_mem_2.svg|22x22px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_nun.svg|22x22px]] |
|||
[[Ficheiro:Maaloula_square_nun_2.svg|39x39px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_sameh.svg|23x23px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_ayn.svg|24x24px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_pi.svg|20x20px]] |
|||
[[Ficheiro:Maaloula_square_pi_2.svg|24x24px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_fi.svg|20x20px]] |
|||
[[Ficheiro:Maaloula_square_fi_2.svg|24x24px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_sady.svg|21x21px]] |
|||
[[Ficheiro:Maaloula_square_sady_2.svg|25x25px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_qof.svg|27x27px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_resh.svg|20x20px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_shin.svg|23x23px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_taq.svg|21x21px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_thaq.svg|21x21px]] |
|||
|[[Ficheiro:Maaloula_square_tshaq.svg|21x21px]] |
|||
|- |
|||
|''' [[ Alfabeto hebraico| Letra hebraica]]''' |
|||
|א |
|||
|בּ |
|||
|ב |
|||
|גּ |
|||
|ג |
|||
|דּ |
|||
|ד |
|||
|ה |
|||
|ו |
|||
|ז |
|||
|ח |
|||
|ט |
|||
|י |
|||
|כּ ךּ |
|||
|כ ך |
|||
|ל |
|||
|מ ם |
|||
|נ ן |
|||
|ס |
|||
|ע |
|||
|פּ ףּ |
|||
|פ ף |
|||
|צ ץ |
|||
|ק |
|||
|ר |
|||
|שׁ |
|||
|תּ |
|||
|ת |
|||
|ת |
|||
|- |
|||
|''' [[Alfabeto fonético internacional|Pronúncia IPA]]''' |
|||
|∅ |
|||
|{{IPAslink|b}} |
|||
|{{IPAslink|v}} |
|||
|{{IPAslink|g}}, {{IPAslink|ʒ}} |
|||
|{{IPAslink|ɣ}} |
|||
|{{IPAslink|d}} |
|||
|{{IPAslink|ð}} |
|||
|{{IPAslink|h}} |
|||
|{{IPAslink|w}} |
|||
|{{IPAslink|z}} |
|||
|{{IPAslink|ħ}} |
|||
|{{IPAslink|tˤ}} |
|||
|{{IPAslink|j}} |
|||
|{{IPAslink|k}} |
|||
|{{IPAslink|x}} |
|||
|{{IPAslink|l}} |
|||
|{{IPAslink|m}} |
|||
|{{IPAslink|n}} |
|||
|{{IPAslink|s}} |
|||
|{{IPAslink|ʕ}} |
|||
|{{IPAslink|p}} |
|||
|{{IPAslink|f}} |
|||
|{{IPAslink|sˤ}} |
|||
|{{IPAslink|k}}~/[[Oclusiva velar surda|ḳ]]/ |
|||
|{{IPAslink|r}} |
|||
|{{IPAslink|ʃ}} |
|||
|{{IPAslink|t}} |
|||
|{{IPAslink|θ}} |
|||
|{{IPAslink|tʃ}} |
|||
|} |
|||
=== Siríaco e Árabe === |
|||
{| class="wikitable" style="text-align:center;" |
|||
|+Consoantes |
|||
|'''[[Alfabeto siríaco|Letra Siríaca]]:''' |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܐ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܒ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܒ݆}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܓ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܔ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܓ݂}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܕ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܕ݂}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܗ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܘ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܙ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܚ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܚ݂}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܛ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܜ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܝ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܟ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܟ݂}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܠ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܡ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܢ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܣ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܥ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܦ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܨ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܨ̇}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܩ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܪ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܫ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܬ}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܬ݂}} |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |{{Script/Serto|ܬ̤}} |
|||
|- |
|||
|[[Alfabeto árabe| '''Letra Árabe''']]''':''' |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ا |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ب |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |پ |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |گ |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ج |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |غ |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |د |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ذ |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ه |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |و |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ز |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ح |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |خ |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ط |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ظ |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ي |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ک |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |خ |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ل |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |م |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ن |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |س |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ع |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ف |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ص |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ض |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ق |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ر |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ش |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ت |
|||
| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ث |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |چ |
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|- |
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|[[Alfabeto fonético internacional|'''Pronúncia''' IPA]]ː |
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|{{IPAslink|ʔ}}, /∅/ |
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|{{IPAslink|b}} |
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|{{IPAslink|p}} |
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|{{IPAslink|g}} |
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|{{IPAslink|dʒ}} |
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|{{IPAslink|ɣ}} |
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|{{IPAslink|d}} |
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|{{IPAslink|ð}} |
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|{{IPAslink|h}} |
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|{{IPAslink|w}} |
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|{{IPAslink|z}} |
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|{{IPAslink|ħ}} |
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|{{IPAslink|x}} |
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|{{IPAslink|tˤ}} |
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|{{IPAslink|dˤ}} |
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|{{IPAslink|j}} |
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|{{IPAslink|k}} |
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|{{IPAslink|x}} |
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|{{IPAslink|l}} |
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|{{IPAslink|m}} |
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|{{IPAslink|n}} |
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|{{IPAslink|s}} |
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|{{IPAslink|ʕ}} |
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|{{IPAslink|f}} |
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|{{IPAslink|sˤ}} |
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|{{IPAslink|ðˤ}} |
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|{{IPAslink|q}}~/[[Voiceless post-velar stop|ḳ]]/ |
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|{{IPAslink|r}} |
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|{{IPAslink|ʃ}} |
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|{{IPAslink|t}} |
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|{{IPAslink|θ}} |
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|{{IPAslink|tʃ}} |
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|} |
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{| class="wikitable" style="text-align:center;" |
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|+'''Vogais''' |
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|'''[[Alfabeto siríaco|Letra Siríaca]]:''' |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>{{Script/Serto|ܰ}}</big> |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>{{Script/Serto|ܶ}}</big> |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>{{Script/Serto|ܳ}}</big> |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>{{Script/Serto|ܺ}}</big> |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>{{Script/Serto|ܽ}}</big> |
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|- |
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|[[Alfabeto árabe| '''Letra Árabe''']]''':''' |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>ـَ</big> |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>ـِ</big> |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |<big>ـُ</big> |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |ي |
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| style="height:40px; font-size:150%; vertical-align:top;" |و |
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|'''[[Alfabeto fonético internacional|Pronúncia IPA]]ː''' |
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|{{IPAslink|a}} |
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|{{IPAslink|e}} |
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|{{IPAslink|o}} |
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|{{IPAslink|i}} |
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|{{IPAslink|u}} |
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|} |
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==Gramática == |
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===Substantivo === |
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====Estado enfático ==== |
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* Todos os [[substantivos]] siríacos ocorrem em uma forma lexical básica, com a terminação ā, conhecida normalmente como estado enfático. {{Sfn|Thackston|1944|p=29}}O estado enfático significa que tanto o [[Artigo definido|definido]] , quanto o [[Artigo indefinido|indefinido]], por exemploː ''gabrā- "''um homem ou o homem"'', ktābā- "''o livro ou um livro".{{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
|||
* Para a [[tradução]], deve-se levar em conta o contexto da mensagem para que seja determinado qual dos dois se adequa a uma determinada necessidade. {{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
|||
==== Gênero ==== |
|||
Existem dois [[gênero gramatical|gêneros gramaticais]] em siríacoː [[masculino]] e [[feminino]]. Conforme as coisas e pessoas tem um gênero natural (pai/mãe, filha/filho,boi/vaca, etc.), o gênero gramatical segue o gênero natural.{{Sfn|Thackston|1944|p=29}}A forma e o gênero possuem uma certa correspondência,pos todos os substantivos femininos são marcados pela terminação -''tā'' no estado enfático, enquanto os substantivos masculinos não tem nenhuma terminação especial além da terminação ā no estado enfático. {{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
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{| class="wikitable" |
|||
|+ |
|||
! colspan="2" |Masculino |
|||
! colspan="2" |Feminino |
|||
|- |
|||
|malkā |
|||
|rei |
|||
|malktā |
|||
|rainha |
|||
|- |
|||
|gabrā |
|||
|homem |
|||
|attā |
|||
|mulher |
|||
|- |
|||
|ktābā |
|||
|livro |
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|mdittā |
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|cidade |
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|- |
|||
|țurā |
|||
|monte |
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|qritā |
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|aldeia |
|||
|} |
|||
A única exceção são dos substantivos femininos que não tem a terminação em -''tā'', comoː{{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
|||
{| class="wikitable" |
|||
|+ |
|||
!Siríaco |
|||
!PortuguÊs |
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|- |
|||
|idā |
|||
|mão |
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|- |
|||
|emmā |
|||
|mãe |
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|- |
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|ar^cā |
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|terra |
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|} |
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=== Verbos === |
|||
==== Verbo simples perfeito ==== |
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A forma básica do verbo perfeito se dá pela raiz verbal, que geralmente é triconsonantal, com um padrão vocálico apropriado, seja CCAC, como em ''ktab (''ele escreveu) ou CCEC como em ''sleq'' (ele saiu).{{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
|||
Essa forma (''sleq e ktab'') é a forma da terceira pessoa do singular masculino, represemta uma forma básica, não aumentada ou fundamental, do verbo. {{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
|||
* A terceira pessoa do singular feminino acrescenta a terminação -''at'' à raiz verbal. Ao mesmo tempo, todos os verbos sofrem uma mudança de padrão de CCaC ou CCeC para CeCC - dando a invariável forma CeCCat da 3° pessoa do singular feminino, ''ketbat (''ela escreveu/ela escrevia) e ''selqat'' (''e''la saiu).{{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
|||
* O plural masculino da terceira pessoa (eles) com a terminação -''un'' adicionada ao singular, como em ktabun( eles escreveram) e slegun( eles saíram).{{Sfn|Thackston|1944|p=29}} |
|||
== Vocabulário == |
|||
=== Exemplo de texto curto === |
|||
Existem várias versões da [[Oração do Pai Nosso]] no neo-aramaico ocidental, incorporando empréstimos alterados de várias línguas, notavelmente árabe: Šēḏa (do [[língua acádia| acadiano]] . šēdu , que significa "mal" ou "diabo"), yiṯkan (do [[ Língua árabe| árabe]]. litakun , que significa "que pode ser" ou "ser"), ġfurlēḥ & nġofrin (do Ar. yaghfir , que significa "perdoar") e čaġribyōṯa (do Ar. jareeb , que significa "tentação").<ref>{{citar livro|título=Das Neuwestaramäische: Volkskundliche Texte aus Maʻlūla|ultimo=Arnold|primeiro=Werner|editora=Otto Harrassowitz|ano=1991|local=Wiesbaden|página=144|lingua=Alemão|isbn=9783447031660}}</ref> |
|||
{| class="wikitable" |
|||
|+Oração do Pai Nosso |
|||
!Neoaramaico ocidental |
|||
!Português |
|||
|- |
|||
|Ōboḥ/Ōbay/Abūnaḥ ti bišmō/bišmoya yičqattaš ešmaẖ |
|||
yṯēle molkaẖ/malkuṯaẖ yiṯkan ti čbaҁēleh |
|||
iẖmel bišmō/bišmoya ẖet ҁalarҁa. |
|||
Aplēḥ leḥmaḥ uẖẖil yōmaḥ |
|||
ġfurlēḥ ḥṭiyōṯaḥ eẖmil |
|||
nġofrin lti maḥiṭ ҁemmaynaḥ |
|||
wlōfaš ttaẖlennaḥ bčaġribyōṯa |
|||
|Pai Nosso que estais no céu |
|||
santificado seja o vosso nome |
|||
vem a nós o vosso reino |
|||
seja feita a vossa vontade |
|||
assim na terra como no céu |
|||
O pão nosso de cada dia nos daí hoje |
|||
perdoai-nos as nossas ofensas |
|||
assim como nós perdoamos |
|||
a quem nos tem ofendido |
|||
não nos deixei cair em tentação mas livrai-nos do mal. |
|||
|} |
|||
===Numeração === |
|||
Em siríaco, assim como em outras línguas semíticas, as letras do alfabeto são usadas como numerais, como emː{{Sfn|Thackston|1944|p=23}} |
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{| class="wikitable sortable" |
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|+Tabela numerica |
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!Letra |
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!Valor |
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numerico |
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|- |
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|ܐ |
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|1 |
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|- |
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|ܒ |
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|2 |
|||
|- |
|||
|ܓ |
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|3 |
|||
|- |
|||
|ܕ |
|||
|4 |
|||
|- |
|||
|ܗ |
|||
|5 |
|||
|- |
|||
|ܘ |
|||
|6 |
|||
|- |
|||
|ܙ |
|||
|7 |
|||
|- |
|||
|ܚ |
|||
|8 |
|||
|- |
|||
|ܛ |
|||
|9 |
|||
|- |
|||
|ܝ |
|||
|10 |
|||
|- |
|||
|ܟ |
|||
|20 |
|||
|- |
|||
|ܠ |
|||
|30 |
|||
|- |
|||
|ܡ |
|||
|40 |
|||
|- |
|||
|ܢ |
|||
|50 |
|||
|- |
|||
|ܣ |
|||
|60 |
|||
|- |
|||
|ܥ |
|||
|70 |
|||
|- |
|||
|ܦ |
|||
|80 |
|||
|- |
|||
|ܨ |
|||
|90 |
|||
|- |
|||
|ܩ |
|||
|100 |
|||
|- |
|||
|ܪ |
|||
|200 |
|||
|- |
|||
|ܫ |
|||
|300 |
|||
|- |
|||
|ܬ |
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| |
|||
|} |
|||
Os números compostos são escritos decimalmente da direita para a esquerda.{{Sfn|Thackston|1944|pp=23-24}}{{Sfn|Thackston|1944|pp=193-200}} |
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=== Algumas palavras === |
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{| class="wikitable" |
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|+ |
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!Neoaramaico |
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ocidental (siríaco) |
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!Português |
|||
|- |
|||
|abid |
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|perdido |
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|- |
|||
|ādār |
|||
|marchar |
|||
|- |
|||
|bkā/nebkē |
|||
|chorar |
|||
|- |
|||
|bnayyā |
|||
|prédio/edifício |
|||
|- |
|||
|gbā/negbē |
|||
|escolher/ |
|||
escolhido |
|||
|- |
|||
|gennā |
|||
|proteção |
|||
|- |
|||
|daḥḥil |
|||
|temer |
|||
|- |
|||
|daywā |
|||
|espírito mal |
|||
|- |
|||
|ethpa ethaggi |
|||
|meditar |
|||
|- |
|||
|ethpa ethaggag |
|||
|imaginar |
|||
|- |
|||
|hegmōna |
|||
|governador |
|||
|- |
|||
|haddāmā |
|||
|membro |
|||
|- |
|||
|pa hallek |
|||
|andar |
|||
|- |
|||
|pa hallel |
|||
|elogiar |
|||
|- |
|||
|zabnā |
|||
|tempo |
|||
|- |
|||
|zahrā |
|||
|brilho |
|||
|} |
|||
{{ referências }} |
|||
== Bibliografia == |
|||
*{{citar periódico |
|||
|último= Braga |
|||
|primeiro= Pedro |
|||
|data= 2015 |
|||
|título= A expansão do islamismo no mundo |
|||
|url= https://portaldeperiodicos.marinha.mil.br/index.php/ighmb/article/view/3443 |
|||
|língua= pt |
|||
|periódico= IGHMB |
|||
|volume= 74 |
|||
|número= 102 |
|||
|páginas= 4-31 |
|||
|ref = harv }} |
|||
*{{citar livro | primeiro = Daniel| último = King |título=The Syriac World| ano = 2018|editora=Taylor & Francis |isbn=9781317482116 |língua= en |citação=There are no significant differences in the dialect of Malula between the speech of Christians and Muslims. The native name is siryōn or arōmay.| p = 54| ref = harv}} |
|||
*{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1002/9781405198431.wbeal0705 |título=Limits of Language Revival |ano = 2012|acessodata=2024-03-24 |periódico=The Encyclopedia of Applied Linguistics |ultimo=Zuckermann |primeiro=Ghil'ad |doi=10.1002/9781405198431.wbeal0705|p = 113| ref = harv}} |
|||
*{{Citar livro|título=Computational nonlinear morphology: with emphasis on Semitic languages|ultimo=Kiraz|primeiro=George Anton|data=|editora=Cambridge Univ. Press|ano=2001|edicao=1. publ|series=Studies in natural language processing|local=Cambridge|página=25|isbn=9780521631969|ref = harv}} |
|||
Como na maior parte do Levante, antes da introdução do islã, no {{séc|VII}}, as aldeias eram originalmente cristãs. No entanto, Ma'loula é a única aldeia que mantém uma população cristã significativa (que na sua maioria pertencem à [[Igreja Melquita Greco-Católica]]). A maioria dos habitantes de Bakh'a e Jubb Adin adotaram o Islã ao longo das gerações, sendo agora totalmente muçulmanos. Assim, Ma'loula brilha na coloração azul pálida da pintura comemorativa anual de suas casas em honra de [[Maria (mãe de Jesus)|Maria]]. |
|||
*{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11606/issn.2763-650x.i6p15-29 |título=Línguas semíticas na Universidade de São Paulo |data=2016-02-02 |acessodata=2024-03-26 |periódico=Revista de Estudos Orientais |número=6 |ultimo= de Araújo |primeiro=Reginaldo Gomes de |p=18|doi=10.11606/issn.2763-650x.i6p15-29 |issn=2763-650X| ref = harv}} |
|||
Todos os dialetos ocidentais neoaramaicos sobreviventes enfrentam o perigo de extinção. Como acontece com qualquer comunidade aldeã do {{séc|XXI}}, os jovens moradores estão migrando para grandes cidades como [[Damasco]] e [[Alepo]] em busca de melhores oportunidades de emprego, sendo muito influenciados por comunidades monolingues em língua árabe, reduzindo as oportunidades para manter ativo o neoaramaico como uma língua de uso diário. O governo sírio fornece suporte para o ensino da língua.<ref>{{citar web|url=http://www.smithsonianmag.com/innovation/how-to-save-a-dying-language-4143017/?all|título=How to Save a Dying Language|acessodata=31 de outubro de 2014|ultimo=Sabar|primeiro=Ariel|ano=2013|mes=fevereiro|obra=[[Smithsonian Magazine]]|língua=en|citacao=Aramaic is safe now in only one place: the Christian village of Maaloula, in the hills outside Damascus, where, with Syrian state support, elders still teach it to children}}</ref> Desde 2007, Ma'loula tem sido o lar de um instituto aramaico estabelecido pela Universidade de Damasco que ministra cursos para manter a língua viva . As atividades do instituto foram suspensas em 2010 por temores pelo fato do “quadrado” [[alfabeto aramaico]] usado no programa se assemelhar à forma mais “quadrada” do [[alfabeto hebraico]]. Com isso o programa passou a usar a [[Alfabeto siríaco|escrita siríaca]]. <ref name="institute">{{citar web|url=http://www.csmonitor.com/World/Middle-East/2010/0402/Easter-Sunday-A-Syrian-bid-to-resurrect-Aramaic-the-language-of-Jesus-Christ |título=Easter Sunday: A Syrian bid to resurrect Aramaic, the language of Jesus Christ |último =Beach |primeiro =Alastair |publicado=''[[Christian Science Monitor]]'' |data=2010-04-02 |acessodata=2014-10-31|língua=en}}</ref> |
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*{{Citar livro |último=Werner |primeiro=Arnold |título=Western Neo-Aramaic |editora=Berlin: De Gruyter Mouton |ano=2011 |localização=In Stefan Weninger (ed.), The Semitic Languages: An International Handbook |pp=685–696| ref = harv}} |
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{{Referências}} |
|||
*{{citar livro|título=Introduction to a Syriac ː an elementary grammar with readings from Syriac literature|ultimo=Thackston|primeiro=Wheeler|editora=IBEX PUBLISHERS|ano=1944|local=Bethesda, Maryland|isbn=0-936347-98-8| ref = harv}} |
|||
==Bibliografia== |
|||
* Arnold, Werner (1989f) ''Das Neuwestaramäische''. 5 Volumes. Wiesbaden: Harrassowitz & (1990). New materials on Western Neo-Aramaic. In Wolfhart Heinrichs (ed.), ''Studies in Neo-Aramaic'', pp. 131–149. Atlanta, Georgia: Scholars Press. ISBN 1-55540-430-8. |
|||
* {{Citar livro|nome=Werner|sobrenome=Arnold|título=Arabic as a Minority Language|língua=en|editora=Walter de Gruyter|editor=Owens|editor-nome= Jonathan|ano=2000|páginas=347-370|capitulo=The Arabic Dialects in the Turkish Province of Hatay and the Aramaic dialects in the Syrian montains of Qalamûn: two minority languages compared|urlcapitulo=http://books.google.pt/books?id=Ih6b9iupT6oC&pg=PA347&hl=pt-PT&source=gbs_toc_r&cad=4#v=onepage&q&f=false|isbn =3-11-016578-3||coleção=Contributions to the sociology of language|numero=83|acessodata=31 de outubro de 2014|ref=harv}} |
|||
* Beyer, Klaus (1986). ''The Aramaic language: its distribution and subdivisions''. Göttingen: Vandenhoeck und Ruprecht. ISBN 3-525-53573-2. |
|||
* Tsereteli, Konstantin (1990). The velar spirant {{unicode|ġ}} in Modern East Aramaic dialects. In Wolfhart Heinrichs (ed.), ''Studies in Neo-Aramaic'', pp. 131–149. Atlanta, Georgia: Scholars Press. ISBN 1-55540-430-8. |
|||
==Ligações externas== |
==Ligações externas== |
||
*[http://www.omniglot.com/writing/westernneoaramaic.htm Neoaramaico ocidental em Omniglot.com] |
*[http://www.omniglot.com/writing/westernneoaramaic.htm Neoaramaico ocidental em Omniglot.com] |
Edição atual tal como às 16h10min de 1 de abril de 2024
Neoaramaico ocidental (ܣܪܝܘܢ )ܐܰܪܳܡܰܝ Siryōn (Arōmay) | ||
---|---|---|
Pronúncia: | [sirˈjo:n][1] | |
Falado(a) em: | Síria | |
Região: | Montanhas do Antilíbano -Maalula e Jubb'adin. | |
Total de falantes: | 30,000 mil (2023)[2] | |
Família: | Afro-asiática Semítica Semítica Central Semítica do Noroeste Aramaica Aramaico Ocidental Neoaramaico ocidental | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
| |
ISO 639-2: | --- | |
ISO 639-3: | amw
| |
O neoaramaico ocidental (liššōna arōmay), também conhecido como siryoon ,[3] é uma forma moderna da língua aramaica e falada por aproximadamente 30.000 mil pessoas.[4][5]
Atualmente, utilizada por cristãos sírios e por muçulmanos sírios em dois vilarejos chamados: Maalula e Jubb'adin.[6] Até a Guerra Civil Síria, a língua também era falada na aldeia de Bakh'a, entretanto a aldeia foi destrída na guerra. Os falantes foram forçados a se refugiar em outras regiões sírias e no Líbano.[7]
É utilizada na região das Montanhas do Antilíbano no oeste da Síria,[6] e é a única língua neoaramaica ainda viva dentre aquelas do ramo neoaramaico ocidental.[5] As demais línguas aramaicas ainda faladas são do ramo oriental.[8]
Muitos falantes do neoaramaico ocidental vivem fora das duas aldeias, principalmente em Damasco e Beirute.[5]
A língua está ativa, porém corre risco de extinção, pois é usada como primeira língua apenas por adultos e não há registros de que seja ensinada nas escolas,logo, pode cair no desuso.[4]
Classificação[editar | editar código-fonte]
A língua neoaramaico ocidental pertence ao ramo semítico da família de línguas afro-asiáticas.[4]Por isso, possui inúmeras características comuns às outras línguas dessa família, como: o padrão de palavras formadas com raízes de três consoantes, com mudanças vocálicas, prefixos e sufixos usados para flexioná-las.[9]
O adjetivo 'semítico' é derivado da palavra "sem", nome de um dos filhos de Noé.[10] O historiador alemão August Ludwing von Schloezer quem deu, em 1781, o nome "semítas" aos hebreus, arameus, árabes e abissínios, cujas línguas são aparentadas entre si.[11]
Etimologia[editar | editar código-fonte]
A palavra aramaico (do hebraico אֲרָמַיָה Aram, Aram; grego antigo Ἀραμαϊκὴ Aramaikē; siríaco ܐܪܡܝܐ Aramaya) vem do termo "aram", nome do quinto filho de Sem, o primeiro filho de Noé,[12] e "-aico" sufixo nominal, de origem grega, que exprime a ideia de origem, ascendência. Lingua do Povo de Aram, dos arameus. Esse termo " Arameus" era utilizados pelos judeus para diferenciar os seus povos aparentados mais afastados, os "povos de Aram",[13] no Oriente.
O prefixo 'Neo', do grego néos, significa novo "novo".[14] O "neo" faz oposição ao aramaico de milênios atrás.
"Ocidental" se refere à localização onde a língua é falada, pois o agrupamento das línguas aramaicas está usualmente baseado em sua distribuição geográfica: Semítico Norte-Oriental (Mesopotâmico), Semítico Norte-Ocidental (Síria Palestina) e Semítico Sul-Ocidental(Arábia e Etiópia).[15]
História[editar | editar código-fonte]
Aramaico é uma antiga língua semítica, cujo nome vem do povo arameu, um grupo de tribos nômades e seminômades,[16] além de ser estreitamente relacionado com o hebraico e o fenício, também possui certas semelhanças com o árabe. O aramaico começou a surgir como uma língua diferente por volta do final do século XI a.C.[17] Distribuída da Síria até a Mesopotâmia ocidental, tornou-se a principal língua da região quando os caldeus que falavam o aramaico criaram o Império Neobabilônico.[18]
O aumento na utilização do aramaico começou com o Império Assírio e perdurou sob o Império Babilônico.[19] Quando esses impérios aumentaram seus domínios, o aramaico, sendo mais fácil de aprender do que o acadiano (a língua franca antecessora da região), foi adotado como a língua da administração e fala entre diferentes povos e culturas dentro dos impérios.[18]
Antes da Era Cristã, o aramaico se espalhou por quase todos as regiões do Mediterrâneo até as montanhas da Armênia e do Curdistão,mas a expansão islâmica (séculos VII e VIII) trocou por quase toda parte o aramaico pelo árabe.[20][21]
A língua neoaramaico ocidental é falada principalmente pelos moradores de Maalula (علولة) e Jubb' Adin (جبعدين), no Antilíbano (atual Síria), cerca de 60 km a nordeste de Damasco; era também falado em Bakh'a (بخعة), na mesma região, mas esta foi destruída na guerra civil.[22] A continuação deste pequeno grupo de aramaico em um domínio quase total de língua árabe é em parte devido ao relativo isolamento das aldeias ao redor das montanhas[23] e da união entre as suas comunidades. Hoje ele é um idioma ameaçado de extinção devido aos conflitos religiosos presentes na região.[24]
Após o surgimento de islã veio a consequente conversão em massa das populações locais em termos de arabização cultural e linguística.[25] Veio assim, entre os muçulmanos recém-convertidos e também entre os cristãos, o deslocamento das várias línguas aramaicas para o árabe como nova língua materna da maioria.[26] Porém, nas regiões montanhosas e isoladas o aramaico ocidental sobreviveu por um tempo relativamente longo no Líbano e Antilíbano (Síria moderna), na verdade, até ao século XVII, viajantes no Líbano ainda informavam sobre várias aldeias de língua aramaica.[27]
Dialetos[editar | editar código-fonte]
Nas últimas aldeias onde a língua ainda sobrevive, o dialeto da abandonada Bakh'a parecia ser o mais conservador, tendo sido menos influenciado pelo árabe[28] se comparado com outros dialetos, mantendo algum vocabulário que é obsoleto em outros dialetos. O dialeto de Jubb'Adin mudou mais, pois foi fortemente influenciado pelo árabe, e tem uma fonologia mais desenvolvida.[29] Influência cruzada entre aramaico e árabe tem sido mútua,[28] como o árabe sírio em si (Árabe Levantino em geral) mantém um bom substrato aramaico.
Maalula | Jubb"adin | Português |
---|---|---|
Ana Batt Nzill | ana bilay niz | Eu vou |
Como na maior parte do Levante, antes da introdução do islã, no século VII, as aldeias eram originalmente cristãs.[30] No entanto, Maaloula é a única aldeia que mantém uma população cristã significativa (que na sua maioria pertencem à Igreja Melquita Greco-Católica).[31] A maioria dos habitantes de Bakh'a e Jubb Adin adotaram o Islã ao longo das gerações, sendo agora totalmente muçulmanos.[32] Em Ma'loula, as casas são pintadas de azul em detrimento da comemoração anual em honra de Maria.[33]
Todos os dialetos ocidentais neoaramaicos sobreviventes enfrentam o perigo de extinção.[34] Como acontece com qualquer comunidade aldeã do século XXI, os jovens moradores estão migrando para grandes cidades como Damasco e Alepo em busca de melhores oportunidades de emprego,[35] sendo muito influenciados por comunidades monolíngues em língua árabe, reduzindo as oportunidades para manter ativo o neoaramaico como uma língua de uso diário, tanto que, o governo sírio fornece suporte para o ensino da língua.[36]
Desde 2007, Maaloula tem sido o lar de um instituto de Língua Aramaica estabelecido pela Universidade de Damasco que ministra cursos para manter a língua viva.[37] As atividades do instituto foram suspensas em 2010 por temores pelo fato do Alfabeto quadrado Aramaico, usado no programa, se assemelhar à forma mais “quadrada” do alfabeto hebraico.[38] Com isso, o programa passou a usar a escrita siríaca.[39]
Fonologia[editar | editar código-fonte]
Consoantes[editar | editar código-fonte]
Labial | Dental/Alveolar | Palato alveolar | Palatal | Velar | Uvular | Faríngea | Glotal | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Simples | Enfático | |||||||||||||||||||||
Nasal | m | n | ||||||||||||||||||||
Oclusiva | p | b | t | d | tˤ | kʲ | k | ɡ | q | ʔ | ||||||||||||
Africada | ts | tʃ | dʒ | |||||||||||||||||||
Fricativa | f | θ | ð | s | z | ðˤ | sˤ | zˤ | ʃ | ʒ | x | ɣ | ħ | ʕ | h | |||||||
Aproximante | w | l | j | |||||||||||||||||||
Vibrante | r |
Oclusivas[editar | editar código-fonte]
- As oclusivas (p,b,t,d,k e g), que possuem seus alófones aspirados(p̠, b̠, t̠, d̠, k̠ e g̠), conhecidas como letras begadkepat, ocorrem em alguns casos específicos.[40] Apenas as oclusivas, não aspiradas, aparecem duplicadas. Como se observa na tabela abaixoː[40]
Palavra | Português | |
1° | neppel | ele cai |
2° | saggi | muito |
3° | meddem | coisa |
- As oclusivas correm no início da palavra quando precedidas por uma palavra terminada em consoante.[40]
- Quando antecedida por qualquer vogal, mesmo que além dos limites das palavras, as oclusivas são aspiradas, como em neplet (nep̠let̠) 'eu caí', ebad (eb̠ad̠)'ele morrer' e nektob (nek̠tob̠)'ele escreve'.[41]
Vogais[editar | editar código-fonte]
Anterior | Posterior | ||
---|---|---|---|
curta | longa | ||
Fechada | i | ī | u |
Semifechada | e | ē/ey | o |
Aberta | a | ā | ɑ |
Fonotática[editar | editar código-fonte]
- Cada sílaba em siríaco começa com uma, e apenas uma, consoante, que é sempre seguinda por uma vogal. Qualquer encontro de duas consoantes é dividido entre os dois, porque nenhuma silaba pode começar com mais de uma consoante.[42]
- As silabas que terminam em vogal são chamadas de aberta e as que terminam em consoante são chamadas de fechadas.[42]
Tonicidade[editar | editar código-fonte]
A ênfase pode recair sobre qualquer uma das três sílabas finais de uma palavra.[43]
- Na última sílabaː Qualquer sílaba final que seja fechada[44] e contenha uma vogal longa é acentuada.[43]
- Na penúltima sílabaː se a sílaba final não for acentuada então a penúltima sílaba recebe a ênfase se contiver uma vogal longa ou for fechada.[43]
- Na antepenúltima sílabaː se os últimos dois casos listados a cima não forem atendidos, então o acento recua para a antepenúltima.[43]
Palavra | Separação
silábica + ênfase | |
Última | nebnōn | neb-nōn´ |
Penúltima | malkā | mal´-kā |
Antepenúltima | madbrā | mad´-bə-rā |
Ortografia[editar | editar código-fonte]
Atualmente, existe uma variedade de sistemas de escrita utilizadas pelo neoaramaico, pois ele foi transmitido oralmente por gerações até 2006 e não foi utilizado na forma escrita.[45]
Um Instituto de Língua Aramaica foi criado em 2006 pela Universidade de Damasco , que ministra cursos para manter a língua viva.[37] O presidente do Instituto de Línguas, George Rizkalla (Rezkallah), comprometeu-se a escrever um livro didático em neo-aramaico ocidental.[46] Sendo anteriormente não escrito, Rizkalla optou pelo alfabeto hebraico, porém,em 2010, as atividades do instituto foram encerradas devido a preocupações de que o alfabeto quadrado Maalouli-Aramaico usado no programa tivesse uma semelhança com a escrita quadrada do alfabeto hebraico, que resultou na remoção de todos os sinais com a escrita quadrada Maalouli.[47] O programa afirmou que, em vez disso, usariam o alfabeto siríaco-aramaico mais distinto, embora o uso do alfabeto Maalouli tenha continuado até certo ponto.[39]
Por esse motivo, estão apresentados abaixo os quadros dos alfabetosː Escrita quadrada Maalouli[48][49], Hebraico, Siríaco[50] e Árabe( que além das influências no neoaramaico ocidental, também deriva do aramaico).
Alfabeto Maalouli quadrado[editar | editar código-fonte]
Letra Maalouli | |||||||||||||||||||||||||||||
Letra hebraica | א | בּ | ב | גּ | ג | דּ | ד | ה | ו | ז | ח | ט | י | כּ ךּ | כ ך | ל | מ ם | נ ן | ס | ע | פּ ףּ | פ ף | צ ץ | ק | ר | שׁ | תּ | ת | ת |
Pronúncia IPA | ∅ | /b/ | /v/ | /g/, /ʒ/ | /ɣ/ | /d/ | /ð/ | /h/ | /w/ | /z/ | /ħ/ | /tˤ/ | /j/ | /k/ | /x/ | /l/ | /m/ | /n/ | /s/ | /ʕ/ | /p/ | /f/ | /sˤ/ | /k/~/ḳ/ | /r/ | /ʃ/ | /t/ | /θ/ | /tʃ/ |
Siríaco e Árabe[editar | editar código-fonte]
Letra Siríaca: | ܐ | ܒ | ܒ݆ | ܓ | ܔ | ܓ݂ | ܕ | ܕ݂ | ܗ | ܘ | ܙ | ܚ | ܚ݂ | ܛ | ܜ | ܝ | ܟ | ܟ݂ | ܠ | ܡ | ܢ | ܣ | ܥ | ܦ | ܨ | ܨ̇ | ܩ | ܪ | ܫ | ܬ | ܬ݂ | ܬ̤ |
Letra Árabe: | ا | ب | پ | گ | ج | غ | د | ذ | ه | و | ز | ح | خ | ط | ظ | ي | ک | خ | ل | م | ن | س | ع | ف | ص | ض | ق | ر | ش | ت | ث | چ |
Pronúncia IPAː | /ʔ/, /∅/ | /b/ | /p/ | /g/ | /dʒ/ | /ɣ/ | /d/ | /ð/ | /h/ | /w/ | /z/ | /ħ/ | /x/ | /tˤ/ | /dˤ/ | /j/ | /k/ | /x/ | /l/ | /m/ | /n/ | /s/ | /ʕ/ | /f/ | /sˤ/ | /ðˤ/ | /q/~/ḳ/ | /r/ | /ʃ/ | /t/ | /θ/ | /tʃ/ |
Letra Siríaca: | ܰ | ܶ | ܳ | ܺ | ܽ |
Letra Árabe: | ـَ | ـِ | ـُ | ي | و |
Pronúncia IPAː | /a/ | /e/ | /o/ | /i/ | /u/ |
Gramática[editar | editar código-fonte]
Substantivo[editar | editar código-fonte]
Estado enfático[editar | editar código-fonte]
- Todos os substantivos siríacos ocorrem em uma forma lexical básica, com a terminação ā, conhecida normalmente como estado enfático. [51]O estado enfático significa que tanto o definido , quanto o indefinido, por exemploː gabrā- "um homem ou o homem", ktābā- "o livro ou um livro".[51]
- Para a tradução, deve-se levar em conta o contexto da mensagem para que seja determinado qual dos dois se adequa a uma determinada necessidade. [51]
Gênero[editar | editar código-fonte]
Existem dois gêneros gramaticais em siríacoː masculino e feminino. Conforme as coisas e pessoas tem um gênero natural (pai/mãe, filha/filho,boi/vaca, etc.), o gênero gramatical segue o gênero natural.[51]A forma e o gênero possuem uma certa correspondência,pos todos os substantivos femininos são marcados pela terminação -tā no estado enfático, enquanto os substantivos masculinos não tem nenhuma terminação especial além da terminação ā no estado enfático. [51]
Masculino | Feminino | ||
---|---|---|---|
malkā | rei | malktā | rainha |
gabrā | homem | attā | mulher |
ktābā | livro | mdittā | cidade |
țurā | monte | qritā | aldeia |
A única exceção são dos substantivos femininos que não tem a terminação em -tā, comoː[51]
Siríaco | PortuguÊs |
---|---|
idā | mão |
emmā | mãe |
ar^cā | terra |
Verbos[editar | editar código-fonte]
Verbo simples perfeito[editar | editar código-fonte]
A forma básica do verbo perfeito se dá pela raiz verbal, que geralmente é triconsonantal, com um padrão vocálico apropriado, seja CCAC, como em ktab (ele escreveu) ou CCEC como em sleq (ele saiu).[51]
Essa forma (sleq e ktab) é a forma da terceira pessoa do singular masculino, represemta uma forma básica, não aumentada ou fundamental, do verbo. [51]
- A terceira pessoa do singular feminino acrescenta a terminação -at à raiz verbal. Ao mesmo tempo, todos os verbos sofrem uma mudança de padrão de CCaC ou CCeC para CeCC - dando a invariável forma CeCCat da 3° pessoa do singular feminino, ketbat (ela escreveu/ela escrevia) e selqat (ela saiu).[51]
- O plural masculino da terceira pessoa (eles) com a terminação -un adicionada ao singular, como em ktabun( eles escreveram) e slegun( eles saíram).[51]
Vocabulário[editar | editar código-fonte]
Exemplo de texto curto[editar | editar código-fonte]
Existem várias versões da Oração do Pai Nosso no neo-aramaico ocidental, incorporando empréstimos alterados de várias línguas, notavelmente árabe: Šēḏa (do acadiano . šēdu , que significa "mal" ou "diabo"), yiṯkan (do árabe. litakun , que significa "que pode ser" ou "ser"), ġfurlēḥ & nġofrin (do Ar. yaghfir , que significa "perdoar") e čaġribyōṯa (do Ar. jareeb , que significa "tentação").[52]
Neoaramaico ocidental | Português |
---|---|
Ōboḥ/Ōbay/Abūnaḥ ti bišmō/bišmoya yičqattaš ešmaẖ
yṯēle molkaẖ/malkuṯaẖ yiṯkan ti čbaҁēleh iẖmel bišmō/bišmoya ẖet ҁalarҁa. Aplēḥ leḥmaḥ uẖẖil yōmaḥ ġfurlēḥ ḥṭiyōṯaḥ eẖmil nġofrin lti maḥiṭ ҁemmaynaḥ wlōfaš ttaẖlennaḥ bčaġribyōṯa |
Pai Nosso que estais no céu
santificado seja o vosso nome vem a nós o vosso reino seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu O pão nosso de cada dia nos daí hoje perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido não nos deixei cair em tentação mas livrai-nos do mal. |
Numeração[editar | editar código-fonte]
Em siríaco, assim como em outras línguas semíticas, as letras do alfabeto são usadas como numerais, como emː[53]
Letra | Valor
numerico |
---|---|
ܐ | 1 |
ܒ | 2 |
ܓ | 3 |
ܕ | 4 |
ܗ | 5 |
ܘ | 6 |
ܙ | 7 |
ܚ | 8 |
ܛ | 9 |
ܝ | 10 |
ܟ | 20 |
ܠ | 30 |
ܡ | 40 |
ܢ | 50 |
ܣ | 60 |
ܥ | 70 |
ܦ | 80 |
ܨ | 90 |
ܩ | 100 |
ܪ | 200 |
ܫ | 300 |
ܬ |
Os números compostos são escritos decimalmente da direita para a esquerda.[54][55]
Algumas palavras[editar | editar código-fonte]
Neoaramaico
ocidental (siríaco) |
Português |
---|---|
abid | perdido |
ādār | marchar |
bkā/nebkē | chorar |
bnayyā | prédio/edifício |
gbā/negbē | escolher/
escolhido |
gennā | proteção |
daḥḥil | temer |
daywā | espírito mal |
ethpa ethaggi | meditar |
ethpa ethaggag | imaginar |
hegmōna | governador |
haddāmā | membro |
pa hallek | andar |
pa hallel | elogiar |
zabnā | tempo |
zahrā | brilho |
Referências
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Antes da conquista islâmica, o aramaico era falado em toda a Síria e era uma língua global. Havia muitas variantes, mas o aramaico não existia como língua escrita em todos os lugares, incluindo na região de Ma’alula, observa o professor Jastrow. A decisão de usar a escrita hebraica, em sua opinião, foi tomada de forma arbitrária.
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Neoaramaico ocidental em Omniglot.com
- Neoaramaico ocidental em Ethnologue
- Endangered languades - Neoaramaico ocidental
- Números em Neoaramaico ocidental
- (em alemão) Semitisches Tonarchiv: Dokumentgruppe "Aramäisch/Neuwestaramäisch" gravações de NeoAramaico Ocidental.
- The dialect of Ma’lula. Grammar, vocabulary and texts. (1897–1898) By Jean Parisot (in French): Parts 1, 2, 3 at the Internet Archive.