Ocarina

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A ocarina é um instrumento de sopro globular feito, geralmente, de porcelana, terracota, madeira ou pedra. A ocarina pertence à família das flautas e é um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo. Possui geralmente a forma oval tendo de quatro a doze furos para os dedos, porém há algumas variações nesse desenho (ver ocarinas de câmaras múltiplas). Um tubo chamado de passagem de ar (airway ou windway, em inglês) projeta-se de seu corpo servindo de bocal. Normalmente é feito do mesmo material da ocarina, mas pode ser feito de um material equivalente.

História

Um Gemshorn.

A Ocarina é uma família muito antiga de instrumentos, sendo que a ocarina mais antiga já encontrada tinha aproximadamente 12000 anos.[1] As ocarinas foram marcadas nas culturas maia (criação da ocarina), italiana (aperfeiçoamento da ocarina) e alemã (versões da ocarina como o gemshorn)

Uma ocarina no padrão azul-e-branco do início do século XX.


O uso comum da ocarina nos países ocidentais data do século XIX, quando sua forma original (maia) foi aperfeiçoada pelo italiano Giuseppe Donati. O nome "ocarina" é derivado do italiano "oca" (espécie de pato) por sua semelhança com a cabeça de um. Uma versão da ocarina é o gemshorn, criado na Alemanha.

Foram produzidas ocarinas de porcelana belamente pintadas, como as ocarinas de Meissen. A fábrica de Meissen na Alemanha não construiu ocarinas, mas autorizou os fabricantes de ocarina a usar o padrão Meissen de azul e branco no design exterior. Atualmente a maior empresa produtora de ocarinas do mundo é a STL Ocarina, nos Estados Unidos.

Recentemente a ocarina foi descoberta por muitas pessoas quando a Nintendo lançou o jogo The Legend of Zelda: Ocarina of Time, onde o protagonista Link toca uma ocarina azul conhecida como Ocarina of Time.

Classificação

Como funciona uma ocarina.

A ocarina é uma flauta de formato globular. Isso a torna diferente dos instrumentos de tubo perfurados, como a flauta transversal e a flauta doce, onde as notas dependem do comprimento da distância percorrida pela coluna de ar. Por isso ela tem características acústicas diferentes. Tecnicamente, o seu corpo age como um ressonador de Helmholtz.

Uma ocarina é um instrumento de câmara fechada, diferente da flauta doce, por exemplo. Após o ar passar pela passagem de ar, ele atinge a rampa sonora (sound edge), causando um som que vibra dentro da câmara de ressonância (resonance chamber) da ocarina. O processo é diferente do da flauta doce, onde o ar passa diretamente, apenas atingindo a rampa sonora e sem vibrar na passagem de ar.

Uma ocarina pode ter uma câmara (4-12 furos), duas câmaras (16 furos) ou três câmaras (20 furos). Para mais sobre múltiplas câmaras, veja Ocarinas de câmaras múltiplas (abaixo).

Desempenho

A ocarina, como outras flautas de corpo oco, tem a qualidade incomum de não depender do comprimento de seu tubo para produzir uma nota em particular. Ao invés disso as notas dependem da área de abertura total dos orifícios em relação ao volume total do instrumento. Isso significa que, diferente da flauta transversal ou da flauta doce, a posição dos orifícios não é relevante — o tamanho destes é o que importa.

Ocarina de metal.

A câmara de ressonância da ocarina cria uma onda sonora senoidal sendo, assim, incapaz de criar sobreposições harmônicas. Isto significa que a técnica de soprar mais forte para “oitavar” notas não é possível com a ocarina, assim a sua extensão disponível é limitada. No entanto, a força do sopro pode alterar as notas, fazendo com que a ocarina desafine se soprada com muita ou pouca força. As notas diferentes são produzidas fechando os furos, sendo que quanto maior a área fechada mais grave a nota é.

Ocarinas na cultura popular

No jogo The Legend of Zelda: Ocarina of Time, lançado para Nintendo 64 em 1998, a ocarina é o item central do jogo. O jogador pode tocar as músicas do jogo e qualquer outra música usando o controle do próprio console que teve os botões mapeados de forma a ter a mesma disposição da ocarina representada na tela. Foi com Ocarina of Time que a Ocarina se popularizou.

No filme Dragon Ball Z: Se Goku não conseguir, quem conseguirá? o personagem Tapion tem uma ocarina mágica usada para deter o monstro Hirudegan.

Nos episódios 213, 214 e 215 de Naruto clássico é tocada por Menma.

No episódio 47 de Sekai Ninja Sen Jiraiya é tocada por uma personagem (Acarem).

Em Tonari no Totoro, o personagem título, Totoro, toca uma ocarina.

No filme Pokémon, the Movie 2000: The Power of One, a personagem Melody tem uma ocarina, usada para tocar a musica do Lugia, Lugia's Song.

Ocarinas de câmaras múltiplas

Depois do aperfeiçoamento de Giuseppe Donati, alguns fabricantes de ocarinas fizeram ocarinas de câmaras múltiplas (duas ou três câmaras) com o objetivo de aumentar o alcance da ocarina. Também é possível tocar vários sons juntos (polifonia) com ocarinas de câmaras múltiplas.

Ocarinas chaveadas

Ocarina chaveada.

Ocarinas chaveadas foram produzidas por vários fabricantes, muito experimentalmente, começando no final do século XIX. Podem ser adicionadas chaves para aumentar a extensão do instrumento, ou para permitir que os dedos alcancem orifícios muito espaçados (o que raramente acontece, já que a ocarina é bem pequena).

Galeria

Referências

  1. «História ocarina» (em inglês). Consultado em 19 de junho de 2013 
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