Vortioxetina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A vortioxetina é um medicamento antidepressivo multimodal utilizado para o tratamento do transtorno depressivo maior em adultos, geralmente quando outros medicamentos antidepressivos não tenham eficácia satisfatória. Seu metabolismo é realizado pelas enzimas do citocromo P450 e pela Glucuronosiltransferase. A vortioxetina tem um perfil farmacocinético favorável com exposição proporcional à dose e linear, biodisponibilidade oral moderada, ampla distribuição tecidual e meia-vida de eliminação longa. Esse medicamento possui o nome comercial de Brintellix.[1][2]

Mecanismo de ação[editar | editar código-fonte]

O mecanismo de ação da vortioxetina está relacionado à modulação direta da atividade de receptores serotoninérgicos e à inibição do transportador de serotonina (5-HT). A vortioxetina atua como um agonista do receptor 5-HT1A, 5-HT3, 5-HT7 e antagonista do receptor 5-HT1D, agonista parcial do receptor 5-HT1B,e inibidor do transportador 5-HT. Alguns estudos pré-clínicos sugerem que a vortioxetina pode exercer sua atividade antidepressiva através da modulação da neurotransmissão em múltiplos sistemas, incluindo serotonina, norepinefrina, sistemas de dopamina, acetilcolina, histamina e glutamato.[3][4][5] O uso de agonista do receptor 5-HT1A está associado à atividade antidepressiva. O antagonismo contra o receptor 5-HT7 pode promover o efeito antidepressivo da droga que ocorre inibindo a recaptação da serotonina. O receptor 5-HT1B aumenta a concentração de serotonina no córtex pré-frontal, enquanto os agonistas do receptor 5-HT1B aumentam a taxa de disparo dos neurônios serotoninérgicos nos núcleos da rafe.[6][7][8][9][10]

Farmacocinética[editar | editar código-fonte]

A vortioxetina apresenta baixos níveis de toxicidade e, devido ao seu metabolismo intensivo no fígado e forte ligação às proteínas plasmáticas, a vortioxetina apresenta baixo potencial para causar interações farmacocinéticas e medicamentosas.[11] A vortioxetina é lentamente e bem absorvida após a administração oral e o pico da concentração plasmática é alcançado dentro de 7 a 11 horas. Após múltiplas doses de 5, 10, ou 20 mg/dia, valores médios de concentração máxima de 9 a 33 mg/mL. A biodisponibilidade absoluta é de 75%. Nenhum efeito dos alimentos sobre a farmacocinética é relatado.[12]

A vortioxetina é metabolizada através da oxidação das enzimas do citocromo P450 (CYP) e pela Glucuronosiltransferase. As enzimas do citocromo P450 que degradam o composto original incluem CYP2D6, CYP3A4 / 5, CYP2A6, CYP2C9 e CYP2C19, com CYP2D6 sendo a enzima primária.[13] A vortioxetina é quase totalmente eliminada pelo fígado, e com baixos níveis de eliminação pela urina e nas fezes.O principal metabólito da vortioxetina é farmacologicamente inativo.

Efeitos adversos[editar | editar código-fonte]

Os efeitos adversos mais comuns da vortioxetina são:[14]

Referências

  1. Chellappan, Dinesh Kumar; Candasamy, Mayuren (2016). «Cellulitis – Current Management Approach Through Complementary and Alternative Medicine». Advances in Pharmacoepidemiology & Drug Safety. 05 (05). ISSN 2167-1052. doi:10.4172/2167-1052.1000211 
  2. Baldwin, David S.; Florea, Ioana; Jacobsen, Paula L.; Zhong, Wei; Nomikos, George G. (dezembro de 2016). «A meta-analysis of the efficacy of vortioxetine in patients with major depressive disorder (MDD) and high levels of anxiety symptoms». Journal of Affective Disorders. 206: 140–150. ISSN 0165-0327. doi:10.1016/j.jad.2016.07.015 
  3. Pehrson, Alan L.; Sanchez, Connie (1 de agosto de 2013). «Serotonergic modulation of glutamate neurotransmission as a strategy for treating depression and cognitive dysfunction». CNS Spectrums. 19 (2): 121–133. ISSN 1092-8529. doi:10.1017/s1092852913000540 
  4. Mørk, Arne; Montezinho, Liliana P.; Miller, Silke; Trippodi-Murphy, Crista; Plath, Niels; Li, Yan; Gulinello, Maria; Sanchez, Connie (abril de 2013). «Vortioxetine (Lu AA21004), a novel multimodal antidepressant, enhances memory in rats». Pharmacology Biochemistry and Behavior. 105: 41–50. ISSN 0091-3057. doi:10.1016/j.pbb.2013.01.019 
  5. Stahl, Stephen M. (30 de junho de 2015). «Modes and nodes explain the mechanism of action of vortioxetine, a multimodal agent (MMA): blocking 5HT3 receptors enhances release of serotonin, norepinephrine, and acetylcholine». CNS Spectrums. 20 (5): 455–459. ISSN 1092-8529. doi:10.1017/s1092852915000346 
  6. Celada, Pau; Bortolozzi, Analía; Artigas, Francesc (12 de junho de 2013). «Serotonin 5-HT1A Receptors as Targets for Agents to Treat Psychiatric Disorders: Rationale and Current Status of Research». CNS Drugs. 27 (9): 703–716. ISSN 1172-7047. doi:10.1007/s40263-013-0071-0 
  7. Bonaventure, P.; Kelly, L.; Aluisio, L.; Shelton, J.; Lord, B.; Galici, R.; Miller, K.; Atack, J.; Lovenberg, T. W. (31 de janeiro de 2007). «Selective Blockade of 5-Hydroxytryptamine (5-HT)7 Receptors Enhances 5-HT Transmission, Antidepressant-Like Behavior, and Rapid Eye Movement Sleep Suppression Induced by Citalopram in Rodents». Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics. 321 (2): 690–698. ISSN 0022-3565. doi:10.1124/jpet.107.119404 
  8. Costall, Brenda; Naylor, Robert (1 de fevereiro de 2004). «5-HT3 Receptors». Current Drug Target -CNS & Neurological Disorders. 3 (1): 27–37. ISSN 1568-007X. doi:10.2174/1568007043482624 
  9. Chen, Grace; Højer, Astrid-Maria; Areberg, Johan; Nomikos, George (junho de 2018). «Vortioxetine: Clinical Pharmacokinetics and Drug Interactions». Clinical Pharmacokinetics (em inglês). 57 (6): 673–686. ISSN 0312-5963. doi:10.1007/s40262-017-0612-7 
  10. Sowa-Kućma, Magdalena; Pańczyszyn-Trzewik, Patrycja; Misztak, Paulina; Jaeschke, Rafał R.; Sendek, Katherine; Styczeń, Krzysztof; Datka, Wojciech; Koperny, Magdalena (agosto de 2017). «Vortioxetine: A review of the pharmacology and clinical profile of the novel antidepressant». Pharmacological Reports. 69 (4): 595–601. ISSN 1734-1140. doi:10.1016/j.pharep.2017.01.030 
  11. Baldwin, David S; Chrones, Lambros; Florea, Ioana; Nielsen, Rebecca; Nomikos, George G; Palo, William; Reines, Elin (9 de fevereiro de 2016). «The safety and tolerability of vortioxetine: Analysis of data from randomized placebo-controlled trials and open-label extension studies». Journal of Psychopharmacology. 30 (3): 242–252. ISSN 0269-8811. doi:10.1177/0269881116628440 
  12. «ANVISA :: Bulário Eletrônico :: 2013». www.anvisa.gov.br. Consultado em 29 de junho de 2019 
  13. Hvenegaard, M. G.; Bang-Andersen, B.; Pedersen, H.; Jorgensen, M.; Puschl, A.; Dalgaard, L. (11 de abril de 2012). «Identification of the Cytochrome P450 and Other Enzymes Involved in the In Vitro Oxidative Metabolism of a Novel Antidepressant, Lu AA21004». Drug Metabolism and Disposition. 40 (7): 1357–1365. ISSN 1521-009X. doi:10.1124/dmd.112.044610 
  14. www.dynamed.com https://www.dynamed.com/topics/dmp~AN~T907305. Consultado em 29 de junho de 2019  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  15. Dziwota, Ewelina; Olajossy, Marcin (novembro de 2016). «VORTIOXETINE - THE NEW ANTIDEPRESSANT AGENT WITH PROCOGNITIVE PROPERTIES». Acta Poloniae Pharmaceutica. 73 (6): 1433–1437. ISSN 0001-6837. PMID 29634095