Medifoxamina

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Medifoxamina
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC N,N-dimethyl-2,2-diphenoxyethanamine
Outros nomes Thiazesim; Thiazenona; SQ-10496
Identificadores
Número CAS 32359-34-5
PubChem 36109
ChemSpider 33212
Código ATC N06AX13
SMILES
Primeiro nome comercial ou de referência Clédial, Gerdaxyl
Propriedades
Fórmula química C16H19NO2
Massa molar 257.32 g mol-1
Farmacologia
Biodisponibilidade 21% [1][2]
Via(s) de administração oral
Metabolismo 2.8 horas (agudo)[1][2]
4 horas (crônico)[3]
Classificação legal



Prescription only

Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Medifoxamina, anteriormente vendida sob as marcas Clédial e Gerdaxyl, é um antidepressivo atípico[4] com propriedades ansiolíticas[5] que atua por meio de mecanismos dopaminérgicos e serotonérgicos, anteriormente comercializado na França e Espanha, bem como em Marrocos.[6][7][8][9][10] A droga foi introduzida pela primeira vez na França por volta de 1990.[11] Foi retirado do mercado em 1999 (Marrocos) e 2000 (França) devido a uma sequência de incidentes de hepatotoxicidade.[12][13]

Farmacologia[editar | editar código-fonte]

Farmacodinâmica[editar | editar código-fonte]

Foi descoberto que a medifoxamina atua preferencialmente como um inibidor da recaptação de dopamina relativamente fraco,[14][15][16] e também como um inibidor da recaptação da serotonina ainda mais fraco (IC50 = 1.500 nM) e também como um fraco antagonista dos receptores 5-HT2A e 5-HT2C (IC50 = 950 e 980, respectivamente; possui maior afinidade em relação à amitriptilina e imipramina).[17][18] É conhecida por produzir dois metabólitos ativos após o metabolismo no fígado, o CRE-10086 (N-metil-2,2-difenoxietilamina) e o CRE-10357 (N,N-dimetil-2-hidroxifenoxi-2-fenoxietilamina). Como a medifoxamina é extensamente metabolizada através fígado durante o metabolismo de primeira passagem, e como esses metabólitos têm atividade até três vezes maior em relação à medifoxamina, é provável que os metabólitos contribuam significativamente para a farmacologia do fármaco original.

Eficácia e tolerabilidade[editar | editar código-fonte]

Ao contrário de vários antidepressivos tricíclicos, a medifoxamina carece de propriedades anticolinérgicas e bloqueadoras alfa-adrenérgicas (afinidade muito baixa para os receptores muscarínicos de acetilcolina e afinidade 10 vezes menor para o receptor α1-adrenérgico em relação ao receptor 5-HT2),[14][19] e aparentemente também é inativo como inibidor da recaptação da norepinefrina.[20] Estudos em ratos revelaram que a droga não possui nenhum efeito sedativo ou estimulante locomotor. De acordo com todos os itens anteriores, a medifoxamina foi considerada bem tolerada em dosagens de 100-300mg por dia em ensaios clínicos. Estudos clínicos controlados duplo-cegos descobriram que ele tem eficácia semelhante à imipramina, clomipramina e maprotilina no tratamento da depressão.[9][18]

Sociedade e cultura[editar | editar código-fonte]

Nomes genéricos[editar | editar código-fonte]

Medifoxamina é o nome genérico do medicamento.[6][7][8]

Nomes de marcas[editar | editar código-fonte]

A medifoxamina era comercializada sob as marcas Clédial e Gerdaxyl.[6][7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Saleh, S; Johnston, A; Turner, P (1990). «Absolute bioavailability and pharmacokinetics of medifoxamine in healthy humans.». British Journal of Clinical Pharmacology. 30 (4): 621–624. ISSN 0306-5251. PMC 1368255Acessível livremente. PMID 2291875. doi:10.1111/j.1365-2125.1990.tb03823.x 
  2. a b Florencio Zaragoza Dörwald (4 de fevereiro de 2013). Lead Optimization for Medicinal Chemists: Pharmacokinetic Properties of Functional Groups and Organic Compounds. [S.l.]: John Wiley & Sons. pp. 259–. ISBN 978-3-527-64565-7 
  3. Gainsborough N, Nelson ML, Maskrey V, Swift CG, Jackson SH (1994). «The pharmacokinetics and pharmacodynamics of medifoxamine after oral administration in healthy elderly volunteers». Eur. J. Clin. Pharmacol. 46 (2): 163–6. PMID 8039537. doi:10.1007/bf00199882 
  4. Jayna Holroyd-Leduc; Madhuri Reddy (9 de março de 2012). Evidence-Based Geriatric Medicine. John Wiley & Sons. [S.l.: s.n.] pp. 299–. ISBN 978-1-118-28181-9 
  5. ANNUAL REPORTS IN MED CHEMISTRY V22 PPR. Academic Press. [S.l.: s.n.] 2 de setembro de 1987. 323 páginas. ISBN 978-0-08-058366-2 
  6. a b c J. Elks (14 de novembro de 2014). The Dictionary of Drugs: Chemical Data: Chemical Data, Structures and Bibliographies. Springer. [S.l.: s.n.] pp. 759–. ISBN 978-1-4757-2085-3 
  7. a b c Index Nominum 2000: International Drug Directory. Taylor & Francis. [S.l.: s.n.] 2000. pp. 638–. ISBN 978-3-88763-075-1 
  8. a b I.K. Morton; Judith M. Hall (31 de outubro de 1999). Concise Dictionary of Pharmacological Agents: Properties and Synonyms. Springer Science & Business Media. [S.l.: s.n.] pp. 173–. ISBN 978-0-7514-0499-9 
  9. a b Mitchell PB (1995). «Novel French antidepressants not available in the United States». Psychopharmacol Bull. 31: 509–19. PMID 8668756 
  10. Consolidated List of Products Whose Consumption And/or Sale Have Been Banned, Withdrawn, Severely Restricted Or Not Approved by Governments. United Nations Publications. [S.l.: s.n.] 2003. pp. 135–136. ISBN 978-92-1-130230-1 
  11. Saleh S, Johnston A, Edeki T, Turner P (1990). «Tolerability and kinetics of intravenous medifoxamine in healthy volunteers». Int Clin Psychopharmacol. 5: 97–102. PMID 2380545. doi:10.1097/00004850-199004000-00003 
  12. Dumortier G, Cabaret W, Stamatiadis L, Saba G, Benadhira R, Rocamora JF, Aubriot-Delmas B, Glikman J, Januel D (2002). «[Hepatic tolerance of atypical antipsychotic drugs]». Encephale (em French). 28: 542–51. PMID 12506267 
  13. George I. Papakostas; Maurizio Fava (2010). Pharmacotherapy for Depression and Treatment-resistant Depression. World Scientific. [S.l.: s.n.] pp. 88–. ISBN 978-981-4287-59-3 
  14. a b «Ocular hypotensive effects of medifoxamine.». British Journal of Clinical Pharmacology. 34: 269–271. 1992. ISSN 0306-5251. PMC 1381400Acessível livremente. PMID 1389953. doi:10.1111/j.1365-2125.1992.tb04136.x 
  15. «Neurochemical and behavioral evidence for a central indirect dopaminergic agonist activity of the antidepressant medifoxamine in mice». European Neuropsychopharmacology. 4: 323–324. 1994. ISSN 0924-977X. doi:10.1016/0924-977X(94)90140-6 
  16. «Depression therapy: Future prospects». International Journal of Psychiatry in Clinical Practice. 4: 281–286. 2000. ISSN 1365-1501. PMID 24926578. doi:10.1080/13651500050517830 
  17. Martin P, Lemonnier F (1994). «[The role of type 2 serotonin receptors, 5-HT2A and 5-HT2C, in depressive disorders: effect of medifoxamine]». Encephale (em French). 20: 427–35. PMID 7988407 
  18. a b Olié JP, Galinowski A, Lehert P, Lemonnier F, Lôo H (1993). «[Randomized double-blind comparative study of the efficacy and tolerance of medifoxamine and imipramine in depressed patients]». Encephale (em French). 19: 333–40. PMID 8275921 
  19. «A psychopharmacological study to assess anti-muscarinic and central nervous effects of medifoxamine in normal volunteers». Human Psychopharmacology: Clinical and Experimental. 3: 195–200. 1988. ISSN 0885-6222. doi:10.1002/hup.470030307 
  20. ANNUAL REPORTS IN MED CHEMISTRY V20 PPR. Academic Press. [S.l.: s.n.] 11 de novembro de 1985. pp. 35–. ISBN 978-0-08-058364-8