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Após o [[25 de Abril de 1974]], aderiu ao [[PPD-PSD|Partido Social Democrata]], tendo sido chamado a exercer os cargos de Secretário de Estado da Segurança Social ([[IV Governo Provisório]], do [[Político independente|independente]] pró-[[Partido Comunista Português|Comunista]] [[Vasco Gonçalves]], porém com participação de elementos ligados ao [[Grupo dos Nove]]) e dos Retornados ([[VI Governo Provisório]], [[José Pinheiro de Azevedo]]).


Na década de [[década de 1980|80]] enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade [[século XX]] e um dos maiores defensores da [[Língua portuguesa|língua portuguesa]]<ref>[http://www.ionline.pt/317785#close i: Vasco Graça Moura. Portugal perdeu grande poeta e defensor da língua, diz Maria Teresa Horta]</ref>
Na década de [[década de 1980|80]] enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade [[século XX]] e um dos maiores defensores da [[Língua portuguesa|língua portuguesa]]<ref>[http://www.ionline.pt/317785#close i: Vasco Graça Moura. Portugal perdeu grande poeta e defensor da língua, diz Maria Teresa Horta]</ref>

Revisão das 21h58min de 1 de dezembro de 2016

Vasco Graça Moura
Nascimento 3 de janeiro de 1942
Foz do Douro, Porto
Morte 27 de abril de 2014 (72 anos)
Lisboa
Nacionalidade português
Alma mater Universidade de Lisboa
Ocupação Escritor, tradutor, político
Prémios Prémio Literário Município de Lisboa (1984, 1987)

Prémio Jacinto do Prado Coelho (1985)
Prémio P.E.N. Clube Português de Poesia (1994)
Prémio Pessoa (1995)
Grande Prémio de Tradução Literária (1996)
Grande Prémio de Poesia APE/CTT (1997)
Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB (2004) Prémio Vergílio Ferreira (2007)

Filiação PPD-PSD

Vasco Navarro da Graça Moura OSEGCSEGCIH (Porto, Foz do Douro, 3 de Janeiro de 1942Lisboa, 27 de Abril 2014) foi um escritor, tradutor e político português.

Biografia

Vasco Graça Moura nasceu a 3 de Janeiro de 1942, na freguesia de Foz do Douro, no Porto.

Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa[1], onde colaborou na publicação académica Quadrante [2] (1958-1962) publicada pela Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa.

Passou 39 meses na tropa, numa altura em que era já casado e pai de dois filhos.

Foi advogado entre 1966 e 1983.

Após o 25 de Abril de 1974, aderiu ao Partido Social Democrata, tendo sido chamado a exercer os cargos de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Governo Provisório, do independente pró-Comunista Vasco Gonçalves, porém com participação de elementos ligados ao Grupo dos Nove) e dos Retornados (VI Governo Provisório, José Pinheiro de Azevedo).

Na década de 80 enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade século XX e um dos maiores defensores da língua portuguesa[3]

Divorciou-se da sua primeira mulher, Maria Fernanda de Sá Dantas, no início dos anos 80, e voltou a casar-se mais duas vezes. Primeiro com a ensaísta Clara Crabbé Rocha — filha de Miguel Torga e de Andrée Crabbé Rocha —, em 1985, e depois com Maria do Rosário Sousa Machado, em 1987, com quem teve mais duas filhas, enternecidamente referidas em vários poemas dos seus últimos livros. A sua última companheira foi Maria Bochicchio (italiana), que o acompanhou até perto da sua morte e com quem publicou O Binómio de Newton & A Vénus de Milo.

Foi diretor da RTP2 (1978), administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (1979-1989), presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-1995), diretor da revista Oceanos (1988-1995), diretor da Fundação Casa de Mateus, comissário-geral de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).

De novo pelo PSD foi durante dez anos consecutivos deputado ao Parlamento Europeu, integrando o Grupo do Partido Popular Europeu, desde 1999 até 2009.

Em janeiro de 2012, o Secretário de Estado da Cultura do governo de Passos Coelho, Francisco José Viegas, nomeou Vasco Graça Moura para a presidência da Fundação Centro Cultural de Belém, substituindo assim António Mega Ferreira[4], mantendo-se no cargo mesmo quando procurava curar-se do cancro que lhe provocou a morte, a 27 de abril de 2014.[5]No mesmo dia, Pedro Passos Coelho, ex-primeiro-ministro de Portugal, destacou o percurso político de Graça Moura e a sua atividade como "divulgador das letras portuguesas", afirmando que o escritor deixou um "vasto legado literário, marcado pela inspiração e pela dedicação à língua portuguesa, que enriqueceu como poucos, uma constante procura da identidade nacional e um clarividente pensamento sobre as raízes, a herança política e filosófica e o futuro da Europa", concluindo: "Portugal perdeu hoje um dos seus maiores cidadãos".[6].


Graça Moura foi uma das vozes mais críticas do Acordo Ortográfico, que considerava que apenas "serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo".[4]

Obras publicadas

Poesia
  • Modo Mudando (1963);
  • Semana Inglesa (1965);
  • O Mês de Dezembro e Outros Poemas (1976);
  • A Sombra das Figuras (1985);
  • Sonetos Familiares (1994);
  • Uma Carta no Inverno (1997);
  • Testamento de VGM (2001);
  • Antologia dos Sessenta Anos (2002);
  • Os nossos tristes assuntos (2006)
Ensaio
  • Luís de Camões: Alguns Desafios (1980);
  • Camões e a Divina Proporção (1985);
  • Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens (2000).
Romance
  • Quatro Últimas Canções (1987);
  • Partida de Sofonisba às seis e doze da manhã (1993);
  • A Morte de Ninguém (1998);
  • Meu Amor, Era de Noite (2001);
  • Enigma de Zulmira (2002).
Diário e Crónica
  • Circunstâncias Vividas (1995);
  • Contra Bernardo Soares e Outras Observações (1999).
Traduções (resumo)

Prémios e distinções

Prémios
Obras premiadas
  • Prémio Literário Município de Lisboa (1984) por Os rostos comunicantes[8]
  • Prémio Literário Município de Lisboa (1987) por A furiosa paixão pelo tangível[8]
  • Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português[1] (1994) por O concerto campestre[8]
  • Prémio Municipal Eça de Queiroz (1995) por Sonetos familiares[8]
  • Grande Prémio de Tradução Literária (1996) por Vita Nuova de Dante[8]
  • Grande Prémio de Poesia APE/CTT (1997) por Uma carta no Inverno[1][8]
  • Prémio Internacional Diego Valeri (2004) por Rimas de Petrarca[8]
  • Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB (2004) por Por detrás da magnólia[1][8]
  • Prémio de Tradução Paulo Quintela, da Universidade de Coimbra (2006) por Rimas de Petrarca[8]
Condecorações nacionais
Condecorações estrangeiras

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o Centro de Documentação de Autores Portugueses (2013). «Biografia de Graça Moura». Indica erradamente "1997" como ano para o Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português. Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 2 de fevereiro de 2014 
  2. Ana Cabrera. «Ficha histórica:Quadrante – a revolta de uma elite perante a crise da universidade» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 30 de março de 2015 
  3. i: Vasco Graça Moura. Portugal perdeu grande poeta e defensor da língua, diz Maria Teresa Horta
  4. a b Cláudia Carvalho (20 de janeiro de 2012). «Vasco Graça Moura nomeado presidente do CCB». Jornal Público. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 18 de junho de 2014 
  5. Luís Miguel Queirós (27 de abril de 2014). «Morreu Vasco Graça Moura, um intelectual renascentista no século XXI». Jornal Público. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 18 de junho de 2014 
  6. Agência Lusa (27 de Abril de 2014). «Passos "Portugal perdeu um dos seus maiores cidadãos"». Notícias ao Minuto. Consultado em 27 de Abril de 2014 
  7. «Vasco Graça Moura vence Prémio de Tradução 2007 do Ministério da Cultura italiano 4». Jornal Público. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 18 de junho de 2014 
  8. a b c d e f g h i j k l m n «Faleceu Vasco Graça Moura (1942-2014)». Biblioteca Nacional de Portugal. 27 de abril de 2014. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 18 de junho de 2014 
  9. a b c «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Vasco Graça Moura". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 18 de junho de 2014 
  10. Lucinda Canelas (31 de janeiro de 2014). «O mundo de Vasco, o poeta cavaleiro a quem nada falta, coube todo na Gulbenkian». Jornal Público. Consultado em 27 de abril de 2014. Cópia arquivada em 18 de junho de 2014 
  11. «Grã-Cruz para Noras e Graça Moura». Semanário regional O Mirante. 19 de maio de 2005. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 18 de junho de 2014 

Ligações externas