International Crisis Group

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International Crisis Group (ICG) é uma ONG fundada em 1995, voltada à resolução e prevenção de conflitos armados internacionais. ICG combina o trabalho de especialistas no campo com o trabalho de consciencialização a partir de escritórios localizados nos quatro continentes. Atualmente, observa mais de sessenta conflitos internacionais.[1]

Hoje em dia, ICG conta com amplo reconhecimento internacional. A organização é considerada uma fonte de informação para os governos e instituições que trabalham ativamente pela paz e resolução de conflitos.

Ademais, a organização foi também reconhecida como uma das principais fontes independentes e imparciais de análise e assessoria sobre prevenção e resolução de conflitos armados a governos e agências intergovernamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a União Europeia e o Banco Mundial.

International Crisis Group tem nove escritórios regionais que cobrem mais de sessenta países e zonas de conflito. As sedes principais estão em Bruxelas, Washington, D.C., e Nova York.[1]

A organização tem uma equipe de 130 funcionários de 49 nacionalidades, localizados no terreno em nove escritórios regionais e quatorze locais. Crisis Group publica anualmente cerca de noventa relatórios e um boletim mensal chamado CrisisWatch,[2] que avalia o estado de alguns setenta países considerados áreas abertas de conflito ou potencial conflito.

História[editar | editar código-fonte]

O ICG foi fundado em 1995 pelo britânico Mark Malloch Brown (ex-Vice-Presidente da ONU e Banco Mundial), Morton Abramowitz (diplomata americano), Fred Cuny, Georges Mitchell e diferentes personalidades políticas e sociais de ambos os lados do Atlântico, como uma resposta de paz para as tragédias ocorridas na Somália, Ruanda e Bósnia e Herzegovina.

O Crisis Group é co-presidido pelo britânico Christopher Patten e pelo americano Thomas R. Pickering. Em janeiro de 2000, Gareth Evans, da Austrália, tomou posse como Presidente e Chefe Executivo. Em julho de 2009, ele foi sucedido pela canadense Louise Arbour.

O ICG começou humildemente com duas pessoas em um escritório em Londres e uma equipe de trabalho de campo nos Bálcãs e na África Ocidental.

Atuação[editar | editar código-fonte]

O trabalho do Internacional Crisis Group é baseado na coleta de informações e estudo de países suscetíveis, para impedir ou resolver conflitos; e cooperação com os governos e instituições; e apoiando e dando apoio ao andamento de negociações de paz, como no Sudão, Burundi e Nepal.

A cada ano cerca de 90 relatórios publicados e análise, além da edição mensal do relatório CrisisWatch, que informa a situação de conflitos abertos e potenciais.

Seus peritos oferecem diferentes visões e estratégias a serem seguidas em vários conflitos e crises, como o desenvolvimento de energia nuclear no Irã ou o conflito árabe-israelense.

Os pesquisadores enviados às zonas de conflitos são capazes de fornecer informações detalhadas não obtidas por outros meios, como a União dos Tribunais Islâmicos da Somália.


Missão[editar | editar código-fonte]

ICG é considerado um ator internacional que desempenha um papel importante em seis áreas principais[1]:

1. Dando alertas no boletim mensal CrisisWatch, e através de alertas eventuais sobre crises específicas.

2. Agindo nos bastidores de situações críticas, como as negociações de paz, através de assessoria e apoio técnico.

3. Produzindo análises e aconselhamentos sobre conflitos abertos ou potenciais áreas propensas a conflitos em todo o mundo. ICGajuda a ONU e o Conselho de Segurança, organizações regionais, os países doadores e outras instituições influentes a tomarem decisões. Ao mesmo tempo, Crisis Group ajuda os governos dos países em risco, para prevenirem, gerenciarem e resolverem conflitos e para a reconstrução dos países afetados. Exemplos recentes incluem o Iraque (especialmente Kirkuk), Guiné, República Democrática do Congo, Haiti, Afeganistão e o sul da Tailândia.

4. Fornecendo informações detalhadas sobre conflitos, violência em massa e terrorismo. Como por exemplo, Jemaah Islamiya, na Indonésia, os grupos jihadistas, no Paquistão e no Afeganistão, e os Tribunais Islâmicos, na Somália.

5. Oferecendo novas abordagens estratégicas em alguns dos conflitos e crises no mundo, desafiando a visão predominante ou reformulado-a.

6. Vigorosamente defendendo uma ordem internacional baseada na diplomacia, não pela força, destinada a influenciar as decisões da ONU e sua estrutura institucional, utilizando a nova norma internacional acerca da responsabilidade de proteger.

Financiamento[editar | editar código-fonte]

As principais fontes de renda do Crisis Group são diferentes governos e instituições internacionais, organizações não-governamentais e fundações privadas.[3]

Áreas de trabalho[editar | editar código-fonte]

América Latina e Caribe[editar | editar código-fonte]

International Crisis Group é considerado uma fonte independente e imparcial de análise e e assessoria a governos e instituições intergovernamentais. É um fornecedor de informações de primeira mão para meios de comunicação tanto nacionais como internacionais.[4]

Colômbia[editar | editar código-fonte]

Não obstante alguns avanços em matéria de segurança, a Colômbia ainda sofre o impacto do conflito de maior duração na América Latina. Os grupos revoltosos FARC e ELN, embora enfraquecidos, ainda detêm considerável poder ao lado de novos grupos armados ilegais e sucessores de paramilitares, todos alimentados pelo tráfico de drogas. Crisis Group acompanha a transformação de conflitos e propõe políticas públicas para a sua solução. Com base em pesquisa de campo fornecem profunda análise de questões como o risco de infiltração da política criminal, o impacto da violência sobre os grupos vulneráveis e os esforços para proporcionar reparações às vítimas e à reintegração dos ex-combatentes. Analisam as relações do país com seus vizinhos, as perspetivas de paz com grupos armados e as políticas públicas para enfrentar novas ameaças à segurança.

Venezuela[editar | editar código-fonte]

Venezuela está experimentando um aumento nas tensões políticas e sociais, em preparação para a eleição presidencial de 2012, enquanto o país tem uma das taxas mais altas de assassinatos do mundo. Crisis Group analisa as causas da violência, incluindo a presença de grupos armados, os processos de militarização das instituições da sociedade civil e da acentuada deterioração institucional. Ao analisar a crescente polarização no quadro da aceleração do projeto bolivariano, fazer recomendações para evitar um surto de violência política e para fortalecer as instituições democráticas.

Guatemala[editar | editar código-fonte]

Guatemala sofre de uma onda sem precedentes de violência que ameaça minar o Estado de Direito. Sua atual taxa de homicídios, entre as mais altas do mundo, ultrapassa os níveis atingidos durante a guerra civil que terminou em 1996. Localizado em uma das rotas mais importantes do tráfico de drogas para o mercado dos EUA, Guatemala tem pouca habilidade para lidar com o crime organizado. Ineficiência e corrupção no sistema judicial permite que a grande maioria dos crimes permaneça impune. Crisis Group visa fortalecer a capacidade do Estado guatemalteco de proteger a segurança dos seus cidadãos, sem comprometer seus direitos humanos. Sua pesquisa se concentra em analisar o impacto das redes ilícitas, o funcionamento das instituições públicas, o progresso da Comissão Internacional contra a Impunidade e outras questões importantes de segurança e democracia.

Haiti[editar | editar código-fonte]

Muito antes do terremoto devastador, que deixou quase 250 mil mortos e meio milhão de deslocados, criando uma crise humanitária sem precedentes, o Haiti era caracterizado por instituições fracas, um Estado de Direito fraco e pobreza elevada que afeta mais de 70 % da população. O processo de recuperação lento, um surto de cólera que já causou mais de 4000 mortes e dificuldades para escolher um governo legítimo para acelerar a reconstrução, deixaram este país em uma posição muito mais volátil. Crisis Group examina as raízes subjacentes da instabilidade do Haiti e propõe recomendações práticas para a remoção de obstáculos para sua reconstrução, estabilização e desenvolvimento.

Equador, Peru, Bolívia[editar | editar código-fonte]

Crisis Group analisa regularmente a situação destes três países e publica atualizações no relatório mensal CrisisWatch. No Equador, um dos países mais politicamente instáveis na região, fornece uma análise dos fatores que influenciam a estabilidade social e política em tempos em que a "revolução cidadã" do presidente Rafael Correa tenta realizar uma mudança brusca do sistema tradicional dominado pelas elites. No Peru, o foco é a crescente importância para o país do cultivo de coca, da produção de cocaínae dos riscos associados de conflito. Também é analisado o papel de subversão muito debilitado, mas sobrevivente, do Sendero Luminoso, assim como altos níveis de conflito social. Finalmente, na Bolívia, o monitoramento centra-se na crescente polarização política e no impacto social de uma nova ordem constitucional, bem como os riscos associados à evolução do tráfico de drogas e a presença do crime organizado no país.

Outros países[editar | editar código-fonte]

Além destes países, a cobertura do Crisis Group abrange também os conflitos em outras partes do mundo:

Na África, publicou relatórios sobre o Burundi, República Centro Africana, Chade, República Democrática do Congo, Ruanda, Etiópia/Eritreia, Quênia, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Uganda, Angola, Madagáscar, Zimbábue, Camarões, Costa do Marfim, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.

Na Ásia: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão, Uzbequistão, Coreia do Norte, Estreito de Taiuã, China, Afeganistão, Bangladexe, Caxemira, Nepal, Paquistão, Sri Lanca, Birmânia/Mianmar, Camboja, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Timor-Leste, Singapura.

Na Europa: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Kosovo, Macedônia, Montenegro, Sérvia, Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Moldávia, Turquia e Chipre.

No Oriente Médio e Norte da África: Argélia, Israel-Territórios Palestinos Ocupados, Líbano, Síria, Iraque, Jordânia, Egito, Tunísia, Líbia, Barém, Arábia Saudita, Iêmen.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 2011, Crisis Group foi listado como um dos "Top 10" Think Tanks no mundo em uma pesquisa de revisão por pares realizada pelo Programa “Think Tanks e Sociedades Civis” do Instituto de Pesquisa para a Política Externa, baseado na Filadélfia.[5] Na mesma pesquisa, em janeiro de 2009, Crisis Group ficou em primeiro lugar em “Melhor Uso da mídia” (impressa ou eletrônica) para comunicar os seus programas e pesquisas.[6]

Temas de pesquisa[editar | editar código-fonte]

As dez áreas de tema de pesquisa do Crisis Group são coordenadas a partir de Bruxelas. Relatórios publicados em 2001 e 2005, sob o título "Issues", “aproveitam-se da experiência de Crisis Group in-loco em zonas de crise em todo o mundo, bem como os estudos existentes por instituições de pesquisa e think tanks” [7]. As dez áreas de pesquisa são Islamismo, Violência e Reforma, Questões Energéticas, Responsabilidade de Proteger (R2P), Paz e Justiça, Gênero e Conflito, Mudança Climática e Conflito, Terrorismo Internacional, Democratização, União Europeia ea sua capacidade de resposta a crises, e HIV/AIDS como uma questão de segurança .[7]

Outros membros e funcionários notáveis[editar | editar código-fonte]

Conselho de Administração[editar | editar código-fonte]

Comitê Executivo[editar | editar código-fonte]

Outros membros[editar | editar código-fonte]

Presidentes eméritos[editar | editar código-fonte]

Consultores sêniores[editar | editar código-fonte]

Atuais[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Cópia arquivada». Consultado em 3 de agosto de 2011. Arquivado do original em 3 de abril de 2015 
  2. «Cópia arquivada». Consultado em 3 de agosto de 2011. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2016 
  3. «Cópia arquivada». Consultado em 3 de agosto de 2011. Arquivado do original em 7 de outubro de 2011 
  4. http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/mar/23/international-crisis-group
  5. http://www.fpri.org/research/thinktanks/GlobalGoToThinkTanks2010.pdf
  6. «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 3 de agosto de 2011. Arquivado do original (PDF) em 8 de junho de 2011 
  7. a b International Crisis Group - thematic issues
  8. «Cheryl Carolus». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  9. «Maria Livanos Cattaui». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  10. «Yoichi Funabashi». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  11. «Frank Giustra». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  12. «George Soros». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  13. «Pär Stenbäck». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  14. «Kenneth L. Adelman». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  15. «Kofi Annan». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  16. «Nahum Barnea». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  17. «samuel Berger». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  18. «Emma Bonino». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  19. «Wesley K. Clark». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  20. «Sheila Coronel». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  21. «Jan Egeland». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  22. «Dr. Mohamed ElBaradei». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  23. «Uffe Ellemann-Jensen». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  24. «Gareth Evans». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  25. «Mark Eyskens». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  26. «Joschka Fischer». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  27. «Jean-Marie Guéhenno». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  28. «Carla A. Hills». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  29. «Lena Hjelm-Wallén». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  30. «Swanee Hunt». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  31. «Dr Mohamed Ibrahim». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  32. «Igor Ivanov». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  33. «Asma Jahangir». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  34. «Wim Kok». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  35. «Ricardo Lagos». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  36. «Joanne Leedom-Ackerman». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  37. «Mark Malloch-Brown». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  38. «Lalit Mansingh». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  39. «Jessica Tuchman Mathews». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  40. «Benjamin W. Mkapa». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  41. «Moisés Naím». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  42. «Guler Sabanci». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  43. «Javier Solana». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  44. a b «Board of Trustees». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 
  45. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi «Crisis Group Senior Advisers». International Crisis Group. Consultado em 3 de fevereiro de 2011 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]