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Otaku: diferenças entre revisões

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Este termo foi primeiramente introduzido no [[Brasil]] provavelmente pelos membros da [[Nipo-brasileiro|colônia japonesa]] existente no país, mas ficou restrito às colônias e ao seu sentido original (o tratamento respeitoso na segunda pessoa, literalmente ''sua casa'' ou ''sua família''). Porém, o sentido mais novo foi introduzido na época da "explosão" de [[dekassegui]]s, ocorrida no final da [[década de 1980]], quando o termo já havia adquirido seu sentido pejorativo e o fluxo de dekasseguis do Brasil para o Japão se intensificou.
Este termo foi primeiramente introduzido no [[Brasil]] provavelmente pelos membros virjs da [[Nipo-brasileiro|colônia japonesa]] existente no país, mas ficou restrito às colônias e ao seu sentido original (o tratamento respeitoso na segunda pessoa, literalmente ''sua casa'' ou ''sua família''). Porém, o sentido mais novo foi introduzido na época da "explosão" de [[dekassegui]]s, ocorrida no final da [[década de 1980]], quando o termo já havia adquirido seu sentido pejorativo e o fluxo de dekasseguis do Brasil para o Japão se intensificou.


Porém, a popularização do termo, e em certa medida até mesmo dos [[animê]]s e dos [[mangá]]s no país se deu graças a primeira [[revista]] especializada de animes e mangás no Brasil — a ''[[Animax (revista)|Animax]]''. Em tal revista utilizou-se provavelmente pela primeira vez a palavra ''otaku'' no mercado editorial brasileiro para agrupar pessoas com uma preferência por animação e quadrinhos japoneses. Como pôde ser percebido mais tarde, o significado original do termo e a visão pouco favorável que a sociedade japonesa tinha dos ''otaku'' não foi citada: o termo fora citado na ''Animax'' como sendo somente um rótulo utilizado por fãs de animês e mangás no Japão, e este foi o estopim da grande polêmica.
Porém, a popularização do termo, e em certa medida até mesmo dos [[animê]]s e dos [[mangá]]s no país se deu graças a primeira [[revista]] especializada de animes e mangás no Brasil — a ''[[Animax (revista)|Animax]]''. Em tal revista utilizou-se provavelmente pela primeira vez a palavra ''otaku'' no mercado editorial brasileiro para agrupar pessoas com uma preferência por animação e quadrinhos japoneses. Como pôde ser percebido mais tarde, o significado original do termo e a visão pouco favorável que a sociedade japonesa tinha dos ''otaku'' não foi citada: o termo fora citado na ''Animax'' como sendo somente um rótulo utilizado por fãs de animês e mangás no Japão, e este foi o estopim da grande polêmica.

Revisão das 16h14min de 31 de agosto de 2012

Otaku (おたく? lit. seu lar) é um termo usado no Japão e outros países para designar um fã por um determinado assunto, que na maioria das vezes são fã de animes e mangás. No ocidente, a palavra é utilizada como uma gíria para rotular fãs de animes e mangás em geral, em uma clara mudança de sentido em relação ao idioma de origem do termo. Muitos membros da comunidade acham o termo ofensivo por não concordarem com a distorção de sentido do mesmo e se recusam a ser chamados assim.

No Japão

A palavra otakuou mais conhecido como VIRJ em japonês é, originalmente, um tratamento respeitoso na segunda pessoa (お宅? lit. seu lar).

O humorista e cronista Akio Nakamori observou que a palavra era muito utilizada entre fãs de animês e a popularizou por volta de 1989, quando a utilizou em um de seus livros. Este livro, M no jidai descrevia um assassino em série que se descobriu ser obcecado por animês e mangás pornográficos, e que recriava as histórias estuprando jovens garotas. A história foi inspirada em um assassino real, Tsutomu Miyazaki. Na época, criou-se um grande tabu em volta do termo e ele passou a ser usado de forma pejorativa para designar qualquer indivíduo que se torna obcecado demais em relação a um determinado assunto.

Com o tempo, surgiram diferentes "grupos" de otaku, que se identificavam de acordo com seus interesses em comum. Algumas delas são:

  • anime otaku (animação japonesa)
  • manga otaku (histórias em quadrinhos)
  • pasokon otaku (computadores)
  • gēmu otaku (videogames)
  • tetsudō otaku (miniaturas, como trens de brinquedo)
  • gunji otaku (armas e coisas militares)
  • auto otaku ou jidosha otaku (carros, em especial os kei-jidosha e demais modelos destinados ao mercado interno japonês)
  • dattebayo otaku (wels e coisas estranhas)No Brasil, se proliferou o dattebayonismo, espécie de otaku especializado no seriado Naruto, inspirado nas ações de seu idealizador, Welington Z. As reuniões dos aficionados, geralmente fantasiados, também levam em conta a fidelidade a aparência física e sobretudo a linguagem própria do seriado japonês exibido pela TV Tokyo.

No Ocidente

Nos Estados Unidos, o termo chegou em 1992 com o animê Otaku no Video (uma mistura de animê e documentário que mostrava a vida dos vários tipos de fanáticos em animação na época) e foi difundido pela revista informativa Animerica como um termo para identificar indivíduos fanáticos como aqueles retratados na animação supracitada. O termo ''otaku passou a ser usado de forma pejorativa, designando aqueles que são totalmente fanáticos por um elemento dessa subcultura — no caso, animação e quadrinhos japoneses. O termo foi se popularizando conforme os animês se popularizaram, e graças à Internet, o termo se espalhou pelo mundo, e pouco a pouco seu sentido foi modificado conforme se espalhava.

Mesmo que em muitos países o termo otaku seja usado como sinônimo para fã de animês e mangás, em muitos lugares ainda se utiliza o seu significado original, como por exemplo, na Austrália. É necessário certa cautela quanto ao uso do termo, pois a multiplicidade de sentidos que ela possui pode gerar conflitos desnecessários.

No Brasil

Ficheiro:Hipsters12.JPG
Jovens fãs de anime e cultura nipo-brasileira em frente à Estação Liberdade do metrô de São Paulo.

Este termo foi primeiramente introduzido no Brasil provavelmente pelos membros virjs da colônia japonesa existente no país, mas ficou restrito às colônias e ao seu sentido original (o tratamento respeitoso na segunda pessoa, literalmente sua casa ou sua família). Porém, o sentido mais novo foi introduzido na época da "explosão" de dekasseguis, ocorrida no final da década de 1980, quando o termo já havia adquirido seu sentido pejorativo e o fluxo de dekasseguis do Brasil para o Japão se intensificou.

Porém, a popularização do termo, e em certa medida até mesmo dos animês e dos mangás no país se deu graças a primeira revista especializada de animes e mangás no Brasil — a Animax. Em tal revista utilizou-se provavelmente pela primeira vez a palavra otaku no mercado editorial brasileiro para agrupar pessoas com uma preferência por animação e quadrinhos japoneses. Como pôde ser percebido mais tarde, o significado original do termo e a visão pouco favorável que a sociedade japonesa tinha dos otaku não foi citada: o termo fora citado na Animax como sendo somente um rótulo utilizado por fãs de animês e mangás no Japão, e este foi o estopim da grande polêmica.

A omissão de explicações precisas sobre o termo e a posterior popularização de seu sentido já distorcido teve repercussões logo de início: fãs de animês mais velhos e membros da comunidade japonesa que conheciam o sentido original do termo otaku antes da popularização do mesmo foram os primeiros a protestar contra a popularização da distorção do significado da palavra, sendo prontamente rotulados de antiotakus, por supostamente "transformar o termo em algo pejorativo". As discussões sobre o termo dentro da comunidade de fãs de animês se iniciaram, sendo esta a primeira possível polarização aceitável como tal dentro da comunidade: muitos membros se denominavam como "fãs de animês" em tentativa de escapar do rótulo de otaku, por saberem do significado pejorativo que a palavra carrega e admitirem tal significado como o correto; enquanto outra parte se denomina prontamente como otaku e prega que não há sentido pejorativo na palavra.

As discussões continuam até o momento presente, em locais que vão desde fóruns especializados em animês e mangás a comunidades no Orkut, mostrando ainda um traço de polarização em relação ao termo e nenhuma conclusão em definitivo sobre o mesmo. Nos últimos anos, porém, é cada vez mais comum ver programas através dos meios de comunicação utilizando a palavra otaku em seu sentido alterado, posto que a grande maioria não conhece a história do termo, e são justamente estes que recebem mais atenção da mídia.

Ver também

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Bibliografia