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Tiranossauro: diferenças entre revisões

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===Alimentação e estratégias de caça===
===Alimentação e estratégias de caça===
[[File:Tyrannosaurus (jaws).jpg|thumb|200px|right|Os dentes do T-rex vistos de perto, para muitos cientístas o formato são uma prova de seus hábitos predatoriais.]]
[[File:Tyrannosaurus (jaws).jpg|thumb|200px|right|Os dentes do T-rex vistos de perto, para muitos cientístas o formato são uma prova de seus hábitos predatoriais.]]
O debate sobre o tiranossauro ser um [[caçador]] ou [[carniceiro]], ou uma combinação dos dois, é tão antiga quanto sua própria descoberta. Em [[1917]], Sirius Lambe usou as semelhanças entre o T-rex e o [[Gorgossauro]] para descrevê-lo como um animal puramente carniceiro, observando o pouco desgaste nos dente de seu espécime, mas essa afirmação nunca foi considerada uma prova, pois já é certo o fato dos terópodes substituírem seus dentes continuamente durante a vida.
O debate sobre o tiranossauro ser um [[caçador]] ou [[carniceiro]], ou uma combinação dos dois, é tão antiga quanto sua própria descoberta. Em [[1917]], Sirius Lambe usou as semelhanças entre o T-rex e o [[Gorgossauro]] para descrevê-lo como um animal puramente carniceiro, observando o pouco desgaste nos dente de seu espécime, mas essa afirmação nunca foi considerada uma prova, pois já é certo o fato dos terópodes substituírem seus dentes continuamente durante a vida.<ref name="caça">{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/3112527.stm|titulo=O T-rex vai a julgamento|data=31 de julho de 2003|acessodata=25 de setembro de 2012|publicado=[http://news.bbc.co.uk/ BBC.uk]|lingua=Inglês}}</ref>


O pesquisador [[Jack Horner]] foi outro defensor da teoria de que o T-rex seria apenas carniceiro, sem realizar caça ativa, defendendo sua tese apoiada em vários arguementos, como o tamanho curtíssimo dos braços comparadaos a outros [[predador]]es; as [[Cavidade nasal|cavidades olfativas]] do T-rex eram extremamente grandes, segundo Horner uma melhoria evolutiva que lhe permitia sentir o odor de [[cadáver]]es a grandes distências, semelhantes aos [[abutre]]s atuais; os dentes afiados do T-rex teriam sido moldados pela [[Teoria da evolução]] para triturar ossos, o que seria mais útil para devorar uma carcaça do que para caçar um animal vivo; a [[velocidade]] máxima do T-rex, que não passaria dos sessenta quilômetros por hora, o colocaria abaixo da média comparado a velocidade de outros caçadores. Mesmo assim, a comunidade científica continua a negar essa teoria, explicando que todos esses pontos negativos não seriam uma total barreira para o T-rex, e que o formato dos dentes e das pernas não deixam dúvidas a cerca de seus hábitos predatoriais. Mas suas características que o tornavam tão eficientes para uma batalha também poderiam permitir que ele, de fato, comesse cadáveres que ele poderia facilmente roubar de outros carnívoros menores.
O pesquisador [[Jack Horner]] foi outro defensor da teoria de que o T-rex seria apenas carniceiro, sem realizar caça ativa, defendendo sua tese apoiada em vários arguementos, como o tamanho curtíssimo dos braços comparadaos a outros [[predador]]es; as [[Cavidade nasal|cavidades olfativas]] do T-rex eram extremamente grandes, segundo Horner uma melhoria evolutiva que lhe permitia sentir o odor de [[cadáver]]es a grandes distências, semelhantes aos [[abutre]]s atuais; os dentes afiados do T-rex teriam sido moldados pela [[Teoria da evolução]] para triturar ossos, o que seria mais útil para devorar uma carcaça do que para caçar um animal vivo; a [[velocidade]] máxima do T-rex, que não passaria dos sessenta quilômetros por hora, o colocaria abaixo da média comparado a velocidade de outros caçadores.<ref name="caça"></ref> Mesmo assim, a comunidade científica continua a negar essa teoria, explicando que todos esses pontos negativos não seriam uma total barreira para o T-rex, e que o formato dos dentes e das pernas não deixam dúvidas a cerca de seus hábitos predatoriais.<ref name="caça2">{{citar livro |autor=Houston DC|título=Pode o tiranossauro ter sido mais ladrão do que predador?|ano= 2003|editora= The Royal Society Press|idioma= Inglês|id=0-169-1292|páginas=|capítulo= "Procedimentos", pg 731-733}}</ref> Mas suas características que o tornavam tão eficientes para uma batalha também poderiam permitir que ele, de fato, comesse cadáveres que ele poderia facilmente roubar de outros carnívoros menores.<ref name="caça2"></ref>


Muitas provas sobre tiranossauros em caça ativa foram encontradas em fósseis de outras espécies, como um [[Edmontossauro]] que tinha marcas de mordida de um T-rex em suas vértebras, sendo isso sua ''[[causa mortis]]'' , mostrando que o T-rex o havia predado. Também foram achados indícios no fóssil de um [[Tricerátopo]] de uma batalha entre ele e um T-rex, pois o tricerátopo possuía marcas características de mordida na parte frontal de seu crânio. Também há muitos indícios de que era comum para os tiranossauros brigarem entre si, pois Sue tinha muitas marcas de mandíbulas em sua cauda. Isse fato também reforça a teoria de que o T-rex também seria [[canibal]], ou seja, que ele consumia carne de sua própria espécie; em uma batalha entre dois tiranossauros, nenhum teria qualquer vantagem sobre o outro, então as marcas de mordida de um T-rex em outro poderiam ter sido feitas após a morte de um deles, o que provaria tanto a hipótese de canibalismo quanto do carniceirismmo.<ref>{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/geral,paleontologistas-descobrem-que-tiranossauro-era-canibal,625101,0.htm |título= Paleontologistas descobrem que tiranossauro era canibal|data=15 de outubro de 2010|acessodata=28 de setembro de 2012}}</ref>
Muitas provas sobre tiranossauros em caça ativa foram encontradas em fósseis de outras espécies, como um [[Edmontossauro]] que tinha marcas de mordida de um T-rex em suas vértebras, sendo isso sua ''[[causa mortis]]'', mostrando que o T-rex o havia predado.<ref name="caça2"></ref> Também foram achados indícios no fóssil de um [[Tricerátopo]] de uma batalha entre ele e um T-rex, pois o tricerátopo possuía marcas características de mordida na parte frontal de seu crânio. Também há muitos indícios de que era comum para os tiranossauros brigarem entre si, pois Sue tinha muitas marcas de mandíbulas em sua cauda.<ref name="canibal">{{citar web|url=http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0013419|titulo=Canibalismo no Tiranossauro Rex|data=|acessodata=25 de setembro de 2012|publicado=[http://www.plosone.org/ PLSOne.org]|lingua=Inglês}}</ref> Isse fato também reforça a teoria de que o T-rex também seria [[canibal]], ou seja, que ele consumia carne de sua própria espécie; em uma batalha entre dois tiranossauros, nenhum teria qualquer vantagem sobre o outro, então as marcas de mordida de um T-rex em outro poderiam ter sido feitas após a morte de um deles, o que provaria tanto a hipótese de canibalismo quanto do carniceirismmo.<ref>{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/geral,paleontologistas-descobrem-que-tiranossauro-era-canibal,625101,0.htm |título= Paleontologistas descobrem que tiranossauro era canibal|data=15 de outubro de 2010|acessodata=28 de setembro de 2012}}</ref>


== Cultura popular ==
== Cultura popular ==

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaTiranossauro
Ilustração de um Tiranossauro adulto.
Ilustração de um Tiranossauro adulto.
Estado de conservação
Extinta
Extinta
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Superordem: Dinosauria
Ordem: Saurischia
Subordem: Theropoda
Infraordem: Tetanurae
Micro-ordem: Carnosauria
Superfamília: Tyrannosauroidea
Família: Tyrannossauridae
Subfamília: Tyrannosaurinae
Género: Tyrannossaurus
Distribuição geográfica

Espécies
Sinónimos

Os Tiranossauros (do grego τύραννος σαῦρος, que significa "lagarto tirano") foram um gênero de dinossauros terópodes coelurossauros que viveram durante o final do período cretáceo, entre aproximadamente sessenta e cinco e sessenta e sete milhões de anos atrás, em toda a região que hoje é a América do Norte ocidental. O único representante dessa classe era o Tiranossauro Rex, que ganhou a alcunha nomenclatural de rex (rei, em latim), por ter sido o primeiro dinossauro comprovadamente carnívoro a ter um fóssil totalmente remontado, tornando-se assim uma figura extremamente famosa na cultura popular atual, conhecido também apenas como T-rex, apelido usado até mesmo entre a comunidade científica para denominar toda a linhagem de tiranossauros.

Assim como outros representantes da classe dos Tyrannosauridae, o T-rex foi um carnívoro bípede com um crânio cilíndrico e uma grossa e musculosa cauda. Suas pernas eram longas e musculosas, mas seus braços eram extremamente curtos e finos, tidos como sem utilidade alguma, além desses animais também possuírem três dedos ao fim de cada perna e dois dedos nos braços. Em média, um T-rex em idade adulta atingia cerca de cinco metros de altura e mais de quinze metros de comprimento do crânio até o fim da cauda, e com um peso que podia variar entre seis e dez toneladas, fazendo do T-rex um dos maiores predadores que já viveram na Terra. Estimasse também que suas musculosas pernas permitiam que o animal atingisse uma velocidade superior a quarenta quilômetros por hora em uma corrida livre. Hoje, se conhecem mais de trinta sub-espécies de tiranossauros rex, quase todas com fósseis completos em perfeito estado, e é exatamente essa abundância de material fóssil disponível que permitiu que esses animais fossem profundamente estudados para se descobrir os principais aspectos de sua biomecânica, apesar de que sua fisiologia e seus hábitos diários ainda são frutos de debate até hoje.

Acreditasse que os tiranossauros vivessem em grandes grupos familiares, tal como os elefantes. O achado de um crânio de tiranossauro danificado comprova que deveriam ocorrer violentas batalhas por comida e pelo direito de se acasalar entre os indivíduos dessa mesma espécie. Apesar de não ter sido o maior carnívoro bípede, pois era superado em tamanho por muitas outras espécies como o Espinossauro e o Giganotossauro, o T-rex foi o primeiro a ter um fóssil totalmente remontado, razão que o levou a se tornar o mais famoso dos dinossauros, e sua reputação de grande predador o levou a ser representado como principal vilão em todas as mídias em que aparece, tornando-se símbolo de sua raça e uma referência no campo da caça pela alimentação.

Descrição

Comparação de diferentes espécimes de tiranossauros com um ser humano.

Os tiranossauros pertenciam à espécie dos dinossauros terópodes, e, quando adultos, alcançavam mais de cinco metros de altura e cerca de quinze metros de comprimento, do crânio até o fim da cauda, com o peso estimado variando entre seis e dez toneladas.[1] Esses animais possuíam um crânio resistente, com uma circunferência média de um metro, formado por vários filamentos de ossos interligados que eram conectados à coluna cervical por um osso grosso e longo, característica incomum entre os terópodes, que geralmente possuíam ossos mais leves.[2] O pescoço também era grosso, musculoso e curto.[2]

O único representante confirmado dessa classe era o Tiranossauro Rex (conhecido também apenas por T-rex, apelido que também é usado pela comunidade cinentífica), sendo também um dos maiores carnívoros de todos os tempos, com seu maior fóssil totalmente remontado, o FMNH PR2081, apelidado de "Sue", medindo doze metros e oitenta centímetros de comprimento e quatro metros e cinquenta centímetros de altura, e apesar de não haver consenso sobre o peso que o espécime tinha quando vivo, as estimativas variam entre cinco e dez toneladas.[3] Por muito tempo, o T-rex foi considerado o maior dos dinossauros carnívoros, mas apesar de ter superado espécies como o Alossauro e o Carcharodontossauro, que já foram considerados os maiores, acabou-se descobrindo que existiram carnívoros maiores que o T-rex, como o Espinossauro e o Giganotossauro, por exemplo.[4]

O pescoço de um T-rex tinha o formado de uma letra "S", como era natural de sua classe, mas nessa espécie o pescoço também era curto e muito musculoso para suportar sua pesada cabeça;[2] as pernas do animal eram longas e musculosas e terminavam em uma pata com três dedos de garras grossas e pontiagudas, mas os braços eram extremamente curtos e finos, tido como totalmente inúteis, terminando em patas com dois dedos, de garras também pontiagudas, mas muito pequenas.[2] A cauda era longa, grossa e também musculosa, formada por mais de quarenta vértebras para balancear o peso do tronco, e mesmo com todo seu tamanho, muito dos ossos do animal eram ocos, tornando-o assim mais leve e lhe permitindo ser mais rápido na caça.[2] O maior crânio de T-rex já encontrado tinha um metro e cinquenta centímetros de circunferência,[5] e, no geral, o crânio desses animais possuíam várias aberturas, diminuindo o peso e facilitando a respiração circular, além de ser amplo na parte traseira mas possuir um focinho curto, com narinas pequenas, o que lhe dava uma ótima visão binocular.[6] A extremidade da maxila superior tinha forma da letra "U", diferente dos demais terópodes, que possuíam a maxila superior em forma de um "V", mas essa particularidade permitiam que o T-rex tivesse uma mordida de impacto bem maior.[7]

A arcada dentária dos tiranossauros era heterodonte, ou seja, possuia dentes de vários formatos e tamanhos diferentes, mas em média, os dentes de um T-rex podiam medir até trinta centímetros, o que seria quase o tamanho de uma banana, e eram constantemente substituídos durante seu período de vida.[8] Os dentes superiores, presos ao maxilar, eram circulares, em forma de letra "D", reforçados diretamente pelo osso do crânio, sendo extremamente pontiagudos e curvados para trás.[8] Os dentes inferiores tinham esse mesmo aspecto e formato, mas eram mais distanciados entre si, permitindo que os dentes inferiores e superiores se encaixassem, ocasionando uma mordida mais forte, única entre os dinossauros carnívoros.[9]

História científica

Descobrimento e nomenclatura

A primeira ilustração de um tiranossauro rex comparado a um homem, publicada em 1905, na época chamado de Dynamosaurus imperiosus.

O descobrimento de todos os fósseis de tiranossauros estão restritas à América do Norte; o primeiro achado referente a esta espécie aconteceu em 1874 quando foram encontrados na cidade americana de Golden dentes que, mais tarde, descobriu-se terem pertencidos a um T-rex adulto.[10] Em 1890, o pesquisador J. B. Hatcher coletou pedaços do crânio de um T-rex adulto no estado de Wyoming, mas a princípio acreditou-se que os ossos pertenciam a um Ornitomimo.[2] Em 1892, o paleontólogo Edward Drinker Cope descobriu os tiranossauros ao achar uma vértebra incompleta, e chamou essa até então nova espécie de Manospondylus gigas.[2] Barnum Brown, funcionário do Museu Americano de História Natural, descobriu o segundo espécime de tiranossauro da história em 1900 também no Wyoming, mas então pensando ser outra nova espécie, o pesquisador o chamou de Dynamosaurus imperiosus.[2]

Com o passar dos anos, as evidências mostraram que essas duas espécimes encontradas tratavam-se do mesmo animal segundo a teoria de Henry Fairfield Osborn, que em 1915 exibiu o primeiro fóssil remontado do animal que ele chamou de Tiranossauro em 1917, mas devido as mas condições do fóssil Manospondylus, não houve como provar totalmente que eram a mesma raça.[11] Osborn também criou o termo "tiranossauro rex", para denominar um novo fóssil que ele mesmo tinha descoberto em suas escavações, e ao exibir publicamente as semelhanças entre seu fóssil e os outros dois antes descobertos, provou sua teoria de que os três pertenciam a mesma espécie, e nome tiranossauro foi definitivamente adotado, com o nome tiranossauro rex (ou simplesmente T-rex) sendo escolhido para identificar o único representante confirmado dessa espécie, seguindo a proposta de Osborn.[11]

O tópico sobre a nomenclatura dessa raça voltou a ser debatido décadas mais tarde, quando em 2001 o Instituto Black Hills desencavou vários ossos deferentes no território do estado americano de Dacota do Sul, e os pesquisadores originalmente pensaram que se tratavam de duas espécimes diferentes, e publicou que uma tinha as características do Manospondylus de Edward Cope, e que isso poderia ser a prova de que essa era, de fato, uma nova raça independente dos tiranossauros.[12] No entanto, estudos posteriores provaram que todos os ossos pertenciam a um só animal, mas mesmo assim o debate sobre a nomenclatura oficial prosseguiu, pois os funcionários do Black Hills insistiam que segundo as regras do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN), o termo Manospondylus deveria ter preferência por ter sido criado antes, mas após a quarta conferência da ICZN, realizada em 1 de janeiro de 2001, ficou decidido que não deveria haver alteração alguma na nomenclatura, pois o termo Manospondylus não havia sido usado em nenhum tipo de trabalho ou pesquisa posterior a 1899, por isso, o terno tiranossauro continuou sendo a designação da espécie, sendo também recusadas as propostas dos nomes Stygivenator e Dinotyrannus como nomes não oficiais.[13]

Estudos e descobertas entre 1940 e 1990

Entre 1920 e 1940, dezenas de esqueletos de tiranossauros rex foram descobertos e remontados, e em 1942, no estado americano de Montana, foram descobertos restos de um animal chamado de Nanotyrannus, envolvido em um longo debate sobre sua espécie, pois enquanto alguns pesquisadores afirmam que ele se trata de um nova espécie de tiranossauro, a maior parte da comunidade científica afirma que os poucos fósseis desses serem se tratavam apenas de alguns T-rex de pouca idade, assim, não seriam outra nova espécie.[2]

Após essa fase, fósseis de tiranossauros tornaram-se raros, mas após o surgimento de técnicas de escavações mais eficientes, vários outros esqueletos foram encontrados e remontados. O primeiro T-rex reconstruído após 1980 foi apelidado de "Stan" em homenagem ao paleontólogo Stan Sacrison e foi encontrado perto da cidade americana de Buffalo, no estado de Dacota do Sul, após mais de trinta mil horas de escavação em 1987.[14] Stan (cujo código científico é BHI 3033) está atualmente em exibição no Museu Black Hills de história natural, onde foi colocado após uma grande turnê mundial, sendo que apenas cerca de sessenta e cinco por cento do corpo foi achado.[14]

O T-rex Sue, em exposição no Museu Field de História Natural.

Em 12 de agosto de 1990, Sue Hendrickson descobriu um novo fóssil na cidade de Faith, também em Dacota do Sul, e este foi apelidado de "Sue" (código FMNH PR2081) em homenagem a sua descobridora, sendo hoje o maior fóssil de T-rex encontrado e remontado, com mais de noventa por cento do corpo encontrado.[15] Sue acabou sendo alvo de uma batalha judicial sobre quem era o dono dos restos, e os tribunais decidiram em favor de Maurice Williams, dono da Formação de Hell Creek, território onde os ossos foram encontrados, e Williams, posteriormente, vendeu o fóssil por sete milhões e seiscentos mil dólares para o Museu Field de História Natural, onde está em exibição atualmente.[15] Os estudos feitos nos ossos indicaram que Sue atingiu seu maior tamanho aos dezenove anos de idade e morreu nove anos depois.[15]

A primeira teoria foi a de que Sue teria morrido vítima de um mordida na parte superior da cabeça, provavelmente ocorrida durante uma batalha com outro T-rex, mas essa hipótese nunca pode ser confirmada.[16] Mais tarde surgiu a hipótese de que Sue morreu após contrair um infecção parasitária contraída após ingerir carne podre, assim sua garganta inflamou e o animal não pode mais se alimentar;[16] essa hipótese é sustentada pelos traços de vermes fossilizados encontrados nos ossos do pescoço, os mesmos traços encontrados em animais que possuem a mesma infecção hoje em dia.[16] Além de Sue, outros dois pequenos fósseis de T-rex foram encontrados no mesmo local, mas o estado dos ossos era péssimo e eles não puderam ser remontados.[15]

Descobertas nos anos 2000

O t-rex apelidado de Stan, em exposição no Museu Black Hills.

No verão de 2000, o pesquisador Jack Horner encontrou cinco fósseis de tiranossauros na Reserva Fort Peck, no estado americano de Montana, e acreditou-se que o maior deles, apelidado de "C-rex", poderia ser maior do que o fóssil Sue, mas após totalmente montado, descobriu-se que o C-rex era menor, e assim, Sue continuou com o título de maior T-rex já encontrado.[14] Em 2001, cinquenta por cento dos ossos do fóssil de um T-rex foi encontrado em Montana por um grupo de pesquisadores do Museu Burpee de História Natural da cidade americana de Rockford, e a princípio acreditou-se que poderia ser um possível Nanotyrannus, mas descobriu-se posteriormente que esse exemplar também era apenas outro jovem T-rex. Esse espécime, apelidado de "Jane", está atualmente em exibição no Museu Burpee de Rockford.[14]

Em março de 2005, através da revista Science, a pesquisadora Mary Higby Schweitzer e seus assistentes, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, anunciaram que haviam recuperado uma espécie de tecido mole extraído do tutano da pata de um fóssil de um T-rex que havia vivido a cerca de sessenta e oito milhões de anos;[17] o espécime recebeu o código MOR 1125; além do tecido, também conseguiu-se extrair material de vasos sanguíneos. Os pesquisadores foram cuidadosos afirmando que não conheciam o processo de fossilização pela qual o material foi conservado, e também divulgaram que não havia modo de se assegurar que ele pertencia de fato àquele T-rex, já que o material era semelhante ao DNA de avestruzes atuais.[17] A falta de células em boas condições tornaram impossível o preciso recochecimento da espécie a qual pertencia aquele material, mas hoje é consenso entre a comunidade científica que a amostra não poderia pertencer ao T-rex devido a diferença nas marcas de decomposição do material e dos ossos, indicando que suas idades seriam totalmente diferentes, e mesmo que a amostra pertencesse de fato a um T-rex ela não teria nenhuma utilidade devido a seu péssimo estado de conservação.[18]

Em 7 de abril de 2006, pesquisadores da Universidade Estadual de Montana divulgaram que haviam remontado um crânio de T-rex encontrado em 1960, tinha cerca de um metro e cinquenta centímetros de circunferência (alguns centímetros maios que o crânio de Sue), e que esse crânio também continha uma pequena quantidade de material celular fossilizado semelhante àquele documentado por Mary Higby Schweitzer, mas que o mal estado de conservação tornava impossível a especificação do animal dono do tutano em questão.[5] Hoje em dia, há mais de trinta espécimes de tiranossauros documentados, quase todos sendo fósseis remontados em ótimas condições de conservamento.[5]

Classificação

Ilustração de um T-bataar, considerado como única diferente espécie de tiranossauro além do T-rex.

Os tiranossauros são classificados como membros da superfamília Tyrannosauroidea e da família Tyrannosauridae, considerados "parentes" de outras espécies como os Daspletossauros, da América do Norte.[19] Por muito tempo, os tiranossauros foram vistos como descendentes de grandes terópodes, como o Megalossauro, mas hoje em dia são tradicionalmente aceitos como parte do clado dos coelurosaurias.[20]

Em 1955, o paleontólogo Evgeny Maleev encontrou um fóssil na Mongólia que ele considerou um nova espécie de tiranossauros, diferente do T-rex, e batizou essa nova espécie de Tyrannosaurus bataar (T-bataar).[21] Há um grande debate sobre a possibilidade do T-bataar ser, ou não, uma nova espécie de tiranossauro que divide opiniões entre a comunidade científica.[21] O pesquisador Tom Holtz divulgou diversos trabalhos apontando diferenças entre fósseis do T-rex e do T-bataar que seriam provas de que realmente se tratam de espécies diferentes, principalmente devido ao crânio do T-bataar, que se revelou mais estreito e com um disposição de dentes distinta, mais semelhante ao Alioramus, outro terópode asiático.[20] O debate continua sem consenso até hoje, embora a teoria de que T-bataar e o T-rex sejam espécies diferentes tenha ganhado mais adeptos nos últimos anos.[21]

Outros fósseis de terópodes encontrados no mesmo território onde T-rex foram encontrados continuam sendo propostos como novas espécies de tiranossauros, como o Aublysodon e o Albertosaurus megagracilis, em 1995 chamados de Dinotyrannus megagracilis, mas assim como os Nanotyrannus esses fósseis são tradicionalmente aceitos como exemplares jovens de T-rex.[8] O debate sobre a classificação do Nanotyrannus como sendo um T-rex também continua, pois alguns pesquisadores apontam pequenas diferentes entre os dois, defendendo que o Nanotyrannus deva ser classificado como uma espécie separada, mas a comunidade científica atual considera que as evidências hoje disponíveis são insuficientes para um total consenso.[8]

Um grande número de espécie propostas como novas raças de tiranossauros já apareceram, todas invalidadas e classificadas apenas como T-rex ou possíveis T-bataar: A lista é a seguinte:[8]

  • T. amplus (Marsh, 1892) originalmente chamada de Aublysodon, hoje parte da família do Aublysodon amplus.
  • T. imperiosus (Osborn, 1905), originalmente Dynamosaurus, hoje aceito como um T-rex.
  • T. lancensis (Gilmore, 1946), originalmente Gorgosaurus, hoje aceito como um possível T-rex.
  • T. bataar (Maleev, 1955) possível espécie independente do T-rex, agora também chamado de Tarbosaurus bataar.
  • T. efremovi (Maleev, 1955), hoje também aceita como possível T-bataar.
  • T. lancinator (Maleev, 1955), originalmente Gorgosaurus, hoje também aceito como um possível T-bataar.
  • T. novojilovi (Maleev, 1955), originalmente Gorgosaurus, hoje visto como um possivel T-bataar.
  • T. torosus (D. A. Russell, 1970), originalmente Daspletosaurus, hoje considerado parte da família dos Daspletossauros.
  • T. lanpingensis (Yeh, 1975), hoje também aceito como um possível T-bataar.
  • T. turpanensis (Zhai, Zheng & Tong, 1978), hoje visto como um possível T-bataar.
  • T. luanchuanensis (Dong, 1979), hoje aceito como membro da família do Tarbosaurus luanchuanensis.
  • T. megagracilis (Paul, 1988), originalmente Albertosaurus, hoje visto como um possível T-rex.
  • T. gigantus (1990), hoje aceita como um T-rex.
  • T. stanwinstonorum (Pickering, 1995), hoje aceito como um T-rex.

Biologia e comportamento

Habitat natural

Os tiranossauros viviam em quase todo o território que hoje é a América do Norte, com fósseis tendo sido encontrado desde o estado de Alberta, no Canadá, até o estado de Coahuila, no México.[22] Esses animais viveram no final do período cretáceo, a cerca de sessenta e cinco milhões de anos atrás, pouco antes da extinção em massa de todos os dinossauros.[22] Normalmente, os T-rex faziam seus ninhos em planícies aluviais e no meio de bosques subtropicais, em territórios repletos de rios e lagos e com abundância de vegetações como cicadáceas e samambaias, também tendo muitas árvores como coníferas e figueiras, provavelmente devido ao formato dessas árvores, que escondiam o ninho e protegiam os filhotes de outros predadores na ausência dos pais.[22]

Na época do T-rex, a América do Norte apresentava um paisagem muito semelhante à de hoje, com exemplares de tartarugas, crocodilos e sapos muito semelhantes aos atuais; as samambais e os pinheiros eram as plantas e árvores dominantes, e as ervas, apesar de não existirem, ainda não haviam se proliferado como hoje.[22] Um T-rex, provavelmente, vivia em diferentes habitats devido a sua também provável grande capacidade de adaptação, apesar de que devia preferir locais úmidos e fechados. Estimasse que os tiranossauros também vivessem em um território cheio de outros dinossauros, principalmente os voadores pterossauros, além de dromeossauros e carnotauros.[22] Também haviam manadas de tricerátopos vagando pela terra, e os cientistas acreditam que os tricerátopos eram os únicos animais com quem os T-rex evitavam confronto, pois se fossem derrubados por esses quadrúpedes, que podiam lhes atacar por baixo, eles teriam dificuldades para se levantar e ficariam vulneráveis, apesar de que o T-rex também poderia vencer uma luta facilmente se mordesse o tricerátopo no pescoço, onde eles eram sensíveis.[22]

Postura e locomoção

Antiga concepção da postura do T-rex.

Assim como a maioria dos dinossauros bípedes, o T-rex foi originalmente descrito como tendo um corpo semelhante a um tripé, com o corpo quase que totalmente ereto e com a cauda sendo arrastada no chão, semelhante a um canguru.[2] Essa descrição para os bípedes data de 1865, quando Joseph Leidy remontou um fóssil de um Hadrossauro, o primeiro dinossauro bípede totalmente remontado. Henry Fairfield Osborn acreditava que um T-rex podia se colocar totalmemte em pé, hipótese reforçada depois dele remontar o primeiro fóssil em 1915.[2] A teoria da posição ereta se manteve como verdadeira por décadas, apenas nos anos 70 os cientistas começaram a duvidar que essa teoria era verdadeira, pois estudos indicavam que se o T-rex se mantivesse em posição ereta, poderia sofrer várias lesões na caluna e no pescoço.[2] Essa postura errada continuou a ser mostrada para o público em geral, principalmente por pinturas como a famosa "A Era dos Répteis", de Rudolph Zallinger, e foi apenar a partir dos anos 90, através de filmes como o popular Jurassic Park, que o T-rex começou a ser mostrado em sua posição verdadeira, mais inclinado na vertical para que a cauda contrabalanceasse o peso da cabeça e do pescoço junto ao corpo.[23]

Assim como na maioria dos terópodes, as duas pernas do T-rex eram providas de um tecido acolchoado que funcionava como uma espécie de mola.[23] Os ossos longos dos membros inferiores eram fundidos para aumentar a força dos passos e aumentar a velocidade.[23] Ainda existe muita discussão sobre a velocidade que um T-rex atingia em corrida livre, com alguns especialistas afirmando que eles seriam lentos, atingindo apenas pouco mais de dezoite quilômetros por hora, mas a maioria afirma que eles seriam bem mais velozes, chegando até a setenta e dois quilômetros por hora, pois um T-rex tinha as patas compridas, semelhante aos Estrutiomimos, indicando grande rapidez.[23] Estudos recentes mais aprofundados indicaram que um T-rex adulto andava quatro metros por cada passo e podia alcançar cerca de quarenta e dois quilômetros por hora.[23]

Uma queda podia ser muito perigosa para um T-rex, pois os curtos braços impossibilitavam uma recuperação rapida, deixando seu pescoço e sua cabeça vulneráveis ao ataque de outros caçadores.[22] Pesquisadores estimam que se um T-rex de seis toneladas estivesse correndo a mais de setenta quilômetros por hora e tropeçasse, o animal levaria um tombo violento e seu crânio bateria no chão com tanta força que causaria grandes lesões, levando os ossos a se cravar no cérebro, causando morte instantânea.[22]

Membros superiores

Um braço fossilizado de um T-Rex.

Quando o T-rex foi descoberto, não foram achados seus membros superiores, e para completar o primeiro esqueleto que ele exibiu em público, Henry Fairfield Osborn completou o fóssil com os braços de um Hadrossauro.[10] Em 1914, Lawrence Lambe descobriu o primeiro braço de um T-rex, mas originalmente o atribuiu a um Gorgossauro, e ele só foi corretamente identificado nos anos 80, quando se confirmou a teoria de que o T-rex teria só dois dedos, e não três, quando o espécime MOR 555, apelidado de "Wankel Rex", foi remontado, e posteriormente o fóssil de Sue também tinha braços completos.[24]

Os braços dos tiranossauros eram muito pequenos comparados com o resto do corpo, medindo apenas cerca de um metro, no entanto eles não eram estruturas vestigiais pois possuíam grandes áreas de músculo, indicando uma força considerável. Isto foi observado em 1906 por Osborn, que pensou que os braços podiam ajudar o macho a agarrar a fêmea durante a cópula;[24] esta hipótese é apoiada pela análise biomecânica que revela que os braços do tiranossauro tinham ossos espessos propícios ao levantamento de grandes pesos, pois estimasse que machos adultos conseguissem levantar cerca de duzentos quilos com um só braço.[24]

A teoria mais recente e mais aceita mostra que os braços curtos do T-Rex eram, na verdade, ferramentas importantes que o ajudavam a atingir grandes velocidades durante a caça.[22] Isso explica a perfeita anatomia e biomecânica da espécie, pois, com os braços curtos, parte do peso do corpo estaria centrada em suas gigantescas mandíbulas, balanceando-as com a robustez de sua parte traseira.[22] Mesmo com a vantagem de auxiliar no alcance de grandes velocidades, os braços curtos do T-rex causavam problemas quando ele caia, pois dificultavam a recuperação e também não ajudavam em nada na hora de um combate corporal.[22]

Dimorfismo sexual e reprodução

Com o grande número de espécimes dosponíveis, os cientístas tiveram a chance de analisarem profundamente e fazerem descobertas precisas sobre a sexualidade dos tiranossauros, e verificou-se que haviam fósseis robustos e outros mais delicados, concluindo-se que o T-rex possuía dimorfismo sexual.[25] Várias diferenças morfológicas indicam que os tiranossauros mais robustos eram fêmeas, a pélvis dos espécimens "robustos" mostra-se mais larga, tendo um chevron reduzido provavelmente para permitir a passagem dos ovos, tal como acontece nos crocodilos.[25] Em anos recentes esta teoria tem vindo a enfraquecer, pois m chevron de tamanho normal foi descoberto num indivíduo muito robusto, e pensa-se agora que estas diferenças possam estar relacionadas com variações geográficas ou com a idade dos animais sendo os mais robustos mais velhos.[25]

Apenas um exemplar encontrado de tiranossauro foi comprovadamente encaixado dentre de um gênero específico; um exame realizado no espécime apelidado de "B-rex" demonstrou a existência de tecido celular preservado dentro de alguns ossos, e parte desse tecido era muito semelhante ao tecido encontrado na maioria das aves modernas, sendo fonte de cálcio para a produção para a casca dos ovos dos filhotes.[26] Como dinossauros eram ovíparos e só as fêmeas botavam ovos, isso mostrou que o B-rex era, de fato, fêmea, e o compartilhamento desse tecido pelos dinossauros e pelas aves é mais uma prova da ligação evolutiva entre essas duas espécies.[26]

Crescimento e expectativa de vida

Um gráfico mostrando a hipótese de curva de crescimento, massa corporal contra a idade, de quatro tiranossaurideos. O T-rex está representado em preto.

A identificação de vários fósseis de tiranossauros jovens permitiram aos cientistas estudarem profundamente o nível de crescimento desses animais, incluindo velocidade de desenvolvimento e a média de idade da altura máxima. O menor exemplar de T-rex já encontrado foi apelidado de "Jordan" e pesava só trinta quilos, enquanto que o maior fóssil continua sendo Sue, com mais de cinco toneladas; os estudos mostraram que Jordan tinha dois anos quando morreu e Sue tinha cerca de vinte e oito, uma idade considerada avançada para a espécie.[27]

O T-rex crescia anormalmente rápido, principalmente quando chegava à puberdade, o que acontecia em torno dos quatorze anos, e entre essa idade e os dezoito anos, quando atingia a maturidade da espécie, o T-Rex o padrão de crescimento acelerava e o animal atingia cinco metros de altura para mais de quatorze ou quinze metros de comprimento do início da cabeça até o fim da cauda, com peso variado entre seis e dez toneladas.[2] Mais da metade dos tiranossauros encontrados até hoje morreram cerca de seis anos antes de atingirem a maturidade sexual, um padrão que também é encontrado em muitos outros tiranossaurideos, pois nessa época os T-rex se envolviam em violentas lutas contra membros de sua espécie pelo direito de acasalar com a fêmea do bando, comportamente observado em quase todos os grandes mamíferos e aves de hoje em dia.[27]

Os cientistas também estudam o ciclo de vida do T-rex observando os elefantes atuais, sendo que esses animais facilmente superam os setenta anos, diferente do T-rex que quase nunca passava dos trinta.[27] Os pesquisadores Greg Erickson e Peter Makovicky, da Universidade de Tallahassee publicaram um premiado artigo na qual apontavam que o T-rex "crescia rápido e morria jovem", afirmação baseada no estudo de mais de sessenta ossos de vintes espécimes diferentes, e também comparavam o crescimento do T-rex com uma árvore, dizendo que "o tronco era forte e crescia depressa, mas depois de grande, não durava intacto por muito tempo".[27]

Possibilidade de penas e sangue quente

Representação de um jovem T-rex coberto de penas.

Em 2004, foi proposta a teoria de que os tiranossauros poderiam ser animais providos de penas, teoria formulada após cientistas acharem vestígios de penas em estado primitivo em alguns tiranossaurídeos como o Dilong e o Archaeopteryx.[28] Todavia, essa teoria foi recebida como falsa pela maior parte da comunidade científica, pois tanto na Mongólia quanto no Canadá foram achados vestígios epiteliais de outros tiranossaurídeos apresentando abundância de vestígios de escamas, típico dos dinossauros.[28] Além disso, para um animal de mais de seis toneladas, ser plumado iria contra as leis da física por gerar uma impossibilidade de perder calor; quando se locomovesse, o calor gerado não seria perdido, seria armazenado nas penas e retransmitido para o corpo, assim matando-o rapidamente.[29] Mesmo assim, alguns pesquisadores insistem em afirmar que o T-rex poderia sim ter carregado uma leve camada de plumagem nas primeiras semanas de vida que seria perdida com o tempo, ms nunca foi apresentada nenhuma prova para essa afirmação.[29]

Os tiranossauros, assim como todos os dinossauros, foram considerados como animais de sangue frio (Ectotérmicos) por muito tempo, mas essa afirmação começou a ser questionada a partir dos anos 60 por Robert T. Bakker e John Ostrom, que publicaram artigos afirmado que o T-rex e a maioria dos outros dinossauros terrestres eram, na verdade, animais de sangue quente (Endotérmicos) devido a ser estilo de vida ativo, com caçadas e batalhas, afirmando que um animal de sangue frio não teria energia suficiente para uma vida predatorial.[30] Desde de então, a maior parte da comunidade científica passou a considerar a ideia do T-rex poder regular sua temperatura corporal, ganhando ou perdendo calor de acordo com o ambiente em que estava, baseados também nas comparações entre o T-rex e as aves modernas, suas decendentes diretas.[31]

Os traços de isótopos de oxigêneo encontrados em ossos fossilizados também ajudaram a fundamentar a teoria de endotermia, já que a quantidade de isótopos está diretamente relacionada a temperatura corporal.[31] Amostras de um certo fóssil demonstrou uma diferença de entre quatro ou cinco graus entre a temperatura das vértebras da coluna e a tíbia de uma perna, indicando que o T-rex mantinha uma temperatura constante em seu corpo com um metabolismo semelhante a uma mistura da ectotermia dos répteis e a endotermia dos mamíferos, semelhante as tartarugas-marinhas modernas, numa descoberta de Reese Barrick e William Showers.[31]

Alimentação e estratégias de caça

Os dentes do T-rex vistos de perto, para muitos cientístas o formato são uma prova de seus hábitos predatoriais.

O debate sobre o tiranossauro ser um caçador ou carniceiro, ou uma combinação dos dois, é tão antiga quanto sua própria descoberta. Em 1917, Sirius Lambe usou as semelhanças entre o T-rex e o Gorgossauro para descrevê-lo como um animal puramente carniceiro, observando o pouco desgaste nos dente de seu espécime, mas essa afirmação nunca foi considerada uma prova, pois já é certo o fato dos terópodes substituírem seus dentes continuamente durante a vida.[32]

O pesquisador Jack Horner foi outro defensor da teoria de que o T-rex seria apenas carniceiro, sem realizar caça ativa, defendendo sua tese apoiada em vários arguementos, como o tamanho curtíssimo dos braços comparadaos a outros predadores; as cavidades olfativas do T-rex eram extremamente grandes, segundo Horner uma melhoria evolutiva que lhe permitia sentir o odor de cadáveres a grandes distências, semelhantes aos abutres atuais; os dentes afiados do T-rex teriam sido moldados pela Teoria da evolução para triturar ossos, o que seria mais útil para devorar uma carcaça do que para caçar um animal vivo; a velocidade máxima do T-rex, que não passaria dos sessenta quilômetros por hora, o colocaria abaixo da média comparado a velocidade de outros caçadores.[32] Mesmo assim, a comunidade científica continua a negar essa teoria, explicando que todos esses pontos negativos não seriam uma total barreira para o T-rex, e que o formato dos dentes e das pernas não deixam dúvidas a cerca de seus hábitos predatoriais.[33] Mas suas características que o tornavam tão eficientes para uma batalha também poderiam permitir que ele, de fato, comesse cadáveres que ele poderia facilmente roubar de outros carnívoros menores.[33]

Muitas provas sobre tiranossauros em caça ativa foram encontradas em fósseis de outras espécies, como um Edmontossauro que tinha marcas de mordida de um T-rex em suas vértebras, sendo isso sua causa mortis, mostrando que o T-rex o havia predado.[33] Também foram achados indícios no fóssil de um Tricerátopo de uma batalha entre ele e um T-rex, pois o tricerátopo possuía marcas características de mordida na parte frontal de seu crânio. Também há muitos indícios de que era comum para os tiranossauros brigarem entre si, pois Sue tinha muitas marcas de mandíbulas em sua cauda.[34] Isse fato também reforça a teoria de que o T-rex também seria canibal, ou seja, que ele consumia carne de sua própria espécie; em uma batalha entre dois tiranossauros, nenhum teria qualquer vantagem sobre o outro, então as marcas de mordida de um T-rex em outro poderiam ter sido feitas após a morte de um deles, o que provaria tanto a hipótese de canibalismo quanto do carniceirismmo.[35]

Cultura popular

Não resta sombra de dúvidas sobre quem é o dinossauro mais famoso. Devido ao tamanho descomunal, dentes imensos e descrição como "superpredador", etc. Suas aparições são quase sempre como supervilão e/ou principal adversário, sempre demonstrando um aspecto de agressividade suprema e instinto assassino incontrolável.

Um Tiranossauro lutando com um Tricerátops (Tim Bekaert, 1997).

Uma aparição clássica (e também a primeira) do T-Rex foi no filme de 1925 chamado The Lost World (O mundo perdido), no qual a fera aparece atacando as personagens humanas e lutando com um Triceratops. Em outra de suas grandiosas aparições, a fera aparece na versão original de King Kong, digladiando com o protagonista. O estrelato do Tyrannosaurus rex em filmes e desenhos é quase incalculável, mas, sem dúvidas, a mais gloriosa das apresentações da fera foi em Jurassic Park, como principal dinossauro. O estrelato da besta segue até a segunda parte da série. No último capítulo da trilogia, é derrotada pelo Spinosaurus, assim abrindo espaço para um novo antagonista (no entanto, uma batalha real entre dos dois terópodes não poderia ter acontecido, pois viveram em continentes e divisões Cretáceas diferentes (Albiano e Cenomaniano para o Spinosaurus e Maastrichtiano para o T.rex) mas como filme baseia-se na ressurreição pelo DNA então poderia ser possível.

Além de filmes e desenhos, o T-Rex estrelou videogames, novamente, quase sempre como um imponente obstáculo a ser morto. Um dos destaques do T-Rex nos jogos eletrônicos é Dino Crisis, como um supervilão sanguinário. Também aparece como chefão final em Turok: Dinosaur Hunter (um tanto quanto modificado), vários títulos da série Jurassic Park, em duas expansões de Zoo Tycoon 2, etc. O T-Rex também aparece como antagonista nos três primeiros capítulos de Tomb Raider, além de sua versão robótica em Metal Gear Solid onde o protagonista Solid Snake deve enfrentar a ameaça "Metal Gear REX" . O T-Rex também aparece no Jurassic Park Oparation Genesis, como um dos principais dinossauros dando muito lucro e muito perigo e falta de segurança é fatal.

Toda fama do Tyrannosaurus se deve ao fato de ter sido declarado o maior carnívoro terrestre por décadas, até a descoberta de outros colossais predadores, como o Giganotosaurus, o Mapusaurus, entre outros.

Ver também

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Referências

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