Jacob Gorender: diferenças entre revisões
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'''Jacob Gorender''' ([[Salvador (Bahia)|Salvador]], {{dni|lang=br|20|1|1923|si}} — [[São Paulo (estado)|São Paulo]], {{morte|lang=br|11|6|2013}}) foi um [[historiador]] e [[Ciências sociais|cientista social]] [[brasil]]eiro.<ref>{{citar web|URL=http://www.oreporter.com/Randolfe-e-Walter-Pinheiro-lamentam-morte-do-historiador-Jacob-Gorender,10212398970.htm|título=Randolfe e Walter Pinheiro lamentam morte do historiador Jacob Gorender|autor=O Reporter|data=12 de junho de 2013|publicado=|acessodata=12 de junho de 2013}}</ref><ref>[http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/03/1871377-em-entrevista-inedita-jacob-gorender-fala-do-clima-no-pais-antes-do-golpe.shtml Entrevista] Folha de S.Paulo</ref> |
'''Jacob Gorender''' ([[Salvador (Bahia)|Salvador]], {{dni|lang=br|20|1|1923|si}} — [[São Paulo (estado)|São Paulo]], {{morte|lang=br|11|6|2013}}) foi um [[historiador]], [[escritor]] e [[Ciências sociais|cientista social]] [[brasil]]eiro.<ref>{{citar web|URL=http://www.oreporter.com/Randolfe-e-Walter-Pinheiro-lamentam-morte-do-historiador-Jacob-Gorender,10212398970.htm|título=Randolfe e Walter Pinheiro lamentam morte do historiador Jacob Gorender|autor=O Reporter|data=12 de junho de 2013|publicado=|acessodata=12 de junho de 2013}}</ref><ref>[http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/03/1871377-em-entrevista-inedita-jacob-gorender-fala-do-clima-no-pais-antes-do-golpe.shtml Entrevista] Folha de S.Paulo</ref> |
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==Biografia== |
==Biografia== |
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Filho de um [[judeu]] [[Ucranianos|ucraniano]] chamado Nathan Gorender, [[socialista]] e [[antissionista]], Jacob Gorender viveu sua infância nos cortiços de [[Salvador (Bahia)|Salvador]]. Estudou o ginásio e o preparatório no Ginásio da Bahia, entre [[1933]] e [[1940]], ingressando na Faculdade de Direito de Salvador em [[1941]].<ref>http://www.cartacapital.com.br/cultura/a-revolucao-de-jacob-gorender-6327.html Página acessada em 8 de janeiro de 2016.</ref> |
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=== Primeiros anos === |
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Aos 18 anos abandonou a escola de Direito para ir lutar na [[Segunda Guerra Mundial]], na [[Itália]], como integrante voluntário da [[Força Expedicionária Brasileira]]. De volta ao Brasil, militou como profissional no [[Partido Comunista Brasileiro]] (PCB), do qual se tornou destacado dirigente, integrando seu Comité Central. Após o [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe de Estado em 1964]], foi expulso pela direção do PCB em 1967, de orientação prestista e que defendia a resistência dentro da legalidade, à qual se opunha, para participar da fundação do [[Partido Comunista Brasileiro Revolucionário]] (PCBR),<ref>http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1293357-historiador-e-militante-comunista-jacob-gorender-morre-em-sao-paulo.shtml Página visitada em 8 de janeiro de 2016.</ref> com diversos outros dirigentes comunistas de esquerda, como Mario Álves e Apolônio de Carvalho. Foi preso e barbaramente torturado, quando do Regime Militar, cumprindo prisão por sua militância. Destacado intelectual marxista quando de sua militância no PCB, após sair da prisão, dedicou-se a investigação da formação social brasileira. Entre seus trabalhos se destacam ''A burguesia brasileira'', de 1981, e ''Combates nas trevas'', de 1987. Sua principal obra foi a tese "[[O Escravismo Colonial]]", de 1978, de caráter revolucionário, na medida em que supera o debate sobre o caráter do passado do Brasil - feudalismo versus capitalismo. Naquela obra, apresenta teoria para a compreensão da história colonial e imperial brasileira baseado na apresentação de modo de produção historicamente novo, a saber, o escravismo colonial. Foi surpreendentemente escrita em grande parte dentro das celas do Presídio Tiradentes, característica da abnegação intelectual de Jacob Gorender. |
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Filho de um [[judeu]] [[Ucranianos|ucraniano]] chamado Nathan Gorender, [[socialista]] e [[antissionista]], e uma [[bessarábia]], Anna Groender.<ref name=":0">{{Citar web |url=https://revistapesquisa.fapesp.br/vitoria-da-vocacao/ |titulo=Vitória da vocação |data=2013 |acessodata=2021-05-09 |website=Revista Pesquisa da [[Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]] |lingua=pt-br}}</ref> Gorender nasceu em [[Salvador]], capital da [[Bahia]] em 1923.<ref>{{Citar web |ultimo=Belessa |primeiro=Mauro |url=http://www.iea.usp.br/noticias/jacob-gorender-historiador |titulo=Jacob Gorender, militante político e historiador, morre aos 90 anos — IEA USP |data=12/06/2013 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo]]}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/salvador/panorama |titulo=Salvador |acessodata=2021-05-09 |website=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]}}</ref> |
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=== Faculdade de Direito e Segunda Guerra Mundial === |
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Em ''Marxismo sem utopia'', 1999, Jacob Gorender apresentou uma síntese de sua visão teórica recente, que seria também a última, tendo em vista não ter feito nenhuma retificação até seu falecimento. ''Marxismo sem utopia'' versa sobre temas como a natureza da classe operária, o princípio do determinismo histórico, a diferença entre a transição ao capitalismo e a transição ao socialismo, e as características da sociedade socialista.<ref name="marxismo21.org">[http://marxismo21.org/wp-content/uploads/2013/08/resenha-sobre-Marxismo-sem-utopia.pdf Resenha sobre Marxismo sem utopia de Jacob Gorender, por Armando Boito e Caio Navarro de Toledo, Unicamp]</ref><ref name="Entrevista de Jacob Gorender, UOL">[http://operamundi.uol.com.br/blog/samuel/agora/jacobgorender/ Entrevista de Jacob Gorender, UOL]</ref> |
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Jacob Gorender viveu sua infância nos cortiços de Salvador.<ref name=":0" /> Estudou o ginásio e o preparatório no Ginásio da Bahia, entre 1933 e 1940, ingressando na graduação em [[Direito]] na [[Faculdade Livre de Direito da Bahia|Faculdade de Direito de Salvador]] (FDUFBA) vinculada a [[Universidade Federal da Bahia]] (UFBA) em 1941.<ref name=":1">{{Citar web |ultimo= |url=https://www.cartacapital.com.br/cultura/a-revolucao-de-jacob-gorender-6327/ |titulo=A Revolução de Jacob Gorender |data=2013-07-03 |acessodata=2021-05-09 |website=[[CartaCapital]] |lingua=pt-BR}}</ref><ref name=":2">{{citar web |ultimo=Quadros |primeiro=Carlos |url=https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11042016-120612/publico/2015_CarlosFernandoDeQuadros_VOrig.pdf |titulo=Jacob Gorender, um militante comunista: estudo de uma trajetória política e intelectual no marxismo brasileiro (1923-1970) |data=2015 |acessodata=09/05/2021 |publicado=[[Universidade de São Paulo]]}}</ref> Na faculdade, juntamente com [[Mário Alves]] e Ariston de Salvador, entrou numa célula do [[Partido Comunista Brasileiro]] (PCB), liderada por [[Giocondo Dias]].<ref name=":1" /> |
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Aos 18 anos abandonou a escola de Direito para ir lutar na [[Segunda Guerra Mundial]], na [[Itália]], como integrante voluntário da [[Força Expedicionária Brasileira]] (FEB).<ref>{{citar web |ultimo=Pimentel |primeiro=Carlos |url=http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/a_esquerda_militar_no_brasil_os_veteranos_comunistas_da_feb_1945_1950.pdf |titulo=A ESQUERDA MILITAR NO BRASIL: OS VETERANOS COMUNISTAS DA FEB (1945-1950) |acessodata=09/05/2021 |publicado=[[Universidade Estadual de Londrina]]}}</ref><ref name=":2" /> |
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⚫ | Jacob Gorender propõe que a classe operária é possuidora de uma "ontologia reformista" e não "revolucionária", critica o determinismo histórico, afirma a importância dos intelectuais para a formação da consciência revolucionária, apoiando se em Lênin, e discorre sobre a necessidade do Estado na sociedade socialista.<ref name=" |
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=== Retorno ao Brasil === |
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Armando Boito e Caio Navarro de Toledo, em ''Resenha sobre Marxismo sem utopia de Jacob Gorender'', analisam a obra do autor e apresentam sua crítica do conceito de "ontologia reformista" com argumentos que tornam a discussão ainda mais rica e complexa. |
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De volta ao Brasil, retomou sua militância no PCB, do qual tornou-se destacado dirigente, integrando seu Comitê Central.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-01882003000100013&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=O PCB e sua atuação nos anos 50: Waldir José Rampinelli entrevista Jacob Gorender |data=2003 |acessodata=2021-05-09 |jornal=Revista Brasileira de História |número=45 |paginas=303–309 |doi=10.1590/S0102-01882003000100013 |issn=0102-0188}}</ref> |
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⚫ | Segundo os autores, o uso do conceito "ontologia" implica numa abordagem essencialista, lembram que, na teoria marxista, uma classe é definida tanto por sua inserção nas relações de produção, quanto por fatores relativos às suas lutas políticas concretas. Os termos "reformista" ou "revolucionário", adjetivando a referida "ontologia", geram o mesmo equívoco teórico. Somente em uma formação social concreta, historicamente determinada, se pode falar em classe "reformista" ou "revolucionária". Eles verificam, também, uma incongruência na tese da "ontologia reformista" com a ideia de processo histórico aberto, pois, ao mesmo tempo em que Gorender faz uma crítica da teleologia, fala de uma natureza da classe operária. Se a classe possui uma natureza tal, haveria, sim, uma teleologia, ou seja, o processo histórico se direcionando fortemente para um fim específico. Não haveria razão para falar de fatores atuais, como diferenciação ou heterogeneidade da classe operária, que a fariam perder seu caráter revolucionário, se sua ontologia é definitivamente reformista. ''Resenha sobre Marxismo sem utopia, página 174 |
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Após o [[Golpe militar brasileiro de 1964]], foi expulso pela direção do PCB em 1967, de orientação prestista e que defendia a resistência dentro da legalidade, à qual se opunha, para participar da fundação do [[Partido Comunista Brasileiro Revolucionário]] (PCBR),<ref>http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1293357-historiador-e-militante-comunista-jacob-gorender-morre-em-sao-paulo.shtml Página visitada em 8 de janeiro de 2016.</ref> com diversos outros dirigentes comunistas de esquerda, como Mario Álves e [[Apolônio de Carvalho]].<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-64451988000200008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Sobre a fisionomia intelectual do partido comunista (1945-1964) |data=1988-10 |acessodata=2021-05-09 |jornal=Lua Nova: Revista de Cultura e Política |número=15 |ultimo=Brandão |primeiro=Gildo Marçal |paginas=133–149 |doi=10.1590/S0102-64451988000200008 |issn=0102-6445}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Barcellos |primeiro=Barcellos |url=https://diplomatique.org.br/marxismo-de-pes-no-chao/ |titulo=Marxismo de pés no chão - Le Monde Diplomatique |data=8 de agosto de 2013 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Le Monde Diplomatique Brasil]]}}</ref> |
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Gorender foi casado com Idealina da Silva Fernandes, filha de Hermogênio da Silva Fernandes, um dos fundadores do Partido Comunista,<ref>http://www.teoriaedebate.org.br/materias/nacional/jacob-gorender Página acessada em 8 de janeiro de 2016.</ref> tendo uma filha deste casamento, chamada Ethel.<ref>http://www.assuel.com.br/index.php/outras-palavras/item/14-outras-palavras/jacob-gorender-morre-aos-90-anos/91 Página acessada em 8 de janeiro de 2016.</ref> Morreu após um mês de internação na [[Unidade de terapia intensiva|UTI]] do Hospital São Camilo, de infecção, em 11 de junho de 2013.<ref>http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/06/morre-o-historiador-jacob-gorender.html Página acessada em 8 de janeiro de 2016.</ref> |
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Foi preso e barbaramente torturado, quando do Regime Militar, cumprindo prisão por sua militância.<ref>{{Citar web |ultimo=Domenici |primeiro=Thiago |url=https://apublica.org/2017/03/jacob-gorender-o-ar-estava-carregado-de-eletricidade/ |titulo=Jacob Gorender: O ar estava carregado de eletricidade |data=2017-03-31 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Agência Pública]] |lingua=pt-BR}}</ref> Destacado intelectual marxista quando de sua militância no PCB, após sair da prisão, dedicou-se a investigação da formação social brasileira.<ref>{{Citar web |url=https://marxismo21.org/jacob-gorender-historiografia-critica-e-politica/ |titulo=Jacob Gorender |data=2019-10-15 |acessodata=2021-05-09 |website=Marxismo 21 |lingua=pt-BR}}</ref> Entre seus trabalhos se destacam ''A burguesia brasileira'', de 1981, e ''[[Combate nas Trevas|Combates nas trevas]]'', de 1987.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/A_burguesia_brasileira.html?id=q7dDAAAAYAAJ&source=kp_book_description|título=A burguesia brasileira|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1990|editora=Brasiliense|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/O_escravismo_colonial.html?id=lnWGpwAACAAJ&source=kp_book_description|título=O escravismo colonial|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=2011|editora=Editora Fundação Perseu Abramo|lingua=pt}}</ref> Sua principal obra foi a tese "O Escravismo Colonial", de 1978, de caráter revolucionário, na medida em que supera o debate sobre o caráter do passado do Brasil - feudalismo versus capitalismo.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0034-75901987000400011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Breve história da escravidão |data=1987 |acessodata=2021-05-09 |jornal=Revista de Administração de Empresas |número=4 |ultimo=Oliveira |primeiro=Romualdo Luiz Portela de |paginas=62–62 |lingua=pt |doi=10.1590/S0034-75901987000400011 |issn=0034-7590}}</ref><ref name=":3">{{citar web |ultimo=Maestri |primeiro=Mário |url=http://www.ihu.unisinos.br/images/stories/cadernos/ihu/013cadernosihu.pdf |titulo=O Escravismo Colonial: A revolução Copernicana de Jacob Gorender A Gênese, o Reconhecimento, a Deslegitimação |data=2005 |acessodata=09/05/2021 |publicado=[[Universidade do Vale do Rio dos Sinos]]}}</ref> Naquela obra, apresenta teoria para a compreensão da história colonial e imperial brasileira baseado na apresentação de modo de produção historicamente novo, a saber, o [[escravismo]] colonial.<ref name=":3" /> Foi surpreendentemente escrita em grande parte dentro das celas do Presídio Tiradentes, característica da abnegação intelectual de Jacob Gorender.<ref>{{citar web |ultimo=Ribeiro |primeiro=Flávia |url=https://www.ufjf.br/lahes/files/2010/03/c1-a25.pdf |titulo=A Subida do Monte Purgatório: Estudo da experiência de presos políticos na Penitenciária Regional de Linhares |data=2005 |acessodata=09/05/2021 |publicado=[[Universidade Federal de Juiz de Fora]]}}</ref> |
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Em ''Marxismo sem utopia'', de 1999, Jacob Gorender apresentou uma síntese de sua visão teórica recente, que seria também a última, tendo em vista não ter feito nenhuma retificação até seu falecimento.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/Marxismo_sem_utopia.html?id=yLoEAQAAIAAJ&source=kp_book_description|título=Marxismo sem utopia|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1999|editora=Editora Atica|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{citar periódico |titulo=Marxismo sem classe operária: é possível? |acessodata=09/05/2021 |jornal=REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO |publicado=[[Universidade Estadual de Maringá]] |ultimo=Pereira |primeiro=Duarte}}</ref> ''Marxismo sem utopia'' versa sobre temas como a natureza da classe operária, o princípio do determinismo histórico, a diferença entre a transição ao capitalismo e a transição ao socialismo, e as características da sociedade socialista.<ref>{{Citar web |ultimo=Sereza |primeiro=Haroldo |url=https://blogs.operamundi.uol.com.br/agora/jacobgorender/ |titulo=Gorender, em 1999: “Operariado é reformista” - Blog Ágora |data=12/06/2013 |acessodata=2021-05-09 |website=Opera Mundi |lingua=pt-BR}}</ref> |
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⚫ | Jacob Gorender propõe que a classe operária é possuidora de uma "ontologia reformista" e não "revolucionária", critica o determinismo histórico, afirma a importância dos intelectuais para a formação da consciência revolucionária, apoiando se em Lênin, e discorre sobre a necessidade do Estado na sociedade socialista.<ref name="Entrevista de Jacob Gorender, UOL">[http://operamundi.uol.com.br/blog/samuel/agora/jacobgorender/ Entrevista de Jacob Gorender, UOL]</ref><ref name=":4">{{citar web |ultimo=Boito |primeiro=Armando |url=https://marxismo21.org/wp-content/uploads/2013/08/resenha-sobre-Marxismo-sem-utopia.pdf |titulo=Jacob Gorender |acessodata=09/05/2021 |publicado=[[Universidade Estadual de Campinas]]}}</ref> |
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⚫ | Armando Boito e Caio Navarro de Toledo, em ''Resenha sobre Marxismo sem utopia de Jacob Gorender'', analisam a obra do autor e apresentam sua crítica do conceito de "ontologia reformista" com argumentos que tornam a discussão ainda mais rica e complexa.<ref name=":4" /> Segundo os autores, o uso do conceito "ontologia" implica numa abordagem essencialista, lembram que, na teoria marxista, uma classe é definida tanto por sua inserção nas relações de produção, quanto por fatores relativos às suas lutas políticas concretas.<ref name=":4" /> Os termos "reformista" ou "revolucionário", adjetivando a referida "ontologia", geram o mesmo equívoco teórico. Somente em uma formação social concreta, historicamente determinada, se pode falar em classe "reformista" ou "revolucionária". Eles verificam, também, uma incongruência na tese da "ontologia reformista" com a ideia de processo histórico aberto, pois, ao mesmo tempo em que Gorender faz uma crítica da teleologia, fala de uma natureza da classe operária. Se a classe possui uma natureza tal, haveria, sim, uma teleologia, ou seja, o processo histórico se direcionando fortemente para um fim específico. Não haveria razão para falar de fatores atuais, como diferenciação ou heterogeneidade da classe operária, que a fariam perder seu caráter revolucionário, se sua ontologia é definitivamente reformista. ''Resenha sobre Marxismo sem utopia, ''página 174.<ref name=":4" /> |
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Mantendo-se à esquerda política, filiou-se ao [[Partido dos Trabalhadores]] (PT), no ano de 1990.<ref>{{Citar web |ultimo=Joao |url=http://www.ihu.unisinos.br/noticias/521101-jacob-gorender-uma-revolucao-na-revolucao-brasileira |titulo=Jacob Gorender: Uma revolução na revolução brasileira |data=18/06/2013 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Universidade do Vale do Rio dos Sinos]] |lingua=pt-br}}</ref> |
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== Vida pessoal == |
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Gorender foi casado com Idealina da Silva Fernandes,<ref>{{Citar web |url=https://mst.org.br/2006/07/21/idealina-fernandes-gorender/ |titulo=Idealina Fernandes Gorender |data=2006-07-21 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]] |lingua=pt-BR}}</ref> filha de Hermogênio da Silva Fernandes, um dos fundadores do Partido Comunista, tendo uma filha deste casamento, chamada Ethel.<ref>{{Citar web |ultimo=Freire |primeiro=Alípio |url=https://teoriaedebate.org.br/1993/09/01/idealina-fernandes-gorender/ |titulo=Idealina Fernandes Gorender |data=1993-09-01 |acessodata=2021-05-09 |website=Teoria e Debate |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://fpabramo.org.br/2013/06/11/autor-de-o-escravismo-colonial-historiador-jacob-gorender-faleceu-nesta-terca/ |titulo=Autor de O Escravismo Colonial, historiador Jacob Gorender, faleceu nesta terça |data=2013-06-11 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Fundação Perseu Abramo]] |lingua=pt-BR}}</ref> |
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== Morte == |
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Morreu após um mês de internação na [[Unidade de terapia intensiva]] (UTI) do Hospital São Camilo, de infecção, em 11 de junho de 2013.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/06/morre-o-historiador-jacob-gorender.html |titulo=Morre aos 90 anos o historiador Jacob Gorender |data=11/06/2013 |acessodata=09/05/2021 |publicado=[[G1]]}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Batista |primeiro=Liz |url=https://www.estadao.com.br/noticias/geral,morre-o-historiador-jacob-gorender,1041266 |titulo=Morre o historiador Jacob Gorender - Geral |data=11 de junho de 2013 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Estadão]] |lingua=pt-BR}}</ref> A então presidenta [[Dilma Rousseff]] (PT), lamentou pesar pela perda de Jacob por uma nota em que o chamou de “amigo e companheiro”.<ref>{{Citar web |ultimo=Lourenço |primeiro=Luana |url=https://memoria.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/06/dilma-lamenta-morte-de-jacob-gorender |titulo=Dilma lamenta morte de Jacob Gorender |data=2013-06-11 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Empresa Brasil de Comunicação]] |lingua=pt-br}}</ref> Outros nomes petistas como [[José Genoino]] e [[Emiliano José]] além do movimento social [[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]] (MST) publicaram notas em homenagem a Jacob.<ref>{{Citar web |url=https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2013/06/morre-aos-90-o-historiador-jacob-gorender-6120/ |titulo=Dilma lamenta morte do 'amigo' e 'conselheiro' Jacob Gorender, historiador |data=2013-06-11 |acessodata=2021-05-09 |website=[[Rede Brasil Atual]] |lingua=pt-BR}}</ref> |
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== Produção bibliográfica == |
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=== Artigos e Ensaios === |
=== Artigos e Ensaios === |
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* 2003 Capitalismo pós-capitalista. In Folha de S.Paulo (Jornal de Resenhas). São Paulo, 8 de fevereiro de 2003. |
* 2003 Capitalismo pós-capitalista. In Folha de S.Paulo (Jornal de Resenhas). São Paulo, 8 de fevereiro de 2003. |
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* 2004 O épico e o trágico na história do Haiti. In Estudos avançados, 18 (50), 2004. |
* 2004 O épico e o trágico na história do Haiti. In Estudos avançados, 18 (50), 2004. |
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=== Livros === |
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* A burguesia brasileira, [[Brasiliense (editora)|Brasiliense]], 1990.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/A_burguesia_brasileira.html?id=q7dDAAAAYAAJ&source=kp_book_description&redir_esc=y|título=A burguesia brasileira|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1990|editora=Brasiliense|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* O escravismo colonial, [[Editora Ática]], 1985.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kjlIAAAAYAAJ&newbks=0&hl=pt-BR|título=O escravismo colonial|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1985|editora=Editora Atica|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* Combate nas Trevas: a esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada, Editora Ática, 1987.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/Combate_nas_trevas.html?id=--8SAQAAIAAJ&redir_esc=y|título=Combate nas trevas: a esquerda brasileira : das ilusões perdidas à luta armada|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1987|editora=Editora Atica|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* A escravidão reabilitada, Editora Ática, 1990.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/A_escravid%C3%A3o_reabilitada.html?id=rK-4AAAAIAAJ&redir_esc=y|título=A escravidão reabilitada|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1990|editora=Editora Atica|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* Marcino e Liberatore, Editora Ática, 1992.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/Marcino_e_Liberatore.html?id=oLoEAQAAIAAJ&redir_esc=y|título=Marcino e Liberatore|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1992|editora=Editora Atica|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* Marxismo sem utopia, Editora Ática, 1999.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/Marxismo_sem_utopia.html?id=yLoEAQAAIAAJ&source=kp_book_description&redir_esc=y|título=Marxismo sem utopia|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=1999|editora=Editora Atica|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* Brasil em preto & branco: o passado escravista que não passou, Editora [[SENAC|Senac]], 2000.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/Brasil_em_preto_branco.html?id=Ua-4AAAAIAAJ&source=kp_book_description&redir_esc=y|título=Brasil em preto & branco: o passado escravista que não passou|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=2000|editora=Editora SENAC São Paulo|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* Direitos Humanos - o Que São (ou Devem Ser), Editora Senac, 2003.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/Direitos_Humanos_O_Que_Sao_Ou_Devem_Ser.html?id=ASx3mY6kGokC&redir_esc=y|título=Direitos Humanos - O Que Sao Ou Devem Ser|ultimo=Gorender|primeiro=Jacob|data=2003|editora=Senac|lingua=pt-BR}}</ref> |
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* Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Cristiano Jr., (Org. Paulo Cesar de Azevedo e Mauricio Lissovsky), Editora Ex Libris, 1988.<ref>{{Citar web |ultimo=Azevedo |primeiro=Paulo |url=https://www.ihgb.org.br/pesquisa/biblioteca/item/592-escravos-brasileiros-do-s%C3%A9culo-xix-na-fotografia-de-cristiano-jr-edi%C3%A7%C3%A3o-organizada-por-paulo-cesar-de-azevedo-e-mauricio-lissovsky-textos-de-jacob-gorender,-manuela-carneiro-da-cunha,-muniz-sodr%C3%A9.html |titulo=Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Cristiano Jr. / edição organizada por Paulo Cesar de Azevedo e Mauricio Lissovsky ; textos de Jacob Gorender, Manuela Carneiro da Cunha, Muniz Sodré. - IHGB - Instituto Histórico Geográfico Brasileiro |acessodata=2021-05-09 |website=[[Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]] |lingua=pt-br}}</ref> |
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== Bibliografia == |
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* MAESTRI, Mário. Jacob Gorender. In: Secco, Lincoln & Pericás, Luiz Bernardo (orgs.) ''Intérpretes do Brasil'': Clássicos, rebeldes e renegados. São Paulo: Boitempo, 2014. |
* MAESTRI, Mário. Jacob Gorender. In: Secco, Lincoln & Pericás, Luiz Bernardo (orgs.) ''Intérpretes do Brasil'': Clássicos, rebeldes e renegados. São Paulo: Boitempo, 2014. |
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* QUADROS, Carlos Fernando. ''Jacob Gorender, um militante comunista'': estudo de uma trajetória política e intelectual no marxismo brasileiro (1923-1970). Dissertação (Mestrado em História Social). São Paulo: USP, 2015. |
* QUADROS, Carlos Fernando. ''Jacob Gorender, um militante comunista'': estudo de uma trajetória política e intelectual no marxismo brasileiro (1923-1970). Dissertação (Mestrado em História Social). São Paulo: USP, 2015. |
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Revisão das 14h38min de 9 de maio de 2021
Jacob Gorender | |
---|---|
Nascimento | 20 de janeiro de 1923 Salvador |
Morte | 11 de junho de 2013 (90 anos) São Paulo |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Historiador |
Prémios | Prêmio Juca Pato (1999) |
Jacob Gorender (Salvador, 20 de janeiro de 1923 — São Paulo, 11 de junho de 2013) foi um historiador, escritor e cientista social brasileiro.[1][2]
Biografia
Primeiros anos
Filho de um judeu ucraniano chamado Nathan Gorender, socialista e antissionista, e uma bessarábia, Anna Groender.[3] Gorender nasceu em Salvador, capital da Bahia em 1923.[4][5]
Faculdade de Direito e Segunda Guerra Mundial
Jacob Gorender viveu sua infância nos cortiços de Salvador.[3] Estudou o ginásio e o preparatório no Ginásio da Bahia, entre 1933 e 1940, ingressando na graduação em Direito na Faculdade de Direito de Salvador (FDUFBA) vinculada a Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1941.[6][7] Na faculdade, juntamente com Mário Alves e Ariston de Salvador, entrou numa célula do Partido Comunista Brasileiro (PCB), liderada por Giocondo Dias.[6]
Aos 18 anos abandonou a escola de Direito para ir lutar na Segunda Guerra Mundial, na Itália, como integrante voluntário da Força Expedicionária Brasileira (FEB).[8][7]
Retorno ao Brasil
De volta ao Brasil, retomou sua militância no PCB, do qual tornou-se destacado dirigente, integrando seu Comitê Central.[9]
Após o Golpe militar brasileiro de 1964, foi expulso pela direção do PCB em 1967, de orientação prestista e que defendia a resistência dentro da legalidade, à qual se opunha, para participar da fundação do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR),[10] com diversos outros dirigentes comunistas de esquerda, como Mario Álves e Apolônio de Carvalho.[11][12]
Foi preso e barbaramente torturado, quando do Regime Militar, cumprindo prisão por sua militância.[13] Destacado intelectual marxista quando de sua militância no PCB, após sair da prisão, dedicou-se a investigação da formação social brasileira.[14] Entre seus trabalhos se destacam A burguesia brasileira, de 1981, e Combates nas trevas, de 1987.[15][16] Sua principal obra foi a tese "O Escravismo Colonial", de 1978, de caráter revolucionário, na medida em que supera o debate sobre o caráter do passado do Brasil - feudalismo versus capitalismo.[17][18] Naquela obra, apresenta teoria para a compreensão da história colonial e imperial brasileira baseado na apresentação de modo de produção historicamente novo, a saber, o escravismo colonial.[18] Foi surpreendentemente escrita em grande parte dentro das celas do Presídio Tiradentes, característica da abnegação intelectual de Jacob Gorender.[19]
Em Marxismo sem utopia, de 1999, Jacob Gorender apresentou uma síntese de sua visão teórica recente, que seria também a última, tendo em vista não ter feito nenhuma retificação até seu falecimento.[20][21] Marxismo sem utopia versa sobre temas como a natureza da classe operária, o princípio do determinismo histórico, a diferença entre a transição ao capitalismo e a transição ao socialismo, e as características da sociedade socialista.[22]
Jacob Gorender propõe que a classe operária é possuidora de uma "ontologia reformista" e não "revolucionária", critica o determinismo histórico, afirma a importância dos intelectuais para a formação da consciência revolucionária, apoiando se em Lênin, e discorre sobre a necessidade do Estado na sociedade socialista.[23][24]
Armando Boito e Caio Navarro de Toledo, em Resenha sobre Marxismo sem utopia de Jacob Gorender, analisam a obra do autor e apresentam sua crítica do conceito de "ontologia reformista" com argumentos que tornam a discussão ainda mais rica e complexa.[24] Segundo os autores, o uso do conceito "ontologia" implica numa abordagem essencialista, lembram que, na teoria marxista, uma classe é definida tanto por sua inserção nas relações de produção, quanto por fatores relativos às suas lutas políticas concretas.[24] Os termos "reformista" ou "revolucionário", adjetivando a referida "ontologia", geram o mesmo equívoco teórico. Somente em uma formação social concreta, historicamente determinada, se pode falar em classe "reformista" ou "revolucionária". Eles verificam, também, uma incongruência na tese da "ontologia reformista" com a ideia de processo histórico aberto, pois, ao mesmo tempo em que Gorender faz uma crítica da teleologia, fala de uma natureza da classe operária. Se a classe possui uma natureza tal, haveria, sim, uma teleologia, ou seja, o processo histórico se direcionando fortemente para um fim específico. Não haveria razão para falar de fatores atuais, como diferenciação ou heterogeneidade da classe operária, que a fariam perder seu caráter revolucionário, se sua ontologia é definitivamente reformista. Resenha sobre Marxismo sem utopia, página 174.[24]
Mantendo-se à esquerda política, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), no ano de 1990.[25]
Vida pessoal
Gorender foi casado com Idealina da Silva Fernandes,[26] filha de Hermogênio da Silva Fernandes, um dos fundadores do Partido Comunista, tendo uma filha deste casamento, chamada Ethel.[27][28]
Morte
Morreu após um mês de internação na Unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital São Camilo, de infecção, em 11 de junho de 2013.[29][30] A então presidenta Dilma Rousseff (PT), lamentou pesar pela perda de Jacob por uma nota em que o chamou de “amigo e companheiro”.[31] Outros nomes petistas como José Genoino e Emiliano José além do movimento social Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) publicaram notas em homenagem a Jacob.[32]
Produção bibliográfica
Artigos e Ensaios
- 1958 “Correntes sociológicas no Brasil”. ESTUDOS SOCIAIS, n.º 3-4, Rio de Janeiro, set./dez. de 1958, pp. 335–352;
- 1958 “Política exterior em crise”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, 1958, nº 2, pp. 129–36;
- 1958 “Revista Brasiliense. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, maio/junho de 1958, nº 1, pp. 125-7;
- 1959 “A espoliação do povo brasileiro pela finança internacional”. ESTUDOS SOCIAIS, nº 6, Rio de Janeiro, maio/setembro de 1959, pp. 131–48;
- 1960 “A questão Hegel”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, nº 8, julho. de 1960, pp. 436–58;
- 1960 “O V Congresso dos comunistas brasileiros”. ESTUDOS SOCIAIS, n. 9, Rio de Janeiro, outubro de 1960, pp. 3–11;
- 1960 “Perspective de l’homme/Roger Garaudy”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, nº 9, outubro de 1960, pp. 113–16.
- 1963 “Direções da luta pela democracia em nosso tempo”. ESTUDOS SOCIAIS, Rio de Janeiro, nº 18, novembro de 1963, pp. 189–93.
- 1980 O conceito de modo de produção e a pesquisa histórica. In: Lapa, J.R. do Amaral (org.). Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis, Vozes, 1980.
- 1982 Introdução. In: Marx, Karl. Para a crítica da economia política. São Paulo, Abril Cultural, 1982. Coleção Os Economistas.
- 1983 Apresentação. In: Marx, Karl. O capital. vol. 1. São Paulo, Abril Cultural, 1983. Coleção Os Economistas.
- 1983 Questionamentos sobre a teoria econômica do escravismo colonial. Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 1983. 1(13).
- 1984 Nota sobre uma questão de ética intelectual. Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 1984. 2 (14).
- 1986 A participação do Brasil na II Guerra Mundial e suas conseqüências. SZMRECSANYI, T. & GRANZIERA, R.B. [Org.] Getúlio Vargas e a economia contemporânea. Campinas: UNICAMP, 1986.
- 1987 A revolução burguesa e os comunistas. In: D’Incao, Maria Angela (org.). O saber militante. Ensaios sobre Florestan Fernandes. Rio de Janeiro, UNESP/Paz e Terra, 1987.
- 1988 A face escrava da corte imperial brasileira. Azevedo, P. C. & LISSOVSKY, M. [Org]. Escravos brasileiros: do século XIX na fotografia de Chistiano Jr. São Paulo: Ex Libris, 1988. pp. xxxi-xxxvi.
- 1988 Coerção e consenso na política. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1988. 3 (2).
- 1989 Crise mortal ou reconstrução? Teoria e Debate. São Paulo, 1989, (n.8).
- 1989 Do pecado original ao desastre de 1964. In: D’Incao, Maria Angela (org.). História e ideal. Ensaios sobre Caio Prado Júnior. São Paulo, UNESP/Brasiliense, 1989.
- 1989 Introdução. O nascimento do materialismo histórico. In: Marx, Karl e Engels, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo, Martins Fontes, 1989.
- 1990 Introdução. Teoria econômica e política revolucionária no marxismo russo. In:. Bukharin. São Paulo, Ática, 1990. Coleção Grandes Cientistas Sociais. Fernandes, Florestan, (coord.)
- 1990 Teoria econômica e política revolucionária no marxismo russo. BUKHARIN. Economia. São Paulo: Ática, 1990. [Coord. Fl. Fernandes.]
- 1991 A escravidão reabilitada. LPH - REVISTA DE HISTÓRIA. Seminário sobre “Tendências contemporâneas da historiografia brasileira”. Universidade Federal de Ouro Preto, dezembro, 1991. Mariana, MG, LPH-UFOP, 1992. 1 (3).
- 1991 Fim do milênio ou fim da História? LPH - Revista de História. Anais do VII Encontro Regional da ANPUH-MG. Mariana, MG, 1991. 1(2).
- 1992 La América portuguesa y el esclavismo colonial. BONILLA, Hercaclio. [Org.] Los conquistados. 1492 y la población indígena de las Américas. Bogotá/Tercer Mundo/Flacso/Libri Mundi, 1992.
- 1992 La América portuguesa y el esclavismo colonial. In: Bonilla, Heraclio (org.). Los conquistados. 1492 y la población indígena de las Américas. Bogotá, Tercer Mundo/ FLACSO/ Libri Mundi, 1992.
- 1993 Liberalismo e capitalismo real. In: NÓVOA, Jorge (org.). A História à deriva. Um balanço de fim de século. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1993.
- 1994 A revolução de outubro: revolução ou golpe de Estado? In: Coggiola, Osvaldo (org.). Trotsky/ Hoje. São Paulo, Ensaio, 1994.
- 1994 A vigência de O Capital nos dias de hoje. In: Coggiola, Osvaldo (org.). Marxismo Hoje. São Paulo, Xamã/ Depto de História da FFLCH-USP, 1994.
- 1994 Sobre a dissolução da União Soviética. Crítica marxista. São Paulo, Brasiliense, 1994. 1(1)
- 1994 Teses em confronto: do catastrofismo de Kurz ao social-democratismo de Chico de Oliveira. Universidade e Sociedade. São Paulo, ANDES, 1994. (n.6).
- 1995 Confluências e contradições da construção sociológica. Revista Adusp. São Paulo, Associação dos Docentes da USP, 1995. (n. 4).
- 1995 Conhecimento social e militância política em Florestan Fernandes. Praxis. Belo Horizonte, 1995. (n.5).
- 1995 Estratégias dos Estados nacionais diante do processo de globalização. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1995. 9 (25).
- 1995 Graciliano Ramos: lembranças tangenciais. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1995. 9 (23).
- 1995 Hegemonia burguesa - reforçada pela prova eleitoral de 1994. Crítica marxista. São Paulo, Brasiliense, 1995. 1(2).
- 1995 L’Hegemonie bourgeoise renforcé par l’épreuve electorale bresilienne. Cahiers marxistes. Bruxelas, julho-agosto de 1995.
- 1996 Globalização, realidade e sofismas. Brasil revolucionário. São Paulo, 1996. (n. 25), maio-julho.
- 1996 Globalização, tecnologia e relações de trabalho. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 1996. 11 (29).
- 1996 O pior já passou. Folha de S.Paulo. 20 de outubro de 1996.
- 1997 Entrevista a Alípio Freire e Paulo de Tarso Venceslau. In Rememória — Entrevistas sobre o Brasil do século XX. Ricardo Azevedo e Flamarion Maués (orgs.). São Paulo, Fundação Perseu Abramo, 1997.
- 1997 Marighella, o indômito. In Tiradentes, um presídio da ditadura. Memórias de presos políticos. In Alípio Freire, Izaías Almada, J. A de Granville Ponce (orgs.). São Paulo, Scipione, 1997.
- 1997 Uma vida de militância. Folha de S.Paulo (Jornal de resenhas). 13 de setembro de 1997.
- 1998 A prova da história. ESTUDOS AVANÇADOS. São Paulo, IEA-USP, 1998. 12 (34).
- 1998 O marxismo no final do século XX. In Contributions. Paris, Rencontre Intenationale, 1998. 8º dossié.
- 1998 O proletariado e sua missão histórica. ALMEIDA, J. & CANCELLI, V. [Org.] 150 anos de Manifesto Comunista. São Paulo: Xamã: SNFPPT, 1998. pp. 19–28.
- 1998 Onde falham os esquematismos e as simplificações. Prefácio ao livro de Arlene Clemesha intitulado Marxismo e judaísmo. História de uma relação difícil. São Paulo, Boitempo, 1998.
- 2000 Marxismo sem utopia, São Paulo, Editora Ática, 2000
- 2000 Desafios para uma força social emergente. Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 2000. 14 (39).
- 2000 Gilberto Freyre — o talentoso reacionário. In Brasil revolucionário. São Paulo, Instituto Mário Alves, 2000 (n. 27).
- 2001 Challenges for an emerging social force. In Brazil — dillemas and challenges. São Paulo, USP-EDUSP, 2002.
- 2001 Era o golpe de 1964 inevitável? In: Caio Navarro Toledo (org.). 1964: visões críticas do do golpe. Democracia e reformas do populismo. Campinas, Ed. da Unicamp, 1997. Reimpressão 2001.
- 2001 Fleury — torturador e assassino em nome da lei. In Reportagem. São Paulo, Ed. Manifesto, 2001 (n. 18).
- 2001 Marx, um homem comum. In Reportagem. São Paulo, Ed. Manifesto, 2001 (n. 19).
- 2001 Prefácio. Carlos Fico. Como eles agiam. Rio de Janeiro, Record, 2001.
- 2001 Somos todos afro-brasileiros. In Almanaque Brasil de cultura popular. São Paulo, Elifas Andreato Comunicação, 2001 (n. 26).
- 2001 Tortura no Brasil denunciada na ONU. In Reportagem. São Paulo, Ed. Manifesto, 2001 (n. 20).
- 2002 Liberalismo e escravidão. Entrevista. In Estudos Avançados. São Paulo, IEA-USP, 2002, n. 46.
- 2003 Capitalismo pós-capitalista. In Folha de S.Paulo (Jornal de Resenhas). São Paulo, 8 de fevereiro de 2003.
- 2004 O épico e o trágico na história do Haiti. In Estudos avançados, 18 (50), 2004.
Livros
- A burguesia brasileira, Brasiliense, 1990.[33]
- O escravismo colonial, Editora Ática, 1985.[34]
- Combate nas Trevas: a esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada, Editora Ática, 1987.[35]
- A escravidão reabilitada, Editora Ática, 1990.[36]
- Marcino e Liberatore, Editora Ática, 1992.[37]
- Marxismo sem utopia, Editora Ática, 1999.[38]
- Brasil em preto & branco: o passado escravista que não passou, Editora Senac, 2000.[39]
- Direitos Humanos - o Que São (ou Devem Ser), Editora Senac, 2003.[40]
- Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Cristiano Jr., (Org. Paulo Cesar de Azevedo e Mauricio Lissovsky), Editora Ex Libris, 1988.[41]
Bibliografia
- GORENDER, Jacob. "Uma vida de teoria e práxis: uma entrevista com Jacob Gorender". Revista Arrabaldes, ano I, no. 1-2, set.dez. 1988, p. 135-154.Disponível em:
- GORENDER, Jacob (entrevista). “Jacob Gorender: o PCB, a FEB e o marxismo” In.: Teoria & Debate, São Paulo, no. 11, jul/ago/set; 1990.
- MAESTRI, Mário. Jacob Gorender. In: Secco, Lincoln & Pericás, Luiz Bernardo (orgs.) Intérpretes do Brasil: Clássicos, rebeldes e renegados. São Paulo: Boitempo, 2014.
- QUADROS, Carlos Fernando. Jacob Gorender, um militante comunista: estudo de uma trajetória política e intelectual no marxismo brasileiro (1923-1970). Dissertação (Mestrado em História Social). São Paulo: USP, 2015.
Ver também
Referências
- ↑ O Reporter (12 de junho de 2013). «Randolfe e Walter Pinheiro lamentam morte do historiador Jacob Gorender». Consultado em 12 de junho de 2013
- ↑ Entrevista Folha de S.Paulo
- ↑ a b «Vitória da vocação». Revista Pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. 2013. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ Belessa, Mauro (12 de junho de 2013). «Jacob Gorender, militante político e historiador, morre aos 90 anos — IEA USP». Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ «Salvador». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ a b «A Revolução de Jacob Gorender». CartaCapital. 3 de julho de 2013. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ a b Quadros, Carlos (2015). «Jacob Gorender, um militante comunista: estudo de uma trajetória política e intelectual no marxismo brasileiro (1923-1970)» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 9 de maio de 2021
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- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1293357-historiador-e-militante-comunista-jacob-gorender-morre-em-sao-paulo.shtml Página visitada em 8 de janeiro de 2016.
- ↑ Brandão, Gildo Marçal (outubro de 1988). «Sobre a fisionomia intelectual do partido comunista (1945-1964)». Lua Nova: Revista de Cultura e Política (15): 133–149. ISSN 0102-6445. doi:10.1590/S0102-64451988000200008. Consultado em 9 de maio de 2021
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- ↑ a b c d Boito, Armando. «Jacob Gorender» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 9 de maio de 2021
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- ↑ «Autor de O Escravismo Colonial, historiador Jacob Gorender, faleceu nesta terça». Fundação Perseu Abramo. 11 de junho de 2013. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ «Morre aos 90 anos o historiador Jacob Gorender». G1. 11 de junho de 2013. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ Batista, Liz (11 de junho de 2013). «Morre o historiador Jacob Gorender - Geral». Estadão. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ Lourenço, Luana (11 de junho de 2013). «Dilma lamenta morte de Jacob Gorender». Empresa Brasil de Comunicação. Consultado em 9 de maio de 2021
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- ↑ Gorender, Jacob (1990). A burguesia brasileira. [S.l.]: Brasiliense
- ↑ Gorender, Jacob (1985). O escravismo colonial. [S.l.]: Editora Atica
- ↑ Gorender, Jacob (1987). Combate nas trevas: a esquerda brasileira : das ilusões perdidas à luta armada. [S.l.]: Editora Atica
- ↑ Gorender, Jacob (1990). A escravidão reabilitada. [S.l.]: Editora Atica
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- ↑ Gorender, Jacob (1999). Marxismo sem utopia. [S.l.]: Editora Atica
- ↑ Gorender, Jacob (2000). Brasil em preto & branco: o passado escravista que não passou. [S.l.]: Editora SENAC São Paulo
- ↑ Gorender, Jacob (2003). Direitos Humanos - O Que Sao Ou Devem Ser. [S.l.]: Senac
- ↑ Azevedo, Paulo. «Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Cristiano Jr. / edição organizada por Paulo Cesar de Azevedo e Mauricio Lissovsky ; textos de Jacob Gorender, Manuela Carneiro da Cunha, Muniz Sodré. - IHGB - Instituto Histórico Geográfico Brasileiro». Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Consultado em 9 de maio de 2021
Ligações externas
- O PCB, a FEB e o marxismo
- O Escravismo Colonial: A revolução Copernicana de Jacob Gorender
- Caio P Júnior, Jacob Gorender e a escravidão colonial brasileira, Andrés Ferrari e Pedro C Dutra Fonseca
- Jacob Gorender, um militante comunista: estudo de uma trajetória política e intelectual no marxismo brasileiro (1923-1970)
- Nascidos em 1923
- Mortos em 2013
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