Invasão soviética da Polónia: diferenças entre revisões

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A '''invasão soviética da Polónia''' foi uma [[operação militar]] que começou sem uma declaração formal de [[guerra]] a [[17 de Setembro]] de [[1939]], durante as primeiras fases da [[II Guerra Mundial]], dezasseis dias após o início do ataque [[Nazistas|nazista]] [[Alemanha|alemão]] sobre a [[Polónia]]. Terminou com uma vitória decisiva da [[União Soviética]] e do [[Exército Vermelho]].
A '''invasão soviética da Polónia''' foi uma [[operação militar]] que começou sem uma declaração formal de [[guerra]] a [[17 de Setembro]] de [[1939]], durante as primeiras fases da [[II Guerra Mundial]], dezasseis dias após o início do ataque [[Nazistas|nazista]] [[Alemanha|alemão]] sobre a [[Polónia]]. Terminou com uma vitória decisiva da [[União Soviética]] e do [[Exército Vermelho]].


No início [[1939]], a União Soviética tentou formar uma aliança contra a [[Alemanha nazista]] com o [[Reino Unido]], [[França]], Polónia e [[Roménia]], mas diversas dificuldades, incluindo a recusa da Polónia e da Roménia de permitir direitos de trânsito pelos seus territórios das tropas soviéticas, como parte de segurança colectiva,<ref name="Cienciala">[[Anna M. Cienciala]] (2004). [http://web.ku.edu/~eceurope/hist557/lect16.htm ''The Coming of the War and Eastern Europe in World War II''] (lecture notes, [[University of Kansas]]). Retrieved 15 March 2006.</ref> levaram ao fracasso das negociações. Os soviéticos, com o fracasso das negociações, modaram a sua posição antialemã e a [[23 de Agosto]] de 1939 e assinaram o [[Pacto Molotov-Ribbentrop]] com a Alemanha nazista. Como resultado do acordo, a [[1 de Setembro]], os alemães iniciaram a [[invasão da Polónia]] a partir do oeste e, a 17 de Setembro, o Exército Vermelho invadiu a Polónia a partir do leste.<ref>German diplomats had urged the Soviet Union to intervene against Poland from the east since the beginning of the war. Roberts, Geoffrey (1992). [http://links.jstor.org/sici?sici=0038-5859%281992%2944%3A1%3C57%3ATSDFAP%3E2.0.CO%3B2-I The Soviet Decision for a Pact with Nazi Germany]. ''[[Soviet Studies]]'' 44 (1), 57–78; [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns061.htm The Reich Foreign Minister to the German Ambassador in the Soviet Union (Schulenburg)] @ [[Avalon Project]] and some following documents. The Soviet Union was reluctant to intervene as [[Warsaw]] hadn't yet fallen. The Soviet decision to invade the eastern portions of Poland earlier agreed as the Soviet zone of influence was communicated to the German ambassador [[Friedrich Werner von der Schulenburg]] on 9 September, but the actual invasion was delayed for more than a week. Roberts, Geoffrey (1992). [http://links.jstor.org/sici?sici=0038-5859%281992%2944%3A1%3C57%3ATSDFAP%3E2.0.CO%3B2-I The Soviet Decision for a Pact with Nazi Germany]. ''[[Soviet Studies]]'' 44 (1), 57–78; [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns067.htm The German Ambassador in the Soviet Union (Schulenburg) to the German Foreign Office] @ [[Avalon Project]]. Polish intelligence became aware of the Soviet plans around 12 September.</ref> O governo soviético anunciou que estava a actuar para proteger os Ucranianos e os Bielorrussos, que viviam na parte oriental da Polónia, uma vez que o estado polaco tinha sido derrotado com o ataque alemão e já não podia garantir a segurança dos seus próprios cidadãos.<ref name="SCHULENBURG">Telegrams sent by [[Friedrich Werner von der Schulenburg|Schulenburg]], German ambassador to the Soviet Union, from Moscow to the German Foreign Office: [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns069.htm No. 317] of 10 September 1939, [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns073.htm No. 371] of 16 September 1939, [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns074.htm No. 372] of 17 September 1939. The [[Avalon Project]], [[Yale Law School]]. Retrieved 14 November 2006.</ref><ref name = "note">{{pl icon}} [http://ibidem.com.pl/zrodla/1939-1945/polityka-miedzynarodowa/1939-09-17-nota-sowiecka-grzybowskiemu.html 1939 wrzesień 17, Moskwa Nota rządu sowieckiego nie przyjęta przez ambasadora Wacława Grzybowskiego] (Note of the Soviet government to the Polish government on 17 September 1939, refused by Polish ambassador [[Wacław Grzybowski]]). Retrieved 15 November 2006; Degras, pp. 37–45. [http://en.wikiquote.org/wiki/Vyacheslav_Molotov Extracts from Molotov's speech on Wikiquote.]</ref>
No início [[1939]], a União Soviética tentou formar uma aliança contra a [[Alemanha nazista]] com o [[Reino Unido]], [[França]], Polónia e [[Roménia]], mas diversas dificuldades, incluindo a recusa da Polónia e da Roménia de permitir direitos de trânsito pelos seus territórios das tropas soviéticas, como parte de segurança colectiva,<ref name="Cienciala">[[Anna M. Cienciala]] (2004). [http://web.ku.edu/~eceurope/hist557/lect16.htm ''The Coming of the War and Eastern Europe in World War II''] (lecture notes, [[University of Kansas]]). Retrieved 15 March 2006.</ref> levaram ao fracasso das negociações. Os soviéticos, com o fracasso das negociações, modaram a sua posição antialemã e a [[23 de Agosto]] de 1939 e assinaram o [[Pacto Molotov-Ribbentrop]] com a Alemanha nazista. Como resultado do acordo, a [[1 de Setembro]], os alemães iniciaram a [[invasão da Polónia]] a partir do oeste e, a 17 de Setembro, o Exército Vermelho invadiu a Polónia a partir do leste. <ref>German diplomats had urged the Soviet Union to intervene against Poland from the east since the beginning of the war. Roberts, Geoffrey (1992). [http://links.jstor.org/sici?sici=0038-5859%281992%2944%3A1%3C57%3ATSDFAP%3E2.0.CO%3B2-I The Soviet Decision for a Pact with Nazi Germany]. ''[[Soviet Studies]]'' 44 (1), 57–78; [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns061.htm The Reich Foreign Minister to the German Ambassador in the Soviet Union (Schulenburg)] @ [[Avalon Project]] and some following documents. The Soviet Union was reluctant to intervene as [[Warsaw]] hadn't yet fallen. The Soviet decision to invade the eastern portions of Poland earlier agreed as the Soviet zone of influence was communicated to the German ambassador [[Friedrich Werner von der Schulenburg]] on 9 September, but the actual invasion was delayed for more than a week. Roberts, Geoffrey (1992). [http://links.jstor.org/sici?sici=0038-5859%281992%2944%3A1%3C57%3ATSDFAP%3E2.0.CO%3B2-I The Soviet Decision for a Pact with Nazi Germany]. ''[[Soviet Studies]]'' 44 (1), 57–78; [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns067.htm The German Ambassador in the Soviet Union (Schulenburg) to the German Foreign Office] @ [[Avalon Project]]. Polish intelligence became aware of the Soviet plans around 12 September.</ref> O governo soviético anunciou que estava a actuar para proteger os Ucranianos e os Bielorrussos, que viviam na parte oriental da Polónia, uma vez que o estado polaco tinha sido derrotado com o ataque alemão e já não podia garantir a segurança dos seus próprios cidadãos. <ref name="SCHULENBURG">Telegrams sent by [[Friedrich Werner von der Schulenburg|Schulenburg]], German ambassador to the Soviet Union, from Moscow to the German Foreign Office: [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns069.htm No. 317] of 10 September 1939, [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns073.htm No. 371] of 16 September 1939, [http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns074.htm No. 372] of 17 September 1939. The [[Avalon Project]], [[Yale Law School]]. Retrieved 14 November 2006.</ref><ref name = "note">{{pl icon}} [http://ibidem.com.pl/zrodla/1939-1945/polityka-miedzynarodowa/1939-09-17-nota-sowiecka-grzybowskiemu.html 1939 wrzesień 17, Moskwa Nota rządu sowieckiego nie przyjęta przez ambasadora Wacława Grzybowskiego] (Note of the Soviet government to the Polish government on 17 September 1939, refused by Polish ambassador [[Wacław Grzybowski]]). Retrieved 15 November 2006; Degras, pp. 37–45. [http://en.wikiquote.org/wiki/Vyacheslav_Molotov Extracts from Molotov's speech on Wikiquote.]</ref>


O Exército Vermelho alcançou rapidamente os seus objectivos, não encontrando resistência do devastando e mal preparado exercito polaco.<ref name="Wojsko">{{pl icon}} ''[http://www.dzp.wojsko.pl/dzial/wydawnictwa/zwarte/pdf/EHW_1_2005.pdf Edukacja Humanistyczna w wojsku]''. 1/2005. Dom wydawniczy Wojska Polskiego. (Humanist Education in the Army.) 1/2005. Publishing House of the Polish Army). Retrieved 28 November 2006.</ref> Cerca de 230.000 soldados polacos ou mais (452.500<ref>M.I.Mel'tyuhov. Stalin's lost chance. The Soviet Union and the struggle for Europe 1939–1941, p.132. Мельтюхов М.И. Упущенный шанс Сталина. Советский Союз и борьба за Европу: 1939–1941 (Документы, факты, суждения). — М.: Вече, 2000.</ref>) foram levados como [[prisioneiros de guerra]].<ref name="PWN">{{pl icon}} [http://encyklopedia.pwn.pl/haslo.php?id=3949396 obozy jenieckie żołnierzy polskich] (Prison camps for Polish soldiers). [[Encyklopedia PWN]]. Retrieved 28 November 2006.</ref> O governo soviético anexou o território recentemente sob o seu controlo e, em Novembro declarou que os 13,5 milhões de cidadãos poloneses que viviam ali eram agora cidadãos soviéticos. Os soviéticos reprimiram toda a oposição, através de execuções e prendendo milhares de opositores.<ref>Rummel, p.130; Rieber, p. 30.</ref> Enviaram centenas de milhares de polacos para a [[Sibéria]] (as estimativas variam) e para outras partes remotas da [[URSS]] em quatro grandes ondas de deportações entre 1939 e [[1941]]{{Ref_label|b|b|1}}.
O Exército Vermelho alcançou rapidamente os seus objectivos, não encontrando resistência do devastando o mal preparado exercito polaco. <ref name="Wojsko">{{pl icon}} ''[http://www.dzp.wojsko.pl/dzial/wydawnictwa/zwarte/pdf/EHW_1_2005.pdf Edukacja Humanistyczna w wojsku]''. 1/2005. Dom wydawniczy Wojska Polskiego. (Humanist Education in the Army.) 1/2005. Publishing House of the Polish Army). Retrieved 28 November 2006.</ref> Cerca de 230.000 soldados polacos ou mais (452.500<ref>M.I.Mel'tyuhov. Stalin's lost chance. The Soviet Union and the struggle for Europe 1939–1941, p.132. Мельтюхов М.И. Упущенный шанс Сталина. Советский Союз и борьба за Европу: 1939–1941 (Документы, факты, суждения). — М.: Вече, 2000.</ref>) foram levados como [[prisioneiros de guerra]].<ref name="PWN">{{pl icon}} [http://encyklopedia.pwn.pl/haslo.php?id=3949396 obozy jenieckie żołnierzy polskich] (Prison camps for Polish soldiers). [[Encyklopedia PWN]]. Retrieved 28 November 2006.</ref> O governo soviético anexou o território recentemente sob o seu controlo e, em Novembro declarou que os 13,5 milhões de cidadãos poloneses que viviam ali eram agora cidadãos soviéticos. Os soviéticos reprimiram toda a oposição, através de execuções e prendendo milhares de opositores.<ref>Rummel, p.130; Rieber, p. 30.</ref> Enviaram centenas de milhares de polacos para a [[Sibéria]] (as estimativas variam) e para outras partes remotas da [[URSS]] em quatro grandes ondas de deportações entre 1939 e [[1941]] {{Ref_label|b|b|1}}.


A invasão soviética, que o [[Politburo]] chamou de "campanha de libertação", levou à incorporação de milhões de Polacos, Ucranianos ocidentais e Bielorrussos ocidentais nas repúblicas soviéticas da [[Bielorrússia]] e da [[Ucrânia]].<ref>Rieber, p 29.</ref> Durante a existência da [[República Popular da Polónia]], a invasão foi um tema [[tabu]], praticamente omitida da [[história]] oficial, a fim de preservar a ilusão de "eterna amizade" entre os membros do [[bloco de leste]].<ref name="Ferro"/>
A invasão soviética, que o [[Politburo]] chamou de "campanha de libertação", levou à incorporação de milhões de Polacos, Ucranianos ocidentais e Bielorrussos ocidentais nas repúblicas soviéticas da [[Bielorrússia]] e da [[Ucrânia]]. <ref>Rieber, p 29.</ref> Durante a existência da [[República Popular da Polónia]], a invasão foi um tema [[tabu]], praticamente omitida da [[história]] oficial, a fim de preservar a ilusão de "eterna amizade" entre os membros do [[bloco de leste]].<ref name="Ferro"/>


== Prelúdio ==
== Prelúdio ==
[[Ficheiro:Rzeczpospolita 1939 Polish divisions.png|thumb|left|300px|Distribuição das divisões Polacas a {{DataExt|1|9|1939}}. A maioria das forças polacas estavam concentrados na fronteira alemã, a fronteira soviética tinha sido praticamente despojada de unidades.]]
No final da [[década de 1930]], a União Soviética tentou formar uma aliança antialemã com o Reino Unido, França e Polónia{{Ref_label|h|h|none}}. As negociações, contudo, foram muito difíceis. Os soviéticos insistiam manter uma esfera de influência entre a [[Finlândia]] e a [[Roménia]] e pediam apoio militar não apenas contra quem os atacasse directamente, mas também contra quem atacasse os países na sua suposta esfera de influência.<ref>Shaw, p 119; Neilson, p 298.</ref> Desde o início das negociações com a França e a Grã-Bretanha que tinha ficado claro que a União Soviética exigia o direito de ocupar os [[Estados Bálticos]] ([[Letónia]], [[Estónia]] e [[Lituânia]]).<ref name="Grogin">"Natural Enemies: The United States and the Soviet Union in the Cold War 1917-1991" by Robert C. Grogin 2001
Lexington Books page 28</ref> A Finlândia também deveria ser incluída na esfera de influência soviética<ref name="Scandinavia">"Scandinavia and the Great Powers 1890-1940"Patrick Salmon 2002 Cambridge University
Press</ref> e também exigiam o direito de entrar na Polónia, na Roménia e nos países bálticos quando sentissem que a sua segurança estaria ameaçada. Os governos desses países rejeitaram a proposta porque, pois tal como sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco [[Józef Beck]], temiam que, uma vez que o Exército Vermelho entrasse no seu território, poderiam não voltar a sair.<ref name="Cienciala"/> Os soviéticos não confiavam nem nos britânicos nem nos franceses no que constava à segurança colectiva, uma vez que não tinham ajudado [[Espanha]] contra os fascistas liderados por [[Francisco Franco|Franco]] nem tinham protegido a [[Checoslováquia]] dos nazistas. Eles também suspeitas de que os [[Aliados Ocidentais]] preferiam que a União Soviética lutasse contra a Alemanha, por si só, enquanto eles observavam à margem.<ref>Kenez, pp. 129–31.</ref> Tendo em conta estas preocupações, a União Soviética abandonou as conversações e resolveu encetar negociações com a Alemanha.


No final da [[década de 1930]], a União Soviética tentou formar uma aliança antialemã com o Reino Unido, França e Polónia{{Ref_label|h|h|none}}. As negociações, contudo, foram muito difíceis. Os soviéticos insistiam manter uma esfera de influência entre a [[Finlândia]] e a [[Roménia]] e pediam apoio militar não apenas contra quem os atacasse directamente, mas também contra quem atacasse os países na sua suposta esfera de influência. <ref>Shaw, p 119; Neilson, p 298.</ref> Desde o início das negociações com a França e a Grã-Bretanha que tinha ficado claro que a União Soviética exigia o direito de ocupar os [[Estados Bálticos]] ([[Letónia]], [[Estónia]] e [[Lituânia]]).<ref name="Grogin">"Natural Enemies: The United States and the Soviet Union in the Cold War 1917-1991" by Robert C. Grogin 2001 Lexington Books page 28</ref>
A 23 de Agosto de 1939, a União Soviética e a Alemanha nazi, assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop, apanhando os aliados de surpresa. Os dois governos anunciaram o acordo apenas como um [[tratado de não-agressão]]. No entanto, como um apêndice segreto revelava, eles tinham concordado com a partilha da Polónia e em dividir a [[Europa Oriental]] em esferas de influência Soviética e Alemã{{Ref_label|d|d|none}}. O Pacto Molotov-Ribbentrop, tem sido descrito como uma "licença para a guerra" e foi uma factor fundamental na decisão de Hitler invadir a Polónia.<ref name="Cienciala"/><ref>Davies, ''Europe: A History'', p. 997.</ref>


A Finlândia também deveria ser incluída na esfera de influência soviética <ref name="Scandinavia">"Scandinavia and the Great Powers 1890-1940"Patrick Salmon 2002 Cambridge University
[[Ficheiro:Ribbentrop-Molotov.svg|thumb|right|300px|Divisão da Europa, previstos e real de acordo com o Pacto Molotov-Ribbentrop, com posteriores adaptações]]
Press</ref> e também exigiam o direito de entrar na Polónia, na Roménia e nos países bálticos quando sentissem que a sua segurança estaria ameaçada. Os governos desses países rejeitaram a proposta porque, pois tal como sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco [[Józef Beck]], temiam que, uma vez que o Exército Vermelho entrasse no seu território, poderiam não voltar a sair. <ref name="Cienciala"/> Os soviéticos não confiavam nem nos britânicos nem nos franceses no que constava à segurança colectiva, uma vez que não tinham ajudado [[Espanha]] contra os fascistas liderados por [[Francisco Franco|Franco]] nem tinham protegido a [[Checoslováquia]] dos nazistas. Eles também suspeitas de que os [[Aliados Ocidentais]] preferiam que a União Soviética lutasse contra a Alemanha, por si só, enquanto eles observavam à margem. <ref>Kenez, pp. 129–31.</ref> Tendo em conta estas preocupações, a União Soviética abandonou as conversações e resolveu encetar negociações com a Alemanha.
[[Ficheiro:Soviet invasion on Poland 1939.jpg|thumb|200px|direita|Soldados soviéticos na Polônia em 1939.]]


A 23 de Agosto de 1939, a União Soviética e a Alemanha nazi, assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop, apanhando os aliados de surpresa. Os dois governos anunciaram o acordo apenas como um [[tratado de não-agressão]]. No entanto, como um apêndice segreto revelava, eles tinham concordado com a partilha da Polónia e em dividir a [[Europa Oriental]] em esferas de influência Soviética e Alemã {{Ref_label|d|d|none}}. O Pacto Molotov-Ribbentrop, tem sido descrito como uma "licença para a guerra" e foi uma factor fundamental na decisão de Hitler invadir a Polónia. <ref name="Cienciala"/><ref>Davies, ''Europe: A History'', p. 997.</ref>
O tratado dava aos soviéticos um espaço extra para a defensa no oeste.<ref name="Dunnigan">[[James F. Dunnigan|Dunnigan]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN0806526092&id=cbzRjpCLzsgC&pg=RA1-PA132&lpg=RA1-PA132&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939+reason&sig=oIamLKBvsBrn86-hHASg59MRtUo p. 132.]</ref> Além disso, oferecia-lhes uma oportunidade de reconquistarem territórios cedidos à Polónia vinte anos antes e permitia unir pela primeira vez em um mesmo Estado as regiões orientais e ocidentais da Ucrânia e da Bielorrússia, povos sob governo soviético.<ref>Sanford, pp. 20–25; [[Timothy Snyder|Snyder]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN8849812760&id=TQR5YSY-b1QC&pg=PA77&lpg=PA77&sig=4caX_oMm1TLCtmRTOCFtnf9PvvM#PPA77,M1 p. 77.]</ref> O líder soviético [[Joseph Stalin]] viu vantagens em uma guerra na [[Europa Ocidental]], o que poderia enfraquecer os sua [[inimigos]] ideológicos e abrir novas regiões para o avanço do [[comunismo]]<ref name="Gelven">[[Michael Gelven|Gelven]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN0271010541&id=ru49HfH1sSEC&pg=PA236&lpg=PA236&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939+reason&sig=e61IZtF39chYJocVQRhdbXG47I0, p.236.]</ref>{{Ref_label|f|f|none}}.

O [[tratado]] dava aos soviéticos um espaço extra para a defensa no oeste. <ref name="Dunnigan">[[James F. Dunnigan|Dunnigan]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN0806526092&id=cbzRjpCLzsgC&pg=RA1-PA132&lpg=RA1-PA132&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939+reason&sig=oIamLKBvsBrn86-hHASg59MRtUo p. 132.]</ref> Além disso, oferecia-lhes uma oportunidade de reconquistarem territórios cedidos à Polónia vinte anos antes e permitia unir pela primeira vez em um mesmo Estado as regiões orientais e ocidentais da Ucrânia e da Bielorrússia, povos sob governo soviético. <ref>Sanford, pp. 20–25; [[Timothy Snyder|Snyder]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN8849812760&id=TQR5YSY-b1QC&pg=PA77&lpg=PA77&sig=4caX_oMm1TLCtmRTOCFtnf9PvvM#PPA77,M1 p. 77.]</ref> O líder soviético [[Joseph Stalin]] viu vantagens em uma guerra na [[Europa Ocidental]], o que poderia enfraquecer os sua [[inimigos]] ideológicos e abrir novas regiões para o avanço do [[comunismo]] <ref name="Gelven">[[Michael Gelven|Gelven]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN0271010541&id=ru49HfH1sSEC&pg=PA236&lpg=PA236&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939+reason&sig=e61IZtF39chYJocVQRhdbXG47I0, p.236.] </ref> {{Ref_label|f|f|none}}.


Assim que os alemães invadiram a Polónia a 1 de Setembro de 1939, os nazistas começaram a instar os dirigentes soviéticos para lançar o seu ataque à Polónia pela parte [[leste]]. O [[embaixador]] alemão em [[Moscovo]], [[Werner Friedrich von der Schulenburg]] e o Ministro Soviético dos Negócios Estrangeiros, [[Vyacheslav Molotov]], trocaram uma série de comunicados diplomáticos sobre o assunto.<ref name="SCHULENBURG"/>
Assim que os alemães invadiram a Polónia a 1 de Setembro de 1939, os nazistas começaram a instar os dirigentes soviéticos para lançar o seu ataque à Polónia pela parte [[leste]]. O [[embaixador]] alemão em [[Moscovo]], [[Werner Friedrich von der Schulenburg]] e o Ministro Soviético dos Negócios Estrangeiros, [[Vyacheslav Molotov]], trocaram uma série de comunicados diplomáticos sobre o assunto.<ref name="SCHULENBURG"/>
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{{quote|Molotov apresentou o lado político da questão e afirmou que o governo soviético tinha intenção de aproveitar a ocasião do avanço das tropas alemãs para declarar que a Polónia se estava a desmoronar e que era necessário que a União Soviética, em consequência disso, para ajudar os Ucranianos e os Bielorrussos "ameaçados" pela Alemanha interviesse. Este argumento torna a intervenção da União Soviética plausível para as massas e, ao mesmo tempo, evitava que a União Soviética surja como um agressor.|Friedrich-Werner von der Schulenburg, embaixador alemão em Moscovo, em um [[telegrama]] para o Ministro Alemão dos Negócios Estrangeiros, Moscovo, 10 de Setembro de 1939<ref>[http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns069.htm The Avalon Project at Yale Law School; The German Ambassador in the Soviet Union, (Schulenburg) to the German Foreign Office, Telegram VERY URGENT Moscow, September 10, 1939-9:40 p. m. STRICTLY SECRET]</ref>}}
{{quote|Molotov apresentou o lado político da questão e afirmou que o governo soviético tinha intenção de aproveitar a ocasião do avanço das tropas alemãs para declarar que a Polónia se estava a desmoronar e que era necessário que a União Soviética, em consequência disso, para ajudar os Ucranianos e os Bielorrussos "ameaçados" pela Alemanha interviesse. Este argumento torna a intervenção da União Soviética plausível para as massas e, ao mesmo tempo, evitava que a União Soviética surja como um agressor.|Friedrich-Werner von der Schulenburg, embaixador alemão em Moscovo, em um [[telegrama]] para o Ministro Alemão dos Negócios Estrangeiros, Moscovo, 10 de Setembro de 1939<ref>[http://www.yale.edu/lawweb/avalon/nazsov/ns069.htm The Avalon Project at Yale Law School; The German Ambassador in the Soviet Union, (Schulenburg) to the German Foreign Office, Telegram VERY URGENT Moscow, September 10, 1939-9:40 p. m. STRICTLY SECRET]</ref>}}


Os soviéticos atrasaram a sua intervenção por várias razões. Eles estavam ocupados com acontecimentos cruciais nas suas disputas fronteiriças com o [[Japão]] e precisavam de tempo para mobilizar o Exército Vermelho e, também viram uma vantagem diplomática em espera até que a Polónia se tivesse desintegrado, antes de fazerem a sua jogada.<ref name="Zaloga-blitz">[[Steven J. Zaloga|Zaloga]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN1841764086&id=oQeAKAjlEwMC&pg=RA1-PA80&lpg=RA1-PA80&ots=p_17ARfXRH&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939&sig=PaHtayWe4ylyVQ_SlmKGWSTwDV8 p 80.]</ref><ref>Weinberg, p. 55.</ref> A [[17 de Setembro]] de 1939, Molotov declarou na rádio que todos os tratados entre a União Soviética e a Polónia passavam a ser considerados nulos{{Ref_label|g|g|none}}, porque o [[Governo]] polaco tinha abandonado o seu povo e efectivamente deixado de existir. Além disso, os soviéticos tinham que ter em consideração que a França e a Grã-Bretanha tinham prometido à Polónia que, em caso de guerra, enviariam dentro de duas semanas forças expedicionárias (através da Roménia). A data exacta da invasão soviética poderia ter sido simplesmente uma soma da data em que a França e o Reino Unido declararam guerra à Alemanha, mais 14 dias equivalentes a 17 de Setembro de 1939 e, vendo que não haviam forças franco-britânicas a aproximarem-se dos portos marítimos da Roménia, os soviéticos decidiram atacar.
Os soviéticos atrasaram a sua intervenção por várias razões. Eles estavam ocupados com acontecimentos cruciais nas suas disputas fronteiriças com o [[Japão]] e precisavam de tempo para mobilizar o Exército Vermelho e, também viram uma vantagem diplomática em espera até que a Polónia se tivesse desintegrado, antes de fazerem a sua jogada. <ref name="Zaloga-blitz">[[Steven J. Zaloga|Zaloga]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN1841764086&id=oQeAKAjlEwMC&pg=RA1-PA80&lpg=RA1-PA80&ots=p_17ARfXRH&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939&sig=PaHtayWe4ylyVQ_SlmKGWSTwDV8 p 80.]</ref><ref>Weinberg, p. 55.</ref> A [[17 de Setembro]] de 1939, Molotov declarou no [[Rádio (comunicação)|rádio]] que todos os tratados entre a União Soviética e a Polónia passavam a ser considerados nulos{{Ref_label|g|g|none}}, porque o [[Governo]] polaco tinha abandonado o seu povo e efectivamente deixado de existir. Além disso, os soviéticos tinham que ter em consideração que a França e a Grã-Bretanha tinham prometido à Polónia que, em caso de guerra, enviariam dentro de duas semanas forças expedicionárias (através da Roménia). A data exacta da invasão soviética poderia ter sido simplesmente uma soma da data em que a França e o Reino Unido declararam guerra à Alemanha, mais 14 dias equivalentes a 17 de Setembro de 1939 e, vendo que não haviam forças franco-britânicas a aproximarem-se dos portos marítimos da Roménia, os soviéticos decidiram atacar.


A falta de vontade de Stalin para ajudar a Alemanha nazi na guerra foi motivada pela sua própria [[estratégia]], baseada na [[crença]] de que deveria deixar os estados [[capitalistas]] ocidentais e a Alemanha nazista perderem forças, em guerras uns contra os outros, antes que ele tivesse que lutar com eles. A incapacidade de os franceses e os britânicos ajudarem a Polónia quer enviando forças expedicionárias, ou iniciando uma ofensiva terrestre contra a Alemanha nazi, ou mesmo efectuando [[bombardeamentos]] às zonas industriais na parte ocidental da Alemanha, foi uma decepção para Stalin, uma vez que o banho de sangue entre os inimigos do comunismo não ocorreria como Estaline desejava.<ref>Degras, pp. 37–45. [http://en.wikiquote.org/wiki/Vyacheslav_Molotov Extracts from Molotov's speech on Wikiquote.]</ref> Nesse mesmo dia, o Exército Vermelho cruzou a fronteira para invadir a Polónia.<ref name="Sanford"/><ref name="Zaloga-blitz">[[Steven J. Zaloga|Zaloga]], p. 80.</ref>
A falta de vontade de Stalin para ajudar a Alemanha nazi na guerra foi motivada pela sua própria [[estratégia]], baseada na [[crença]] de que deveria deixar os estados [[capitalistas]] ocidentais e a Alemanha nazista perderem forças, em guerras uns contra os outros, antes que ele tivesse que lutar com eles. A incapacidade de os franceses e os britânicos ajudarem a Polónia quer enviando forças expedicionárias, ou iniciando uma ofensiva terrestre contra a Alemanha nazi, ou mesmo efectuando [[bombardeamentos]] às zonas industriais na parte ocidental da Alemanha, foi uma decepção para Stalin, uma vez que o banho de sangue entre os inimigos do [[comunismo]] não ocorreria como Estaline desejava. <ref>Degras, pp. 37–45. [http://en.wikiquote.org/wiki/Vyacheslav_Molotov Extracts from Molotov's speech on Wikiquote.]</ref> Nesse mesmo dia, o Exército Vermelho cruzou a fronteira para invadir a Polónia.<ref name="Sanford"/><ref name="Zaloga-blitz">[[Steven J. Zaloga|Zaloga]], p. 80.</ref>

{| style="border:1px solid #ddd; text-align:center; margin: auto;" cellspacing="20"
| [[Ficheiro:Rzeczpospolita 1939 Polish divisions.png|300px]] || [[Ficheiro:Ribbentrop-Molotov.svg|300px]] || [[Ficheiro:Soviet invasion on Poland 1939.jpg|200px]]
|-
| Distribuição das divisões Polacas a {{DataExt|1|9|1939}}. <br />A maioria das forças polacas estavam concentrados na <br />fronteira alemã. A fronteira soviética tinha sido <br />praticamente despojada de unidades. || Divisão da Europa, previstos e real de acordo com o <br />Pacto Molotov-Ribbentrop, com posteriores adaptações. || Soldados soviéticos <br />na Polônia em 1939.
|}


== Campanha militar ==
== Campanha militar ==
[[Ficheiro:Poland1939 after 14 Sep.png|thumb|right|300px|Situação depois se [[14 de Setembro]] de 1939]]
O Exército Vermelho entrou nas regiões do leste da Polónia, com sete exércitos de campo constituídos por 450.000 a 1.000.000 tropas.<ref name="Sanford"/> Foram mobilizados em duas frentes: a Frente Bielorrussa sob o comando de [[Mikhail Kovalyov]] e a Frente Ucraniana com [[Semyon Timoshenko]] no comando.<ref name="Sanford"/> Nesta altura, os polacos não estavam preocupados em defender as suas fronteiras ocidentais e, em resposta às incursões alemãs tinham lançado um grande contra-ofensiva na [[Batalha de Bzura]]. O Exército polacos originalmente tinha um plano defensivo bem desenvolvido para lidar com a ameaça da União Soviética, mas estavam completamente despreparados para enfrentar duas invasões de uma só vez, nem os estrategas militares polacos acreditavam que fizesse algum sentido oferecer mais do que uma resistência simbólica se fossem atacados pelos alemães e pelos soviéticos. No entanto, apesar dessa crença, os militares polacos não desenvolveram um plano de evacuação para essa contingência. Por isso, muitos soldados polacos morreram em um esforço de guerra que estava condenado à partida.<ref name="Wschód">Szubański, ''Plan operacyjny "Wschód"''.</ref> Na altura em que os soviéticos invadiram a Polónia, os comandantes polacos tinha enviado a maior parte das suas tropas para oeste para enfrentar os alemães, deixando o leste protegido por apenas 20 batalhões desfalcados. Esses batalhões consistiam em cerca de 20.000 tropas do corpo de defesa de fronteira (korpus Ochrony Pogranicza), sob o comando do [[General]] [[Wilhelm Orlik-Rueckemann]].<ref name="Wojsko"/><ref name="Sanford">[[George Sanford (scholar)|Sanford]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN0415338735&id=PZXvUuvfv-oC&pg=PA20&lpg=PA20&ots=_1tnCiY3_f&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939&sig=WpYsVr5jLk6yIVAYnQqeR3hdXMU p. 20–24.]</ref>


O Exército Vermelho entrou nas regiões do leste da Polónia, com sete exércitos de campo constituídos por 450.000 a 1.000.000 [[tropa]]s. <ref name="Sanford"/> Foram mobilizados em duas frentes: a Frente Bielorrussa sob o comando de [[Mikhail Kovalyov]] e a Frente Ucraniana com [[Semyon Timoshenko]] no comando. <ref name="Sanford"/> Nesta altura, os polacos não estavam preocupados em defender as suas fronteiras ocidentais e, em resposta às incursões alemãs tinham lançado um grande contra-ofensiva na [[Batalha de Bzura]]. O Exército polacos originalmente tinha um plano defensivo bem desenvolvido para lidar com a ameaça da União Soviética, mas estavam completamente despreparados para enfrentar duas invasões de uma só vez, nem os estrategas militares polacos acreditavam que fizesse algum sentido oferecer mais do que uma resistência simbólica se fossem atacados pelos alemães e pelos soviéticos. No entanto, apesar dessa crença, os militares polacos não desenvolveram um plano de evacuação para essa contingência. Por isso, muitos soldados polacos morreram em um esforço de guerra que estava condenado à partida. <ref name="Wschód">Szubański, ''Plan operacyjny "Wschód"''.</ref> Na altura em que os soviéticos invadiram a Polónia, os comandantes polacos tinha enviado a maior parte das suas tropas para oeste para enfrentar os alemães, deixando o leste protegido por apenas 20 batalhões desfalcados. Esses batalhões consistiam em cerca de 20.000 tropas do corpo de defesa de fronteira (korpus Ochrony Pogranicza), sob o comando do [[General]] [[Wilhelm Orlik-Rueckemann]]. <ref name="Wojsko"/><ref name="Sanford">[[George Sanford (scholar)|Sanford]], [http://books.google.com/books?vid=ISBN0415338735&id=PZXvUuvfv-oC&pg=PA20&lpg=PA20&ots=_1tnCiY3_f&dq=Soviet+invasion+of+Poland+1939&sig=WpYsVr5jLk6yIVAYnQqeR3hdXMU p. 20–24.]</ref>
[[Ficheiro:Spotkanie Sojuszników.jpg|thumb|right|300px|Encontro de oficiais Soviéticos e alemães após a invasão Soviética da Polónia]]


Ao principio, o comandante-em-chefe polaco, [[Marechal da Polónia]] [[Edward Rydz-Śmigły]], ordenou as forças de fronteira para resistirem às forças soviéticas. Mas mudou de ideias após consultar o [[Primeiro-Ministro]] [[Felicjan Sławoj Składkowski]] e ordenou-lhes que recuassem e apenas enfrentassem os soviéticos em auto-defesa.<ref name="Wojsko"/><ref name="Gross">Gross, p. 17.</ref>
Ao principio, o comandante-em-chefe polaco, [[Marechal da Polónia]] [[Edward Rydz-Śmigły]], ordenou as forças de fronteira para resistirem às forças soviéticas. Mas mudou de ideias após consultar o [[Primeiro-Ministro]] [[Felicjan Sławoj Składkowski]] e ordenou-lhes que recuassem e apenas enfrentassem os soviéticos em auto-defesa. <ref name="Wojsko"/><ref name="Gross">Gross, p. 17.</ref>

[[Ficheiro:Armiya osvobozhdenya.jpg|thumb|230px|direita|[[Poster]] soviético sobre a invasão que mostra um camponês da Polónia a beijar um soldado do "''exército de libertação''." A [[propaganda]] oficial da URSS afirmava que o [[exército vermelho]] entrou na Polónia para libertar e proteger os "''irmãos ucranianos'' e ''bielorrussos.''" O texto diz: "''O nosso exército, é um exército que liberta trabalhadores.''" Assinado: Josef Staline.]]


{{quote|''Os soviéticos entraram. Ordenei a retirada total para a Roménia e a Hungria pela rota mais curta. Não se combate os [[bolcheviques]] a menos que eles ataquem ou tentar desarmar as unidades. As tarefas para Varsóvia e as outras cidades é a de se defenderem sózinhas dos alemães - sem alterações. As cidades abordadas pelos bolcheviques deveram negociar a retirada das suas guarnições para a Hungria ou a Roménia.''|Edward Rydz-Śmigły, Comandante-em-chefe das forças armadas polacas, 17 de Setembro de 1939''<ref>''Sowiety wkroczyły. Nakazuję ogólne wycofanie na Rumunię i Węgry najkrótszymi drogami. Z bolszewikami nie walczyć, chyba w razie natarcia z ich strony albo próby rozbrojenia oddziałów. Zadania Warszawy i miast które miały się bronić przed Niemcami - bez zmian. Miasta do których podejdą bolszewicy powinny z nimi pertraktować w sprawie wyjścia garnizonów do Węgier lub Rumunii.'' [http://www.zwoje-scrolls.com/zwoje01/text03p.htm Andrzej M. Kobos, "Agresja albo nóż w plecy"] {{pl icon}}</ref>}}
{{quote|''Os soviéticos entraram. Ordenei a retirada total para a Roménia e a Hungria pela rota mais curta. Não se combate os [[bolcheviques]] a menos que eles ataquem ou tentar desarmar as unidades. As tarefas para Varsóvia e as outras cidades é a de se defenderem sózinhas dos alemães - sem alterações. As cidades abordadas pelos bolcheviques deveram negociar a retirada das suas guarnições para a Hungria ou a Roménia.''|Edward Rydz-Śmigły, Comandante-em-chefe das forças armadas polacas, 17 de Setembro de 1939''<ref>''Sowiety wkroczyły. Nakazuję ogólne wycofanie na Rumunię i Węgry najkrótszymi drogami. Z bolszewikami nie walczyć, chyba w razie natarcia z ich strony albo próby rozbrojenia oddziałów. Zadania Warszawy i miast które miały się bronić przed Niemcami - bez zmian. Miasta do których podejdą bolszewicy powinny z nimi pertraktować w sprawie wyjścia garnizonów do Węgier lub Rumunii.'' [http://www.zwoje-scrolls.com/zwoje01/text03p.htm Andrzej M. Kobos, "Agresja albo nóż w plecy"] {{pl icon}}</ref>}}


Os dois conjuntos de ordens opostas levou à confusão, <ref name="Sanford"/> e quando o Exército Vermelho atacou as unidades polocas, inevitavelmente eclodiram confrontos e pequenas batalhas. <ref name="Wojsko"/> A resposta agressiva das [[etnia]]s não polacas à situação acrescentou uma nova complicação. Em alguns casos, Ucranianos {{Ref_label|m|m|none}}, Bielorrussos<ref>Piotrowski, p 199.</ref> e [[judeus]] <ref>Gross, pp. 32–33.</ref> congratularam-se com as tropas invasoras aclamando-as como libertadores. A [[Organização dos Nacionalistas Ucranianos]] revoltaram-se contra os polácos e os [[partisan]]s comunistas, organizando revoltas locais, como por exemplo, no [[Skidel]] <ref name="Sanford"/>{{Ref_label|j|j|none}}.
[[Ficheiro:Wrzesien2.jpg|thumb|300px|Linha de demarcação entre as forças militares alemãs e soviéticas, após a invasão da Polónia em Setembro de 1939]]
[[Ficheiro:Armiya osvobozhdenya.jpg|thumb|200px|esquerda|[[Poster]] soviético sobre a invasão que mostra um camponês da Polónia a beijar um soldado do "''exército de libertação''." A [[propaganda]] oficial da URSS afirmava que o [[exército vermelho]] entrou na Polónia para libertar e proteger os "''irmãos ucranianos'' e ''bielorrussos.''" O texto diz: "''O nosso exército, é um exército que liberta trabalhadores.''" Assinado: Josef Staline.]]
Os dois conjuntos de ordens opostas levou à confusão,<ref name="Sanford"/> e quando o Exército Vermelho atacou as unidades polocas, inevitavelmente eclodiram confrontos e pequenas batalhas.<ref name="Wojsko"/> A resposta agressiva das etenias não polacas à situação acrescentou uma nova complicação. Em alguns casos, Ucranianos{{Ref_label|m|m|none}}, Bielorrussos<ref>Piotrowski, p 199.</ref> e [[judeus]]<ref>Gross, pp. 32–33.</ref> congratularam-se com as tropas invasoras aclamando-as como libertadores. A [[Organização dos Nacionalistas Ucranianos]] revoltaram-se contra os polácos e os [[partisans]] comunistas, organizando revoltas locais, como por exemplo, no [[Skidel]]<ref name="Sanford"/>{{Ref_label|j|j|none}}.


Os planos militares polacos originais era o de voltar a recuar e reagrupar ao longo da [[Bridgehead romena]], uma área no sudeste da Polónia perto da fronteira com a Roménia. A ideia foi a de adoptar posições defensivas lá e esperar pelo prometido apoio francês e britânico no oeste para relançarem o ataque a partir daquele ponto. Este plano presumia que a Alemanha teria de reduzir as suas operações na Polónia, a fim de lutar em uma segunda frente.<ref name="Sanford"/> As forças polacas aliadas esperavam aguentar essa situação vários meses, mas o ataque soviético tornou essa estratégia obsoleta.
Os planos militares polacos originais era o de voltar a recuar e reagrupar ao longo da [[Bridgehead romena]], uma área no sudeste da Polónia perto da fronteira com a Roménia. A ideia foi a de adoptar posições defensivas lá e esperar pelo prometido apoio francês e britânico no oeste para relançarem o ataque a partir daquele ponto. Este plano presumia que a Alemanha teria de reduzir as suas operações na Polónia, a fim de lutar em uma segunda frente. <ref name="Sanford"/> As forças polacas aliadas esperavam aguentar essa situação vários meses, mas o ataque soviético tornou essa estratégia obsoleta.


O políticos polácos e os líderes militares sabiam que estavam a perder a guerra contra a Alemanha, mesmo antes da invasão soviética ter dado o golpe final. <ref name="Sanford"/> No entanto, recusaram-se a render-se ou a negociar um acordo de paz com a Alemanha. Em vez disso, o governo polaco ordenou a todas as unidades militares para evacuar a Polónia e a reagruparem-se em França. <ref name="Sanford"/> O próprio governo cruzou a fronteira com a Roménia, cerca da meia-noite do dia 17 de Setembro de 1939 em [[Zaleszczyki]]. Os polacos continuaram a movimentar as unidades para a área da bridgehead romena, sustendo os ataques alemães em um flanco e, ocasionalmente, as tropas soviéticas no outro. Nos dias seguintes à ordem de evacuação, os alemães derrotaram os Exércitos polacos de [[Cracóvia]] e [[Lublin]] na [[Batalha de Tomaszow Lubelski]] que durou de 17 de Setembro a 20 de Setembro de 1939. <ref>Taylor, p. 38.</ref>
[[Ficheiro:Armia Czerwona,Wehrmacht 23.09.1939 wspólna parada.jpg|thumb|right|300px|Generais [[Heinz Guderian]] (centro) e [[Semyon Krivoshein]] (direita) em uma parada militar em [[Brest]].]]
O políticos polácos e os líderes militares sabiam que estavam a perder a guerra contra a Alemanha, mesmo antes da invasão soviética ter dado o golpe final.<ref name="Sanford"/> No entanto, recusaram-se a render-se ou a negociar um acordo de paz com a Alemanha. Em vez disso, o governo polaco ordenou a todas as unidades militares para evacuar a Polónia e a reagruparem-se em França.<ref name="Sanford"/> O próprio governo cruzou a fronteira com a Roménia, cerca da meia-noite do dia 17 de Setembro de 1939 em [[Zaleszczyki]]. Os polacos continuaram a movimentar as unidades para a área da bridgehead romena, sustendo os ataques alemães em um flanco e, ocasionalmente, as tropas soviéticas no outro. Nos dias seguintes à ordem de evacuação, os alemães derrotaram os Exércitos polacos de [[Cracóvia]] e [[Lublin]] na [[Batalha de Tomaszow Lubelski]] que durou de 17 de Setembro a 20 de Setembro de 1939.<ref>Taylor, p. 38.</ref>


As unidades Soviéticas encontravam frequentemente os seus homólogos alemães avançando na direção oposta. Vários exemplos de co-operação ocorram entre os dois exércitos no campo. A [[Wehrmacht]] passou pela [[Fortaleza de Brest]] que havia sido capturada após a [[Batalha de Brzesc Litewski]] pela 29ª Brigada de Tanques Soviética a 17 de Setembro.<ref name="Fischer">[[Benjamin B. Fischer|Fischer, Benjamin B.]], "[https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/csi-studies/studies/winter99-00/art6.html "The Katyn Controversy: Stalin's Killing Field]", ''Studies in Intelligence'', Winter 1999–2000. Retrieved 16 July 2007.</ref> O General alemão Heinz Guderian e o [[Brigadeiro]] Soviético [[Semyon Krivoshein]] realizada uma parada conjunta na cidade.<ref name="Fischer"/> [[Lwów]] (Lviv) rendeu-se a 22 de Setembro, depois de os alemães entregaram o cerco aos soviéticos.<ref name="Leinwald">{{pl icon}} {{cite web | author=Artur Leinwand | title=Obrona Lwowa we wrześniu 1939 roku | publisher=Instytut Lwowski | year=1991 | work= | url=http://www.lwow.com.pl/rocznik/obrona39.html | accessdate= }} Retrieved 16 July 2007.</ref><ref name="Ryzinski">[http://homepages.ihug.co.nz/~antora/WYDAW/OBRONA-LWOWA/OBRONA.htm Ryś, p 50]</ref> As forças soviéticas haviam tomado [[Wilno]] a 19 de Setembro, após uma batalha de dois dias e conquistaram [[Grodno]] a 24 de Setembro, após uma batalha de quatro dias. Até 28 de Setembro, o Exército Vermelho tinha alcançado a linha dos rios [[Rio Narew|Narew]], [[Rio Bug|Bug]] Ocidental, [[Rio Vistula|Vistula]] e [[Rio San|San]], a fronteira acordada previamente com os alemães. Além disso, bolsas de resistência polaca no [[Espaço fortificado Sarny]] em [[Volhynian]], perto da fronteira anterior a 1939, resistiram até 25 de setembro.
As unidades Soviéticas encontravam frequentemente os seus homólogos alemães avançando na direção oposta. Vários exemplos de co-operação ocorram entre os dois exércitos no campo. A [[Wehrmacht]] passou pela [[Fortaleza de Brest]] que havia sido capturada após a [[Batalha de Brzesc Litewski]] pela 29ª Brigada de Tanques Soviética a 17 de Setembro. <ref name="Fischer">[[Benjamin B. Fischer|Fischer, Benjamin B.]], "[https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/csi-studies/studies/winter99-00/art6.html "The Katyn Controversy: Stalin's Killing Field]", ''Studies in Intelligence'', Winter 1999–2000. Retrieved 16 July 2007.</ref> O General alemão Heinz Guderian e o [[Brigadeiro]] Soviético [[Semyon Krivoshein]] realizada uma parada conjunta na cidade.<ref name="Fischer"/> [[Lwów]] (Lviv) rendeu-se a 22 de Setembro, depois de os alemães entregaram o cerco aos soviéticos. <ref name="Leinwald">{{pl icon}} {{cite web | author=Artur Leinwand | title=Obrona Lwowa we wrześniu 1939 roku | publisher=Instytut Lwowski | year=1991 | work= | url=http://www.lwow.com.pl/rocznik/obrona39.html | accessdate= }} Retrieved 16 July 2007.</ref><ref name="Ryzinski">[http://homepages.ihug.co.nz/~antora/WYDAW/OBRONA-LWOWA/OBRONA.htm Ryś, p 50]</ref> As forças soviéticas haviam tomado [[Wilno]] a 19 de Setembro, após uma batalha de dois dias e conquistaram [[Grodno]] a 24 de Setembro, após uma batalha de quatro dias. Até 28 de Setembro, o Exército Vermelho tinha alcançado a linha dos rios [[Rio Narew|Narew]], [[Rio Bug|Bug]] Ocidental, [[Rio Vistula|Vistula]] e [[Rio San|San]], a fronteira acordada previamente com os alemães. Além disso, bolsas de resistência polaca no [[Espaço fortificado Sarny]] em [[Volhynian]], perto da fronteira anterior a 1939, resistiram até 25 de setembro.


Apesar de uma vitória táctica polaca a 28 de Setembro, na [[Batalha de Szack]], o resultado final do conflito nunca esteve em dúvida.<ref name="Interia-Szack"/> Milícias de voluntários civis e unidades reorganizadas, recuaram e ficaram cercadas na capital polaca, [[Varsóvia]], até 28 de Setembro. A [[Fortaleza de Modlin]], a norte de Varsóvia, rendeuse no dia seguinte após uns intensos dezesseis dias de batalha. A 1 de Outubro, as tropas soviéticas forçaram as forças polacas a recuar para a [[floresta]] de [[Wytyczno]], onde se deu um dos últimos confrontos directos da campanha.<ref name="Gen">Orlik-Rückemann, p. 20.</ref>
Apesar de uma vitória táctica polaca a 28 de Setembro, na [[Batalha de Szack]], o resultado final do conflito nunca esteve em dúvida. <ref name="Interia-Szack"/> [[Milícia]]s de voluntários civis e unidades reorganizadas, recuaram e ficaram cercadas na capital polaca, [[Varsóvia]], até 28 de Setembro. A [[Fortaleza de Modlin]], a norte de Varsóvia, rendeu-se no dia seguinte após intensos dezesseis dias de batalha. A 1 de Outubro, as tropas soviéticas forçaram as forças polacas a recuar para a [[floresta]] de [[Wytyczno]], onde se deu um dos últimos confrontos directos da campanha. <ref name="Gen">Orlik-Rückemann, p. 20.</ref>


Algumas guarnições polacas isoladas, conseguiram aguentar as suas posições durante algum tempo depois de cercadas. A última unidade operacional do Exército Polaco a render-se foi o Grupo Operacional Polaco independente (Samodzielna Grupa Operacyjna "Polesie") sob o comando do General [[Franciszek Kleeberg]]. Kleeberg rendeu-se a 6 de Outubro, após os quatro dias da [[Batalha de Kock]] (perto de [[Lublin]]), que encerrou a Campanha. Os soviéticos foram vitoriosos e a 31 de Outubro, Molotov reportadou ao Soviete Supremo:
Algumas guarnições polacas isoladas, conseguiram aguentar as suas posições durante algum tempo depois de cercadas. A última unidade operacional do Exército Polaco a render-se foi o Grupo Operacional Polaco independente (Samodzielna Grupa Operacyjna "Polesie") sob o comando do General [[Franciszek Kleeberg]]. Kleeberg rendeu-se a 6 de Outubro, após os quatro dias da [[Batalha de Kock]] (perto de [[Lublin]]), que encerrou a Campanha. Os soviéticos foram vitoriosos e a 31 de Outubro, Molotov reportou ao Soviete Supremo:


{{quote|"Um breve golpe dado pelo exército alemão e, posteriormente, pelo Exército Vermelho, foi o suficiente para não sobrar nada desta criatura feia do [[Tratado de Versalhes]]."|Vyacheslav Molotov, Ministro Soviético dos Negócios Estrangeiros, 31 de Outubro de 1939<ref>Moynihan, p. 93; Tucker, p. 612.</ref>}}
{{quote|"Um breve golpe dado pelo exército alemão e, posteriormente, pelo Exército Vermelho, foi o suficiente para não sobrar nada desta criatura feia do [[Tratado de Versalhes]]."|Vyacheslav Molotov, Ministro Soviético dos Negócios Estrangeiros, 31 de Outubro de 1939<ref>Moynihan, p. 93; Tucker, p. 612.</ref>}}

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| [[Ficheiro:Poland1939 after 14 Sep.png|300px]] || [[Ficheiro:Spotkanie Sojuszników.jpg|300px]] || [[Ficheiro:Wrzesien2.jpg|200px]]
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| Situação depois se [[14 de Setembro]] de 1939 || Encontro de oficiais Soviéticos e alemães <br />após a invasão Soviética da Polónia. || Linha de demarcação entre <br />as forças militares alemãs <br />e soviéticas, após a invasão <br />da Polónia em Setembro de 1939.
|}


== Reacção dos aliados ==
== Reacção dos aliados ==
A reação da França e da Grã-Bretanha à situação da Polónia foi silenciada, uma vez que não queriam um confronto com a União Soviética, nessa fase.<ref name="prazmowska"/> Nos termos do acordo anglo-polaco de 25 de Agosto de 1939, os britânicos tinham prometido à Polónia assistência se fosse atacada por uma potência europeia{{Ref_label|k|k|none}}, mas quando embaixador polaco [[Edward Bernard Raczyński|Edward Raczyński]] recordou ao [[Secretário de Estado da Commonwealth e dos Negócios Estrangeiros|Secretário de Estado]], [[Edward Frederick Lindley Wood|Lord Halifax]] o pacto. Ele, sem rodeios, disse que era opção da Grã-Bretanha declarar ou não guerra à União Soviética.<ref name="prazmowska"/> O [[Primeiro-Ministro britânico]], [[Neville Chamberlain]] considerou tornar público um compromisso de restaurar o Estado Polaco, mas no final emitiu apenas declarações gerais de condenação ao acto soviético.<ref name="prazmowska">Prazmowska, pp. 44–45.</ref>


A reação da França e da Grã-Bretanha à situação da Polónia foi silenciada, uma vez que não queriam um confronto com a União Soviética, nessa fase. <ref name="prazmowska"/> Nos termos do acordo anglo-polaco de 25 de Agosto de 1939, os britânicos tinham prometido à Polónia assistência se fosse atacada por uma potência europeia {{Ref_label|k|k|none}}, mas quando embaixador polaco [[Edward Bernard Raczyński|Edward Raczyński]] recordou ao [[Secretário de Estado da Commonwealth e dos Negócios Estrangeiros|Secretário de Estado]], [[Edward Frederick Lindley Wood|Lord Halifax]] o pacto. Ele, sem rodeios, disse que era opção da Grã-Bretanha declarar ou não guerra à União Soviética. <ref name="prazmowska"/> O [[Primeiro-Ministro britânico]], [[Neville Chamberlain]] considerou tornar público um compromisso de restaurar o Estado Polaco, mas no final emitiu apenas declarações gerais de condenação ao acto soviético. <ref name="prazmowska">Prazmowska, pp. 44–45.</ref>
Os franceses também haviam feito promessas à Polónia, incluindo a prestação de serviços de apoio e estas não foram honrados. Quando os soviéticos invadiram a Polónia, os franceses e os britânicos decidiram que não havia nada que pudesse fazer para ajudar a Polónia a curto prazo e, começaram a planear uma vitória a longo prazo. Os francês tinham avançado timidamente no [[Sahara]], no início de Setembro, mas após a derrota polaca, recuaram, a [[4 de Outubro]], para trás da [[Linha Maginot]].<ref>Jackson, p. 75.</ref> Muitos polacos, ressentiram-se desta falta de apoio dos seus aliados ocidentais o que suscitou um sentimento de traição duradouro.

Os franceses também haviam feito promessas à Polónia, incluindo a prestação de serviços de apoio e estas não foram honrados. Quando os soviéticos invadiram a Polónia, os franceses e os britânicos decidiram que não havia nada que pudesse fazer para ajudar a Polónia a curto prazo e, começaram a planear uma vitória a longo prazo. Os franceses tinham avançado timidamente no [[Sahara]], no início de Setembro, mas após a derrota polaca, recuaram, a [[4 de Outubro]], para trás da [[Linha Maginot]]. <ref>Jackson, p. 75.</ref> Muitos polacos, ressentiram-se desta falta de apoio dos seus aliados ocidentais o que suscitou um sentimento de [[traição]] duradouro.


== Desfecho ==
== Desfecho ==
[[Ficheiro:Mapa 2 paktu Ribbentrop-Mołotow.gif|thumb|left|"Segundo Ribbentrop-Molotov Pacto" de 28 de Setembro de 1939. Mapa da Polonia assinado por Stalin e Ribbentrop ajustando definitivamente a fronteira Germano-Soviética German-Soviet após o desfecho da [[Invasão da Polônia|invasão da Polónia]].]]
[[Ficheiro:Jeńcy1.jpg|right|thumb|Prisioneiros de guerra polacos capturados pelo Exercito Vermelho durante a invasão]]
[[Ficheiro:Jeńcy2.jpg|right|thumb|Policias e civis polacos "inimigos do povo" capturados pelo Exercito Vermelho durante a invasão]]
[[Ficheiro:Tsarstvo kanchukiv.jpg|left|thumb|Um poster de propaganda soviético proclamando os avanços do Exercito Vermelho na Ucrania Ocidental, como os libertadores da Ucrania. O texto em Ucraniano diz: "Nós esticamos a mão para os nossos irmãos, para que possam endireitar as costas e deitar fora o jugo do chicotes que durou séculos." A pessoa que chicoteava um camponês nas costas, vestindo um uniforme militar polaco, poderia ser interpretada como uma caricatura de [[Józef Piłsudski|Piłsudski]].]]
[[Ficheiro:Katyn - decision of massacre p1.jpg|thumb|Nota de [[Lavrenty Beria]] aceite pelos membros do [[Politburo]] do [[Partido Comunista Soviético]] - Documento a confirmar a decisão das execuções em massa dos oficiais polacos - prisioneiros de guerra - datado de [[5 de Março]] de [[1940]]. Esta imagem, mostra apenas a primeira página do documento que fala dos alegados movimentos de resistência dentro do movimento dos oficiais polacos capturados. A segunda página dá instruções à [[NKVD]] para aplicar ''"a solução suprema, o fuzilamento"'' de 25,700 prisioneiros polacos.]]


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Em Outubro de 1939, Molotov relatou ao Soviete Supremo de que os soviéticos tinham sofrido 737 mortos e 1.862 feridos durante a campanha, apesar de especialistas polacos afirmarem que ouve 3.000 mortes e 8.000 a 10.000 feridos{{Ref_label|e|e|none}} e do lado polaco, entre 6000 e 7000 soldados mortos nos combates com o Exército Vermelho e 230.000 a 450.000 prisioneiro.<ref name="Wojsko"/><ref name="Отчёт">{{ru icon}} Отчёт Украинского и Белорусского фронтов Красной Армии Мельтюхов, с. 367. [http://www.usatruth.by.ru/c2.files/t05.html]. Retrieved 17 July 2007.</ref> Os soviéticos frequentemente não honravam os termos da rendição. Em alguns casos, eles prometiam aos soldados polacos liberdade e, em seguida, prendiam-nos assim que estes lhes entregavam as armas.<ref name="Sanford"/>
|[[Ficheiro:Jeńcy1.jpg|thumb|210px|Prisioneiros de guerra polacos capturados pelo Exercito Vermelho durante a invasão]]
|[[Ficheiro:Jeńcy2.jpg|thumb|210px|Policias e civis polacos "inimigos do povo" capturados pelo Exercito Vermelho durante a invasão]]
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Em Outubro de 1939, Molotov relatou ao Soviete Supremo de que os soviéticos tinham sofrido 737 mortos e 1.862 feridos durante a campanha, apesar de especialistas polacos afirmarem que ouve 3.000 mortes e 8.000 a 10.000 feridos {{Ref_label|e|e|none}} e do lado polaco, entre 6000 e 7000 soldados mortos nos combates com o Exército Vermelho e 230.000 a 450.000 prisioneiro. <ref name="Wojsko"/><ref name="Отчёт">{{ru icon}} Отчёт Украинского и Белорусского фронтов Красной Армии Мельтюхов, с. 367. [http://www.usatruth.by.ru/c2.files/t05.html]. Retrieved 17 July 2007.</ref> Os soviéticos frequentemente não honravam os termos da rendição. Em alguns casos, eles prometiam aos soldados polacos liberdade e, em seguida, prendiam-nos assim que estes lhes entregavam as armas.<ref name="Sanford"/>
A União Soviética tinha deixado de reconhecer o estado polaco, no início da invasão.<ref name="SCHULENBURG"/><ref name = "note">{{pl icon}} [http://ibidem.com.pl/zrodla/1939-1945/polityka-miedzynarodowa/1939-09-17-nota-sowiecka-grzybowskiemu.html 1939 wrzesień 17, Moskwa Nota rządu sowieckiego nie przyjęta przez ambasadora Wacława Grzybowskiego] (Note of the Soviet government to the Polish government on 17 September 1939, refused by Polish ambassador [[Wacław Grzybowski]]). Retrieved 15 November 2006.</ref> Como resultado dessa acção, os dois governos nunca declararam guerra oficialmente entre eles. Os soviéticos, por conseguinte, não classificavam os militares polacos presos como prisioneiros de guerra, mas como rebeldes contra o novo governo legal da Bielorrússia e da Ucrânia{{Ref_label|n|n|none}}. Os soviéticos mataram dezenas de milhares de polacos prisioneiros de guerra. Alguns, como o General [[Józef Olszyna-Wilczyński]] que foi capturado, interrogado e fuzilado a 22 de Setembro, foram executados durante a campanha.<ref>Sanford, p. 23; {{pl icon}} [http://encyklopedia.pwn.pl/haslo.php?id=3950966 Olszyna-Wilczyński Józef Konstanty], [[Encyklopedia PWN]]. Retrieved 14 November 2006.</ref><ref name="JOWIPN">{{pl icon}} [http://web.archive.org/web/20050107121610/http://www.ipn.gov.pl/sled_bialystok_9.html Śledztwo w sprawie zabójstwa w dniu 22 września 1939 r. w okolicach miejscowości Sopoćkinie generała brygady Wojska Polskiego Józefa Olszyny-Wilczyńskiego i jego adiutanta kapitana Mieczysława Strzemskiego przez żołnierzy b. Związku Radzieckiego. (S 6/02/Zk)] Polish [[Institute of National Remembrance]]. Internet Archive, 16.10.03. Retrieved 16 July 2007.</ref> A 24 de Setembro, os soviéticos mataram quarenta e dois funcionários e pacientes de um hospital militar polaco, na aldeia de [[Grabowiec]], perto de [[Zamość]].<ref name="Grabowiec">{{pl icon}} [http://www.grabowiec.pl/portal/publikacje/epizod_roztrzelany_szpital.pdf ''Rozstrzelany Szpital''] (Executed Hospital). Tygodnik Zamojski, 15 September 2004. Retrieved 28 November 2006.</ref> Os soviéticos também executaram todos os oficiais polacos que capturaram após a [[Batalha de Szack]], a [[28 de Setembro]] de 1939.<ref name="Interia-Szack">{{pl icon}} [http://encyklopedia.interia.pl/haslo?hid=106003 Szack]. [[Encyklopedia Interia]]. Retrieved 28 November 2006.</ref> Mais de 20.000 militares polacos e civis pereceram no massacre de [[Katyn]]<ref name="Sanford"/><ref name="Fischer"/> e cerca de 300 polacos foram executados após a [[Batalha de Grodno]].<ref>[http://www.ipn.gov.pl/portal/en/19/185/Investigation_concerning_the_murder_of__approximately_300_civil_and_military_inh.html Investigation concerning the murder of approximately 300 civil and military]</ref>

A União Soviética tinha deixado de reconhecer o estado polaco, no início da invasão.<ref name="SCHULENBURG"/><ref name = "note">{{pl icon}} [http://ibidem.com.pl/zrodla/1939-1945/polityka-miedzynarodowa/1939-09-17-nota-sowiecka-grzybowskiemu.html 1939 wrzesień 17, Moskwa Nota rządu sowieckiego nie przyjęta przez ambasadora Wacława Grzybowskiego] (Note of the Soviet government to the Polish government on 17 September 1939, refused by Polish ambassador [[Wacław Grzybowski]]). Retrieved 15 November 2006.</ref> Como resultado dessa acção, os dois governos nunca declararam guerra oficialmente entre eles. Os soviéticos, por conseguinte, não classificavam os militares polacos presos como [[prisioneiros de guerra]], mas como rebeldes contra o novo governo legal da Bielorrússia e da Ucrânia {{Ref_label|n|n|none}}. Os soviéticos mataram dezenas de milhares de polacos prisioneiros de guerra. Alguns, como o General [[Józef Olszyna-Wilczyński]] que foi capturado, interrogado e fuzilado a 22 de Setembro, foram executados durante a campanha. <ref>Sanford, p. 23; {{pl icon}} [http://encyklopedia.pwn.pl/haslo.php?id=3950966 Olszyna-Wilczyński Józef Konstanty], [[Encyklopedia PWN]]. Retrieved 14 November 2006.</ref><ref name="JOWIPN">{{pl icon}} [http://web.archive.org/web/20050107121610/http://www.ipn.gov.pl/sled_bialystok_9.html Śledztwo w sprawie zabójstwa w dniu 22 września 1939 r. w okolicach miejscowości Sopoćkinie generała brygady Wojska Polskiego Józefa Olszyny-Wilczyńskiego i jego adiutanta kapitana Mieczysława Strzemskiego przez żołnierzy b. Związku Radzieckiego. (S 6/02/Zk)] Polish [[Institute of National Remembrance]]. Internet Archive, 16.10.03. Retrieved 16 July 2007.</ref>

A 24 de Setembro, os soviéticos mataram quarenta e dois funcionários e pacientes de um [[hospital]] militar polaco, na [[aldeia]] de [[Grabowiec]], perto de [[Zamość]].<ref name="Grabowiec">{{pl icon}} [http://www.grabowiec.pl/portal/publikacje/epizod_roztrzelany_szpital.pdf ''Rozstrzelany Szpital''] (Executed Hospital). Tygodnik Zamojski, 15 September 2004. Retrieved 28 November 2006.</ref> Os soviéticos também executaram todos os oficiais polacos que capturaram após a [[Batalha de Szack]], a [[28 de Setembro]] de 1939.<ref name="Interia-Szack">{{pl icon}} [http://encyklopedia.interia.pl/haslo?hid=106003 Szack]. [[Encyklopedia Interia]]. Retrieved 28 November 2006.</ref> Mais de 20.000 militares polacos e civis pereceram no [[massacre de Katyn]] <ref name="Sanford"/><ref name="Fischer"/> e cerca de 300 polacos foram executados após a [[Batalha de Grodno]].<ref>[http://www.ipn.gov.pl/portal/en/19/185/Investigation_concerning_the_murder_of__approximately_300_civil_and_military_inh.html Investigation concerning the murder of approximately 300 civil and military]</ref>

A [[tortura]] foi utilizada em larga escala em várias prisões, especialmente as das pequenas cidades. Os presos foram escaldados com água a ferver em [[Bobrka]], em [[Przemyslany]], cortaram o [[nariz]], as [[orelhas]], os [[dedos]] e arrancavam os [[olhos]], em [[Czortków]], cortaram as mamas às mulheres e em [[Drohobycz]], as vítimas eram ligadas entre si com [[arame farpado]]. Atrocidades semelhantes ocorreram em [[Sambor]], [[Stanislawow]], [[Stryj]] e [[Zloczow]]. <ref>Gross, p. 181</ref> Além disso, em [[Podolian]] uma cidade de Czortków, eclodiu uma revolta polaca em [[janeiro]] de [[1940]] que foi brutalmente reprimida pelos soviéticos. Segundo o historiador [[Jan T. Gross]];


A [[tortura]] foi utilizada em larga escala em várias prisões, especialmente as das pequenas cidades. Os presos foram escaldados com água a ferver em [[Bobrka]], em [[Przemyslany]], cortaram o [[nariz]], as [[orelhas]], os [[dedos]] e arrancavam os [[olhos]], em [[Czortków]], cortaram as mamas às mulheres e em [[Drohobycz]], as vítimas eram ligadas entre si com [[arame farpado]]. Atrocidades semelhantes ocorreram em [[Sambor]], [[Stanislawow]], [[Stryj]] e [[Zloczow]].<ref>Gross, p. 181</ref> Além disso, em [[Podolian]] uma cidade de Czortków, eclodiu uma revolta polaca em [[janeiro]] de [[1940]] que foi brutalmente reprimida pelos soviéticos. Segundo o historiador [[Jan T. Gross]];
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''"Não podemos fugir à conclusão: Os órgãos estatais de segurança Soviéticos, torturavam os seus prisioneiros não só para obter confissões, mas também para os levar à morte. Não que o [[NKVD]] tivesse sádicos nas suas fileiras que tivessem fúrias descontroladas de chacina, antes pelo contrário, foi um processo amplo e sistemático"<ref>Gross, p. 182</ref>''.
''"Não podemos fugir à conclusão: Os órgãos estatais de segurança Soviéticos, torturavam os seus prisioneiros não só para obter confissões, mas também para os levar à morte. Não que o [[NKVD]] tivesse sádicos nas suas fileiras que tivessem fúrias descontroladas de chacina, antes pelo contrário, foi um processo amplo e sistemático"<ref>Gross, p. 182</ref>''.
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Os polacos e os soviéticos restabeleceram relações diplomáticas em [[1941]], na sequência do [[Acordo Sikorski-Mayski]], mas os soviéticos quebraram-no outra vez em [[1943]] após o governo polaco exigir uma análise independente do recentemente dos esqueletos descobertos nas valas comuns de Katyn.<ref>Soviet note unilaterally severing Soviet-Polish diplomatic relations, 25 April 1943. [http://www.electronicmuseum.ca/Poland-WW2/katyn_memorial_wall/kmw_note.html English translation of Polish document.] Retrieved 19 December 2005; Sanford, p. 129.</ref> Os soviéticos em seguida, pressionaram os aliados ocidentais a reconhecer o governo polaco pró-soviético de [[Wanda Wasilewska]] em Moscovo.<ref>Sanford, p. 127; Martin Dean [http://books.google.com/books?ie=UTF-8&hl=en&vid=ISBN0312220561&id=tdzTU1Uj3zcC&pg=PA144&lpg=PA144&dq=Wanda+Wasilewska&prev=http://books.google.com/books%3Fq%3DWanda%2BWasilewska%26lr%3D%26start%3D10&sig=xSgcdxXMT-xWJJROFU-qxpYmXcw ''Collaboration in the Holocaust''.] Retrieved 15 July 2007.</ref>


Os polacos e os soviéticos restabeleceram relações diplomáticas em [[1941]], na sequência do [[Acordo Sikorski-Mayski]], mas os soviéticos quebraram-no outra vez em [[1943]] após o governo polaco exigir uma análise independente do recentemente dos [[esqueleto]]s descobertos nas valas comuns de Katyn. <ref>Soviet note unilaterally severing Soviet-Polish diplomatic relations, 25 April 1943. [http://www.electronicmuseum.ca/Poland-WW2/katyn_memorial_wall/kmw_note.html English translation of Polish document.] Retrieved 19 December 2005; Sanford, p. 129.</ref> Os soviéticos em seguida, pressionaram os aliados ocidentais a reconhecer o governo polaco pró-soviético de [[Wanda Wasilewska]] em Moscovo.<ref>Sanford, p. 127; Martin Dean [http://books.google.com/books?ie=UTF-8&hl=en&vid=ISBN0312220561&id=tdzTU1Uj3zcC&pg=PA144&lpg=PA144&dq=Wanda+Wasilewska&prev=http://books.google.com/books%3Fq%3DWanda%2BWasilewska%26lr%3D%26start%3D10&sig=xSgcdxXMT-xWJJROFU-qxpYmXcw ''Collaboration in the Holocaust''.] Retrieved 15 July 2007.</ref>
A [[28 de Setembro]] de 1939, a União Soviética e a Alemanha tinham mudado os termos do secreto Pacto Molotov-Ribbentrop. Eles mudaram para a Lituânia a esfera de influência soviética e deslocaram a fronteira a leste, na Polónia, dando mais território à Alemanha.<ref name="PWN_KW_old"/> Com este acordo, muitas vezes descrito como a quarta partição da Polónia,<ref name="Sanford"/> a União Soviética assegurava quase todos os território polacos a leste da linha dos rios Pisa, Narew, Western Bug e San. Isto aumentou o território soviético em cerca de 200.000 quilómetros quadrados de terra, habitada por 13,5 milhões de cidadãos polacos.<ref name="Gross">Gross, p. 17.</ref>

A [[28 de Setembro]] de 1939, a União Soviética e a Alemanha tinham mudado os termos do secreto Pacto Molotov-Ribbentrop. Eles mudaram para a Lituânia a esfera de influência soviética e deslocaram a fronteira a leste, na Polónia, dando mais território à Alemanha. <ref name="PWN_KW_old"/> Com este acordo, muitas vezes descrito como a quarta partição da Polónia, <ref name="Sanford"/> a União Soviética assegurava quase todos os território polacos a leste da linha dos rios Pisa, Narew, Western Bug e San. Isto aumentou o território soviético em cerca de 200.000 quilómetros quadrados de terra, habitada por 13,5 milhões de cidadãos polacos. <ref name="Gross">Gross, p. 17.</ref>

O Exército Vermelho havia semeado confusão entre os moradores locais, afirmando que eles estavam ali para salvar a Polónia dos Nazis.<ref name = "Dav">Davies, ''Europe: A History'', pp. 1001–1003.</ref> Mas os seus avanços, surpreendiam as comunidades polacas e os seus líderes que não msido informados com responder a uma invasão soviética. Os cidadãos Polacos e judeus podem, no inicio, ter preferido um regime soviético a um alemão, <ref>Gross, pp. 24, 32–33.</ref> no entanto, os soviéticos foram rápidos a impor a sua [[ideologia]] sobre os modos de vida locais. Por exemplo, os Soviéticos começaram rapidamente a confiscar, nacionalizar e a redistribuição todos as propriedades privadas e estatais polacas.<ref name="Piotrowski_11">[http://books.google.com/books?vid=ISBN0786403713&id=A4FlatJCro4C&pg=PA11&lpg=PA11&dq=Soviet+looting+Poland&sig=BRu1dILrPK-4X6U1oEiB47O8n1A Piotrowski, p.11]</ref> Durante os dois anos após a [[anexação]], os soviéticos também prenderam cerca de 100.000 cidadãos polacos <ref name="Karta">{{pl icon}} [http://www.indeks.karta.org.pl/represje_sowieckie_4.html Represje 1939-41 Aresztowani na Kresach Wschodnich] (Repressions 1939–41. Arrested on the Eastern Borderlands.) Ośrodek Karta. Retrieved 15 November 2006.</ref> e deportados entre 350.000 a 1.500.000, dos quais morreram entre 250.000 e 1.000.000, na sua maioria civis{{Ref_label|b|b|2}}.<ref name="Rieber14,32-37">Rieber, pp. 14, 32–37.</ref>


{| style="border:1px solid #ddd; text-align:center; margin: auto;" cellspacing="20"
O Exército Vermelho havia semeado confusão entre os moradores locais, afirmando que eles estavam ali para salvar a Polónia dos Nazis.<ref name = "Dav">Davies, ''Europe: A History'', pp. 1001–1003.</ref> Mas os seus avanços, surpreendiam as comunidades polacas e os seus líderes que não msido informados com responder a uma invasão soviética. Os cidadãos Polacos e judeus podem, no inicio, ter preferido um regime soviético a um alemão,<ref>Gross, pp. 24, 32–33.</ref> no entanto, os soviéticos foram rápidos a impor a sua ideologia sobre os modos de vida locais. Por exemplo, os Soviéticos começaram rapidamente a confiscar, nacionalizar e a redistribuição todos as propriedades privadas e estatais polacas.<ref name="Piotrowski_11">[http://books.google.com/books?vid=ISBN0786403713&id=A4FlatJCro4C&pg=PA11&lpg=PA11&dq=Soviet+looting+Poland&sig=BRu1dILrPK-4X6U1oEiB47O8n1A Piotrowski, p.11]</ref> Durante os dois anos após a anexação, os soviéticos também prenderam cerca de 100.000 cidadãos polacos<ref name="Karta">{{pl icon}} [http://www.indeks.karta.org.pl/represje_sowieckie_4.html Represje 1939-41 Aresztowani na Kresach Wschodnich] (Repressions 1939–41. Arrested on the Eastern Borderlands.) Ośrodek Karta. Retrieved 15 November 2006.</ref> e deportados entre 350.000 a 1.500.000, dos quais morreram entre 250.000 e 1.000.000, na sua maioria civis{{Ref_label|b|b|2}}.<ref name="Rieber14,32-37">Rieber, pp. 14, 32–37.</ref>
| [[Ficheiro:Armia Czerwona,Wehrmacht 23.09.1939 wspólna parada.jpg|200px]] || [[Ficheiro:Katyn - decision of massacre p1.jpg|200px]] || [[Ficheiro:Mapa 2 paktu Ribbentrop-Mołotow.gif|200px]]
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| Generais [[Heinz Guderian]] (centro) e [[Semyon Krivoshein]] (direita) em uma parada militar em [[Brest]]. || Nota de [[Lavrenty Beria]] aceite pelos membros do [[Politburo]] do [[Partido Comunista Soviético]] Documento a confirmar a decisão das execuções em massa dos oficiais polacos - prisioneiros de guerra - datado de [[5 de Março]] de [[1940]]. Esta imagem, mostra apenas a primeira página do documento que fala dos alegados movimentos de resistência dentro do movimento dos oficiais polacos capturados. A segunda página dá instruções à [[NKVD]] para aplicar ''"a solução suprema, o fuzilamento"'' de 25,700 prisioneiros polacos. || "Segundo Pacto Ribbentrop-Molotov" <br />de 28 de Setembro de 1939. <br />Mapa da Polonia assinado por Stalin e Ribbentrop ajustando definitivamente a fronteira Germano-Soviética após o desfecho da [[Invasão da Polônia|invasão da Polónia]].
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=== Territórios da Segunda República Polaca anexada pela União Soviética ===
=== Territórios da Segunda República Polaca anexada pela União Soviética ===
Dos 13,5 milhões de civis que viviam nos territórios recém-anexados, os polacos eram o maior grupo étnico, mas os Bielorrússos e os Ucrânianos em conjunto constituíam mais de 50% da população{{Ref_label|c|c|none}}. A anexação não deu à União Soviética o controlo de todas as áreas onde viviam Bielorrussos ou Ucranianos, alguns dos quais ficaram a oeste da nova fronteira germano-soviético{{Ref_label|l|l|none}}, Não obstante, foram unificados a grande maioria dos dois povos no seio das expandidas repúblicas soviéticas da Bielorrússia e da Ucrânia.
Dos 13,5 milhões de civis que viviam nos territórios recém-anexados, os polacos eram o maior grupo étnico, mas os Bielorrússos e os Ucrânianos em conjunto constituíam mais de 50% da população {{Ref_label|c|c|none}}. A anexação não deu à União Soviética o controlo de todas as áreas onde viviam Bielorrussos ou Ucranianos, alguns dos quais ficaram a oeste da nova fronteira germano-soviético{{Ref_label|l|l|none}}, Não obstante, foram unificados a grande maioria dos dois povos no seio das expandidas repúblicas soviéticas da Bielorrússia e da Ucrânia.


A 26 de Outubro de 1939, foram realizadas eleições para as assembleias bielorrussa e ucraniana, conferindo validade à anexação{{Ref_label|i|i|none}}. Os Bielorrussos e os Ucranianos da Polónia tinham sido cada vez mais alienados pelo Politização política do governo polaco e pela sua repressão dos movimentos separatistas, por isso sentiram pouca lealdade para com o Estado polaco. <ref name="Stosunki"/><ref>[[Norman Davies]], [[God's Playground|''Boże Igrzysko'' (God's Playground)]], vol 2, pp. 512–513.</ref> No entanto, nem todos os Bielorrussos e da Ucranianos, confiavam no regime soviético responsável pela fome ucraniana de 1932-33.<ref name = "Dav"/> Na prática, os pobres geralmente congratularam-se com os soviéticos e as elites tenderam a unirse na oposição, apesar de apoiarem a reunificação.<ref name="Stosunki">{{pl icon}} Marek Wierzbicki, [http://www.bialorus.pl/index.php?secId=49&docId=60&&Rozdzial=historia ''Stosunki polsko-białoruskie pod okupacją sowiecką (1939–1941)'']. "Białoruskie Zeszyty Historyczne", Biełaruski histaryczny zbornik, 20 (2003), p. 186–188. Retrieved 16 July 2007.</ref><ref name="Nowak">[[Andrzej Nowak (historian)|Andrzej Nowak]], [http://www.ruf.rice.edu/~sarmatia/197/Nowak.html ''The Russo-Polish Historical Confrontation''], [[Sarmatian Review]], January 1997, Volume XVII, Number 1. Retrieved 16 July 2007.</ref>
[[Ficheiro:Sssr polsha 1939 plakat.jpeg|thumb|right|Um cartaz de propaganda soviética dirigida à população ocidental ucraniana. O texto em ucraniano diz: "eleitores do povo trabalhador! Votem para a adesão da Ucrânia ocidental com a Ucrânia Soviética, para uma unida, livre e próspera República Socialista Soviética da Ucrânia. Vamos eliminar para sempre a fronteira entre a Ucrânia Ocidental e a soviética. Viva a República Socialista Soviética da Ucrânia!"]]


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A 26 de Outubro de 1939, foram realizadas eleições para as assembleias bielorrussa e ucraniana, conferindo validade à anexação{{Ref_label|i|i|none}}. Os Bielorrussos e os Ucranianos da Polónia tinham sido cada vez mais alienados pelo Politização política do governo polaco e pela sua repressão dos movimentos separatistas, por isso sentiram pouca lealdade para com o Estado polaco.<ref name="Stosunki"/><ref>[[Norman Davies]], [[God's Playground|''Boże Igrzysko'' (God's Playground)]], vol 2, pp. 512–513.</ref> No entanto, nem todos os Bielorrussos e da Ucranianos, confiavam no regime soviético responsável pela fome ucraniana de 1932-33.<ref name = "Dav"/> Na prática, os pobres geralmente congratularam-se com os soviéticos e as elites tenderam a unirse na oposição, apesar de apoiarem a reunificação.<ref name="Stosunki">{{pl icon}} Marek Wierzbicki, [http://www.bialorus.pl/index.php?secId=49&docId=60&&Rozdzial=historia ''Stosunki polsko-białoruskie pod okupacją sowiecką (1939–1941)'']. "Białoruskie Zeszyty Historyczne", Biełaruski histaryczny zbornik, 20 (2003), p. 186–188. Retrieved 16 July 2007.</ref><ref name="Nowak">[[Andrzej Nowak (historian)|Andrzej Nowak]], [http://www.ruf.rice.edu/~sarmatia/197/Nowak.html ''The Russo-Polish Historical Confrontation''], [[Sarmatian Review]], January 1997, Volume XVII, Number 1. Retrieved 16 July 2007.</ref>
|[[Ficheiro:Tsarstvo kanchukiv.jpg|thumb|200px|Um poster de propaganda soviético proclamando os avanços do Exercito Vermelho na Ucrania Ocidental, como os libertadores da Ucrania. O texto em Ucraniano diz: "Nós esticamos a mão para os nossos irmãos, para que possam endireitar as costas e deitar fora o jugo do chicotes que durou séculos." A pessoa que chicoteava um camponês nas costas, vestindo um uniforme militar polaco, poderia ser interpretada como uma caricatura de [[Józef Piłsudski|Piłsudski]].]]
|[[Ficheiro:Sssr polsha 1939 plakat.jpeg|thumb|200px|Um cartaz de propaganda soviética dirigida à população ocidental ucraniana. O texto em ucraniano diz: "eleitores do povo trabalhador! Votem para a adesão da Ucrânia ocidental com a Ucrânia Soviética, para uma unida, livre e próspera República Socialista Soviética da Ucrânia. Vamos eliminar para sempre a fronteira entre a Ucrânia Ocidental e a soviética. Viva a República Socialista Soviética da Ucrânia!"]]
|}


Os soviéticos rapidamente introduziram políticas de [[Sovietização]] na Bielorrússia Ocidental e na Ucrânia Ocidental, incluindo a [[coletivização]] obrigatória de toda a região. No processo, eles impiedosamente eliminaram partidos políticos e associações públicas e os seus líderes foram presos e executados como "inimigos do povo".<ref name = "Dav"/> As autoridades também reprimiram a [[Organização Nacionalista Ucraniana]] de teor antipolaco que tinha resistido ativamente ao regime polaco desde os [[anos 1920]], apesar da sua mudança de chefia, os nacionalistas ucranianos continuavam a apontar para um Estado ucraniano independente unificado.<ref name="Nowak"/><ref>Miner, pp. 41–2.</ref> A unificações de 1939 foi um acontecimento decisivo na história da Ucrânia e da Bielorrússia, porque foram criadas duas repúblicas independentes que se tornariam estados de direito a partir de [[1991]].<ref>Wilson, p. 17.</ref>
Os soviéticos rapidamente introduziram políticas de [[Sovietização]] na Bielorrússia Ocidental e na Ucrânia Ocidental, incluindo a [[coletivização]] obrigatória de toda a região. No processo, eles impiedosamente eliminaram partidos políticos e associações públicas e os seus líderes foram presos e executados como "inimigos do povo".<ref name = "Dav"/> As autoridades também reprimiram a [[Organização Nacionalista Ucraniana]] de teor antipolaco que tinha resistido ativamente ao regime polaco desde os [[anos 1920]], apesar da sua mudança de chefia, os nacionalistas ucranianos continuavam a apontar para um Estado ucraniano independente unificado.<ref name="Nowak"/><ref>Miner, pp. 41–2.</ref> A unificações de 1939 foi um acontecimento decisivo na história da Ucrânia e da Bielorrússia, porque foram criadas duas repúblicas independentes que se tornariam estados de direito a partir de [[1991]].<ref>Wilson, p. 17.</ref>
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=== Censura ===
=== Censura ===
Os [[censores]] soviéticos posteriores suprimiram muitos detalhes da invasão de 1939 e das suas consequências.<ref>{{wikiref |id=Kubik-1994 |text=Kubik, p. 277}}; {{wikiref |id=Sanford-2005 |text=Sanford, pp. 214–216}}</ref> O Politburo tinha desde o inicio chamado à operação de "campanha de libertação" e, mais tarde, declarações e publicações Soviética nunca fugiram dessa linha.<ref>{{wikiref |id=Rieber-2000 |text=Rieber, p. 29}}</ref> A [[30 de novembro]] de 1939, Stalin afirmou que não foi a Alemanha que tinha atacado a França e a Inglaterra, mas sim a França e a Inglaterra, que tinha atacado Alemanha<ref>{{ru icon}} [http://www.magister.msk.ru/library/stalin/14-25.htm ''Pravda''], 30 November 1939. Retrieved on [[2007-07-16]].</ref> e no mes de Março seguinte, Molotov alegou que a Alemanha havia tentado fazer a paz e que esta havia sido negada pelos "imperialistas anglo-franceses"{{Ref_label|o|o|none}}. Os governos Soviéticos posteriores negaram que alguma vez se tinha feito um protocolo secreto para o Pacto Molotov-Ribbentrop, mas quando o documento foi descoberto em arquivos soviéticos no [[ano de 1989]], a verdade foi finalmente reconhecida.<ref name="Cienciala"/> A censura também foi aplicada na [[República Popular da Polónia]], para preservar a imagem da amizade Polaco-Soviética promovida pelos dois governos comunistas. a política oficial permitia apenas que se fala-se da campanha de 1939, retratando apenas a reunificação dos povos bielorrusso e ucraniano e uma libertação do povo polaco da oligarquia capitalista. As autoridades desencorajavam fortemente qualquer outro estudo ou ensaio sobre o tema<ref name="Ferro">{{wikiref |id=Ferro-2003 |text=Ferro, p. 258}}; {{wikiref |id=Orlik-Rückemann-1985 |text=Orlik-Rückemann, p. 20}} See also: [[Education in the People's Republic of Poland]].</ref>.<ref name="Fischer"/> No entanto, diversas publicações [[Clandestino|clandestinas]] (''[[bibuła]]'') abordavam a questão,<ref name="Gen"/> bem como outros meios de comunicação, tais como a canção de protesto de [[1982]] de [[Jacek Kaczmarski]] (''Ballada wrześniowa.'').<ref name="Kaczm">{{pl icon}} [http://www.kaczmarski.art.pl/tworczosc/wiersze_alfabetycznie/kaczmarskiego/b/ballada_wrzsniowa.php ''Ballada wrześniowa''] (September's tale). Text at Jacek Kaczmarski's official page. Retrieved on [[2006-11-15]].</ref>
Os [[censor]]es soviéticos posteriores suprimiram muitos detalhes da invasão de 1939 e das suas consequências.<ref>{{wikiref |id=Kubik-1994 |text=Kubik, p. 277}}; {{wikiref |id=Sanford-2005 |text=Sanford, pp. 214–216}}</ref> O Politburo tinha desde o inicio chamado à operação de "campanha de libertação" e, mais tarde, declarações e publicações Soviética nunca fugiram dessa linha.<ref>{{wikiref |id=Rieber-2000 |text=Rieber, p. 29}}</ref> A [[30 de novembro]] de 1939, Stalin afirmou que não foi a Alemanha que tinha atacado a França e a Inglaterra, mas sim a França e a Inglaterra, que tinha atacado Alemanha <ref>{{ru icon}} [http://www.magister.msk.ru/library/stalin/14-25.htm ''Pravda''], 30 November 1939. Retrieved on [[2007-07-16]].</ref> e no mes de Março seguinte, Molotov alegou que a Alemanha havia tentado fazer a paz e que esta havia sido negada pelos "imperialistas anglo-franceses" {{Ref_label|o|o|none}}. Os governos Soviéticos posteriores negaram que alguma vez se tinha feito um protocolo secreto para o Pacto Molotov-Ribbentrop, mas quando o documento foi descoberto em arquivos soviéticos no [[ano de 1989]], a verdade foi finalmente reconhecida. <ref name="Cienciala"/> A censura também foi aplicada na [[República Popular da Polónia]], para preservar a imagem da amizade Polaco-Soviética promovida pelos dois governos comunistas. a política oficial permitia apenas que se fala-se da campanha de 1939, retratando apenas a reunificação dos povos bielorrusso e ucraniano e uma libertação do povo polaco da oligarquia capitalista. As autoridades desencorajavam fortemente qualquer outro estudo ou ensaio sobre o tema<ref name="Ferro">{{wikiref |id=Ferro-2003 |text=Ferro, p. 258}}; {{wikiref |id=Orlik-Rückemann-1985 |text=Orlik-Rückemann, p. 20}} See also: [[Education in the People's Republic of Poland]].</ref>.<ref name="Fischer"/> No entanto, diversas publicações [[Clandestino|clandestinas]] (''[[bibuła]]'') abordavam a questão,<ref name="Gen"/> bem como outros meios de comunicação, tais como a canção de protesto de [[1982]] de [[Jacek Kaczmarski]] (''Ballada wrześniowa.'').<ref name="Kaczm">{{pl icon}} [http://www.kaczmarski.art.pl/tworczosc/wiersze_alfabetycznie/kaczmarskiego/b/ballada_wrzsniowa.php ''Ballada wrześniowa''] (September's tale). Text at Jacek Kaczmarski's official page. Retrieved on [[2006-11-15]].</ref>


== Referências ==
== Referências ==

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Predefinição:Infobox guerra

A invasão soviética da Polónia foi uma operação militar que começou sem uma declaração formal de guerra a 17 de Setembro de 1939, durante as primeiras fases da II Guerra Mundial, dezasseis dias após o início do ataque nazista alemão sobre a Polónia. Terminou com uma vitória decisiva da União Soviética e do Exército Vermelho.

No início 1939, a União Soviética tentou formar uma aliança contra a Alemanha nazista com o Reino Unido, França, Polónia e Roménia, mas diversas dificuldades, incluindo a recusa da Polónia e da Roménia de permitir direitos de trânsito pelos seus territórios das tropas soviéticas, como parte de segurança colectiva,[1] levaram ao fracasso das negociações. Os soviéticos, com o fracasso das negociações, modaram a sua posição antialemã e a 23 de Agosto de 1939 e assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop com a Alemanha nazista. Como resultado do acordo, a 1 de Setembro, os alemães iniciaram a invasão da Polónia a partir do oeste e, a 17 de Setembro, o Exército Vermelho invadiu a Polónia a partir do leste. [2] O governo soviético anunciou que estava a actuar para proteger os Ucranianos e os Bielorrussos, que viviam na parte oriental da Polónia, uma vez que o estado polaco tinha sido derrotado com o ataque alemão e já não podia garantir a segurança dos seus próprios cidadãos. [3][4]

O Exército Vermelho alcançou rapidamente os seus objectivos, não encontrando resistência do devastando o mal preparado exercito polaco. [5] Cerca de 230.000 soldados polacos ou mais (452.500[6]) foram levados como prisioneiros de guerra.[7] O governo soviético anexou o território recentemente sob o seu controlo e, em Novembro declarou que os 13,5 milhões de cidadãos poloneses que viviam ali eram agora cidadãos soviéticos. Os soviéticos reprimiram toda a oposição, através de execuções e prendendo milhares de opositores.[8] Enviaram centenas de milhares de polacos para a Sibéria (as estimativas variam) e para outras partes remotas da URSS em quatro grandes ondas de deportações entre 1939 e 1941 [b].

A invasão soviética, que o Politburo chamou de "campanha de libertação", levou à incorporação de milhões de Polacos, Ucranianos ocidentais e Bielorrussos ocidentais nas repúblicas soviéticas da Bielorrússia e da Ucrânia. [9] Durante a existência da República Popular da Polónia, a invasão foi um tema tabu, praticamente omitida da história oficial, a fim de preservar a ilusão de "eterna amizade" entre os membros do bloco de leste.[10]

Prelúdio

No final da década de 1930, a União Soviética tentou formar uma aliança antialemã com o Reino Unido, França e Polónia[h]. As negociações, contudo, foram muito difíceis. Os soviéticos insistiam manter uma esfera de influência entre a Finlândia e a Roménia e pediam apoio militar não apenas contra quem os atacasse directamente, mas também contra quem atacasse os países na sua suposta esfera de influência. [11] Desde o início das negociações com a França e a Grã-Bretanha que tinha ficado claro que a União Soviética exigia o direito de ocupar os Estados Bálticos (Letónia, Estónia e Lituânia).[12]

A Finlândia também deveria ser incluída na esfera de influência soviética [13] e também exigiam o direito de entrar na Polónia, na Roménia e nos países bálticos quando sentissem que a sua segurança estaria ameaçada. Os governos desses países rejeitaram a proposta porque, pois tal como sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco Józef Beck, temiam que, uma vez que o Exército Vermelho entrasse no seu território, poderiam não voltar a sair. [1] Os soviéticos não confiavam nem nos britânicos nem nos franceses no que constava à segurança colectiva, uma vez que não tinham ajudado Espanha contra os fascistas liderados por Franco nem tinham protegido a Checoslováquia dos nazistas. Eles também suspeitas de que os Aliados Ocidentais preferiam que a União Soviética lutasse contra a Alemanha, por si só, enquanto eles observavam à margem. [14] Tendo em conta estas preocupações, a União Soviética abandonou as conversações e resolveu encetar negociações com a Alemanha.

A 23 de Agosto de 1939, a União Soviética e a Alemanha nazi, assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop, apanhando os aliados de surpresa. Os dois governos anunciaram o acordo apenas como um tratado de não-agressão. No entanto, como um apêndice segreto revelava, eles tinham concordado com a partilha da Polónia e em dividir a Europa Oriental em esferas de influência Soviética e Alemã [d]. O Pacto Molotov-Ribbentrop, tem sido descrito como uma "licença para a guerra" e foi uma factor fundamental na decisão de Hitler invadir a Polónia. [1][15]

O tratado dava aos soviéticos um espaço extra para a defensa no oeste. [16] Além disso, oferecia-lhes uma oportunidade de reconquistarem territórios cedidos à Polónia vinte anos antes e permitia unir pela primeira vez em um mesmo Estado as regiões orientais e ocidentais da Ucrânia e da Bielorrússia, povos sob governo soviético. [17] O líder soviético Joseph Stalin viu vantagens em uma guerra na Europa Ocidental, o que poderia enfraquecer os sua inimigos ideológicos e abrir novas regiões para o avanço do comunismo [18] [f].

Assim que os alemães invadiram a Polónia a 1 de Setembro de 1939, os nazistas começaram a instar os dirigentes soviéticos para lançar o seu ataque à Polónia pela parte leste. O embaixador alemão em Moscovo, Werner Friedrich von der Schulenburg e o Ministro Soviético dos Negócios Estrangeiros, Vyacheslav Molotov, trocaram uma série de comunicados diplomáticos sobre o assunto.[3]

Molotov apresentou o lado político da questão e afirmou que o governo soviético tinha intenção de aproveitar a ocasião do avanço das tropas alemãs para declarar que a Polónia se estava a desmoronar e que era necessário que a União Soviética, em consequência disso, para ajudar os Ucranianos e os Bielorrussos "ameaçados" pela Alemanha interviesse. Este argumento torna a intervenção da União Soviética plausível para as massas e, ao mesmo tempo, evitava que a União Soviética surja como um agressor.
— Friedrich-Werner von der Schulenburg, embaixador alemão em Moscovo, em um telegrama para o Ministro Alemão dos Negócios Estrangeiros, Moscovo, 10 de Setembro de 1939[19]

Os soviéticos atrasaram a sua intervenção por várias razões. Eles estavam ocupados com acontecimentos cruciais nas suas disputas fronteiriças com o Japão e precisavam de tempo para mobilizar o Exército Vermelho e, também viram uma vantagem diplomática em espera até que a Polónia se tivesse desintegrado, antes de fazerem a sua jogada. [20][21] A 17 de Setembro de 1939, Molotov declarou no rádio que todos os tratados entre a União Soviética e a Polónia passavam a ser considerados nulos[g], porque o Governo polaco tinha abandonado o seu povo e efectivamente deixado de existir. Além disso, os soviéticos tinham que ter em consideração que a França e a Grã-Bretanha tinham prometido à Polónia que, em caso de guerra, enviariam dentro de duas semanas forças expedicionárias (através da Roménia). A data exacta da invasão soviética poderia ter sido simplesmente uma soma da data em que a França e o Reino Unido declararam guerra à Alemanha, mais 14 dias equivalentes a 17 de Setembro de 1939 e, vendo que não haviam forças franco-britânicas a aproximarem-se dos portos marítimos da Roménia, os soviéticos decidiram atacar.

A falta de vontade de Stalin para ajudar a Alemanha nazi na guerra foi motivada pela sua própria estratégia, baseada na crença de que deveria deixar os estados capitalistas ocidentais e a Alemanha nazista perderem forças, em guerras uns contra os outros, antes que ele tivesse que lutar com eles. A incapacidade de os franceses e os britânicos ajudarem a Polónia quer enviando forças expedicionárias, ou iniciando uma ofensiva terrestre contra a Alemanha nazi, ou mesmo efectuando bombardeamentos às zonas industriais na parte ocidental da Alemanha, foi uma decepção para Stalin, uma vez que o banho de sangue entre os inimigos do comunismo não ocorreria como Estaline desejava. [22] Nesse mesmo dia, o Exército Vermelho cruzou a fronteira para invadir a Polónia.[23][20]

Distribuição das divisões Polacas a 1 de setembro de 1939.
A maioria das forças polacas estavam concentrados na
fronteira alemã. A fronteira soviética tinha sido
praticamente despojada de unidades.
Divisão da Europa, previstos e real de acordo com o
Pacto Molotov-Ribbentrop, com posteriores adaptações.
Soldados soviéticos
na Polônia em 1939.

Campanha militar

O Exército Vermelho entrou nas regiões do leste da Polónia, com sete exércitos de campo constituídos por 450.000 a 1.000.000 tropas. [23] Foram mobilizados em duas frentes: a Frente Bielorrussa sob o comando de Mikhail Kovalyov e a Frente Ucraniana com Semyon Timoshenko no comando. [23] Nesta altura, os polacos não estavam preocupados em defender as suas fronteiras ocidentais e, em resposta às incursões alemãs tinham lançado um grande contra-ofensiva na Batalha de Bzura. O Exército polacos originalmente tinha um plano defensivo bem desenvolvido para lidar com a ameaça da União Soviética, mas estavam completamente despreparados para enfrentar duas invasões de uma só vez, nem os estrategas militares polacos acreditavam que fizesse algum sentido oferecer mais do que uma resistência simbólica se fossem atacados pelos alemães e pelos soviéticos. No entanto, apesar dessa crença, os militares polacos não desenvolveram um plano de evacuação para essa contingência. Por isso, muitos soldados polacos morreram em um esforço de guerra que estava condenado à partida. [24] Na altura em que os soviéticos invadiram a Polónia, os comandantes polacos tinha enviado a maior parte das suas tropas para oeste para enfrentar os alemães, deixando o leste protegido por apenas 20 batalhões desfalcados. Esses batalhões consistiam em cerca de 20.000 tropas do corpo de defesa de fronteira (korpus Ochrony Pogranicza), sob o comando do General Wilhelm Orlik-Rueckemann. [5][23]

Ao principio, o comandante-em-chefe polaco, Marechal da Polónia Edward Rydz-Śmigły, ordenou as forças de fronteira para resistirem às forças soviéticas. Mas mudou de ideias após consultar o Primeiro-Ministro Felicjan Sławoj Składkowski e ordenou-lhes que recuassem e apenas enfrentassem os soviéticos em auto-defesa. [5][25]

Ficheiro:Armiya osvobozhdenya.jpg
Poster soviético sobre a invasão que mostra um camponês da Polónia a beijar um soldado do "exército de libertação." A propaganda oficial da URSS afirmava que o exército vermelho entrou na Polónia para libertar e proteger os "irmãos ucranianos e bielorrussos." O texto diz: "O nosso exército, é um exército que liberta trabalhadores." Assinado: Josef Staline.
Os soviéticos entraram. Ordenei a retirada total para a Roménia e a Hungria pela rota mais curta. Não se combate os bolcheviques a menos que eles ataquem ou tentar desarmar as unidades. As tarefas para Varsóvia e as outras cidades é a de se defenderem sózinhas dos alemães - sem alterações. As cidades abordadas pelos bolcheviques deveram negociar a retirada das suas guarnições para a Hungria ou a Roménia.
— Edward Rydz-Śmigły, Comandante-em-chefe das forças armadas polacas, 17 de Setembro de 1939[26]

Os dois conjuntos de ordens opostas levou à confusão, [23] e quando o Exército Vermelho atacou as unidades polocas, inevitavelmente eclodiram confrontos e pequenas batalhas. [5] A resposta agressiva das etnias não polacas à situação acrescentou uma nova complicação. Em alguns casos, Ucranianos [m], Bielorrussos[27] e judeus [28] congratularam-se com as tropas invasoras aclamando-as como libertadores. A Organização dos Nacionalistas Ucranianos revoltaram-se contra os polácos e os partisans comunistas, organizando revoltas locais, como por exemplo, no Skidel [23][j].

Os planos militares polacos originais era o de voltar a recuar e reagrupar ao longo da Bridgehead romena, uma área no sudeste da Polónia perto da fronteira com a Roménia. A ideia foi a de adoptar posições defensivas lá e esperar pelo prometido apoio francês e britânico no oeste para relançarem o ataque a partir daquele ponto. Este plano presumia que a Alemanha teria de reduzir as suas operações na Polónia, a fim de lutar em uma segunda frente. [23] As forças polacas aliadas esperavam aguentar essa situação vários meses, mas o ataque soviético tornou essa estratégia obsoleta.

O políticos polácos e os líderes militares sabiam que estavam a perder a guerra contra a Alemanha, mesmo antes da invasão soviética ter dado o golpe final. [23] No entanto, recusaram-se a render-se ou a negociar um acordo de paz com a Alemanha. Em vez disso, o governo polaco ordenou a todas as unidades militares para evacuar a Polónia e a reagruparem-se em França. [23] O próprio governo cruzou a fronteira com a Roménia, cerca da meia-noite do dia 17 de Setembro de 1939 em Zaleszczyki. Os polacos continuaram a movimentar as unidades para a área da bridgehead romena, sustendo os ataques alemães em um flanco e, ocasionalmente, as tropas soviéticas no outro. Nos dias seguintes à ordem de evacuação, os alemães derrotaram os Exércitos polacos de Cracóvia e Lublin na Batalha de Tomaszow Lubelski que durou de 17 de Setembro a 20 de Setembro de 1939. [29]

As unidades Soviéticas encontravam frequentemente os seus homólogos alemães avançando na direção oposta. Vários exemplos de co-operação ocorram entre os dois exércitos no campo. A Wehrmacht passou pela Fortaleza de Brest que havia sido capturada após a Batalha de Brzesc Litewski pela 29ª Brigada de Tanques Soviética a 17 de Setembro. [30] O General alemão Heinz Guderian e o Brigadeiro Soviético Semyon Krivoshein realizada uma parada conjunta na cidade.[30] Lwów (Lviv) rendeu-se a 22 de Setembro, depois de os alemães entregaram o cerco aos soviéticos. [31][32] As forças soviéticas haviam tomado Wilno a 19 de Setembro, após uma batalha de dois dias e conquistaram Grodno a 24 de Setembro, após uma batalha de quatro dias. Até 28 de Setembro, o Exército Vermelho tinha alcançado a linha dos rios Narew, Bug Ocidental, Vistula e San, a fronteira acordada previamente com os alemães. Além disso, bolsas de resistência polaca no Espaço fortificado Sarny em Volhynian, perto da fronteira anterior a 1939, resistiram até 25 de setembro.

Apesar de uma vitória táctica polaca a 28 de Setembro, na Batalha de Szack, o resultado final do conflito nunca esteve em dúvida. [33] Milícias de voluntários civis e unidades reorganizadas, recuaram e ficaram cercadas na capital polaca, Varsóvia, até 28 de Setembro. A Fortaleza de Modlin, a norte de Varsóvia, rendeu-se no dia seguinte após intensos dezesseis dias de batalha. A 1 de Outubro, as tropas soviéticas forçaram as forças polacas a recuar para a floresta de Wytyczno, onde se deu um dos últimos confrontos directos da campanha. [34]

Algumas guarnições polacas isoladas, conseguiram aguentar as suas posições durante algum tempo depois de cercadas. A última unidade operacional do Exército Polaco a render-se foi o Grupo Operacional Polaco independente (Samodzielna Grupa Operacyjna "Polesie") sob o comando do General Franciszek Kleeberg. Kleeberg rendeu-se a 6 de Outubro, após os quatro dias da Batalha de Kock (perto de Lublin), que encerrou a Campanha. Os soviéticos foram vitoriosos e a 31 de Outubro, Molotov reportou ao Soviete Supremo:

"Um breve golpe dado pelo exército alemão e, posteriormente, pelo Exército Vermelho, foi o suficiente para não sobrar nada desta criatura feia do Tratado de Versalhes."
— Vyacheslav Molotov, Ministro Soviético dos Negócios Estrangeiros, 31 de Outubro de 1939[35]
Situação depois se 14 de Setembro de 1939 Encontro de oficiais Soviéticos e alemães
após a invasão Soviética da Polónia.
Linha de demarcação entre
as forças militares alemãs
e soviéticas, após a invasão
da Polónia em Setembro de 1939.

Reacção dos aliados

A reação da França e da Grã-Bretanha à situação da Polónia foi silenciada, uma vez que não queriam um confronto com a União Soviética, nessa fase. [36] Nos termos do acordo anglo-polaco de 25 de Agosto de 1939, os britânicos tinham prometido à Polónia assistência se fosse atacada por uma potência europeia [k], mas quando embaixador polaco Edward Raczyński recordou ao Secretário de Estado, Lord Halifax o pacto. Ele, sem rodeios, disse que era opção da Grã-Bretanha declarar ou não guerra à União Soviética. [36] O Primeiro-Ministro britânico, Neville Chamberlain considerou tornar público um compromisso de restaurar o Estado Polaco, mas no final emitiu apenas declarações gerais de condenação ao acto soviético. [36]

Os franceses também haviam feito promessas à Polónia, incluindo a prestação de serviços de apoio e estas não foram honrados. Quando os soviéticos invadiram a Polónia, os franceses e os britânicos decidiram que não havia nada que pudesse fazer para ajudar a Polónia a curto prazo e, começaram a planear uma vitória a longo prazo. Os franceses tinham avançado timidamente no Sahara, no início de Setembro, mas após a derrota polaca, recuaram, a 4 de Outubro, para trás da Linha Maginot. [37] Muitos polacos, ressentiram-se desta falta de apoio dos seus aliados ocidentais o que suscitou um sentimento de traição duradouro.

Desfecho

Prisioneiros de guerra polacos capturados pelo Exercito Vermelho durante a invasão
Policias e civis polacos "inimigos do povo" capturados pelo Exercito Vermelho durante a invasão

Em Outubro de 1939, Molotov relatou ao Soviete Supremo de que os soviéticos tinham sofrido 737 mortos e 1.862 feridos durante a campanha, apesar de especialistas polacos afirmarem que ouve 3.000 mortes e 8.000 a 10.000 feridos [e] e do lado polaco, entre 6000 e 7000 soldados mortos nos combates com o Exército Vermelho e 230.000 a 450.000 prisioneiro. [5][38] Os soviéticos frequentemente não honravam os termos da rendição. Em alguns casos, eles prometiam aos soldados polacos liberdade e, em seguida, prendiam-nos assim que estes lhes entregavam as armas.[23]

A União Soviética tinha deixado de reconhecer o estado polaco, no início da invasão.[3][4] Como resultado dessa acção, os dois governos nunca declararam guerra oficialmente entre eles. Os soviéticos, por conseguinte, não classificavam os militares polacos presos como prisioneiros de guerra, mas como rebeldes contra o novo governo legal da Bielorrússia e da Ucrânia [n]. Os soviéticos mataram dezenas de milhares de polacos prisioneiros de guerra. Alguns, como o General Józef Olszyna-Wilczyński que foi capturado, interrogado e fuzilado a 22 de Setembro, foram executados durante a campanha. [39][40]

A 24 de Setembro, os soviéticos mataram quarenta e dois funcionários e pacientes de um hospital militar polaco, na aldeia de Grabowiec, perto de Zamość.[41] Os soviéticos também executaram todos os oficiais polacos que capturaram após a Batalha de Szack, a 28 de Setembro de 1939.[33] Mais de 20.000 militares polacos e civis pereceram no massacre de Katyn [23][30] e cerca de 300 polacos foram executados após a Batalha de Grodno.[42]

A tortura foi utilizada em larga escala em várias prisões, especialmente as das pequenas cidades. Os presos foram escaldados com água a ferver em Bobrka, em Przemyslany, cortaram o nariz, as orelhas, os dedos e arrancavam os olhos, em Czortków, cortaram as mamas às mulheres e em Drohobycz, as vítimas eram ligadas entre si com arame farpado. Atrocidades semelhantes ocorreram em Sambor, Stanislawow, Stryj e Zloczow. [43] Além disso, em Podolian uma cidade de Czortków, eclodiu uma revolta polaca em janeiro de 1940 que foi brutalmente reprimida pelos soviéticos. Segundo o historiador Jan T. Gross;

"Não podemos fugir à conclusão: Os órgãos estatais de segurança Soviéticos, torturavam os seus prisioneiros não só para obter confissões, mas também para os levar à morte. Não que o NKVD tivesse sádicos nas suas fileiras que tivessem fúrias descontroladas de chacina, antes pelo contrário, foi um processo amplo e sistemático"[44].

Os polacos e os soviéticos restabeleceram relações diplomáticas em 1941, na sequência do Acordo Sikorski-Mayski, mas os soviéticos quebraram-no outra vez em 1943 após o governo polaco exigir uma análise independente do recentemente dos esqueletos descobertos nas valas comuns de Katyn. [45] Os soviéticos em seguida, pressionaram os aliados ocidentais a reconhecer o governo polaco pró-soviético de Wanda Wasilewska em Moscovo.[46]

A 28 de Setembro de 1939, a União Soviética e a Alemanha tinham mudado os termos do secreto Pacto Molotov-Ribbentrop. Eles mudaram para a Lituânia a esfera de influência soviética e deslocaram a fronteira a leste, na Polónia, dando mais território à Alemanha. [47] Com este acordo, muitas vezes descrito como a quarta partição da Polónia, [23] a União Soviética assegurava quase todos os território polacos a leste da linha dos rios Pisa, Narew, Western Bug e San. Isto aumentou o território soviético em cerca de 200.000 quilómetros quadrados de terra, habitada por 13,5 milhões de cidadãos polacos. [25]

O Exército Vermelho havia semeado confusão entre os moradores locais, afirmando que eles estavam ali para salvar a Polónia dos Nazis.[48] Mas os seus avanços, surpreendiam as comunidades polacas e os seus líderes que não msido informados com responder a uma invasão soviética. Os cidadãos Polacos e judeus podem, no inicio, ter preferido um regime soviético a um alemão, [49] no entanto, os soviéticos foram rápidos a impor a sua ideologia sobre os modos de vida locais. Por exemplo, os Soviéticos começaram rapidamente a confiscar, nacionalizar e a redistribuição todos as propriedades privadas e estatais polacas.[50] Durante os dois anos após a anexação, os soviéticos também prenderam cerca de 100.000 cidadãos polacos [51] e deportados entre 350.000 a 1.500.000, dos quais morreram entre 250.000 e 1.000.000, na sua maioria civis[b].[52]

Generais Heinz Guderian (centro) e Semyon Krivoshein (direita) em uma parada militar em Brest. Nota de Lavrenty Beria aceite pelos membros do Politburo do Partido Comunista Soviético Documento a confirmar a decisão das execuções em massa dos oficiais polacos - prisioneiros de guerra - datado de 5 de Março de 1940. Esta imagem, mostra apenas a primeira página do documento que fala dos alegados movimentos de resistência dentro do movimento dos oficiais polacos capturados. A segunda página dá instruções à NKVD para aplicar "a solução suprema, o fuzilamento" de 25,700 prisioneiros polacos. "Segundo Pacto Ribbentrop-Molotov"
de 28 de Setembro de 1939.
Mapa da Polonia assinado por Stalin e Ribbentrop ajustando definitivamente a fronteira Germano-Soviética após o desfecho da invasão da Polónia.

Territórios da Segunda República Polaca anexada pela União Soviética

Dos 13,5 milhões de civis que viviam nos territórios recém-anexados, os polacos eram o maior grupo étnico, mas os Bielorrússos e os Ucrânianos em conjunto constituíam mais de 50% da população [c]. A anexação não deu à União Soviética o controlo de todas as áreas onde viviam Bielorrussos ou Ucranianos, alguns dos quais ficaram a oeste da nova fronteira germano-soviético[l], Não obstante, foram unificados a grande maioria dos dois povos no seio das expandidas repúblicas soviéticas da Bielorrússia e da Ucrânia.

A 26 de Outubro de 1939, foram realizadas eleições para as assembleias bielorrussa e ucraniana, conferindo validade à anexação[i]. Os Bielorrussos e os Ucranianos da Polónia tinham sido cada vez mais alienados pelo Politização política do governo polaco e pela sua repressão dos movimentos separatistas, por isso sentiram pouca lealdade para com o Estado polaco. [53][54] No entanto, nem todos os Bielorrussos e da Ucranianos, confiavam no regime soviético responsável pela fome ucraniana de 1932-33.[48] Na prática, os pobres geralmente congratularam-se com os soviéticos e as elites tenderam a unirse na oposição, apesar de apoiarem a reunificação.[53][55]

Um poster de propaganda soviético proclamando os avanços do Exercito Vermelho na Ucrania Ocidental, como os libertadores da Ucrania. O texto em Ucraniano diz: "Nós esticamos a mão para os nossos irmãos, para que possam endireitar as costas e deitar fora o jugo do chicotes que durou séculos." A pessoa que chicoteava um camponês nas costas, vestindo um uniforme militar polaco, poderia ser interpretada como uma caricatura de Piłsudski.
Um cartaz de propaganda soviética dirigida à população ocidental ucraniana. O texto em ucraniano diz: "eleitores do povo trabalhador! Votem para a adesão da Ucrânia ocidental com a Ucrânia Soviética, para uma unida, livre e próspera República Socialista Soviética da Ucrânia. Vamos eliminar para sempre a fronteira entre a Ucrânia Ocidental e a soviética. Viva a República Socialista Soviética da Ucrânia!"

Os soviéticos rapidamente introduziram políticas de Sovietização na Bielorrússia Ocidental e na Ucrânia Ocidental, incluindo a coletivização obrigatória de toda a região. No processo, eles impiedosamente eliminaram partidos políticos e associações públicas e os seus líderes foram presos e executados como "inimigos do povo".[48] As autoridades também reprimiram a Organização Nacionalista Ucraniana de teor antipolaco que tinha resistido ativamente ao regime polaco desde os anos 1920, apesar da sua mudança de chefia, os nacionalistas ucranianos continuavam a apontar para um Estado ucraniano independente unificado.[55][56] A unificações de 1939 foi um acontecimento decisivo na história da Ucrânia e da Bielorrússia, porque foram criadas duas repúblicas independentes que se tornariam estados de direito a partir de 1991.[57]

''Desde 1654, quando os czares começaram progressivamente a estender o seu controle sobre a Ucrânia, os ucranianos haviam vivido em dois mundos distintos: um governado pelos russos outro por polacos ou austríacos. Como resultado da Segunda Guerra Mundial, a dicotomia Oriente/Ocidente ucraniana finalmente deixou de existir, pelo menos no plano político. O processo de fusão e de unificação de dois longas-ramos separados do povo ucraniano, foi não só um aspecto importante do pós-guerra, mas um acontecimento de significado histórico na história da Ucrânia.

Censura

Os censores soviéticos posteriores suprimiram muitos detalhes da invasão de 1939 e das suas consequências.[59] O Politburo tinha desde o inicio chamado à operação de "campanha de libertação" e, mais tarde, declarações e publicações Soviética nunca fugiram dessa linha.[60] A 30 de novembro de 1939, Stalin afirmou que não foi a Alemanha que tinha atacado a França e a Inglaterra, mas sim a França e a Inglaterra, que tinha atacado Alemanha [61] e no mes de Março seguinte, Molotov alegou que a Alemanha havia tentado fazer a paz e que esta havia sido negada pelos "imperialistas anglo-franceses" [o]. Os governos Soviéticos posteriores negaram que alguma vez se tinha feito um protocolo secreto para o Pacto Molotov-Ribbentrop, mas quando o documento foi descoberto em arquivos soviéticos no ano de 1989, a verdade foi finalmente reconhecida. [1] A censura também foi aplicada na República Popular da Polónia, para preservar a imagem da amizade Polaco-Soviética promovida pelos dois governos comunistas. a política oficial permitia apenas que se fala-se da campanha de 1939, retratando apenas a reunificação dos povos bielorrusso e ucraniano e uma libertação do povo polaco da oligarquia capitalista. As autoridades desencorajavam fortemente qualquer outro estudo ou ensaio sobre o tema[10].[30] No entanto, diversas publicações clandestinas (bibuła) abordavam a questão,[34] bem como outros meios de comunicação, tais como a canção de protesto de 1982 de Jacek Kaczmarski (Ballada wrześniowa.).[62]

Referências

Adendas

a. ^ Increasing numbers of KOP units, as well as most Polish Army units stationed in the East during peacetime, were sent to the Polish-German border before or during the German invasion. KOP forces guarding the eastern border numbered around 20,000.[23] On 21 September 1939, an improvised KOP "army" had a strength of 8,700 troops. Polish army units which fought the Soviets had mostly been disrupted and weakened by their retreat from the Germans, making estimates of their strength problematic; it is estimated about 250,000 of such troops found themselves in the line of Soviet advance and offered sporadic resistance.[23] The total Polish army on 1 September 1939, counting un-mobilised (and sometimes, never mobilised) units, numbered about 950,000.[47] Historians agree that the vast majority of these forces never saw action against the Soviets.

b. 1 2 The exact number of people deported in the period 1939–1941 remains unknown, and estimates vary from between 350,000[63] and (old WWII estimates by the Polish Underground State) over two million. The first figure is based on NKVD records and does not include the roughly 180,000 prisoners of war in Soviet captivity. Most modern historians estimate the number of all people deported from areas taken by the Soviet Union during this period at between 800,000 and 1,500,000. For example, Rummel estimates the number at 1,200,000 and Kushner and Knox at 1,500,000.[64] Bernd Wegner quotes Norman Davies's estimate that half of an approximately one million deported Polish citizens were dead by the time the Sikorski-Mayski Agreement was signed in 1941.[65]

The mass deportations were motivated by class warfare—Soviet propaganda hammered home the message that they were fighting a war against barbarism on behalf of civilization—and obsessive security concerns. Less openly admitted advantages of the deportations were the redistribution of deportees' housing and land, the establishment of a back-up labour force prior to the inevitable war with Germany, and the radical alteration of the ethnic demographic of the annexed region.[52]

c. ^ Among the population of Eastern territories were circa 38% Poles, 37% Ukrainians, 14.5% Belarusians, 8.4% Jewish, 0.9% Russians and 0.6% Germans.[66]

d. ^ Estonia and Latvia were placed in the Soviet sphere of influence and Lithuania in the German. According to Joachim von Ribbentrop, Germany had agreed to what Britain had refused: a free hand in the Baltic and a free hand in the Balkan states. On 28 September, the border was redefined by adding the area between the Vistula and Bug to the German sphere and moving Lithuania into the Soviet sphere.[67]

e. ^ "Polish specialists claim up to 3000 killed and 8,000–10,000 wounded."[68]

f. ^ On 7 September 1939, Stalin told the secretary general of the Comintern, Georgi Dimitrov: "War is going on between two groups of capitalist countries…for the division of the world, for domination of the entire world. We are not against their tearing one another to pieces and weakening one another." He called Poland a fascist state which had oppressed Ukrainians, Byelorussians and others, and stressed that "the liquidisation of this government under present conditions would mean one fascist government less. It wouldn’t be so bad if as a result of the destruction of Poland we extended the socialist system to new territories and populations."[69]

g. ^ The Soviets in effect repudiated the Riga Peace Treaty and the Soviet-Polish Non-Aggression Pact. They also violated the 1919 Covenant of the League of Nations (to which the USSR subscribed in 1934), the Briand-Kellog Pact of 1928 and the 1933 London Convention on the Definition of Aggression.[70]

h. ^ "The USSR proposed a ten-year Anglo-French-Soviet alliance which would include Rumania and Poland."[71]

i. ^ The voters had a choice of only one candidate for each position of deputy; the communist party commissars then provided the assemblies with resolutions that would push through nationalization of banks and heavy industry and transfers of land to peasant communities.[72]

j. ^ For other examples, described by an officer witness, see: Bronisław Konieczny, in Mój wrzesień 1939. Pamiętnik z kampanii wrześniowej spisany w obozie jenieckim and Moje życie w mundurze. Czasy narodzin i upadku II RP.

k. ^ The "Agreement of Mutual Assistance between the United Kingdom and Poland" (London, 25 August 1939) states in Article 1: "Should one of the Contracting Parties become engaged in hostilities with a European Power in consequence of aggression by the latter against that Contracting Party, the other Contracting Party will at once give the Contracting Party engaged in hostilities all the support and assistance in its power."[73]

l. ^ Some Ukrainians and Belarusians lived in the areas traded to Germany by the Soviets in the agreement of 28 October. For example, Chełm and Lemkivshchyna (Łemkowszczyzna), both with significant Ukrainian populations, were among the Ukrainian enclaves left in German-occupied Poland (see maps).

m. ^ "How are we … to explain the phenomenon of Ukrainians rejoicing and collaborating with the Soviets? Who were these Ukrainians? That they were Ukrainians is certain, but were they communists, Nationalists, unattached peasants? The answer is "yes—they were all three".[74]

n. ^ "The Soviet Union's invasion and occupation of Eastern Poland in September 1939 was a clear act of aggression in international law…But the Soviets did not declare war, nor did the Poles respond with a declaration of war. As a result there was confusion over the status of soldiers taken captive and whether they qualified for treatment as PoWs. Jurists consider that the absence of a formal declaration of war does not absolve a power from the obligations of civilised conduct towards PoWs. On the contrary, failure to do so makes those involved, both leaders and operational subordinates, liable to charges of War Crimes and Crimes against Humanity."[75]

o. ^ "It is generally known, however, that the British and French governments turned down German peace efforts, made public by her already at the end of last year, which for its part, owed to preparations to escalate the war." Vyacheslav Molotov, 29 March 1940.[76]

Notas

Esta secção lista todos os detalhes de fontes da Internet citadas neste artigo e referências curtas de livros impressos. Para detalhes completos em livro, veja a Bibliografia mais abaixo.

  1. a b c d Anna M. Cienciala (2004). The Coming of the War and Eastern Europe in World War II (lecture notes, University of Kansas). Retrieved 15 March 2006.
  2. German diplomats had urged the Soviet Union to intervene against Poland from the east since the beginning of the war. Roberts, Geoffrey (1992). The Soviet Decision for a Pact with Nazi Germany. Soviet Studies 44 (1), 57–78; The Reich Foreign Minister to the German Ambassador in the Soviet Union (Schulenburg) @ Avalon Project and some following documents. The Soviet Union was reluctant to intervene as Warsaw hadn't yet fallen. The Soviet decision to invade the eastern portions of Poland earlier agreed as the Soviet zone of influence was communicated to the German ambassador Friedrich Werner von der Schulenburg on 9 September, but the actual invasion was delayed for more than a week. Roberts, Geoffrey (1992). The Soviet Decision for a Pact with Nazi Germany. Soviet Studies 44 (1), 57–78; The German Ambassador in the Soviet Union (Schulenburg) to the German Foreign Office @ Avalon Project. Polish intelligence became aware of the Soviet plans around 12 September.
  3. a b c Telegrams sent by Schulenburg, German ambassador to the Soviet Union, from Moscow to the German Foreign Office: No. 317 of 10 September 1939, No. 371 of 16 September 1939, No. 372 of 17 September 1939. The Avalon Project, Yale Law School. Retrieved 14 November 2006.
  4. a b (Polonês) 1939 wrzesień 17, Moskwa Nota rządu sowieckiego nie przyjęta przez ambasadora Wacława Grzybowskiego (Note of the Soviet government to the Polish government on 17 September 1939, refused by Polish ambassador Wacław Grzybowski). Retrieved 15 November 2006; Degras, pp. 37–45. Extracts from Molotov's speech on Wikiquote. Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "note" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  5. a b c d e (Polonês) Edukacja Humanistyczna w wojsku. 1/2005. Dom wydawniczy Wojska Polskiego. (Humanist Education in the Army.) 1/2005. Publishing House of the Polish Army). Retrieved 28 November 2006.
  6. M.I.Mel'tyuhov. Stalin's lost chance. The Soviet Union and the struggle for Europe 1939–1941, p.132. Мельтюхов М.И. Упущенный шанс Сталина. Советский Союз и борьба за Европу: 1939–1941 (Документы, факты, суждения). — М.: Вече, 2000.
  7. (Polonês) obozy jenieckie żołnierzy polskich (Prison camps for Polish soldiers). Encyklopedia PWN. Retrieved 28 November 2006.
  8. Rummel, p.130; Rieber, p. 30.
  9. Rieber, p 29.
  10. a b Predefinição:Wikiref; Predefinição:Wikiref See also: Education in the People's Republic of Poland.
  11. Shaw, p 119; Neilson, p 298.
  12. "Natural Enemies: The United States and the Soviet Union in the Cold War 1917-1991" by Robert C. Grogin 2001 Lexington Books page 28
  13. "Scandinavia and the Great Powers 1890-1940"Patrick Salmon 2002 Cambridge University Press
  14. Kenez, pp. 129–31.
  15. Davies, Europe: A History, p. 997.
  16. Dunnigan, p. 132.
  17. Sanford, pp. 20–25; Snyder, p. 77.
  18. Gelven, p.236.
  19. The Avalon Project at Yale Law School; The German Ambassador in the Soviet Union, (Schulenburg) to the German Foreign Office, Telegram VERY URGENT Moscow, September 10, 1939-9:40 p. m. STRICTLY SECRET
  20. a b Zaloga, p 80. Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Zaloga-blitz" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  21. Weinberg, p. 55.
  22. Degras, pp. 37–45. Extracts from Molotov's speech on Wikiquote.
  23. a b c d e f g h i j k l m n Sanford, p. 20–24.
  24. Szubański, Plan operacyjny "Wschód".
  25. a b Gross, p. 17.
  26. Sowiety wkroczyły. Nakazuję ogólne wycofanie na Rumunię i Węgry najkrótszymi drogami. Z bolszewikami nie walczyć, chyba w razie natarcia z ich strony albo próby rozbrojenia oddziałów. Zadania Warszawy i miast które miały się bronić przed Niemcami - bez zmian. Miasta do których podejdą bolszewicy powinny z nimi pertraktować w sprawie wyjścia garnizonów do Węgier lub Rumunii. Andrzej M. Kobos, "Agresja albo nóż w plecy" (Polonês)
  27. Piotrowski, p 199.
  28. Gross, pp. 32–33.
  29. Taylor, p. 38.
  30. a b c d Fischer, Benjamin B., ""The Katyn Controversy: Stalin's Killing Field", Studies in Intelligence, Winter 1999–2000. Retrieved 16 July 2007.
  31. (Polonês) Artur Leinwand (1991). «Obrona Lwowa we wrześniu 1939 roku». Instytut Lwowski  Retrieved 16 July 2007.
  32. Ryś, p 50
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  34. a b Orlik-Rückemann, p. 20.
  35. Moynihan, p. 93; Tucker, p. 612.
  36. a b c Prazmowska, pp. 44–45.
  37. Jackson, p. 75.
  38. (em russo) Отчёт Украинского и Белорусского фронтов Красной Армии Мельтюхов, с. 367. [1]. Retrieved 17 July 2007.
  39. Sanford, p. 23; (Polonês) Olszyna-Wilczyński Józef Konstanty, Encyklopedia PWN. Retrieved 14 November 2006.
  40. (Polonês) Śledztwo w sprawie zabójstwa w dniu 22 września 1939 r. w okolicach miejscowości Sopoćkinie generała brygady Wojska Polskiego Józefa Olszyny-Wilczyńskiego i jego adiutanta kapitana Mieczysława Strzemskiego przez żołnierzy b. Związku Radzieckiego. (S 6/02/Zk) Polish Institute of National Remembrance. Internet Archive, 16.10.03. Retrieved 16 July 2007.
  41. (Polonês) Rozstrzelany Szpital (Executed Hospital). Tygodnik Zamojski, 15 September 2004. Retrieved 28 November 2006.
  42. Investigation concerning the murder of approximately 300 civil and military
  43. Gross, p. 181
  44. Gross, p. 182
  45. Soviet note unilaterally severing Soviet-Polish diplomatic relations, 25 April 1943. English translation of Polish document. Retrieved 19 December 2005; Sanford, p. 129.
  46. Sanford, p. 127; Martin Dean Collaboration in the Holocaust. Retrieved 15 July 2007.
  47. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome PWN_KW_old
  48. a b c Davies, Europe: A History, pp. 1001–1003.
  49. Gross, pp. 24, 32–33.
  50. Piotrowski, p.11
  51. (Polonês) Represje 1939-41 Aresztowani na Kresach Wschodnich (Repressions 1939–41. Arrested on the Eastern Borderlands.) Ośrodek Karta. Retrieved 15 November 2006.
  52. a b Rieber, pp. 14, 32–37.
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  76. Molotov, V.M., Report On The Foreign Policy Of The Government, 29 March 1940. Moscow News, 1 April 1940. Retrieved 16 July 2007.
Bibliografia
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Ver também

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Ligações externas

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