Santa Cruz (Rio Grande do Norte)

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Santa Cruz
  Município do Brasil  
Santa Cruz vista do Santuário de Santa Rita de Cássia.
Santa Cruz vista do Santuário de Santa Rita de Cássia.
Santa Cruz vista do Santuário de Santa Rita de Cássia.
Símbolos
Bandeira de Santa Cruz
Bandeira
Brasão de armas de Santa Cruz
Brasão de armas
Hino
Gentílico santacruzense
Localização
Localização de Santa Cruz no Rio Grande do Norte
Localização de Santa Cruz no Rio Grande do Norte
Localização de Santa Cruz no Rio Grande do Norte
Santa Cruz está localizado em: Brasil
Santa Cruz
Localização de Santa Cruz no Brasil
Mapa
Mapa de Santa Cruz
Coordenadas 6° 13' 44" S 36° 01' 22" O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Norte
Municípios limítrofes Tangará, São Bento do Trairi, Lajes Pintadas, Campo Redondo, Japi e Sítio Novo
Distância até a capital 120 km
História
Fundação 1831 (193 anos)
Administração
Prefeito(a) Ivanildo Ferreira Lima Filho[1] (PSDB, 2021 – 2024)
Vereadores 13
Características geográficas
Área total [2] 624,356 km²
População total (estimativa IBGE/2021[2]) 40 295 hab.
 • Posição RN: 11º
Densidade 64,5 hab./km²
Clima Tropical semiárido (Bsh)
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,635 médio
 • Posição RN: 37°
PIB (IBGE/2019[4]) R$ 653 382,02 mil
PIB per capita (IBGE/2019[4]) R$ 16 468,77
Sítio www.santacruz.rn.gov.br (Prefeitura)

Santa Cruz é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte. Localiza-se a 114 km da capital do estado Natal, a qual se liga através da BR-226. Abriga a Estátua de Santa Rita de Cássia, maior estátua religiosa da América Latina e maior estátua católica sacra do mundo[5] e segunda maior estátua do Brasil.[6]

Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 40 295 habitantes.

História[editar | editar código-fonte]

A área do atual município de Santa Cruz era primitivamente habitada pelos povos indígenas tapuias. A partir de 1831, Lourenço da Rocha, acompanhado de João da Rocha (irmão) e João Rodrigues da Silva (amigo e proprietário da Fazenda Cachoeira), iniciaram o povoamento do local, com uma economia baseada na atividade agropastoril, que logo denominaram "Malhada do Juazeiro" e, em seguida, "Santa Rita da Cachoeira".[7][8]

Na região havia uma grande de presença de inharés, árvore considerada "sagrada" pela população local e que, segundo a tradição, atraía grandes males caso algum de seus galhos fosse quebrado, como secas e epidemias de doenças. Conta a lenda que, certo dia, um missionário, sabendo dessa tradição, resolveu visitar o povoado e mandou erguer uma cruz, feita com alguns galhos dessa árvore. Em seguida, em frente à capela de Santa Rita de Cássia, foi cavado um grande buraco, onde foram colocadas todas as armas da população nativa por ordem desse missionário, sendo ali colocada aquela cruz. Com isso, os males teriam cessado e grandes fontes de água teriam jorrado, e muitos dos animais típicos da região teriam se tornado mansos. Com este fato, o povoado teve seu nome alterado para "Santa Cruz do Inharé".[7][8]

Em 1835, foi erguida a capela de Santa Rita de Cássia, que estimulou ainda mais o crescimento do povoado. Uma imagem da santa, vinda da fazenda Cachoeira, foi doada para a capela. No mesmo ano, a lei provincial nº 24, datada de 27 de março, eleva o povoado à condição de distrito, com a denominação "Santa Cruz da Ribeira do Trairi". Após vários anos de luta, em 11 de dezembro de 1876, pela lei provincial nº 777, ganhou autonomia política, desmembrando-se de São José de Mipibu. Dentre as figuras que lutaram pela emancipação destacam-se o padre Antônio Rafael Gomes de Melo, o tenente coronel Ivo Abdias Furtado de Mendonça e Menezes e os fazendeiros Trajano José de Faria e Félix Antônio de Medeiros. Em 30 de novembro de 1914, a lei estadual 372, a vila é elevada à condição de cidade, tendo sua denominação sido alterada para "Santa Cruz".[7][8]

O decreto estadual 603, de 31 de outubro de 1938, criou os distritos de Campo Redondo e Jericó, que tiveram suas denominações alteradas para Serra do Doutor e Melão, respectivamente, por força do decreto-lei estadual nº 268, de 30 de dezembro de 1943, voltando às suas denominações originais em 23 de dezembro de 1948, pela lei estadual nº 146. Em novembro de 1953, novas leis estaduais criaram os distritos de Jaçanã e Trairi (atual Coronel Ezequiel). Na mesma época, foi criado o distrito de Tangará, passando o município a ser constituído por quatro distritos. No dia 31 de dezembro de 1958, foram desmembrados os distritos de Tangará e Trairi, que deram origem ao município de Tangará, e Campo Redondo. Em 24 de outubro de 1962, um acórdão do Supremo Tribunal Federal extingue o município de Campo Redondo, que volta a pertencer a município de Santa Cruz, mas é novamente desmembrado em 26 de março de 1963. Desde então, o município de Santa Cruz conserva suas divisas aturais.[7][8]

Em novembro de 2007, no Monte Carmelo, teve início a construção de uma estátua dedicada à padroeira do município, Santa Rita de Cássia. As obras custaram mais de R$ 6 milhões e foram concluídas em 2010, sendo sua inauguração no dia 26 de junho. A escultura tem 56 metros de altura, incluindo o pedestal, sendo a estátua católica mais alta do planeta.[9][10]

Santuário Santa Rita de Cássia, Santa Cruz-RN

Geografia[editar | editar código-fonte]

Distante 120 km de Natal,[11] Santa Cruz ocupa uma área de 624,356 km²[2] (1,1823% da superfície estadual) e tem como limites: Sítio Novo, Lajes Pintadas e São Tomé a norte; São Bento do Trairi e Japi a sul; Tangará e Sítio Novo a leste; Campo Redondo, Lajes Pintadas, Coronel Ezequiel e São Bento do Trairi a oeste.[7] De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vigente desde 2017,[12] Santa Cruz pertence à região geográfica intermediária de Natal e à região imediata de Santa Cruz.[13] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião da Borborema Potiguar, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Agreste Potiguar.[14]

Santa Cruz e municípios limítrofes

O relevo do município, com altitudes entre duzentos e quatrocentos metros, está inserido na depressão sublitorânea, com terrenos de transição entre os tabuleiros costeiros e o Planalto da Borborema, do qual fazem parte as serras de Cunhaú, Jandaíra, Samanaú, Tapuia e dos Veados. Geologicamente, Santa Cruz está situado em área de abrangência de rochas metamórficas do embasamento cristalino, datadas do período Pré-Cambriano, entre 1,1 bilhão e 2,5 bilhões de anos.[7]

Paisagem da mata de caatinga na zona rural de Santa Cruz

Os solos predominantes são o planossolo sódico, pouco profundo, característico das áreas de relevo entre suave e ondulado, com alto grau de fertilidade, drenagem imperfeita e textura formada por areia e/ou argila, e o luvissolo (Bruno Não Cálcico Vértico), semelhante ao planossolo, mas com drenagem moderada e típico das áreas de relevo ondulado.[7] Há também os neossolos, também chamados de solos litólicos.[15] Sendo pouco desenvolvidos, sua vegetação é de pequeno porte, típica da caatinga hipoxerófila, resistente à seca. Entre as espécies mais encontradas estão o angico, a aroeira, a braúna, a catingueira, o juazeiro, o mandacaru, o marmeleiro e o umbuzeiro.[7]

Cortado pelos rios Cacaruaba e Inharé, Santa Cruz possui quase todo seu território na bacia hidrográfica do rio Trairi, que cobre 97% da área do município, estando os 3% restantes na bacia do rio Potenji. Dentre os riachos que passam pelo município estão: Bento Nunes, do Canivete, Catolé, da Chapada, da Cobra, do Exu, da Gameleira, Logradouro, Santa Rosa, Salgado, da Vela e Velho. Os principais reservatórios, com capacidade igual ou superior a cem mil metros cúbicos (m³) de água, são Inharé (17 600 000 m³), Santa Rita (776 000 m³), Recanto (297 800 m³) e Bom Sucesso (100 000 m³).[7]

O clima de Santa Cruz é semiárido, com baixo índice pluviométrico anual. Nos meses mais quentes, as temperaturas máximas chegam a 31 °C durante o dia, enquanto na época mais fria as mínimas podem ficar abaixo dos 20 °C. Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, entre agosto de 2010 e dezembro de 2019 a menor temperatura registrada em Santa Cruz foi de 15,4 °C em 30 de junho de 2018, e a maior atingiu 37,6 °C em 7 de abril de 2013. O menor índice de umidade relativa do ar (URA) foi de 20%, observado nos dias 11 de setembro de 2010, 28 de setembro de 2018 e 22 de novembro de 2019. Por sua vez, o maior acumulado de chuva em 24 horas alcançou 207,2 mm em 24 de janeiro de 2011, e a maior rajada de vento atingiu 18,6 m/s (66,1 km/h) em 16 de fevereiro de 2019.[16][17]

Dados climatológicos para Santa Cruz
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 36,6 36,5 36,8 37,6 35,4 34,3 33,4 35,3 35,9 36,6 36,9 36,8 37,6
Temperatura mínima recorde (°C) 19,6 18,8 20,2 18,3 18,5 15,4 16,5 16,2 16,9 18,2 18,9 18,6 15,4
Precipitação (mm) 45,2 55,6 89,2 93,4 58,1 50,7 41,7 18,8 7,3 1,5 3,4 6,3 471,2
Fonte: INMET (recordes de temperatura: 17/08/2010-presente a 04/12/2019)[16][17] e EMPARN (médias de precipitação: 1981-2020)[18]

Educação[editar | editar código-fonte]

O município de Santa Cruz apresenta três instituições públicas de ensino superior:

Referências

  1. Prefeito e vereadores de Santa Cruz tomam posse Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  2. a b c IBGE. «Brasil | Rio Grande do Norte | Santa Cruz». Consultado em 4 de março de 2022 
  3. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). «IDHM Municípios 2010». Atlas do Desenvolvimento Humano. Consultado em 31 de agosto de 2013. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2016 
  4. a b IBGE (2019). «Brasil | Rio Grande do Norte | Santa Cruz | Produto Interno Bruto dos Municípios». Consultado em 3 de março de 2022 
  5. Leite, Walter (2018). «Alto de Santa Rita de Cássia». Vá Conferir. Consultado em 29 de julho de 2021 
  6. Júnior, Amaury (14 de abril de 2021). «As maiores estátuas do Brasil». Blog do Amaury Jr. Consultado em 29 de julho de 2021 
  7. a b c d e f g h i Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA-RN) (2008). «Perfil do seu município: Santa Cruz» (PDF). Consultado em 26 de outubro de 2014 
  8. a b c d «História». Consultado em 26 de outubro de 2014 
  9. «Com 56 metros, imagem de Santa Rita de Cássia no RN é a estátua sacra mais alta do mundo». Band Online. 22 de janeiro de 2020. Consultado em 4 de março de 2022 
  10. «Teleférico de Santa Cruz embarca da Suíça para o RN, anuncia deputado». Agora RN. 10 de março de 2020. Consultado em 4 de março de 2022 
  11. IDEMA (2020). «Anuário estatístico do Rio Grande do Norte». Consultado em 3 de março de 2022 
  12. IBGE (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 29 de março de 2019. Cópia arquivada em 19 de setembro de 2017 
  13. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_DTB_2017
  14. IBGE (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 29 de março de 2019 
  15. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). «Mapa Exploratório-Reconhecimento de solos do município de Santa Cruz, RN» (PDF). Consultado em 9 de julho de 2015 
  16. a b Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «DADOS HISTÓRICOS ANUAIS». Consultado em 11 de julho de 2020 
  17. a b INMET. «Estação: SANTA CRUZ (A367)». Consultado em 11 de julho de 2020 
  18. Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). «Relatório pluviométrico». Consultado em 4 de março de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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