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Revisão das 23h34min de 29 de janeiro de 2008
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O Fado é um estilo musical português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e guitarra portuguesa.
Origem
A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino". De origem obscura, terá surgido provavelmente na primeira metade do século XIX.
Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos Mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no Fado, teriam sido herdadas daqueles cantos. No entanto, tal explicação é ingénua de uma perspectiva etnomusicológica.
Mais plausivelmente, a origem do fado parece despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha, e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o Lundu, no então rico caldo de culturas presentes em Lisboa, tendo como resultado a extraordinária canção urbana conhecida como "fado".
O fado de Lisboa
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3e/Fado-debora-rodrigues.jpg/300px-Fado-debora-rodrigues.jpg)
Provavelmente começou nas tabernas e nos pátios dos bairros populares (Alfama, Castelo, Mouraria, Bairro Alto, Madragoa), sendo cantado e ouvido pelo povo, até que a fidalguia começou a frequentar aqueles locais para o ouvir. A primeira cantadeira de fado de que se tem conhecimento foi Maria Severa.
Os temas mais cantados no fado são a saudade, a nostalgia, o ciúme, as pequenas histórias do quotidiano dos bairros típicos e as lides de touros. Eram os temas permitidos pela ditadura de Salazar, que permitia também o fado trágico, de ciúme e paixão resolvidos de forma violenta, com sangue e arrependimento. Letras que falassem de problemas sociais, políticos ou quejandos eram reprimidos pela censura.
Deste fado "clássico" (também conhecido por fado castiço) são expoentes mais recentes Carlos Ramos, Alfredo Marceneiro, Berta Cardoso, Maria Teresa de Noronha, Hermínia Silva, Fernando Farinha, Fernando Maurício, Lucília do Carmo, Manuel de Almeida, entre outros – todos já desaparecidos.
O fado moderno iniciou-se e teve o seu apogeu com Amália Rodrigues. Foi ela quem popularizou fados com letras de grandes poetas, como Luís de Camões, José Régio, Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, David Mourão-Ferreira, José Carlos Ary dos Santos e outros, no que foi seguida por outros fadistas como João Ferreira-Rosa, Teresa Tarouca, Carlos do Carmo, Beatriz da Conceição, Maria da Fé. Também João Braga tem o seu nome na história da renovação do fado, pela qualidade dos poemas que canta e musica, dos autores já citados e de Fernando Pessoa, António Botto, Affonso Lopes Vieira, Sophia de Mello Breyner Andresen, Miguel Torga ou Manuel Alegre, e por ter sido o mentor de uma nova geração de fadistas. Acompanhando a preocupação com as letras, foram introduzidas novas formas de acompanhamento e músicas de grandes compositores: com Amália é justo destacar Alain Oulman (um papel determinante na modernização do suporte musical do fado), mas também Frederico de Freitas, Frederico Valério, José Fontes Rocha, Alberto Janes, Carlos Gonçalves.
O fado de Lisboa que é hoje conhecido mundialmente pode ser (e é muitas vezes) acompanhado por violino, violoncelo e até por orquestra, mas não dispensa a sonoridade da guitarra portuguesa, de que houve e ainda há excelentes executantes, como Armandinho, José Nunes, Jaime Santos, Raul Nery, José Fontes Rocha, Carlos Gonçalves, Pedro Caldeira Cabral, José Luís Nobre Costa, Paulo Parreira ou Ricardo Rocha. Também a viola é indispensável na música fadista e há nomes incontornáveis, como Alfredo Mendes, Martinho d'Assunção, Júlio Gomes, José Inácio, Francisco Perez Andión, o Paquito, Jaime Santos Jr., Carlos Manuel Proença, bem como o expoente máximo da viola-baixo, Joel Pina.
Actualmente, muitos jovens – Maria Ana Bobone, Mariza, Joana Amendoeira, Mafalda Arnauth, Miguel Capucho, Ana Sofia Varela, Katia Guerreiro, Camané, Gonçalo Salgueiro, Diamantina, Cristina Branco – juntaram o seu nome aos dos consagrados ainda vivos e estão dando um fôlego incrível a esta canção urbana.
O fado dito ”típico” é hoje em dia cantado principalmente para turistas, nas "casas de fado" e com o acompanhamento tradicional. As melhores casas de fado encontram-se nos bairros típicos de Alfama, Mouraria, Bairro Alto e Madragoa. Mantém as características dos primórdios: o cantar com tristeza e com sentimento mágoas passadas e presentes. Mas também pode contar uma história divertida com ironia ou proporcionar um despique entre dois cantadores, muitas vezes improvisando os versos – então, é a desgarrada.
O fado de Coimbra
Muito ligado às tradições académicas da respectiva Universidade, o fado de Coimbra é exclusivamente cantado por homens e tanto os cantores como os músicos usam o traje académico: calças e batina pretas, cobertas por capa de fazenda de lã igualmente preta. Canta-se à noite, quase às escuras, em praças ou ruas da cidade. Os locais mais típicos são as escadarias do Mosteiro de Santa Cruz e da Sé Velha. Também é tradicional organizar serenatas, em que se canta junto à janela da casa da dama que se pretende conquistar.
O fado de Coimbra é acompanhado igualmente por uma guitarra portuguesa e uma guitarra clássica (também aqui chamada “viola”). No entanto, a afinação e a sonoridade da guitarra portuguesa são, em Coimbra, completamente diferentes das do fado de Lisboa.
Temas mais glosados: os amores estudantis, o amor pela cidade e pela boémia e a referência irónica e crítica à disciplina e ao espírito conservador dos professores e das lições. Dos cantores ditos “clássicos”, destaques para Augusto Hilário, António Menano, Edmundo Bettencourt.
No entanto, nos anos 50 do Século XX iniciou-se um movimento que levou os novos cantores de Coimbra a adoptar a balada e o folclore. Começaram igualmente a cantar grandes poetas, clássicos e contemporâneos, como forma de resistência à ditadura de Salazar. Neste movimento destacaram-se nomes como Adriano Correia de Oliveira e José Afonso (Zeca Afonso), que tiveram um papel preponderante na autêntica revolução operada desde então na Música Popular Portuguesa.
No que respeita à guitarra portuguesa, Artur Paredes revolucionou a afinação e a forma de acompanhamento do fado de Coimbra, associando o seu nome aos cantores mais progressistas e inovadores. (Artur Paredes foi pai de Carlos Paredes, que o seguiu e que ampliou de tal forma a versatilidade da guitarra portuguesa que a tornou um instrumento conhecido em todo o mundo.)
Fado Hilário, Do Choupal até à Lapa, Balada da Despedida (“Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida”, os primeiros versos, são mais conhecidos do que o título), O meu menino é d’oiro, Samaritana – são alguns dos mais conhecidos fados de Coimbra.
Curiosamente, não é um fado de Coimbra, mas uma canção, o mais conhecido tema falando daquela cidade: Coimbra é uma lição, que teve um êxito assinalável em todo o mundo com títulos como Avril au Portugal ou April in Portugal.
Outras Categorizações Conhecidas
Fado Menor - Caracterizado por ser um fado melancólico, triste e saudoso.
Fado Mouraria - sem dados
Fado Corrido - Caracterizado por ser um fado alegre, desgarrado e dançável.
fonte: Carlos do Carmo - 23 de Setembro 2007, TV Broadcast - RTP2, Camara Clara
Fadistas
Fado de Lisboa
- Ada de Castro
- Aldina Duarte
- Alfredo Marceneiro
- Amália Rodrigues
- Ana Moura
- Anita Guerreiro
- António Mourão
- António Pinto Basto
- Argentina Santos
- Armandinho
- Augusto Jorge
- Berta Cardoso
- Camané
- Carlos do Carmo
- Carlos Ramos
- Carlos Zel
- Cidália Moreira
- Cristina Branco
- Deolinda
- Deolinda Maria
- Dulce Pontes
- Estêvão Amarante
- Eugénia Lima
- Fábia Rebordão
- Fernanda Maria
- Fernando Farinha
- Fernando Maurício
- Filipa Pais
- Flora Pereira
- Francisco Martinho
- Francisco José
- Gonçalo Salgueiro
- Helder Moutinho
- Helena Leonor
- Hermano da Câmara
- Hermínia Silva
- Joana Amendoeira
- João Braga
- João Ferreira Rosa
- José Coelho
- José Gonçalez
- José Lameiras
- Kátia Guerreiro
- Lenita Gentil
- Lucília do Carmo
- Mafalda Arnauth
- Mafalda Taborda
- Manuel de Almeida
- Márcia Condessa
- Marco André Oliveira
- Margarida Bessa
- Margarida Guerreiro
- Maria Alice
- Maria Ana Bobone
- Maria Armanda
- Maria da Fé
- Maria Severa
- Maria Teresa de Noronha
- Maria Vilela
- Mariana Silva
- Mariza
- Marta Dias
- Max
- Miguel Capucho
- Mísia
- Nuno da Câmara Pereira
- Raquel Tavares
- Rodrigo
- Saudade dos Santos
- Teresa Tarouca
- Tristão de Silva
- Vicente da Câmara
- Maria José Valério
Fado de Coimbra
- Alberto Ribeiro
- Adriano Correia de Oliveira
- António Menano
- Augusto Hilário
- Edmundo Bettencourt
- Fernando Machado Soares
- Francisco Menano
- Henrique Guerra
- José Afonso
- Luís Góis
- Nuno Correia da Silva
- António Dinis
- Gonçalo Mendes
- Rui Seoane
Guitarristas
Fado de Lisboa
- Acácio Gomes dos Santos
- Acácio Rocha
- Adelino dos Santos
- Alves Martins
- Angelo Freire
- António Bessa
- António Campos
- António Chainho
- António Parreira
- António Proença
- Armando Augusto Freire (Armandinho)
- Arménio de Melo
- Carlos Mendes
- Carlos Gonçalves
- Casimiro Ramos
- Costa Branco
- Custódio Castelo
- Custódio Magalhães
- Domingos Camarinha
- Edgar Silva
- Estevão Lima
- Eurico Machado
- Fernando Silva
- Filipe Lucas
- Fontes Rocha
- Francisco Carvalhinho
- Gentil Ribeiro
- Hermes dos Santos
- Hugo Afonso
- Jaime Santos
- João Alberto
- João Serra e Moura
- Jorge Costa
- Jorge Fontes
- José Luís Nobre Costa
- José Manuel de Castro
- José Manuel Neto
- José Maria da Fonseca
- José Nunes
- Luís Gonçalves
- Luís Penedo
- Manuel Gomes
- Manuel Mendes
- Paulo Jorge
- Paulo Parreira
- Ricardo Parreira
- Paulo Valentim
- Pedro Amendoeira
- Raul Nery
- Ricardo Rocha
- Sandro Costa
- Sérgio Costa
- Sidónio Pereira
- Conjunto de Guitarras Fernando Silva
- Conjunto de Guitarras de Jorge Fontes
- Conjunto de Guitarras de Martinho d´Assunção
- Conjunto de Guitarras de Raul Nery
Fado de Coimbra
- Afonso de Sousa
- Almeida Santos
- Álvaro Moreira
- António Brojo
- António Portugal
- Artur Paredes
- Carlos Paredes
- Eduardo Melo
- Fernando Dias Marques
- Francisco Martins
- Francisco Menano
- Gonçalo Paredes
- Jorge Godinho
- Luis Barroso
- Manuel Borralho
- Manuel Paredes
- Octávio Sérgio
- Paulo Alexandre
Ligações externas
- Fado.com (portal de fado)
- Portal do Fado
- O fado nos Países Baixos
- Alguns fadistas e lugares
- Todos temos nosso fado
- Fado: a alma de um povo
- Terreiro do Fado
- Site oficial de vitor Duarte Marceneiro - LisboaNoGuiness
- Rádio Fado
- Rádio Novas Divas do Fado
- Rádio Fado de Portugal
- O fado de Lisboa
- Casas de fado de Lisboa
- Jogo sobre o fado e os fadistas
- Grupo Canção de Coimbra
- Capas Negras – Grupo de fados de Coimbra – História do fado de Coimbra
- Orfeon Académico de Coimbra - O organismo mais antigo de Coimbra, um marco na história do fado
- Verdes Anos (Grupo de fados de Coimbra)
- Casa de fados de Coimbra - À Capella
- [http://www.fe.up.pt/~fados Grupo de Fados de Engenharia