Braz Paschoalin
Braz Paschoalin | |
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Braz Paschoalin | |
6.º, 8.º e 10.º Prefeito de Jandira | |
Período | 1 de janeiro de 2009 até 10 de dezembro de 2010 |
Vice-prefeita | Anabel Sabatine |
Antecessor(a) | Paulo Henrique Barjud |
Sucessor(a) | Anabel Sabatine |
Período | 1 de janeiro de 1997 até 31 de dezembro de 2000 |
Vice-prefeito | Alcides Pedro Siqueira Filho |
Antecessor(a) | Beto Piteri |
Sucessor(a) | Paulo Henrique Barjud |
Período | 1 de janeiro de 1989 até 31 de dezembro de 1992 |
Vice-prefeito | Manoel Nascimento de Souza |
Antecessor(a) | Beto Piteri |
Sucessor(a) | Beto Piteri |
Vereador de Jandira | |
Período | 1 de janeiro de 1977 até 31 de dezembro de 1982 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Walderi Braz Paschoalin |
Nascimento | 27 de janeiro de 1948 Andradina, SP, Brasil |
Morte | 10 de dezembro de 2010 (62 anos) Jandira, SP, Brasil |
Cônjuge | Maria Helena Paschoalin |
Partido | MDB (1976–1980) PMDB (1980–1994)[1] PTB (1994–1995)[2] PSDB (1996–2010) |
Profissão | Empresário e político |
Walderi Braz Paschoalin (Andradina, 27 de janeiro de 1948 – Jandira, 10 de dezembro de 2010), mais conhecido como Braz Paschoalin, foi um empresário e político brasileiro filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira. Nas eleições de 2008, foi eleito pela 3.ª vez prefeito de Jandira, porém seu mandato foi subitamente interrompido após ser assassinado a tiros em 10 de dezembro de 2010.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Paschoalin chegou em Jandira em 1966, aos 18 anos. Começou a trabalhar como taxista, profissão que exerceu por mais de 10 anos. Para complementar sua renda trabalhava no Banco do Estado de São Paulo. Foi ele o fundador da primeira lanchonete da cidade, chamada Brazão, localizada na Avenida Conceição Sammartino. Em 1973, Braz casou-se com Maria Helena Paschoalin e tornou-se pai de três filhos.
Carreira política
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Como vereador
[editar | editar código-fonte]Os anos a frente de seu táxi lhe renderam um conhecimento de toda a cidade, o que o levou em 1976 a concorrer ao cargo de vereador, pelo MDB. Eleito, cumpriu mandato entre 1977 e 1983, tendo sido presidente da Câmara Municipal no biênio 1977-1979.[4][5] No início da década de 1980, o então prefeito Dorvalino Abílio Teixeira e alguns vereadores filiaram-se ao PDS.[6] Pascholin foi um dos poucos políticos locais a não acompanhar esse movimento e pouco tempo depois passaria ao bloco de oposição ao prefeito.[7]
Como secretário municipal
[editar | editar código-fonte]O declínio do PDS nas eleições municipais de 1982 permitiu a eleição de um prefeito do PMDB: Beto Piteri. Durante a formação de seu gabinete, Piteri convida Braz a integrá-lo ao seu secretariado, assumindo a pasta de Esportes, onde permaneceu até o início do ano de 1988. Até o final da década de 1990, não havia reeleição direta para os cargos do Poder Executivo, de forma que Piteri apoiou Braz para as eleições de 1988. Posteriormente, Piteri e Braz continuaram revezando-se na chefia da Prefeitura de Jandira até 2000.[8]
Como prefeito
[editar | editar código-fonte]Braz foi eleito e assumiu seu primeiro mandato no ano seguinte. Sua gestão coincidiu com o breve período de domínio político exercido pelo seu partido (PMDB) na região , estado e em boa parte do país. Assim, Braz pode governar com facilidade e recebeu fartos recursos do governo Quércia. Nessa época foi iniciada a obra do viaduto sobre os trilhos da Fepasa que, após diversas acusações de superfaturamento e desvio de verbas, foi concluída apenas uma década depois. Após concluir o mandato, Braz apoiou Piteri na vitoriosa campanha das eleições de 1992.
Candidatura à deputado estadual
[editar | editar código-fonte]Nas eleições de 1994, Braz concorre a uma vaga de deputado estadual pelo PTB, sendo derrotado. Em 1996, transfere-se para o PSDB e vence as eleições municipais deste ano. No ano seguinte, assumiu seu segundo mandato como prefeito. Sua segunda gestão foi marcada por indícios de corrupção. Em 1999, foi acusado de receber o maior salário do Brasil, cerca de R$ 24 mil (acima do salário do então presidente Fernando Henrique Cardoso).[9] Alguns meses depois, 117 cheques da prefeitura desaparecem, causando um prejuízo de R$ 110 mil aos cofres públicos.[10] Os contratos de limpeza celebrados por sua segunda gestão também foram contestados pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.[11]
Tentativas de retorno à Prefeitura de Jandira
[editar | editar código-fonte]O desgaste político provocado pelas acusações de corrupção prejudicou sua carreira política, de forma que Paschoalin foi derrotado nas eleições de 2000 e 2004. Durante esse período, trabalhou com políticos tucanos como o ex-prefeito de Santana de Parnaíba e ex-deputado federal Silvinho Peccioli, que nomeou-o seu assessor parlamentar na câmara dos deputados entre 2007 e 2008.[12]
Após oito anos longe do Paço Municipal, em janeiro de 2009 Braz se tornou o primeiro político a comandar o município de Jandira pela terceira vez. Foi nas eleições de 2008 com 42% dos votos válidos.[13]
Seu terceiro mandato foi conturbado, de forma que passou boa parte do período travando batalhas judiciais contra adversários que tentavam invalidar a eleição e cassar seus direitos políticos, com base nos casos de corrupção no qual supostamente estaria implicado.[14]
Desempenho eleitoral
[editar | editar código-fonte]Ano | Eleição | Coligação | Partido | Candidato a | Votos | Resultado |
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1976[15] | Municipal de Jandira | sem coligação | MDB | Vereador | 246 | Eleito |
1982[15] | Municipal de Jandira | PMDB | Prefeito | 149 | Não eleito | |
1988[15] | Municipal de Jandira | 8 716 | Eleito | |||
1994[15] | Estaduais em São Paulo | PTB | Deputado estadual | N/D | Não eleito | |
1996[15] | Municipal de Jandira | PSDB | Prefeito | 15 552 | Eleito | |
2000[16] | Municipal de Jandira | PSDB/PST/PPS/PTB/PRONA | 17 138 | Não eleito | ||
2004[17] | Municipal de Jandira | PTB / PSL / PTN / PSDC / PRTB / PHS / PMN / PRP / PSDB / PRONA | 22 558 | Não eleito | ||
2008[18] | Municipal de Jandira | PDT / PTB / PTN / PPS / DEM / PMN / PSB / PSDB | 24 168 | Eleito |
Morte
[editar | editar código-fonte]Caso Braz Paschoalin | |
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Local do crime | Jandira |
Data | 10 de dezembro de 2010 |
Tipo de crime | Homicídio duplamente qualificado |
Arma(s) | AK-47 |
Vítimas | Braz Paschoalin |
Local do julgamento | Jandira |
Na manhã de 10 de dezembro de 2010, uma sexta-feira, o prefeito foi executado em frente à emissora da Radio Comunitária Astral FM 87,5, com cerca de 16 tiros de fuzil AK-47. Os suspeitos, que possuíam passagem na polícia, foram pegos a cerca de dois quilômetros do local, tentando incendiar o carro em que estavam, para apagar provas.[19][20]
De acordo com a polícia, o crime teria sido encomendado pelo do ex secretário municipal de Jandira, Wanderley Lemes de Aquino, preso na quinta-feira, 16 de dezembro, acusado de participar de um esquema de corrupção e desvio de dinheiro público. Também estão presos um empresário, suspeito de envolvimento no esquema de corrupção, e quatro suspeitos de participação na morte de Paschoalin. A vice-prefeita de Jandira, Anabel Sabatine (PSDB), assumiu o cargo com reforço na segurança.[21]
Referências
- ↑ «Propaganda PMDB». Folha de S.Paulo, Ano 70, edição 22509, página 7. 18 de novembro de 1990. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «Os candidatos- Deputados Estaduais». Folha de S.Paulo, Ano 74, edição 23922, Caderno Especial, página C2. 1 de outubro de 1994. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «Prefeito de Jandira é morto a tiros em São Paulo». O Globo. 10 de dezembro de 2010. Consultado em 10 de dezembro de 2010
- ↑ «Ex Presidentes». Câmara Municipal de Jandira. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «4ª Legislatura». Câmara Municipal de Jandira. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ Painel (3 de setembro de 1980). «Novos pedessistas». Folha de S.Paulo, Ano 59, edição 18781, página 3. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «Prefeito nada faz em Jandira, dizem moradores». Folha de S.Paulo, Ano 61, edição 19230, página 15. 26 de novembro de 1981. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «Galeria de Prefeitos». Prefeitura de Jandira. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «MP quer reduzir remuneração do prefeito de Jandira». Folha Online. 6 de junho de 2000. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «Prisão de suspeitos de matar prefeito de Jandira é decretada, diz delegado». Portal G1. 11 de dezembro de 2010. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «TCS-35850/026/99, 16717/026/01 e 16718/026/01» (PDF). Revista do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, edição 117, páginas 69 a 72. Fevereiro–junho de 2007. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ «Portaria CD-CC-SP-10915/2007» (PDF). Boletim Administrativo número 060 da Câmara dos Deputados, página 6. 28 de março de 2007. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ Apuração Eleições 2008
- ↑ «Braz Paschoalin pode perder mandato» (PDF). Diário da Região, número 8084, página 1. 5 de novembro de 2008. Consultado em 1 de julho de 2014
- ↑ a b c d e TRE-SP. «Informações Eleitorais (1976-1996)». Fundação SEADE. Consultado em 4 de agosto de 2019
- ↑ «Resultado da Eleição 2000». Tribunal Superior Eleitoral. 2000. Consultado em 4 de agosto de 2019
- ↑ «Resultado da eleição 2004». Tribunal Superior Eleitoral. 2004. Consultado em 4 de agosto de 2019
- ↑ «Eleição 2008 - Prefeito - SP - Jandira». Fundação SEADE. Consultado em 4 de agosto de 2019
- ↑ «Agência Brasil: Prefeito de Jandira é assassinado em frente à emissora de rádio». agenciabrasil.ebc.com.br. Consultado em 10 de dezembro de 2010
- ↑ «Diálogo revela esquema da propina em Jandira». . Estadão
- ↑ Jornal Metro Brasil de 22 de dezembro de 2010, página 6