Economia socialista: diferenças entre revisões

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Economistas socialistas tem sido associados à diferentes escolas do pensamento econômico. A economia marxista forneceu uma estrutura para o socialismo baseado na análise do [[capitalismo]], enquanto a [[economia neoclássica]] e a [[economia evolucionária]] forneceu modelos completos do socialismo. Durante o século XX, várias propostas e modelos para ambas [[economia planificada]] e [[socialismo de mercado]] foram fortemente baseados na [[economia neoclássica]] ou numa síntese da economia neoclássica com a economia marxista ou institucional.
Economistas socialistas tem sido associados à diferentes escolas do pensamento econômico. A economia marxista forneceu uma estrutura para o socialismo baseado na análise do [[capitalismo]], enquanto a [[economia neoclássica]] e a [[economia evolucionária]] forneceu modelos completos do socialismo. Durante o século XX, várias propostas e modelos para ambas [[economia planificada]] e [[socialismo de mercado]] foram fortemente baseados na [[economia neoclássica]] ou numa síntese da economia neoclássica com a economia marxista ou institucional.

=== Críticas e revisionismo ===
A ideia de numa economia em que tudo é estatal, não há como se realizar o cálculo do preço, sem o cálculo do preço, não há economia reflete um argumento central feito por economistas clássicos e liberais, como [[Ludwig von Mises]] e [[Friedrich Hayek]]. Esse argumento está relacionado à teoria do cálculo econômico e à crítica à economia planejada centralmente, que é comumente associada a sistemas socialistas ou comunistas. <ref>Lavoie, Don (1985). ''Rivalry and central planning: the socialist calculation debate reconsidered''. Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN <bdi>0-521-26449-9</bdi>. OCLC 11113886.</ref> <ref>Rothbard, Murray (1972). "Capitalism versus Statism". ''Outside Looking In: Critiques of American Policies and Institutions, Left and Right''. New York: Harper and Row. pp. 60–74.</ref>

A teoria do cálculo econômico destaca a importância dos preços no sistema de mercado para a alocação eficiente de recursos. Os preços refletem informações sobre a oferta e a demanda de bens e serviços, indicando a escassez relativa e a valoração dos recursos. Os preços também atuam como sinais que orientam os produtores na alocação de recursos. Quando os preços sobem, isso indica uma maior demanda, incentivando os produtores a aumentar a produção. Quando os preços caem, isso sugere uma oferta excessiva, levando os produtores a reduzir a produção. <ref>MISES, Ludwig Von. Socialismo: Uma Análise Econômica e Sociológica. Editora Konkin, 2021. ISBN 13 - 978-6500223026</ref> <ref name=":0">Lavoie, Don (1985). ''Rivalry and central planning: the socialist calculation debate reconsidered''. Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN <bdi>0-521-26449-9</bdi>. OCLC 11113886.</ref>

Em uma economia estatal em que o governo controla ou planeja todos os aspectos da produção, a alocação de recursos não ocorre por meio de preços de mercado, mas por meio de decisões centralizadas do governo. Sem preços de mercado para orientar a alocação de recursos, torna-se extremamente desafiador determinar eficazmente como alocar recursos escassos para atender às necessidades da sociedade. <ref>VON MISES, Ludwig. Ação Humana: um tratado de economia. Editora LVM, 2023. ISBN 13 - 978-6550520700</ref> O cálculo do preço é fundamental para resolver o problema da escassez. Os preços refletem o valor relativo das coisas, ajudando a determinar o que deve ser produzido em maior quantidade e o que deve ser produzido em menor quantidade ou não produzido. Sem preços de mercado, a economia centralizada não tem uma maneira eficaz de avaliar oportunidades de investimento, priorizar alocações de recursos ou adaptar-se às mudanças nas preferências dos consumidores. <ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1465-7295.1980.tb01221.x |título=ECONOMIC CALCULATION UNDER SOCIALISM: THE AUSTRIAN CONTRIBUTION |data=1980-10 |acessodata=2023-09-04 |periódico=Economic Inquiry |número=4 |ultimo=Vaughn |primeiro=Karen I. |paginas=535–554 |lingua=en |doi=10.1111/j.1465-7295.1980.tb01221.x}}</ref> <ref name=":0" />

Em uma economia totalmente estatal, a falta de preços de mercado leva a uma alocação ineficiente de recursos e à impossibilidade de calcular de maneira eficaz como alocar recursos. Essa é a base da crítica de muitos economistas liberais à economia planejada centralmente e, por extensão, à viabilidade de uma economia socialista ou comunista em uma escala macroeconômica. Eles argumentam que a ausência de preços de mercado dificulta a tomada de decisões econômicas racionais e leva a ineficiências econômicas. <ref>Caplan, Bryan (January 2004). "Is socialism really "impossible"?" ''Critical Review''. '''16''' (10): 33–52.</ref> <ref>Neurath, Otto (2004). ''Economic Writings: Selections 1904–1945''. Dordrecht; London: Kluwer Academic. ISBN <bdi>1-4020-2273-5</bdi>.</ref>

Os defensores do socialismo e da economia planificada argumentam que é possível organizar uma economia eficiente sem depender dos preços de mercado tradicionais. Os socialistas argumentam que uma economia socialista pode ser organizada por meio de um planejamento democrático. Isso envolve a participação ativa dos trabalhadores e da sociedade na tomada de decisões econômicas. Em vez de depender dos preços de mercado, as decisões são tomadas com base nas necessidades e preferências da comunidade. Os defensores do socialismo veem a economia de mercado como propensa a desigualdades de renda e riqueza. Em uma economia socialista, o planejamento pode ser usado para garantir uma distribuição mais equitativa de recursos e benefícios, eliminando assim a necessidade de preços para refletir a escassez relativa. <ref name=":1">Robinson, Joan (1966). ''An Essay on Marxism''. London: Macmillan. ISBN <bdi>0-333-02081-2</bdi>.</ref> <ref name=":2">Ticktin, Hillel (1997). Bertell Ollman (ed.). ''Market Socialism: The Debate Among Socialists''. New York; London: Routledge. ISBN <bdi>0-415-91967-3</bdi>.</ref>

Argumenta-se que, em uma economia socialista, o planejamento centralizado pode ser substituído por um processo de planejamento democrático, no qual os trabalhadores e a comunidade participam ativamente das decisões econômicas. O conhecimento local e as preferências dos participantes podem orientar as alocações de recursos. Os socialistas argumentam que, embora os preços de mercado sejam uma ferramenta eficaz para a alocação de recursos, outras medidas, como estimativas de custos de produção e indicadores de necessidades sociais, podem ser usadas para orientar o planejamento econômico. Com o avanço da tecnologia, os sistemas de informação e computadores podem ser usados para coletar e analisar dados econômicos em tempo real. Argumenta-se que essas tecnologias podem ajudar a superar os desafios do cálculo econômico em uma economia socialista. Alguns defensores do socialismo sugerem que o planejamento centralizado pode ser restrito a setores essenciais, como saúde, educação e infraestrutura, enquanto setores menos críticos podem operar sob princípios de mercado. Também critica-se a expressão de "impossibilidade de uma economia socialista", pois, deveria ser usar a expressão "ineficiência" de uma economia socialista. <ref name=":1" /> <ref name=":2" />

É importante observar que, embora essas respostas possam abordar parte do problema do cálculo econômico, a questão permanece complexa e sujeita a debates. O consenso econômico geral é que os mercados de preços desempenham um papel fundamental na alocação eficiente de recursos, mas há diferenças de opinião sobre até que ponto o socialismo pode superar esses desafios por meio de mecanismos alternativos de planejamento e alocação. A viabilidade prática dessas respostas pode variar dependendo da implementação específica e das condições econômicas e tecnológicas. <ref name=":0" /> <ref name=":1" /> <ref>Gordon, David (10 January 2004). "Must Economies Be Rational?" ''Mises Review''. Mises Institute. '''10''' (3). Retrieved 17 June 2020.</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 09h46min de 4 de setembro de 2023

A economia socialista é um sistema econômico caracterizado pela propriedade coletiva dos principais meios de produção. Refere-se à teorias econômicas, práticas e normas hipotéticas ou existentes em uma população moderna.

As principais características deste sistema são:

  • propriedade colectiva dos principais meios de produção, todos os setores da economia são coletivizados;
  • planificação ostensiva de toda a de produção econômica.

Descrição

Um sistema econômico socialista baseia-se em alguma forma de propriedade social dos meios de produção, o que pode significar cooperativas autônomas ou a propriedade pública direta; onde a produção é voltada diretamente para o seu uso. Quando os mercados são utilizados para a atribuição de insumos e bens de capital entre as unidades econômicas, a designação socialismo de mercado é usada. Quando o planejamento é utilizado, o sistema econômico é designada por economia socialista planificada. Formas de socialismo não mercantis geralmente incluem um sistema de contabilidade baseado no cálculo em espécie ou uma medida direta do tempo de trabalho como um meio para distribuir recursos e bens.[1][2]

O termo economia socialista também pode ser aplicado à análise de antigos e atuais sistemas econômicos que se auto-intitulam "socialistas", como nas obras do economista húngaro János Kornai.[3]

Economistas socialistas tem sido associados à diferentes escolas do pensamento econômico. A economia marxista forneceu uma estrutura para o socialismo baseado na análise do capitalismo, enquanto a economia neoclássica e a economia evolucionária forneceu modelos completos do socialismo. Durante o século XX, várias propostas e modelos para ambas economia planificada e socialismo de mercado foram fortemente baseados na economia neoclássica ou numa síntese da economia neoclássica com a economia marxista ou institucional.

Ver também

Referências

  1. Market Socialism: The Debate Among Socialists, by Schweickart, David; Lawler, James; Ticktin, Hillel; Ollman, Bertell. 1998. From "The Difference Between Marxism and Market Socialism" (P.61-63): "More fundamentally, a socialist society must be one in which the economy is run on the principle of the direct satisfaction of human needs ... Exchange-value, prices and so money are goals in themselves in a capitalist society or in any market. There is no necessary connection between the accumulation of capital or sums of money and human welfare. Under conditions of backwardness, the spur of money and the accumulation of wealth has led to a massive growth in industry and technology ... It seems an odd argument to say that a capitalist will only be efficient in producing use-value of a good quality when trying to make more money than the next capitalist. It would seem easier to rely on the planning of use-values in a rational way, which because there is no duplication, would be produced more cheaply and be of a higher quality"... ..."Although money, and so monetary calculation, will disappear in socialism this does not mean that there will no longer be any need to make choices, evaluations and calculations ... Wealth will be produced and distributed in its natural form of useful things, of objects that can serve to satisfy some human need or other. Not being produced for sale on a market, items of wealth will not acquire an exchange-value in addition to their use-value. In socialism their value, in the normal non-economic sense of the word, will not be their selling price nor the time needed to produce them but their usefulness. It is for this that they will be appreciated, evaluated, wanted. . . and produced."
  2. «Socialism and Calculation» (PDF). Worldsocialism.org. Consultado em 15 de fevereiro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 7 de junho de 2011 
  3. Kornai, János: The Socialist System. The Political Economy of Communism. Princeton: Princeton University Press and Oxford: Oxford University Press 1992; Kornai, János: Economics of Shortage. Munich: Elsevier 1980. A concise summary of Kornai's analysis can be found in Verdery, Katherine: Anthropology of Socialist Societies. In: International Encyclopedia of the Social and Behavioral Sciences, ed. Neil Smelser and Paul B. Baltes. Amsterdam: Pergamon Press 2002, disponível para download aqui.
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