Saltar para o conteúdo

Orfismo (movimento artístico)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Janelas Simultâneas na Cidade - Robert Delaunay

Orfismo foi um movimento efêmero da pintura francesa que brotou a partir do cubismo por volta de 1912, principal meio de expressão artística era o uso de cores fortes e vibrantes.

A palavra orfismo, que já fora usada com relação aos simbolistas, foi aplicada ao movimento por Guillaume Apollinaire; a referência a Orfeu, o poeta-cantor da mitologia grega, refletia o desejo dos artistas envolvidos de acrescentar um novo elemento de lirismo e cor ao austero cubismo intelectual de Picasso, Braque e Gris. Os pintores arrolados por Apollinaire, que formou o chamado grupo de Puteaux, como praticantes do orfismo eram Robert Delaunay, Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp e Frank Kupka. Os orfistas faziam da cor o principal meio de expressão artística, e Delaunay e Kupka incluíram-se entre os primeiros artistas a pintar obras totalmente não-figurativas, perseguindo uma suposta analogia entre a abstração pura e a música. Embora efêmero, o orfismo exerceu forte influência sobre a pintura alemã (especialmente sobre Macke, Marc e Paul Klee) e sobre o sincrômismo.

  • O Slogan da Exposição Internacional das Artes e das Técnicas, de 1937, ilustra bem os frescos murais de Robert Delaunay expostos no Palácio de Aeronáutica e dos Caminhos de Ferro: «VELOCIDADE - ARTE ABSTRACTA»

Definição por Apollinaire

[editar | editar código-fonte]
  • Segundo Apollinaire, o Orfismo designa uma abstracção puramente imaginária derivada do Cubismo, mas que se tornara lírica através da utilização das cores puras aplicadas segundo o princípio do contraste simultâneo, ou através de analogias com a música, como as "anarquias filosóficas" de František Kupka.

Através da oposição das cores puras complementares, e de tons frios e quentes, as obras órficas surgerem um perpétuo movimento e as evoluções da luz em redes de linhas helicoidais ou circulares dispostas segundo um ritmo ímpar.
O estilo órfico terá uma enorme influência em Paul Klee e nos pintores Auguste Macke e Franz Marc do movimento Cavaleiro Azul.

Referências

  • Baron, Stanley; Damase, Jacques. Sonia Delaunay: The Life of an Artist. Harry N. Abrams, Inc., 1995
  • Buckberrough, Sherry A. Robert Delaunay: The Discovery of Simultaneity. Ann Arbor, Michigan: UMI Research Press, 1978.
  • Chadwick, Whitney; de Courtivron, Isabelle. (ed) Significant Others: Creativity and Intimate partnership. London: Thames & Hudson, 1993.
  • Chip, Herschel B. "Orphism and Color Theory". The Art Bulletin, Vol. 40, No. 1, pp. 55–63, Mar 1958.
  • Damase, Jacque. Sonia Delaunay: Rhythms and Colours. Greenwich, Connecticut: New York Graphic Society Ltd, 1972.
  • Gale, Matthew. Dada and Surrealism. New York: Phaidon Press Inc., 2006
  • Hughes, Gordon "Envisioning Abstraction: The Simultaneity of Robert Delaunay's First Disk". The Art Bulletin, Vol. 89, No. 2, pp. 306–332, Jun 2007. The College Art Association.
  • MoMA. Orphism
  • Seidner, David. Sonia Delaunay. BOMB Magazine, 2/Winter, ART, 1982. BOMB Magazine: Sonia Delauney by David Seidner
  • Stangoes, Nikos (ed). Concepts of Modern Art: Fauvism to Post-Modernism. Chapter: "Orphism", Virginia Spate. (Revised) London: Thames & Hudson, 1981.