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Paraibuna

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 Nota: Para outros significados, veja Paraibuna (desambiguação).
Paraibuna
Município do Brasil
Município da Estância Turística de Paraibuna
Igreja do Rosário e Santa Casa
Casario histórico
Igreja Matriz
Instituto Santo Antonio
Sítio histórico
Antigo Registro da Paraibuna
Represa de Paraibuna
Hino
Lema Super Flumina
"Sobre as águas"
Gentílico paraibunense
Localização
Localização de Paraibuna em São Paulo
Localização de Paraibuna em São Paulo
Localização de Paraibuna em São Paulo
Paraibuna está localizado em: Brasil
Paraibuna
Localização de Paraibuna no Brasil
Mapa
Mapa de Paraibuna
Coordenadas 23° 23′ 09″ S, 45° 39′ 43″ O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Região metropolitana Vale do Paraíba e Litoral Norte
Municípios limítrofes Jambeiro, Redenção da Serra, Natividade da Serra, Caraguatatuba, Salesópolis e Santa Branca.
Distância até a capital 125 km[1]
História
Fundação 13 de junho de 1666 (359 anos)
Emancipação 10 de julho de 1832 (193 anos) (criação da vila)

30 de abril de 1857 (168 anos) (criação da cidade)

Administração
Prefeito(a) Victor de Cássio Miranda (PSDB, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2] 809,576 km²
População total (Estimativa IBGE/2022[2]) 17 667 hab.
Densidade 21,8 hab./km²
Clima Oceânico (Cfb)
Altitude 635 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,719 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 132 645,402 mil
PIB per capita (IBGE/2020[5]) R$ 17 829,53

Paraibuna, oficialmente Estância Turística de Paraibuna, é um município brasileiro do interior do estado de São Paulo, na microrregião de Paraibuna/Paraitinga. Localiza-se a uma latitude 23º23'10" sul e a uma longitude 45º39'44" oeste, estando a uma altitude de 635 metros. Sua população estimada em 2019 era de 18 222 habitantes.

Localizado no Vale do Paraíba e cercado pela Serra da Mantiqueira, é um importante destino turístico, principalmente no segmento do turismo histórico e ecoturismo, devido às suas belezas naturais e riquezas de águas e culturais de herança caipira, além de suas danças típicas, culinária regional e exposições de artesanato.[6][7] É considerada uma Estância Turística.[8]

Estância turística

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Paraibuna é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar ao seu nome o título de Estância Turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

O topônimo Paraibuna é de origem tupi-guarani e significa "rio de águas escuras".[9]

Em 1666, um grupo de homens provindos de Taubaté e de São Paulo desceram o Rio Paraitinga, chegam no local em que este rio se encontra com o Rio Paraibuna, adentraram mata adentro e pararam num local situado a dois quilômetros do encontro dos rios, no qual se instalaram.

O dia em que os homens se instalaram naquele lugar era o dia 13 de junho de 1666, dia de Santo Antônio, então eles ergueram ali uma capela em louvor a este santo.

Em pouco tempo, outras pessoas foram chegando na região, erguendo suas moradias em torno da capela, assim formando o povoado de Santo Antônio da Barra de Paraibuna, ou se instalando em propriedades rurais. Por dezenas de anos, o povoado possuía poucas pessoas e era um ponto de pouso para aqueles que transitavam entre o Litoral Norte e o Vale do Paraíba.

No início, a economia do povoado estava voltada, sobretudo, para a agricultura de subsistência. A situação começa a mudar com o surgimento de alguns engenhos de cana-de-açúcar, no século XVIII.

Em 7 de dezembro de 1812, um alvará do Príncipe Regente D. João cria a freguesia de Santo Antônio de Paraibuna. A partir daí, a freguesia foi crescendo, prédios foram surgindo e neste afã nobre e estafante escoaram-se vários anos. O desejo dos moradores da freguesia era a elevação desta à categoria de vila.

Em 10 de julho de 1832, um decreto eleva a freguesia à categoria de vila, mantendo a sua denominação.

Em 1830, a cultura da cana-de-açúcar em Paraibuna é substituída pela cultura do café. Durante o ciclo do café, Paraibuna se desenvolve, a área rural se expandiu, diversas e grandes fazendas surgem e são construídos casarões no centro da cidade, que chamam a atenção pela beleza e tamanho. Em 1835, Paraibuna já registrava cerca de 34 fazendas cafeeiras e 87 sítios de culturas diversas.

Durante a Revolução de 1842, que dominou a Província de São Paulo, realizaram-se, em Paraibuna, manifestações de simpatia à nova causa, tendo, nessa ocasião, o Tenente Rodrigo Freire de Andrade Melo, mais conhecido por "Rodrigão", de uma das janelas da residência do Padre Valério, dirigido calorosas palavras ao povo que lotava a praça fronteiriça, culminando com um viva à República, provocando ovação da massa popular· O gesto de "Rodrigão" desagradou bastante o então Presidente da província, o que prejudicou, de certo modo, Paraibuna.

Devido ao fato dos paraibunenses terem apoiado a Revolução de 1842, somente em 30 de abril de 1857, por meio da Lei n° 44, que a vila de Santo Antônio de Paraibuna recebe o título de cidade, tendo seu topônimo simplificado para Paraibuna.

Com o declínio da cultura cafeeira em Paraibuna, ocorrido por volta de 1870, diversas fazendas passaram por dificuldades. Foi então que o cultivo do algodão foi ali introduzido, como uma alternativa de renda.

Paraibuna viveu um período de crise, declínio financeiro e pouca evolução entre 1890 e 1920. A situação começou a mudar com a implantação do Porto de São Sebastião e a construção de uma estrada ligando São José dos Campos ao Litoral Norte, passando por Paraibuna. Além disso, nessa época, diversas famílias mineiras migram para o município, ali introduzindo a pecuária leiteira, para a qual a economia municipal se volta. A produção de leite se torna forte, chegando por volta de 1960, aos 50 mil litros por dia.

Na década de 1970, a construção da Represa de Paraibuna fez alagar muitas terras baixas (várzeas), prejudicando de maneira significativa a produção de diversos produtos, inclusive, o leite, e gerando grande êxodo rural. Muitas das pessoas que deixaram o campo foram trabalhar na construção da represa – no auge da construção, a obra chegou a empregar cerca de 5 mil pessoas.

Com a conclusão das obras da represa, milhares de trabalhadores perderam seus empregos e muitos deles retornam ao campo, buscando uma alternativa na agricultura. A lavoura de feijão foi a principal, tornando Paraibuna, em 1980, como a maior produtora no Vale do Paraíba. O tomate e o milho também foram outras opções de investimento.

Na pecuária, os produtores preferiram apostar no gado de corte, que necessita de menos mão-de-obra e aplicação financeira.

Houve um aumento das atividades terciárias. O ramo imobiliário teve grande crescimento, pois os produtores que não se adaptaram aos novos usos do solo viram no setor imobiliário uma nova forma de recursos, sendo que muitos dividiram suas propriedades em chácaras que foram vendidas a outros que viam no ambiente tranquilo do município uma forma de obter o sossego que não encontram nos grandes centros urbanos.

As atividades turísticas ganham impulso e passam a ser a grande aposta de desenvolvimento.[9][10][11]

O município de Paraibuna está localizado na região fisiográfica do Alto Paraíba, na Serra do Mar, sendo cortada pela Rodovia dos Tamoios, que liga São José dos Campos a Caraguatatuba, estando sua sede a cerca de 33 km e 48 km, respectivamente, das referidas sedes municipais.

A sede municipal desenvolve-se linearmente ao longo do Rio Paraibuna, principalmente na sua margem esquerda, onde se situam o Centro, o principal eixo viário - paralelo ao rio - e os principais bairros adjacentes – desde Alferes Bento, bastante acidentado, no norte, até o Bairro São Guido, também acidentado, no sul. Paralelamente à margem direita do rio, encontra-se a Rodovia dos Tamoios, com acessos à sede municipal pelos km 34 e 35.[12]

Os municípios limítrofes são Jambeiro a norte, Redenção da Serra a nordeste, Natividade da Serra a leste, Caraguatatuba a sul, Salesópolis a sudoeste e Santa Branca a oeste.

Na cidade destacam-se três rios:

Chega do município de Cunha, o rio Paraibuna e, do município de Areias, o rio Paraitinga que deságua no rio Paraibuna e juntos combinam suas águas para formar o rio Paraíba do Sul, um dos mais importantes da Região Sudeste do Brasil.

Crescimento populacional
Ano População Total
187210 132
189013 39532,2%
190016 70024,7%
191022 44334,4%
192019 435−13,4%
192520 1793,8%
193426 78332,7%
193717 256−35,6%
194015 803−8,4%
194615 657−0,9%
195016 7897,2%
195816 430−2,1%
196015 415−6,2%
197013 845−10,2%
198014 1262,0%
199114 8915,4%
200017 00914,2%
201017 3882,2%
202217 6671,6%
Est. 202417 950[13]1,6%
Fontes:[14][15][16][17]
Censos Demográficos IBGE e Estimativas SEADE

Dados demográficos

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Dados do Censo - 2010

População total: 17.388

  • Homens: 8.837 (50,82%)
  • Mulheres: 8.551 (49,18%)

Taxa de urbanização: 30,15%

Densidade demográfica: 21,4 hab/km²

Mortalidade infantil até 1 ano: 16,5 por mil

Expectativa de vida: 73,9 anos

Taxa de fecundidade: 1,9 filho por mulher

Taxa de analfabetismo (população de 15 anos ou mais de idade): 9,2%

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,719

  • IDH-M Renda: 0,709
  • IDH-M Longevidade: 0,815
  • IDH-M Educação: 0,642

A economia do município é baseada na agropecuária, no beneficiamento de seus produtos, no artesanato e no turismo.

Infraestrutura

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Comunicações

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O sistema de telefones automáticos foi inaugurado na cidade pela Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP) em 1973.[18][19] Já o sistema de discagem direta à distância (DDD) foi implantado em 1978 pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), com o código de área (0123).[20]

Na década de 90 o código DDD da cidade foi alterado para (012), para padronização do sistema telefônico com a telefonia celular que estava sendo implantada em todo o estado.[21]

O Cristianismo se faz presente na cidade da seguinte forma:[22]

Igreja Católica

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Igrejas Evangélicas

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Entre as igrejas protestantes históricas, pentecostais e neopentecostais, encontram-se na cidade:[24][25]

Referências

  1. «Distâncias entre a cidade de São Paulo e todas as cidades do interior paulista». Consultado em 24 de janeiro de 2011 
  2. a b «IBGE - Cidades@ - São Paulo - Paraibuna - Panorama». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2022. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  3. «Perfil do Município - Paraibuna (SP)». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2013. Consultado em 13 de junho de 2020 
  4. «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. «IBGE - Cidades@ - São Paulo - Paraibuna - Panorama». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2020. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  6. «Paraibuna celebra a colheita do Cambuci com Festival Gastronômico e Rota Turística». Vale 360 News. 7 de março de 2024. Consultado em 13 de abril de 2025 
  7. «Paraibuna celebra tradições e cultura popular com a Festa do Folclore». Concessionária Tamoios. Consultado em 13 de abril de 2025 
  8. «Paraibuna comemora 16 meses de Estância Turística e terá até o final do ano a Praça Beira Rio entregue». ABC Repórter. 30 de abril de 2023. Consultado em 13 de abril de 2025 
  9. a b «Paraibuna - SP». Nosso São Paulo. Consultado em 13 de junho de 2020 
  10. «História - Prefeitura de Paraibuna». Prefeitura Municipal de Paraibuna. Consultado em 13 de junho de 2020 
  11. FERREIRA, J. P. et. al. (1957). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. XXIX. Rio de Janeiro: IBGE. pp. 229–.230 
  12. «Projeto sobre Estância Turística de Paraibuna» (PDF). Assembleia Legislativa de São Paulo. Consultado em 13 de junho de 2020 
  13. «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação (2024) | IBGE». www.ibge.gov.br 
  14. «Censos Demográficos (1991-2022) | IBGE». ibge.gov.br 
  15. «Censos Demográficos (1872-1980) | IBGE». biblioteca.ibge.gov.br 
  16. «Evolução da população segundo os municípios (1872-2010) | IBGE» (PDF). geoftp.ibge.gov.br 
  17. «Biblioteca Digital Seade | Fundação Seade». bibliotecadigital.seade.gov.br 
  18. «Telesp vai servir mais 86 cidades do estado». Folha de S.Paulo. 12 de março de 1975. Consultado em 17 de maio de 2025 
  19. «Patrimônio da COTESP incorporado pela TELESP» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  20. «Área de operação da Telesp». web.archive.org. 14 de janeiro de 1998. Consultado em 17 de maio de 2025 
  21. «Telesp - Código DDD e Prefixos». web.archive.org. 14 de janeiro de 1998. Consultado em 17 de maio de 2025 
  22. O termo "cristão" (em grego Χριστιανός, transl Christianós) foi usado pela primeira vez para se referir aos discípulos de Jesus Cristo na cidade de Antioquia (Atos cap. 11, vers. 26), por volta de 44 d.C., significando "seguidores de Cristo". O primeiro registro do uso do termo "cristianismo" (em grego Χριστιανισμός, Christianismós) foi feito por Inácio de Antioquia, por volta do ano 100. Tyndale Bible Dictionary, pp. 266, 828
  23. «Sul 1 Region of Brazil [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org. Consultado em 18 de maio de 2025 
  24. Cross, F. L.; Livingstone, E. A., eds. (1 de janeiro de 2009). «The Oxford Dictionary of the Christian Church». Oxford University Press (em inglês). ISBN 978-0-19-280290-3. Consultado em 18 de maio de 2025 
  25. «Tabela 2094: População residente por cor ou raça e religião». sidra.ibge.gov.br. Consultado em 18 de maio de 2025 
  26. «Campos Eclesiásticos». CONFRADESP. 10 de dezembro de 2018. Consultado em 18 de maio de 2025 
  27. «Arquivos: Locais». Assembleia de Deus Belém – Sede. Consultado em 18 de maio de 2025 
  28. «Localidade - Congregação Cristã no Brasil». congregacaocristanobrasil.org.br. Consultado em 18 de maio de 2025 

Ligações externas

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