Programa de auditório
Programa de auditório é um gênero de atração de rádio e televisão. O que define genericamente o formato é a presença de uma plateia composta por visitantes de origens diversas que assistem ao programa e interagem através de aplausos, vaias e outras manifestações orientados ou não por uma assistente. Nestes programas também é comum a participação da plateia em provas, brincadeiras e entrevistas promovidas. Em alguns casos os visitantes recebem prêmios por participar e/ou vencer uma competição.
No Brasil[editar | editar código-fonte]
Na televisão brasileira, dois ícones a serem citados são Abelardo Barbosa (Chacrinha) e Silvio Santos. O primeiro, fenômeno de audiência até sua morte, em 1988, interagia com o auditório e animava-o com bordões famosos como "Vocês querem bacalhau?". O segundo apresenta até hoje uma série de programas no SBT, do qual é proprietário, sempre com sua plateia composta quase absolutamente por mulheres.
Existem dois formatos de auditório: o formato europeu, usado em sua maioria na Globo e Record, onde a plateia é distribuída em formato "tobogã" (plateia alta acima, plateia baixa abaixo), e o formato "americano/mexicano", usado no Programa Silvio Santos com uma plateia na horizontal, possibilitando interatividade direta do apresentador com os espectadores.
Histórico dos programas de auditório no Brasil[editar | editar código-fonte]
Em 1955 estreou na TV Rio o Programa de Gala, apresentado também na Rede Globo e na TV Tupi. Por ele passaram nomes como Oscarito, João Gilberto, Ema D'Ávila, Walter D'Ávila, Luís Delfino, Chico Anysio, Carmen Verônica, Íris Bruzzi e Oscar Niemeyer.
Em 1957, estreava na TV Tupi do Rio de Janeiro o programa Um Instante Maestro, apresentado por Flávio Cavalcanti, polêmico apresentador que marcaria a TV brasileira nas décadas de 1960 e 1970.
Paulo Gracindo e Sílvia Bandeira apresentaram na Rede Globo o 8 ou 800 onde os participantes respondiam perguntas sobre temas específicos e continuavam através das semanas, como no atual Vinte e Um, do SBT. Outro programa de perguntas e respostas de sucesso foi o O Céu é o Limite, apresentado por Jota Silvestre, que tinha como bordão "Resposta absolutamente certa".
Hebe Camargo apresentou diversos programas na televisão brasileira, como Calouros em Desfile, Hebe Comanda o Espetáculo, Com a Mão na Massa, O Mundo é das Mulheres e Maiôs à Beira-Mar, na década de 1950. Estreou seu programa na TV Record em 1966 e foi líder de audiência por três anos. Passou pela Band e desde 1986 estava no SBT apresentando o tradicional Hebe às segundas-feiras, estreando o programa na RedeTV! a partir de 2011.
Abelardo Barbosa, o Chacrinha, apresentou três programas de auditório de muito sucesso: Discoteca do Chacrinha, Buzina do Chacrinha e a Hora do Chacrinha, sendo Hora do Chacrinha o primeiro programa de calouros da televisão brasileira.
Silvio Santos estreou em 1963 na TV Paulista e depois em 1966, na TV Globo, com um programa de quatro horas de duração nas tardes de domingo. Desde então os domingos à tarde passaram a ser marca registrada de Silvio. Seu programa era composto por gincanas, premiações e música. Em 1976 migrou para a TVS e RecordTV e em 1981 para o SBT. Seu "pacote" de programas é um dos mais antigos ainda em atividade da televisão brasileira. As atrações sempre se renovam contando com show de calouros, concursos de dança, game shows entre outros.
Com a saída de Silvio Santos, a Rede Globo providenciou a produção e exibição do programa de auditório "Moacyr TV", atração comandada por Moacyr Franco e Pepita Rodrigues. O foco do programa era a descoberta de novos talentos para o elenco de novelas da emissora, como Silvia Salgado e Míriam Rios. Em Moacyr TV também havia entrevistas, quadros de humor e música. Aliás Moacyr Franco cantava seus sucessos para o público presente.
Édson Cury apresentou, na Rede Bandeirantes, o Clube do Bolinha de 1974 a 1994, nas tardes de sábado, com atrações musicais e concursos de calouros. Sempre com muita irreverência, o programa recebia artistas consagrados ou em começo de carreira.[1][2]
Rivais na audiência com Domingão do Faustão e Domingo Legal, Fausto Silva e Augusto Liberato começaram, respectivamente, nos programas Perdidos na Noite e Viva a Noite. Outro marco da época moderna da televisão foi o Programa Livre, de Serginho Groisman, que estreou em 1991. O programa era composto por uma plateia de jovens que interagiam diretamente com os convidados fazendo perguntas e debatendo temas. O formato do programa está sendo reutilizado no Altas Horas, também de Serginho. Renato Aragão estrelou seus programas humorísticos Os Trapalhões, A Turma do Didi e Aventuras do Didi, sendo que o segundo e o terceiro, não tinham nada a ver com os mesmos moldes de Os Trapalhões. O especial de fim de ano Show da Virada segue os moldes do Réveillon do Faustão, onde os cantores brasileiros se apresentam, o grande elenco da Globo anima a galera desejando um feliz ano novo e o jornalismo da Globo entra em cena ao vivo, para transmitir o maior réveillon do Brasil.
Referências
- ↑ Serviços JC "Apresentador Bolinha morre em SP", Jornal do Comércio, Recife, 02 de julho de 1998. Acessado em 22 de Agosto de 2012
- ↑ Agência Folha "Morre em São Paulo o apresentador de TV Bolinha", Folha Online, São Paulo, 01 de Julho de 1998. Acessado em 22 de Agosto de 2012