Ilhas Marshall

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

República das Ilhas Marshall
Aolepān Aorōkin M̧ajeļ (marshalês)
Republic of the Marshall Islands (inglês)
Bandeira das Ilhas Marshall
Brasão de Armas das Ilhas Marshall
Brasão de Armas das Ilhas Marshall
Bandeira Brasão de armas
Lema: "Jepilpilin ke ejukaan"
("Realizações mediante um esforço comum")
Hino nacional: Forever Marshall Islands ("Para sempre Ilhas Marshall" )
Gentílico: marshallino[1][2][3], marshalino[4] ou marshalês

Localização das Ilhas Marshall
Localização das Ilhas Marshall

Localização das Ilhas Marshall no Pacífico
Capital Majuro
7° 04' S 171° 16' E
Cidade mais populosa Majuro (24.000)
Língua oficial Marshalês e inglês
Governo República parlamentarista
• Presidente Hilda Heine
Independência dos Estados Unidos 
• Data 21 de outubro de 1986 
Área  
  • Total 181,4 km² (187.º)
 • Água (%) Insignificante
População  
  • Estimativa para 2009 62.000 hab. (205.º)
 • Censo 2003 56,429 hab. 
 • Urbana 67% hab. (205.º)
 • Densidade 358 hab./km² (20.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 • Total US$ 115 milhões (220.º)
 • Per capita US$ 2.900 (195.º)
IDH (1998) 0,563 (n/a.º) – médio
Moeda Dólar americano (USD)
Fuso horário UTC +12
 • Verão (DST) vários
Cód. Internet .mh
Cód. telef. +692
Website governamental [1]

As Ilhas Marshall (em inglês: Marshall Islands, pronunciado: [ˈmɑrʃəl ˈaɪləndz] (escutar); em marshalês: Aelōñin M̧ajeļ, pronunciado: [ɑ̯ɑ͡ɒo̯o͡ɤrˠɤɡɯ͡inʲ mˠɑɑ̯zʲɛ͡ʌɫ]), oficialmente Repúblicas das Ilhas Marshall (em inglês: Republic of the Marshall Islands; em marshalês: Aolepān Aorōkin M̧ajeļ), são um país da Micronésia, cujos vizinhos mais próximos são Quiribáti, a sul, os Estados Federados da Micronésia, a oeste, e a Ilha Wake, pertencente aos Estados Unidos, a norte.

Embora independente, o país desfruta de uma "livre associação" com os EUA, que são responsáveis pela segurança e pela defesa das Ilhas Marshall.

A moeda oficial do país é o dólar, e as línguas oficiais são o inglês e o marshalês.[5] O atol mais populoso é Majuro, que serve igualmente como capital do país. Mais de 90% da população é composta por marshallinos étnicos, a maioria dos quais professam religiões neopentecostais, pertencendo à Igreja Unida de Cristo ou a Assembleias de Deus.

O nome do país provém do explorador britânico John Marshall.

História

Ver artigo principal: História das Ilhas Marshall

Embora as Ilhas Marshall tenham sido povoadas por micronésios no segundo milénio a.C., pouco se sabe da história primitiva das ilhas.

Chegada dos europeus

O explorador espanhol Alonso de Salazar foi o primeiro europeu a avistar as Ilhas Marshall em 1526, mas as ilhas permaneceram virtualmente sem ser visitadas durante vários séculos, até à chegada do capitão inglês John Marshall (navegador) em 1788, que deu o seu nome às ilhas.[6]

Uma companhia comercial alemã fixou-se nas ilhas em 1885, e alguns anos mais tarde as Ilhas Marshall tornaram-se parte do protetorado da Nova Guiné Alemã.

Primeira Guerra Mundial

Sob o controle do Império Alemão, o Japão conquistou as ilhas na Primeira Guerra Mundial e passou a administrá-las sob mandato da Liga das Nações quando a Alemanha renunciou a todas as suas posses no Pacífico.

Ao contrário do Império Alemão, que tinha interesses econômicos principalmente na Micronésia o Japão queria utilizar as ilhas para aumentar seu território e conter a super população do país. O Japão deixou a Liga das Nações em 27 de Março de 1933 mas mesmo assim continuou a administrar o local.

Segunda Guerra Mundial

Na Segunda Guerra Mundial, durante a Gilbert and Marshall Islands campaign na Batalha de Taraua, os Estados Unidos invadiram as ilhas (1944) e, depois da derrota do Japão, começou a administrá-las dentro do Território Fiduciário das Ilhas do Pacífico. Durante a batalha, as ilhas sofreram danos gigantescos e, em consequência, uma grande escassez de alimentos.

Depois da Segunda Guerra

Teste nuclear nas Ilhas Marshall no "Pacific Test Site" ("Locais de teste do Pacífico").

Os Estados Unidos começaram a realizar testes nucleares nas ilhas entre 1946 e 1958, prolongando-os até à década de 1960. Devido aos testes, muitos marshaleses adoeceram com elevados níveis de radiação, e até hoje há pedidos de compensação. No atol de Bikini, por exemplo, todos os alimentos que são de sua origem têm altos níveis de radiação, o que causou a desabitação da ilha.

Em 1979, foi estabelecida a República das Ilhas Marshall, e foi assinado um Tratado de Livre Associação com o governo dos Estados Unidos, que se tornou efectivo em 1986.

Geografia

Praia nas Ilhas Marshall.
Ver artigo principal: Geografia das Ilhas Marshall

As Ilhas Marshall compreendem 29 atóis e 5 ilhas, agrupadas em duas secções, uma oriental chamada Grupo Ratak (“Ratak Chain” em inglês, e que significa o nascer-do-sol) e outra a ocidente, Ralik (que significa o pôr-do-sol). Dois terços da população vive em Majuro, a capital, e em Ebeye.

Demografia

A população das Ilhas Marshall é de origem micronésia, e segue uma religião protestante (cerca de 90% da população). Tem uma expectativa de vida de 66 anos, e a taxa de mortalidade infantil é de 39 por cada mil crianças.

Política

Ver artigo principal: Política das Ilhas Marshall

O presidente das Ilhas Marshall é chefe de estado e do governo e é eleito pelo Nitijela (parlamento), e dentre os membros daquele órgão nomeia os ministros. Tem dois órgãos legislativos, o Parlamento e o Conselho dos Chefes.

As eleições para o parlamento, que tem 33 deputados, são realizadas de 4 em 4 anos.

Em 1986, o governo das Ilhas Marshall assinou um Tratado de Livre Associação com os Estados Unidos, que passaram a ter autoridade total e responsabilidade pela defesa do território, além de terem instituído um programa federal de assistência.

Casa presidencial em Majuro.

Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões das Ilhas Marshall

As Ilhas Marshall dividem-se em 33 municípios, que correspondem às ilhas e atóis habitados.

Economia

Ver artigo principal: Economia das Ilhas Marshall

A economia do país é quase totalmente dependente da ajuda norte-americana e possui um enorme sector estatal, responsável pela maior parte do emprego. A razão entre as importações e as exportações é de cerca de 11 para 1, e todo o combustível tem de ser importado. De salientar que uma parte das receitas das ilhas Marshall advém do aluguel do atol Kwajalein aos Estados Unidos, para testes de misseis.

Em diversos atóis é a economia de subsistência que sobrevive, principalmente no sector agrícola e da pesca. As principais produções são as de coco, melões e fruta-pão. O turismo emprega cerca de 10% da população, e é a principal fonte de divisas estrangeiras. Apesar de ser um local paradisíaco, o turismo nas Ilhas Marshall é muito pouco explorado, devido a dificuldade de se chegar ao local, a concorrência com outras ilhas e o medo infundado de alguns turistas de supostas contaminações.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura das Ilhas Marshall

Os valores culturais e costumes tornam a sociedade marshalesa única. O solo é um ponto focal para a organização social nesse país insular. Todos os marshaleses têm direitos sobre a terra, como parte de um clã, ou jowi, que deve obediência a um Iroij (chefe), é supervisionado pelo Alap (chefe do clã), e apoiado pelo Rijerbal (trabalhadores). O Iroij tem controle total das coisas, tais como a posse da terra, utilização de recursos e distribuição, e de resolução de litígios. O Alap supervisiona a manutenção das terras e atividades diárias. O Rijerbal são responsáveis ​​por todo o trabalho diário no terreno, incluindo a limpeza, agricultura e atividades de construção. A sociedade é matriarcal e, portanto, a terra é passada de geração em geração através da mãe.

Com a terra para amarrar as famílias em clãs, reuniões familiares tendem a se tornar grandes eventos. Um dos eventos mais significativos da família é o kemem, ou o primeiro aniversário de uma criança, onde parentes e amigos se reúnem para comemorar com festa e música.

Ver também

Referências