Lopo de Almeida e Mello

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para o conde de Abrantes, veja Lopo de Almeida.
Lopo de Almeida e Mello
Lopo de Almeida e Mello
Lopo de Almeida e Mello
Deputado provincial na Assembleia Provincial do Rio Grande do Sul
Período 1846-(?)
Dados pessoais
Nascimento 1799
Lisboa, Portugal
Morte 29 de dezembro de 1867
Corrientes, Argentina
Nacionalidade Brasil Brasileiro
Progenitores Pai: Lopo Joaquim de Almeida Filho
Alma mater Real Academia Militar
Cônjuge Francisca Carlota de Mello[1]

Julia Augusta Botelho e Mello[2]

Serviço militar
Lealdade
Serviço/ramo Artilharia
Anos de serviço 47
Graduação Marechal de Campo
Conflitos Guerra da Cisplatina

Guerra dos Farrapos

Guerra do Paraguai

Lopo de Almeida Henriques Botelho e Mello (Lisboa, 6 de outubro de 1799 - Corrientes, 29 de dezembro de 1867) foi um engenheiro militar e político brasileiro.[3] Participou da Guerra da Cisplatina, Guerra dos Farrapos e Guerra do Paraguai,[4] sendo que foi nessa última que teve seu fim, morrendo por doenças contraídas na guerra.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formação[editar | editar código-fonte]

Chegando no Brasil como criança, em 30 de abril de 1802, 6 anos antes da transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, fIlho de Tenente-Coronel do Exército Português, Lopo Joaquim de Almeida Henriques, que vinha ao Brasil para administrar a Capitania do Rio Grande do Norte.[6][7] Lopo se apresentou praça e jurou bandeira em 1819, indo à Real Academia Militar em fevereiro de 1820, concluindo o curso com aproveitamento. Em 12 de outubro de 1825, já havia atingido a patente de Capitão, comandando o 2º Corpo de Artilharia de Posição do Exército Imperial.[8][9]

Teve formação também no curso de humanidades, estudando as línguas latina e francesa, e também Filosofia.[10]

Cisplatina[editar | editar código-fonte]

Foi destacado para a Província do Rio Grande do Sul em 1827, lutando na Guerra da Cisplatina, comandando duas brigadas de artilharia na Batalha do Passo do Rosário. Ao fim da guerra, em 1829, voltou a Academia Militar, onde concluiu quatro anos do curso de matemática.[8]

Guerra dos Farrapos[editar | editar código-fonte]

Em 15 de novembro de 1832, foi novamente transferido para a guarnição do Rio Grande do Sul, sendo que emigrou ao Rio de Janeiro em ocasião da Guerra dos Farrapos, uma rebelião separatista, por não se aderir a ela. Lopo de Almeida retornaria ao Rio Grande do Sul em março de 1836, comandando, de maneira interina, uma coluna de brigada do 1º Corpo de Artilharia de Posição, cerca de 100 artilheiros,[11] e um ano depois seria promovido a Major, assumindo definidamente o comando do Corpo de Artilharia a Cavalo, que seria conhecido posteriormente como o Regimento Mallet.[12][13] Durante a Batalha do Barro Vermelho, na Vila do Rio Pardo, sofreu 27 graves ferimentos, sendo prisioneiro das forças farroupilhas até 22 de novembro de 1838, quando foi resgatado de seu aprisionamento pelo Major Francisco Pedro de Abreu.[14] Durante sua prisão, o Major foi dado como morto e seus filhos e mulher, considerada por viúva do militar, receberam pensões.[15][16][17][18]

Ao final da Rebelião, já havia sido promovido a Coronel e sido agraciado com as Imperiais ordens do Cruzeiro e de São Bento de Avis, oficial daquela e comendador desta.[19]

Deputado do Rio Grande do Sul[editar | editar código-fonte]

Em 1846, Lopo de Almeida, que seria promovido a Brigadeiro Graduado em 18 de dezembro, tornou-se deputado provincial de Rio Grande do Sul.[18][20] Como político, foi inspetor de obras da província,[21][22] ajudando na construção do Liceu Dom Afonso, a primeira escola secundária da Província do Rio Grande do sul.[23]

Paraguai[editar | editar código-fonte]

Em 1861, o ainda Brigadeiro Lopo foi destacado para comandar a 2ª Brigada estacionada em Bagé, no Rio Grande do Sul.

Cerca de 2 anos após o início da Guerra do Paraguai, o já Marechal de campo Lopo de Almeida foi incluído na junta militar de justiça na Província do Rio Grande do Sul, atuando como comandante da fronteira.[24] No mês de abril, assumiu o comando das tropas brasileiras que estavam presentes na Província Argentina de Corrientes,[25][26] mas faleceu ali, em 29 de dezembro de 1867, por conta de doença que contraiu em 1866.[5]

Descendência[editar | editar código-fonte]

Lopo de Almeida teve cinco filhos com sua esposa Francisca Carlota de Mello. Foram eles:[27]

  • Lopo de Almeida Henriques Botelho e Mello Sênior
  • Lopo de Almeida Henriques Botelho e Mello Júnior, que ingressaria também no Exército Imperial Brasileiro em 9 de abril de 1863 na Arma de Cavalaria ligeira,[28] graduando como oficial em 18 de janeiro de 1868. Foi cavaleiro também da Imperial Ordem de Cristo. [29]
  • Maria Carlota de Mello
  • Anna Carlota de Mello
  • Josephina Carlota de Mello

Também foi pai de Joaquina Luiza de Mello, que faleceu em 13 de abril de 1858 na fortaleza de Santa Cruz no Rio de Janeiro, quando Lopo de Almeida foi comandante dali.[30]

Honrarias[editar | editar código-fonte]

Ordens:[31]

Referências

  1. Anais - Volume 2. [S.l.: s.n.] 1887. p. 104 
  2. «Diário das leis - Approva as pensões concedidas a D. Julia Augusta Botelho e Mello e a outros.». www.diariodasleis.com.br. Consultado em 25 de abril de 2023 
  3. Segawa, Hugo (10 de agosto de 1994). «Ao amor do público: jardins no Brasil 1779-1911»: 151. Consultado em 19 de abril de 2023 
  4. Exército, Brazil (1877). Interino. [S.l.: s.n.] 
  5. a b Amaral 2003, p. 20.
  6. Varnhagen, Francisco Adolfo de (1877). Historia geral do Brazil: antes da sua separação e independencia de Portugal. Rio de Janeiro: Laemmert. p. 1211 
  7. Pretextato Maciel da Silva, Alfredo (1906). Os generaes do exército brazileiro de 1822 a 1889 : traços biográphicos. unknown library. [S.l.]: Rio de Janeiro : M. Orosco 
  8. a b Amaral 2003, p. 17.
  9. da Silva, Alfredo Pretextato Maciel. Os generais do exército brasileiro de 1822 a 1888. 2 2ª ed. ed. [S.l.: s.n.] 284 páginas 
  10. Pretextato Maciel da Silva & 1906 321.
  11. Nacional (Brazil), Arquivo (1935). Rebelião do Rio Grande do Sul, 1835-1845: processo, vol. 1-3. [S.l.: s.n.] 
  12. Amaral 2003, p. 17-18.
  13. Junior, Ivan de Freitas Vasconcelos (17 de agosto de 2020). A caserna dos heróis de Monte Caseros: Versão digital. [S.l.]: Simplíssimo 
  14. «O Sete d' Abril (RJ) - 1833 a 1839 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 25 de abril de 2023 
  15. Constituição, Brazil Congresso Nacional Câmara dos Deputados Comissao da (1887). Anais. [S.l.: s.n.] 
  16. Zatti, -Carlos (19 de novembro de 2017). A História Do Sul -. [S.l.]: Clube de Autores 
  17. Annaes do parlamento Brazileiro. [S.l.: s.n.] 1864 
  18. a b Amaral 2003, p. 18.
  19. Amaral 2003, pp. 18-20.
  20. «O Commercio: Assembléa Legislativa Provincial: Ordem do dia». www2.al.rs.gov.br. 15 de março de 1848. Consultado em 7 de julho de 2023 
  21. Fialho, Daniela (2011). A PORTO ALEGRE DE UM CARTÓGRAFO ANÔNIMO (PDF). [S.l.: s.n.] p. 3. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  22. Ritzel, Mirian. «PONTE DE PEDRA». Consultado em 19 de abril de 2023. Cópia arquivada em 3 de setembro de 2019 
  23. Fialho, Daniela Marzola (2010). «Cidades visíveis : para uma história da cartografia como documento de identidade urbana»: 196. Consultado em 25 de abril de 2023 
  24. Schneider, L. (Luiz) (1902). «A Guerra da Triplice Alliança (Imperio do Brazil, Republica Argentina e Republica Oriental do Uruguay) contra o governo da Republica do Paraguay (1864-1870) com cartas e plano». 1: 366. Consultado em 18 de maio de 2023 
  25. Jardim, Wagner (2018). David Canabarro, o antiherói imperial na guerra contra o Paraguai (PDF). [S.l.: s.n.] p. 4. Cópia arquivada (PDF) em 25 de outubro de 2021 
  26. Costa, Francisco Felix Pereira da (1870). Historia da guerra do Brasil contra as Republicas do Uruguay e Paraguay. [S.l.]: Livraria de A.G. Guimãraes & C. 
  27. Anais - Volume 2. [S.l.: s.n.] 1887. p. 104 
  28. «Correio Mercantil, e Instructivo, Politico, Universal (RJ) - 1848 a 1868 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 10 de junho de 2023 
  29. «Almanak do Ministerio da Guerra (RJ) - 1857 a 1885 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 25 de abril de 2023 
  30. «Correio Mercantil, e Instructivo, Politico, Universal (RJ) - 1848 a 1868 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 10 de junho de 2023 
  31. Bilac, Olavo; Laemmert, Eduardo von (1865). «Almanak administrativo, mercantil e industrial da Corte e Provincia do Rio de Janeiro para o anno de 1865»: 279. Consultado em 26 de abril de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]