Abstinência sexual
A abstinência sexual é a prática voluntária ou involuntária de abster-se de alguns ou todos os aspectos da atividade sexual. Supostas razões comuns para a abstenção deliberada ou forçada da expressão física do desejo sexual incluem doutrinas, preceitos ou opiniões religiosas e filosóficas (por exemplo, castidade), e razões matrimoniais e de saúde, como prevenir a concepção (gravidez indesejada) ou contaminação por DST - doenças sexualmente transmissíveis.[1]
Principalmente sob forte influência ou pressão de grupos religiosos, alguns governos (como o dos Estados Unidos) passaram a adotar como principal programa de educação sexual o estímulo e incentivo à abstinência sexual em adolescentes.[2][3]
Esses programas procuram informar os jovens dos supostos malefícios e convencê-los do que acreditam ser imoralidade do sexo pré-marital (antes do casamento) e sugerem a abstinência como única opção saudável e segura contra a gravidez na adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, diversos estudos indicaram que esses programas, incluindo nos Estados Unidos, não foram capazes de evitar esses riscos de um modo adequado e eficaz.[4][5]
Aspectos religiosos[editar | editar código-fonte]
A abstinência sexual antes do casamento faz parte da doutrina religiosa do Catolicismo, do Islamismo, do Judaísmo, e das igrejas protestantes (incluindo as igrejas evangélicas), justificada pela busca de construir uma família tradicional fundamentada no amor-doação e indissolubilidade do matrimônio, tornando-se um ato espontâneo do fiel ou uma imposição vigiada pelos seus familiares, neste caso com possíveis consequências graves para a saúde mental e física da pessoa, dependendo de cada caso.[1]
A abstinência sexual é questionada pela psicologia, no sentido de alertar os pacientes sobre os seus riscos. Uma análise puramente racional revela que a abstinência sexual permanente traz poucas vantagens e benefícios, em face da necessidade de empenho mental dos seus adeptos, no sentido de se manterem invictos ou castos.[1]
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Todos os santos, notadamente, os reconhecidos pela Igreja Católica, leigos ou religiosos, de alguma forma sempre fizeram a apologia da castidade, desde os primórdios do cristianismo até os dias atuais. São Josemaria Escrivá, canonizado no último decênio do século XX, por exemplo, deixou escrito sobre a castidade:
- Que bela é a santa pureza! Mas não é santa nem agradável a Deus, se a separamos da caridade. A caridade é a semente que crescerá e dará frutos saborosíssimos com a rega que é a pureza. Sem caridade, a pureza é infecunda, e as suas águas estéreis convertem as almas num lamaçal, num charco imundo, donde saem baforadas de soberba.[6]
- A caridade teologal surge-nos, sem dúvida, como a mais alta das virtudes. Mas a castidade é o meio "sine qua non", uma condição imprescindível para se atingir o diálogo íntimo com Deus. E quando não é observada, quando não se luta, acaba-se cego; não se vê nada, porque o homem animal não pode perceber as coisas que são do Espírito de Deus.
- Nós queremos olhar com olhos limpos, animados pela pregação do Mestre: "Bem-aventurados os que têm o coração puro, porque verão a Deus." A Igreja apresentou sempre estas palavras como um convite à castidade. Guardam um coração sadio, escreve São João Crisóstomo, "os que possuem uma consciência completamente limpa ou os que amam a castidade." Nenhuma virtude é tão necessária como esta para ver a Deus.[7]
Referências
- ↑ a b c «Abstinência Sexual Não Faz Bem». Portal Educação. Consultado em 10 de outubro de 2014
- ↑ SANTELLI J; Ott MA; Lyon M; Rogers J; Summers D; Schleifer R. Abstinence and abstinence-only education: a review of U.S. policies and programs. J Adolesc Health. 2006; 38(1):72-81
- ↑ GOODSON P; Suther S; Pruitt BE; Wilson K. Defining abstinence: views of directors, instructors, and participants in abstinence-only-until-marriage programs in Texas. J Sch Health. 2003; 73(3):91-6
- ↑ TANNE JH. Teenagers need sex education, not just abstinence advice. BMJ. 2005; 331(7509):129
- ↑ BERSAMIN MM; Walker S; Waiters ED; Fisher DA; Grube JW. Promising to wait: virginity pledges and adolescent sexual behavior. J Adolesc Health. 2005; 36(5):428-36
- ↑ (Caminho, 119)
- ↑ (Amigos de Deus, 175)