Arte naïf

A arte naïf é uma classificação que designa artistas auto-didatas que inventam um jeito pessoal de expressar suas emoções.
A falta de técnica inicial vai sendo contornada com a vontade de se aperfeiçoar ao longo de anos de prática. Este estilo apareceu durante a revolução da arte moderna no final do seculo 19 quando Henri Rousseau, pintor francês autodidata foi acolhido pelos pintores impressionistas da escola de Paris. Cada país tem o seu grupo de artistas naïfs consagrados sendo que, atualmente, o Brasil está se destacando como o maior celeiro do mundo de artistas naïfs de grande criatividade e talento.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
A palavra naïf é um termo francês que significa ingênuo ou inocente; portanto, a “arte naïf” é todo produto artístico de natureza pueril que demonstra uma criatividade autêntica baseada na simplificação de elementos decorativos a níveis brutos, espontâneos, puros, coloridos.Arte Naïf
De fato, esse tipo de criação artística está mais associado à pintura e foi instituída no século XIX, apesar de seus atributos estarem presentes nas pinturas rupestres do paleolítico. Com efeito, Henri Rousseau (1844-1910), um pintor autodidata, foi o precursor da arte pictórica naïf, quando expôs suas obras no “Salão dos Independentes” na França, em 1886. A tela “Um dia de Carnaval” (Un soir de Carnaval-1886), chamou a atenção de vários artistas modernistas da época, dentre eles Pablo Picasso (1881-1973).
Por conseguinte, esta expressão artística, muitas vezes chamada de arte primitiva moderna, é permeada por imagens do cotidiano, retratados de modo a lembrar desenhos infantis ou produzidos por doentes mentais, dada a espontaneidade e pureza. Contudo, as semelhanças param por aí, tendo em vista que são realizadas por artistas independentes e autodidatas sem formação sistemática, os quais dominam algumas técnicas que lhe permitem total liberdade de expressão, da qual o informalismo acadêmico é característica marcante.
Dessa maneira, estes artistas renunciam às regras instituídas para a pintura simplesmente por que não tiveram acesso a elas e, por esse motivo, resolveram os problemas estéticos e dificuldades técnicas sem o auxílio daquelas normas.Não obstante, a consciência dessa liberdade pictórica é notada no uso das cores ornamentais e na dimensão onírica que é projetada na tela. Desse modo, a arte naïf pode ser considerada como uma corrente artística com plena liberdade estética, por estar livre das convenções acadêmicas, as quais são desagregadas nas obras a partir da simplicidade figurativa dos elementos formais da composição. Contudo, apesar do direcionamento estético definido, esse desafio à norma acadêmica não foi intencional, muito menos comercial. Portanto, é impossível enquadrar as criações naïf como sendo de natureza modernista ou popular. Apesar disso, esse estilo criativo influenciou e deixou-se influenciar pelas tendências mais eruditas, permitindo à arte contemporânea novas formas de expressão, tendo em vista que vários pintores com sólida formação acadêmica usaram procedimentos da arte naïf em suas criações.
Características[editar | editar código-fonte]
A arte naïf é produzida por artistas sem formação acadêmica e, portanto, sem a compulsão de utilizar técnicas e temáticas convencionais pertencentes à pintura. Contudo, a arte naïf possui alguns pontos em comum, a saber:
- Inexistência de perspectiva (bidimensionalidade)
- Uso constante de cores chocantes
- Temas alegres
- Espontaneidade
- Traços figurativos
- Tendência à simetria e a idealização da natureza
Principais artistas[editar | editar código-fonte]
O primeiro pintor a ser chamado de "naïf" foi o funcionário da alfândega francesa Henri Rousseau, que primeiro expôs seus trabalhos no Salão dos Independentes francês de 1886 [1]. Alguns expoentes do estilo:
- Antônio Poteiro
- Artur Amaddo
- Aurino Bonfim
- Augusto Pinheiro
- Chico da Silva
- Clóvis Júnior
- Dileuza Diniz Rodrigues
- Dvanni
- Ferreira Louis Marius
- Heitor dos Prazeres
- João Cândido da Silva
- José Antônio da Silva
- Monsueto
- Nerival Rodrigues
- Silva Vieira
- Silvia de Leon Chalreo
- Vitalino Pereira dos Santos
- Geraldo Magela
- Waldomiro de Deus