Arte helenística

Arte helenística é o termo aplicado à arte do período helenísticos normalmente considerada como tendo início com a morte de Alexandre Magno, em 336 a.C.[1] perdurando até o final do século I a.C. Este período histórico medeia entre o desaparecimento da cidade-estado grega e a formação do império romano. Iniciando-se com a conquista das cidades do Peloponeso, o império estende-se, sob ação de Alexandre Magno, até à Ásia, englobando o império Persa, e o Egito, com a Batalha de Ácio. Logo após a morte de Alexandre Magno, uma série de disputas levaram à divisão do império em três dinastias principais: Selêucida na Pérsia, Ptolomaica no Egito e Antigónida na Macedónia. Um grande número de conhecidas obras de arte gregas, tais como Laocoonte e seus filhos, a Vênus de Milo, Gaulês moribundo e a Vitória de Samotrácia, são deste período. Dá continuidade ao período da arte grega antiga, enquanto a arte greco-romana que a sucedeu foi em grande parte uma continuação das tendências helenísticas.[2][3]
No período helenístico, quando a civilização grega espalhou-se através do Mediterrâneo e Oriente Próximo, algumas obras, como a Vênus de Milo (150 a.C.), preservaram as antigas tradições. A Vitória de Samotrácia (200 a.C.) é grandiosa na percepção e cheia de vida. Um sentimento pleno de emoção e movimento aparece na batalha dos deuses e gigantes no grande Altar de Pérgamo (século III a.C.), hoje em Berlim, e no grupo de Laocoonte, bem mais tardio, no Vaticano.
A pintura do período helenístico é bem conhecida a partir dos túmulos do sul da Rússia, Macedônia e Alexandria, bem como através de cópias encontradas nos sítios arqueológicos de Herculano e Pompeia. Certos mosaicos, contudo, demonstram a grandiosidade da pintura do período. Um exemplo é o Mosaico de Alexandre, descoberta em Pompeia, é baseada em uma pintura helenística.
A cultura helenística logo desenvolveu uma arte pela arte, tornando-se mais decorativa e suntuosa. Os elementos religiosos passaram a segundo plano. Segundo Plínio, a arte helenística estava em todos os lugares, de casas até sapatarias.
A maior preocupação dos helenísticos era a fidelidade com a realidade e eles tendiam a pintar ações dramáticas e violentas. Esse estilo é exemplificado nas esculturas do período.
Escultura, pintura e mosaico
[editar | editar código-fonte]-
Vênus de Milo no Louvre.
-
Mosaico de Alexandre, Pompeia.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Ribeiro Jr, W A (28 de dezembro de 2001). «A arte helenística». Graecia Antiqua. Consultado em 3 de janeiro de 2019
- ↑ Pedley 2012
- ↑ Pollitt 1986
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Anderson, William J. (1 de junho de 1927). The Architecture of Ancient Greece. London: Harrison, Jehring, & Co. ISBN 978-0404147259
- Boardman, John (1989). Greek Art. London: Thames and Hudson. ISBN 978-0-500-20292-0
- Boardman, John (18 de novembro de 1993). The Oxford History of Classical Art. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0-19-814386-9
- Bolman, Elizabeth S. (2016). «A Staggering Spectacle: Early Byzantine Aesthetics in the Triconch». In: Bolman, Elizabeth S. The Red Monastery Church: Beauty and Asceticism in Upper Egypt. New Haven & London: Yale University Press; American Research Center in Egypt, Inc. pp. 119–128. ISBN 978-0-300-21230-3
- Bruno, Vincent L. (1985). Hellenistic Painting Techniques: The Evidence of the Delos Fragments. [S.l.]: BRILL. ISBN 978-9004071599
- Burn, Lucilla (2005). Hellenistic Art: From Alexander The Great To Augustus. Los Angeles: J. Paul Getty Trust Publications. ISBN 978-0-89236-776-4
- Chamoux, Françios (2002) [1981]. Hellenistic Civilization. Traduzido por Michel Roussel. Oxford: Blackwell. ISBN 978-0631222422
- Charbonneaux, Jean; Jean Martin; Roland Villard (1973). Hellenistic Greece. Traduzido por Peter Green. New York: Braziller. ISBN 978-0-8076-0666-7
- Green, Peter (19 de outubro de 1993). Alexander to Actium: The Historical Evolution of the Hellenistic Age. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0520083493
- Havelock, Christine Mitchell (1968). Hellenistic Art. Greenwich, Connecticut: New York Graphic Society Ltd. ISBN 978-0-393-95133-2
- Holtzmann, Bernard and Alain Pasquier (2002). Histoire de l'art antique: l'art grec. [S.l.]: Réunion des musées nationaux. ISBN 978-2-7118-3782-3
- Honour, Hugh (2005). A World History of Art. [S.l.]: Laurence King. ISBN 978-1856694513
- Kleiner, Fred S. (2008). Gardner's Art Through the Ages: A Global History. [S.l.]: Cengage Learning. ISBN 978-0-495-11549-6
- Masseglia, Jane (2015). Body Language in Hellenistic Art and Society. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0198723592
- Pedley, John Griffiths (2012). Greek Art and Archaeology. [S.l.]: Prentice Hall. ISBN 978-0-205-00133-0
- Pollitt, Jerome J. (1986). Art in the Hellenistic Age. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-27672-6
- Richter, Gisela M. A. (1970). The Sculpture and Sculptors of the Greeks. [S.l.: s.n.]
- Singleton, Esther (1910). Famous sculpture as seen and described by great writers. [S.l.]: Dodd, Mead & Company
- Stewart, Andrew (2014). Art in the Hellenistic World: An Introduction. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-1-107-62592-1
- Winter, Frederick (2006). Studies in Hellenistic Architecture. [S.l.]: University of Toronto Press. ISBN 978-0802039149
- Zanker, Graham (2004). Modes of Viewing in Hellenistic Poetry and Art. [S.l.]: University of Wisconsin Press. ISBN 978-0299194505