Axiologia
Axiologia é o estudo de valores,[1] uma teoria do valor geral, compreendido no sentido moral. Como descreveram Max Scheler e Heinrich Rickert, na Alemanha, e Ruyer e R. Polin, na França, a axiologia tenta estabelecer uma hierarquia de valores.[2]
Definição[editar | editar código-fonte]
A definição da axiologia como "ciência dos valores" é descartada por sociólogos e filósofos, como Nildo Viana, sendo o termo considerado insustentável, já que tal ciência não existe concretamente e nem foi sistematizada intelectualmente. A definição mais comum de axiologia é que ela é um ramo da Filosofia que tem por objeto o estudo dos valores. Esta definição também é descartada por Viana, pois para este pensador, a ética já é o ramo da filosofia que se dedica ao estudo dos valores. Uma outra definição é fornecida por Nildo Viana, segundo a qual axiologia seria o padrão dominante de valores em determinada sociedade. Neste sentido, ele cria o termo antagônico de axionomia que expressa os valores autênticos dos seres humanos, ou seja, compatíveis com a natureza humana. Diversos sociólogos dedicaram-se ao estudo dos valores, mas geralmente não utilizaram o termo axiologia, a não ser no sentido de ser sinônimo de "valorativo".[3]
História[editar | editar código-fonte]
A axiologia tem início só no século XIX. quando o termo, originário do âmbito econômico, foi estendido, sobretudo graças a Windelband, a outros âmbitos da vida humana.[4] Os neokantinos do século XIX praticamente inventaram a reflexão axiológica, podemos destacar aqui os mais importantes: Lotze, Albrecht Ritschl, Windelband, Heinrich Rickert, Münsterberg, Meinong, Ehrenfelds, Scheler[5] Nicolai Hartmann, Lavelle e René Le Senne por exemplo.[6]
Uma boa síntese das diferentes escolas de axiologia neokantiana encontra-se na obra Introdução à filosofia, de Windelband.[7] Lotze introduziu o tema dos valores em seu livro Mikrokosmos, no qual defende a diferença entre "ser" e "valor", o "mundo dos valores" é distinto do "mundo dos entes".[8] Ritschl introduziu na axiologia a distinção entre "juízos de valor" e"juízos de fato".[9] A axiologia de Rickert era chamada de logicista ou de logicismo axiológico, porque para ele valor significaria "validade lógica", como isso ele pretendia dar objetividade à axiologia, retirando-a do subjetivismo.[10]
Nietzsche foi quem popularizou o uso filosófico do termo "valor" com seu Assim falou Zaratustra, entre outras obras igualmente iconoclastas, longe de ser um axiólogo tradicional, as questões formais da axiologia não o interessava, sua preocupação se concentrou nas questões práticas da classificação e hierarquização dos valores, isto é, na questão dos critérios de valoração.[6]
Principais pensadores[editar | editar código-fonte]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- REALE, Miguel. "Experiência e Cultura", "Verdade e Conjectura" e "Teoria Tridimensional do Direito".
- Heller, Agnes. O Cotidiano e a História.
- Viana, N. Heróis e Super-Heróis no Mundo dos Quadrinhos.
- Cuvillier, A. Pequeno Vocabulário de Língua Filosófica.
- Frondizi, R. Que son los Valores? Introducción a la Axiologia.
Referências
- ↑ Dicionário UNESP do português contemporâneo. [S.l.]: UNESP. 2004. p. 147. ISBN 978-85-7139-576-3
- ↑ Gérard Durozoi; André Roussel (2005). Dicionário de filosofia. [S.l.]: PAPIRUS. p. 48. ISBN 978-85-308-0227-1
- ↑ Nildo Viana (2007). Os valores na sociedade moderna. [S.l.]: Thesaurus Editora. p. 29. ISBN 978-85-7062-690-5
- ↑ Vários autores (2003). Lexicon - dicionário teológico enciclopédico. [S.l.]: Loyola. p. 780. ISBN 978-85-15-02487-2
- ↑ Max Scheler (1994). Da reviravolta dos valores: ensaios e artigos. [S.l.]: Vozes. ISBN 978-85-326-1161-1
- ↑ a b Maria Luisa Mendes Teixeira (2008). Valores Humanos E Gestao. [S.l.]: Senac. p. 34. ISBN 978-85-7359-737-0
- ↑ Harold H. Titus (1964). Living issues in philosophy. [S.l.: s.n.]
- ↑ Krzysztof Piotr Skowroński (2009). Values and Powers: Re-Reading the Philosophical Tradition of American Pragmatism. [S.l.]: Rodopi. p. 87. ISBN 978-90-420-2745-9
- ↑ Johnny Washington (1994). A journey into the philosophy of Alain Locke. [S.l.]: Greenwood Press. ISBN 978-0-313-29047-3
- ↑ Peter E. Gordon; John P. McCormick (30 de junho de 2013). Weimar Thought: A Contested Legacy. [S.l.]: Princeton University Press. p. 142. ISBN 978-1-4008-4678-8
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Stanford Encyclopedia of Philosophy (em inglês).
- Ética e Deontologia.