Línguas da Guiana Francesa

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 Nota: Para as línguas faladas na Guiana, veja Línguas da Guiana.

Sendo um departamentos de ultramar da França, a Guiana Francesa adota uma única língua oficial, o francês, que é a língua predominante na comunicação formal, nos meios de comunicação e é falado pela maioria dos habitantes do departamento, como primeira ou segunda língua. Existem também uma série de outras línguas regionais, principalmente o crioulo da Guiana Francesa. As várias comunidades de imigrantes residentes na Guiana Francesa tendem a falar em sua própria língua de origem no ambiente familiar.

Línguas regionais[editar | editar código-fonte]

Além do francês, o território também possui várias línguas regionais como o crioulo da Guiana Francesa, bastante semelhante ao Crioulo antilhano, e é utilizado principalmente pelos crioulos, também existem algumas línguas ameríndias e dialetos originários de línguas africanas.

Crioulo da Guiana Francesa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Crioulo da Guiana Francesa

A principal língua regional e que é falada por uma grande maioria da sociedade guianense é o crioulo da Guiana Francesa, que é baseado na língua francesa, com influências do inglês, português, espanhol e de dialetos africanos e ameríndios. Essa língua nasceu no século XVII a partir do contato entre os escravos africanos e seus senhores franceses, durante tentativas de se comunicar. Por vezes essa língua também recebeu influências de outras comunidades crioulas como as da Martinica (crioulo da Martinica), Guadalupe (crioulo de Guadalupe) e Haiti (crioulo haitiano).

Línguas ameríndias e de origens africanas[editar | editar código-fonte]

São também faladas outras línguas regionais; seis línguas ameríndias como o aruaque, o palicur, o galibi,[1] o uaiana, o wajãpi e o emerillon; e também quatro dialetos originários de língua africanas como o saramacano, paramacano, aluku e ndyuka), bem como hmong.

Outras línguas[editar | editar código-fonte]

Pelo fato da Guiana Francesa ter recebido uma grande quantidade de imigrantes de inúmeras nacionalidades distintas, vários outros idiomas são falados significativamente por comunidades de imigrantes e seus descendentes residentes nesse território, principalmente, o português, o hacá (um dialeto chinês),[2] o crioulo haitiano, o espanhol, o neerlandês, o inglês e o russo.

Língua portuguesa[editar | editar código-fonte]

A língua portuguesa tem uma grande e crescente presença nesse território, devido a dois fatores, a Guiana Francesa fazer fronteira com o Brasil e principalmente pelo grande número de imigrantes brasileiros residindo nesse departamento ultramarino francês, a maioria deles trabalham na mineração de ouro,[3] em 2008 já havia 20 mil brasileiros morando legalmente nesse território,[4][5] ou seja, formando 10% da população guianense,[4] mas no mesmo ano o Itamaraty apontava que existiam outros 50 mil brasileiros vivendo ilegalmente no território,[6] aumentam essa soma para 70 mil brasileiros residindo na Guiana Francesa,[6] constituindo um quarto da população local. E também como a Guiana Francesa busca uma maior integração com os seus países vizinhos, como o Suriname, a Guiana e o Brasil. O Português, a língua oficial do Brasil é reconhecida como uma segunda língua nos currículos escolares.[7][8]

Língua neerlandesa[editar | editar código-fonte]

A língua neerlandesa tem uma boa presença nesse departamento ultramarino francês devido a uma grande migração surinamesa para o território, esse fluxo migratório ocorreu principalmente durante a década de 1980 devido a guerra civil surinamesa,[6] estimativas mostram que há em torno de 10 mil surinameses residindo na Guiana Francesa.[6] A língua neerlandesa é ensinada em uma escola da região de Saint-Laurent-du-Maroni, localizada perto da fronteira com o Suriname, em uma escola semelhante a uma escola surinamesa, já se ensina uma seção de teste de neerlandês. Isso decorre pelo fato de que há muito tempo o governo francês decidiu testar o ensino do neerlandês na Guiana Francesa. Os alunos da escola podem obter pontos extras se o neerlandês fizer parte do currículo escolar. Apesar da língua não ser ensinado por mais de duas horas por semana.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «TERRITÓRIO DA GUIANA FRANCESA». Consultado em 14 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 4 de outubro de 2014 
  2. «Ethnologue report for French Guiana» (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2015 
  3. «Brasileiros são enganados e arriscam a vida em garimpos na Guiana». G1. Consultado em 19 de fevereiro de 2015 
  4. a b «Guiana francesa, um território europeu e caribenho em via de "sul-americanização" ?». Confins. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  5. «População da Guiana Francesa». InfoEscola. Consultado em 19 de fevereiro de 2015 
  6. a b c d «Brasileiros tentam a sorte na Guiana Francesa». G1. Consultado em 26 de julho de 2015 
  7. «Amapá e Guiana Francesa com intercâmbio transfronteiriço de Língua Portuguesa e francesa». Ventos da Lusofonia. Consultado em 15 de fevereiro de 2015 
  8. «Estágios, intercâmbio e novas parcerias são temas tratados na Reitoria da Guiana». Consultado em 15 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 16 de fevereiro de 2015