Pagode (estilo musical): diferenças entre revisões
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Revisão das 00h10min de 2 de julho de 2013
Pagode | |
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Origens estilísticas | Samba, Partido alto |
Contexto cultural | São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia |
Instrumentos típicos | Cavaquinho, banjo, tantã, repique de mão, pandeiro |
Popularidade | ![]() |
Subgêneros | |
Pagode Romântico, Pagode Brega, Pagode de Raíz | |
Formas regionais | |
xaxatxa |
Pagode é um gênero musical brasileiro originado no Rio de Janeiro, a partir da cena musical do samba dos fundos de quintais, muito comuns no subúrbio da cidade.
No início, o pagode não era exatamente um gênero musical. Pagode era o nome dado às festas que aconteciam nas senzalas e acabou tornando-se sinônimo de qualquer festa regada a alegria, bebida e cantoria. Prova de que o nome em nada tem a ver com o ritmo, é a música “Pagode de Brasília” gravada por Tião Carreiro em 1959, cuja roupagem em nada lembra nenhuma das variações do samba. Isso pode ser bem percebido pela letra “Pagode do Vavá” de Paulinho da Viola, “Pagode pra valer” de Leci Brandão ou qualquer outra do grupo Fundo de Quintal, considerado por muitos o primeiro grupo de pagode do Brasil.[1]
O termo pagode começou a ser usado como sinônimo de samba por causa de sambistas que se valiam deste nome pra suas festas, mas nunca o citaram como estilo musical até então.
Gênero
O pagode designa festas, reuniões para se compartilhar amizades, música, comida e bebida. Surge como celebração do samba em meados do século XIX e se consolida no século XX no Rio de Janeiro. Mesmo antes já eram celebradas estas festas em senzalas de escravos negros e quilombos. Com a abolição da escravatura e fixação dos negros libertos no Rio de Janeiro e que têm uma relação intrínseca com o sincretismo de religiões de origem africana, como o (candomblé), a (umbanda) - o pagode se consolida com a necessidade de compartilhar e construir identidade de um povo recém liberto, e que precisa dar outra função ao corpo que até então é somente instrumento de trabalho. Por isso a relação estreita entre música e dança na cultura de origem africana, além do fato de ter a síncopa como principal característica da construção técnica-musical, derivada da percussão marcadora do ritmo.
Antigamente, pagode era considerado como festa de escravos nas senzalas. No final da década de 1970, no Rio de Janeiro o termo passou a ser associado a festas em casas e quadras dos subúrbios cariocas, nos calçadões de bares do Centro do Rio e da periferia, regadas a bebida e com muito samba. A palavra pagode no sentido corrente surgiu de festas em favelas e nos fundos de quintais cariocas que falavam sobre sentimentos (alegrias e tristezas) das pessoas que lá moravam.
O samba adquiriu diferentes formatos ao longo de várias décadas, entre os quais, "samba de breque", "samba-canção", "samba-enredo", "samba de partido-alto", "samba-puladinho", "samba sincopado", samba de gafieira, "samba de rancho", sambalanço, samba-rock, "samba de roda" e Samba-Reggae".
E após a década de 70, começaram a associar o nome pagode aos sambas feitos por grupos musicais, normalmente em músicas com temáticas românticas ou com versos de improviso. Porém o nome que melhor se aplicaria a estes seria o samba dolente e o partido alto.[2]
Nessa época foram introduzidos novos instrumentos principalmente pelo grupo Fundo de Quintal ao cenário do samba como: o repique de mão criado pelo músico Ubirany, o tantã (criado pelo músico e compositor Sereno) e o banjo com braço de cavaquinho (criado por Almir Guineto). Essa nova roupagem ajudou a firmar a idéia de que um novo ritmo surgia.[2]
Fundo de Quintal). E na década de 1990, o pagode ganhou uma roupagem mais comercial, influênciado por outros gêneros como R&B e Soul Samba-Rock, Funk carioca e Axé musica com grandes índices de vendagem. Grupos não só cariocas, mas também paulistanos tiveram um êxito, notadamente por tocarem um estilo mais romântico. Hoje, este pagode comercial convive com o de raiz, e ambos têm sucesso comercial no Brasil
Com o passar do tempo, o gênero passou a incorporar, às vezes, instrumentos como o teclado (como em "Parabéns Pra Você", do Fundo de Quintal) e na década de 1990, o pagode ganhou uma roupagem mais comercial, influenciado pela aparição de diversas bandas que vinham de São Paulo, originando o Pagode Romântico (ou pagode paulista) com musicas que atingiram grandes índices de vendagem. Hoje, este pagode comercial convive com o de raiz, e ambos têm sucesso comercial no Brasil Soul[3], Samba-Rock[4], Pop e Axé music[5] com grandes índices de vendagem.
A influência da música estrangeira estava presente não apenas na sonoridade mas também nas escolha das roupas e utilização de coreografias (presente em grupos americanos como The Temptations e The Stylistics)[6]
Grupos não só paulistanos, mas também cariocas e baianos, tiveram um êxito notadamente por tocarem um estilo mais romântico.
Grupos e cantores
Década de 1980
Nome/Grupo | Liderado | Estado |
---|---|---|
Alcione (1º álbum solo em 1975) | carreira Solo | ![]() |
Almir Guineto (1º álbum solo em 1981) | carreira Solo | ![]() |
Arlindo Cruz (1º álbum solo em 1993) | carreira Solo | ![]() |
Art Final (1º álbum em 1987) | Baianinho | ![]() |
Beth Carvalho (1º álbum solo em 1969) | carreira Solo | ![]() |
Da Cor do Pagode | ??? | ![]() |
Eliana de Lima (1º álbum em 1989) | carreira Solo | ![]() |
Fundo de Quintal (1º álbum em 1980)* | carreira Solo | ![]() |
Grupo Cravo e Canela (1º álbum em 1989) | Nenê da Timba | ![]() |
Grupo Pirraça (1º álbum em 1989) | Juninho Lins | ![]() |
Grupo Raça (1º álbum em 1987) | Délcio Luiz | ![]() |
JB Samba (1º álbum em 1988) | Ruy Humberto | ![]() |
Jorge Aragão (1º álbum solo em 1982) | carreira Solo | ![]() |
Leci Brandão (1º álbum solo em 1975) | carreira Solo | ![]() |
Martinho da Vila (1º álbum solo em 1969) | carreira Solo | ![]() |
Os Originais do Samba (1º álbum em 1969) | ??? | ![]() |
Sombrinha (1º álbum solo em 1993) | carreira Solo | ![]() |
Só Preto sem Preconceito (1º álbum em 1989) | Paulinho | ![]() |
Zeca Pagodinho (1º álbum solo em 1986) | carreira Solo | ![]() |
Década de 1990
Década de 2000
Nome/Grupo | Liderado | Estado |
---|---|---|
Adryana e a Rapaziada (existente entre 2000 à 2003) | Adryana Ribeiro | ![]() |
Além da Razão (1º álbum em 2000) | Almir Nascimento | ![]() |
Alexandre Pires (1º álbum solo em 2001) | carreira Solo | ![]() |
Atitude 4 (1º álbum em 2004) | Andrezinho | ![]() |
Belo (1º álbum solo em 2000) | carreira Solo | ![]() |
Cupim na Mesa (1° álbum em 2007) | André Marinho | ![]() |
Chrigor (1º álbum solo em 2004) | carreira Solo | ![]() |
Da Cor do Prazer (1º álbum em 2005) | Rodrigo Siron | ![]() |
Diogo Nogueira (filho de João Nogueira, seu 1º álbum solo em 2007) | carreira Solo | ![]() |
Doce Encontro (1º álbum em 2004) | Eder Miguel | ![]() |
Duh Nosso Jeito (1º álbum em 2012) | Eder, Dedé e Biscoito do Cavaco | ![]() |
Fino Trato (1º álbum, independente, em 2004) | Negreti | ![]() |
Grupo Beleza Pura (1º álbum em 2007) | Flavinho Jr. | ![]() |
Grupo Constelação (1º álbum em 2007) | Carlinhos Prelle, Alexandre Aragon | ![]() |
Grupo Dialeto | Cleilson | ![]() |
Grupo Disfarce (1º álbum em 2005) | Junior | ![]() |
Grupo Luance | Beto Sorriso | ![]() |
Grupo Mais Astral (1º álbum em 2004) | Bruno | ![]() |
Grupo Nuwance (1º álbum em 2008) | Lito | ![]() |
Grupo Percepção (1º álbum em 2006) | Miltinho | ![]() |
Grupo Sem Abuso (1º álbum em 2006) | Cesinha | ![]() |
Grupo Senzala (1º álbum em 2003) | Kadinho Motta | ![]() |
Grupo Zueira (1º álbum em 2009, part. no Concurso Nacional de Pagode) | Léonards | ![]() |
Gustavo Lins (1º álbum solo em 2003) | carreira Solo | ![]() |
Imaginasamba (1º álbum em 2002) | Suel | ![]() |
Inimigos da HP (1º álbum em 2001) | Sebá | ![]() |
Irradia Samba (1º álbum em 2003) | Sandro | ![]() |
Jeito Moleque (1º álbum em 2003) | Bruno Diegues | ![]() |
Lance da Lua | Eduardo dos Santos | ![]() |
Louca Sedução (1º álbum em 2000) | Lelê | ![]() |
Netinho de Paula (1º álbum solo em 2001) | carreira Solo | ![]() |
Nosso Sentimento (1º álbum em 2007) | Chininha | ![]() |
Novo Toke | Edu Hara | ![]() |
Os Mulekes (1º álbum em 2002) | Marcio | ![]() |
Pura Cadência | Juninho PC | ![]() |
Refla (1º álbum em 2000) | ??? | ![]() |
Remix SB (1º álbum, independente, em 2007) | Marcos Jardel | ![]() |
Rodriguinho (1º álbum solo em 2004) | carreira Solo | ![]() |
Salgadinho (1º álbum solo em 2002) | carreira Solo | ![]() |
Samba Tri (1º álbum em 2004, participação de Ronaldinho Gaúcho) | Gustavo Martins | ![]() |
Samprazer (1º álbum em 2006) | Billy SP | ![]() |
Se Ativa (1º álbum em 2003) | Filipe Melara | ![]() |
Sociedade do Samba (1º álbum em 2000) | Renatinho | ![]() |
Sorriso Maroto (1º álbum em 2001) | Bruno Cardoso | ![]() |
Sou Muleke (1º álbum em 2007) | Thiago | ![]() |
Teresa Cristina (1º álbum solo em 2002) | carreira Solo | ![]() |
Turma do Pagode (1º álbum em 2001) | Leíz | ![]() |
Grupo Doce Jeito ' | Cristian Moura | ![]() |
Vavá (1º álbum em 2001) | carreira Solo | ![]() |
Pagode da 27 (1º álbum em 2009) | Ricardo Rabelo | ![]() |
Década de 2010
Nome/Grupo | Liderado | Estado |
---|---|---|
Adriano Ribeiro (1º álbum solo em 2012[7]) | carreira Solo | ![]() |
Grupo Sambô (1º álbum em 2010) | Daniel San | ![]() |
Karina (1º álbum solo em 2012[8]) | carreira Solo | ![]() |
Lu Carvalho (1º álbum solo em 2012) | carreira Solo | ![]() |
Mumuzinho (1º álbum solo em 2011) | carreira Solo | ![]() |
Péricles (1º álbum solo em 2012) | carreira Solo | ![]() |
Thiaguinho (1º álbum solo em 2012) | carreira Solo | ![]() |
Grupo Na Hora H ' | Vitinho | ![]() |
Grupo Outra Metade (1º álbum em 2008) | Grupo Outra Metade | ![]() |
Referências
- ↑ Rui Torneze (2004). Cancioneiro de viola caipira, Volume 2. [S.l.]: Irmãos Vitale. 10 páginas. 8574071889, 9788574071886
- ↑ a b Carlos Alberto M. Pereira (2003). Cacique de Ramos: uma história que deu samba. [S.l.]: Editora E-papers. 8587922580, 9788587922588
- ↑ «O soul deu samba». Revista Veja Edição 2140. Editora Abril. 25 de novembro de 2009. Consultado em 11 de janeiro de 2010
|coautores=
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(ajuda) - ↑ «Pagode». site Clique Música. Consultado em 11 de janeiro de 2010
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(ajuda) - ↑ «Mauricinhos do pagode». Revista Veja Edição 1913. Editora Abril. 13 de julho de 2005. Consultado em 14 de janeiro de 2010
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requer|autor=
(ajuda) - ↑ Renato Roschel. «Pagode». Almanaque da Folha
- ↑ Portal Sucesso (8 de maio de 2012). «Sambista Adriano Ribeiro é nova aposta da Warner». Consultado em 10 de maio de 2013
- ↑ Zero Hora (15 de dezembro de 2012). «Conheça a sambista paranaense que é revelação do samba nacional». 10h01. Consultado em 10 de maio de 2013