Ulrico Zuínglio
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Huldrych Zwingli Ulrico Zuínglio | |
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Nascimento | 1 de janeiro de 1484 Wildhaus, Antiga Confederação Helvética |
Morte | 10 de outubro de 1531 (47 anos) Kappel am Albis, Antiga Confederação Helvética |
Cidadania | Suíça |
Alma mater | Universidade de Viena, Universidade de Basileia |
Ocupação | O identificador "" é desconhecido pelo sistema. Utilize um identificador de entidade válido, por favor. |
Religião | Calvinismo |
Causa da morte | morto em combate |
Assinatura | |
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Ulrico Zuínglio, em alemão Huldreych, Huldreich ou Ulrich Zwingli (Wildhaus, Cantão de São Galo, 1º de janeiro de 1484 — Kappel am Albis, 10 de outubro de 1531), foi um teólogo suíço e principal líder da Reforma Protestante na Suíça.
Zuínglio foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças. Independentemente de Martinho Lutero, que era doctor biblicus, Zuínglio chegou a conclusões semelhantes pelo estudo das escrituras do ponto de vista de um erudito humanista. Zuínglio não deixou uma igreja organizada, mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nasceu numa família rica da classe média, foi o terceiro de oito filhos. Seu pai Ulrico era o magistrado chefe da cidade e o seu tio Bartolomeu o vigário.
Fez os primeiros estudos em Basileia e Berna, e os estudos superiores em Viena e depois em Basileia, onde, em 1506, obteve o "Magister Sententiarum" (o título de Mestre das Sentenças de Pedro Lombardo). No mesmo ano foi ordenado sacerdote e destinado à paróquia de Glanora, na qual desempenhou com dedicação suas funções pastorais, sem descurar, por isso os estudos e os contatos com o mundo da cultura, tornando-se um convicto fautor do humanismo.
Em 1516 foi transferido para a abadia de Einsiedeln como capelão. Naquele santuário, a exuberância das práticas religiosas, que, nos fiéis, raiava pela superstição e, no clero, pelas práticas simoníacas, chocou profundamente o espírito do jovem sacerdote, preparando-o para as ideias da Reforma Protestante que não tardariam em vir da Alemanha.
Datam deste período os primeiros contatos com Erasmo de Roterdã, do qual se tornou grande admirador e em larga escala também seguidor.
Em 1519 foi transferido como cura da catedral, para Zurique, onde em suas pregações começou a criticar com insistência as indulgências e a comentar a Bíblia segundo o "evangelho puro", inspirando-se nos escritos de Lutero, que ele considerava substancialmente na linha do reformismo de Erasmo ou pelo menos não em antítese a ele. Mais tarde também atacou o celibato eclesiástico e começou a conviver com uma viúva, a qual desposou publicamente em 1524.[1] A partir de 1522 começou a criticar cada vez mais radicalmente a devoção a Virgem Maria e aos santos, a autoridade dogmática e disciplinar dos concílios e dos papas, o culto das imagens, a missa como sacrifício. Em vista disso, o bispo de Constança proibiu-o de pregar, acusando-o de heresia.
A partir de 1522, ano em que se casou secretamente com Anna Reinhard,[1] Zwingli se empenhou na obra da Reforma. Partindo do princípio de que só a Bíblia contém a doutrina necessária para a salvação,[1] preparou 67 breves artigos de fé. Neles afirmava que Cristo é a única autoridade da igreja e que a salvação se opera pela fé. Em De vera et falsa religione commentarius (1525; Comentário sobre a verdadeira e a falsa religião), negou o caráter sacrificial da missa, a salvação pelas obras, a intercessão dos santos, a obrigatoriedade dos votos monásticos, a existência do purgatório. Afirmou o caráter simbólico da eucaristia, divergindo de Martinho Lutero,[1] que tomava de forma literal as palavras de Cristo "este é o meu corpo".
A reforma de Zuínglio foi apoiada pelo magistrado e pela população de Zurique e levou a mudanças significantes na vida civil e em assuntos de estado em Zurique.[1] O governo de Zurique anulou a proibição do bispo, introduziu a língua alemã na liturgia e aboliu o celibato eclesiástico. A Reforma Protestante propagou-se desde Zurique a cinco outros cantões da Suíça, enquanto que os restantes 5 ficaram firmemente do lado da fé católica-romana.
Zuínglio organizou sessões de debate teológico, nas quais os argumentos dele e de outros protestantes eram confrontados com os argumentos da Igreja Católica oficial. Normalmente, os seus argumentos eram mais convincentes e estas sessões acabavam por ser um fortalecimento da reforma. Em Janeiro de 1523, foi organizada uma disputa em Zurique, com a presença de seiscentas pessoas, que assistiram a uma confrontação entre Zuínglio e os enviados do Bispo de Constança. Ao contrário do modelo medieval (disputatio), esta forma de disputa tem lugar em local público e não numa sessão fechada ao público, algures numa universidade, sendo falada em alemão e não em latim. Em 1528, uma sessão semelhante teve lugar em Berna.
Zuínglio tentou sem êxito a aliança entre Zurique, França e a Savoia, mas conseguiu organizar uma Aliança Cívica Cristã, que em 1529 já contava com vários cantões, iniciando-se a luta armada. Decidido a pôr fim ao perigo de intervenção imperial, em face da hostilidade dos cantões católicos, Zwingli incitou o Conselho de Zurique a atacá-los e, ao acompanhar as tropas como capelão, encontrou a morte em batalha, perto de Kappel am Albis, em 11 de outubro de 1531.[1] Crê-se que o seu cadáver foi esquartejado e dado às chamas[carece de fontes].
Zuínglio e Martinho Lutero[editar | editar código-fonte]
Martinho Lutero frequentemente atacava algumas afirmações de Zuínglio.[carece de fontes] Muitas tentativas foram feitas para a aproximação dos dois reformistas, mas nunca tiveram sucesso. Quanto à visão teológica, a de Zuínglio tem muitos elementos em comum com a de Lutero nas negações, mas é muito diferente dela nas afirmações. De fato, o motivo que levou Zuínglio à Reforma é precisamente o contrário ao de Lutero. Este último era movido por razões fideístas: a incapacidade do homem, em virtude das quais o homem e Deus estão separados por um abismo tão grande que nenhuma série de intermediários jamais poderá transpor. Zuínglio, ao contrário, apoiava-se em motivos racionalistas e humanísticos: a bondade essencial do homem, que faz com que ele não precise de nenhuma série de impulsos para subir até Deus, porque está em condições de fazê-lo sozinho. A tendência racionalista da reforma zuingliana pode ser notada imediatamente nas seguintes doutrinas: redução do pecado original a um simples vício hereditário não merecedor de condenação eterna e sem diminuição das forças éticas do homem; valor positivo da Lei e não meramente negativo; felicidade eterna acessível também aos sábios pagãos que tivessem praticado a lei moral natural.[carece de fontes] Lutero e Zuínglio estão muito longe um do outro tanto pelos motivos teológicos quanto pelos motivos que se propuseram com a Reforma: enquanto Lutero que responder à questão "como serei salvo?", Zuínglio propõe outra: "como será salvo o meu povo?"[carece de fontes]
"A grande preocupação de Lutero, tanto em Erfurt quanto em Wittenberg, era a salvação de sua alma. Não era certamente uma angústia egoísta porque pode-se dizer que ele tomou sobre si a angústia de toda a sua época. Mas o que constituía o tormento de Zuínglio era a salvação de seu povo."[2]
Zuínglio e João Calvino[editar | editar código-fonte]
Ulrico Zuínglio morreria em 1531, e com sua morte, parecia que a reforma na Suíça acabaria. Mas o movimento continuou, e agora quem assumiria a liderança seria Heinrich Bullinger, que embora fosse um líder muito capaz, parecia que o movimento estava condenado a ficar restrito a algumas regiões da Suíça e da Alemanha, e assim não causaria qualquer impacto ao restante da Europa e ao mundo. Mas então entra em cena João Calvino, um intelectual brilhante que iria dar profundidade teológica à fé reformada, sistematizando-a em suas Institutas da Religião Cristã, conduzindo-a a um alcance e impacto por toda a Europa, e daí ao resto do mundo, transpondo fronteiras territoriais e temporais.
Obras[editar | editar código-fonte]
- Verdadeira e Falsa Religião (1535) De São Bartolomeu Bernardo Yuri Sanchino
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
2. MATOS, Alderi de Souza, [PORTAL MACKENZIE]. http://www.mackenzie.br/15909.html
Referências
- ↑ a b c d e f CAIRNS, Earle Edwin. O cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã / Earle Edwin Cairns; tradução Israel Belo de Azevedo, Valdemar Kroker - 3ª edição - São Paulo : Vida Nova, 2008
- ↑ COURVOISIER, J., Zwingli, théologien réformé, Edições Delachaux & Nistlé, Neuchatêl, 1965, 16.