Enfisema

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Enfisema
Enfisema
Pulmão humano corado mostrando um estágio avançado de enfisema.
Classificação e recursos externos
CID-10 J43
CID-9 492
DiseasesDB 4190
MedlinePlus 000136
eMedicine med/654
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Enfisema pulmonar é um tipo de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracterizada por danos aos alvéolos pulmonares, causando oxigenação insuficiente e acúmulo de gás carbônico no sangue (hipercapnia). Ela geralmente é causada pela inalação de produtos químicos tóxicos, como fumaça de tabaco, queimadas e poluição do ar.[1]

Os danos às paredes dos alvéolos reduzem o espaço capaz de fazer troca de ar. A inflamação que ocorre nos pulmões acontece também em outras partes do organismo como por exemplo o coração, e por isso atualmente a DPOC também é considerada uma doença sistêmica.

Também afeta outros animais, especialmente cavalos expostos a feno com fungos e cachorros e gatos expostos a fumaça de cigarro por muitos anos.[2]

Causas

Uma rede elástica distendida sobre a superfície finita pode oferecer uma bidimensional modelo útil para compreender as conseqüências pura mecânica de ruptura septal. Em vermelho é o espaço extra da cavidade novo após a ruptura septal devido ao recolhimento elástico pulmonar re-arranjo, necessariamente, às expensas do espaço das malhas saudável circundante (alvéolos) (VIDEO) [3]

As principais causas de enfisema são[4]:

  • Tabagismo e cigarros de maconha (cerca de 80 a 90% dos pacientes com enfisema foram ou são fumantes)[5]
  • Exposição a gases tóxicos no local de trabalho (cerca de 10 a 20% dos casos) [6]
  • Genética (responsável por 1 a 5% dos casos)[7]

Fatores de risco

Fatores que aumentam a chance de desenvolver enfisema incluem[8]:

  • Poluição do ar;
  • Má nutrição;
  • Infecções respiratórias;
  • Histórico familiar de DPOC;
  • Baixa temperatura.

Fisiopatologia

A lesão das paredes dos alvéolos dão uma aparência bolhosa ao pulmão e as toxinas dão aparência acinzentada.

O enfisema é caracterizado pela perda da elasticidade do tecido pulmonar, destruição dos alvéolos e seus capilares. Conforme os danos aumentam, as vias aéreas colapsam, resultando em menos superfície para trocas gasosas, levando a uma forma obstrutiva de doença pulmonar: o ar entra nos pulmões e não sai.

A diminuição da ventilação e obstrução das vias aéreas e a hiperinflação dos pulmões resultam em baixos níveis de oxigênio (hipóxia) e, eventualmente, níveis de dióxido de carbono (hipercapnia) no sangue cada vez maiores, conforme o espaço para troca gasosa reduz. Durante a hiperinflação pulmonar, o risco de inflamação das vias aéreas também aumenta, o fluxo de ar expiratório reduz e diminui ainda mais a transferência de gás. Os níveis de oxigênio no sangue progressivamente menores aumentam a frequência respiratória como resposta compensatória. [9]

Os baixos níveis de oxigênio, se presente por um período prolongado, podem resultar em estreitamento por reflexo das artérias dos pulmões (shunt pulmonar), enquanto as inflamações e lesões por produtos tóxicos levam à ruptura de capilares e alvéolos dos pulmões. Ambas as mudanças resultam em aumento da pressão sanguínea nas artérias pulmonares, que podem causar cor pulmonale.[10].

Sinais e sintomas

Os sintomas, que pioram com o tempo, são:[11]:

Assim que o enfisema avança, podem-se observar deformidades nas unhas, causadas pela baixa concentração de oxigênio. Caracteriza-se pela hipertrofia e hiperplasia das paredes das mucosas.

Diagnóstico

O diagnóstico de enfisema está intimamente relacionado ao da DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), podendo-se utilizar a oximetria de pulso, espirometria, a gasometria arterial, analise clínica dos sinais e sintomas e histórico familiar.

Epidemiologia

Em 2012 era a 12ª doença a mais causar prejuízos no mundo. Estima-se que em 2020 será a 5ª.[12]

É uma das doenças que mais causa prejuízos e que mais mata no mundo. Doenças respiratórias obstrutivas crônicas (DPOC) atingem cerca de 5% da população, sendo mais comum entre homens, principalmente depois dos 40 anos, muito mais comum entre fumantes e frequente causa de aposentadoria por invalidez, especialmente em trabalhadores de industrias e minas expostos a produtos tóxicos como sílica.[13] O número de casos aumentou 65% entre 2000 e 2010 e segue aumentando com o envelhecimento da população e agravamento da poluição do ar. Cerca de 85% dos casos são entre fumantes e ex-fumantes, inclusive de pessoas que apenas moram com fumantes, mas não fumam. Em 2005 15% dos maiores de 40 anos da grande São Paulo tinham DPOC.[14]

Tratamento

O enfisema é uma condição degenerativa irreversível, embora possa haver uma pequena recuperação da função pulmonar. A medida mais importante que pode ser tomada para diminuir a progressão do enfisema é a interrupção do tabagismo por parte do paciente e evitar exposição a poluentes. Parar de fumar reduz o risco de morte em 18%.[15] A reabilitação pulmonar também pode ser muito útil para melhorar a qualidade de vida do paciente.

O enfisema pode ser tratado auxiliando a respiração com diversos medicamentos como[16]:

Também é importante:

  • Oxigenoterapia
  • Boa higiene bucal
  • Ambiente bem ventilado e sem mofo
  • Exercícios regulares
  • Boa nutrição e muita água

Em casos graves pode ser necessário ventilação mecânica, cirurgia para remover parte do pulmão lesionado e transplante de pulmão.[17]

Comorbidades

O enfisema frequentemente ocorre junto a uma bronquite ou bronquite crônica.

Referências

  1. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/emphysema/basics/definition/con-20014218
  2. Miller MS, Tilley LP, Smith FW (January 1989). "Cardiopulmonary disease in the geriatric dog and cat". Vet. Clin. North Am. Small Anim. Pract. 19 (1): 87–102. PMID 2646821
  3. Min Chir 1998,53: 899-918. (vídeo)
  4. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/emphysema/basics/causes/con-20014218
  5. Rennard, Stephen (2013). Clinical management of chronic obstructive pulmonary disease (2nd ed.). New York: Informa Healthcare. p. 23. ISBN 978-0-8493-7588-0.
  6. Laine, Christine (2009). In the Clinic: Practical Information about Common Health Problems. ACP Press. p. 226. ISBN 978-1-934465-64-6.
  7. Foreman MG, Campos M, Celedón JC (July 2012). "Genes and chronic obstructive pulmonary disease". Med. Clin. North Am. 96 (4): 699–711. doi:10.1016/j.mcna.2012.02.006. PMC 3399759. PMID 22793939.
  8. Dhar, Raja (2011). Textbook of pulmonary and critical care medicine. New Delhi: Jaypee Brothers Medical Publishers. p. 1056. ISBN 978-93-5025-073-0.
  9. Nazari S.The surgical physiopathology of essential pulmonary emphysema and volume-reduction intervention. Minerva Chir. 1998 Nov;53(11):899-918. PMID: 9973794
  10. S. Nazari : Mechanical Events In Physiopathology Of Idiopathic Pulmonary Emphysema: A Theoretical Analysis. The Internet Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery. 2002 Volume 5 Number 2
  11. Reilly, John J.; Silverman, Edwin K.; Shapiro, Steven D. (2011). "Chronic Obstructive Pulmonary Disease". In Longo, Dan; Fauci, Anthony; Kasper, Dennis; Hauser, Stephen; Jameson, J.; Loscalzo, Joseph. Harrison's Principles of Internal Medicine (18th ed.). McGraw Hill. pp. 2151–9. ISBN 978-0-07-174889-6.
  12. http://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=77
  13. Vestbo, Jørgen (2013). "Introduction". Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. xiii–xv.
  14. http://www.brasil.gov.br/saude/2012/04/enfisema-pulmonar-e-bronquite-cronica
  15. Decramer M, Janssens W, Miravitlles M (April 2012). "Chronic obstructive pulmonary disease". Lancet 379 (9823): 1341–51. doi:10.1016/S0140-6736(11)60968-9. PMID 22314182.
  16. Gartlehner G, Hansen RA, Carson SS, Lohr KN (2006). "Efficacy and Safety of Inhaled Corticosteroids in Patients With COPD: A Systematic Review and Meta-Analysis of Health Outcomes". Ann Fam Med 4 (3): 253–62. doi:10.1370/afm.517. PMC 1479432. PMID 16735528.
  17. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/emphysema/basics/treatment/con-20014218