Festival Eurovisão da Canção

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Festival Eurovisão da Canção
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Festival Eurovisão da Canção
Edição
[[Lista das edições do Festival Eurovisão da Canção|60° edição]]
em
Festival
Criação 1956
Responsável
Realização 1956 - 2015 (presente)
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A decorrer desde 1956, o Festival Eurovisão da Canção (em inglês: Eurovision Song Contest e em francês: Concours Eurovision de la Chanson) é um concurso anual de canções transmitido pela televisão com participantes de diversos países cuja televisão nacional transmissora é membro do European Broadcasting Union. O concurso é transmitido na televisão e também na rádio por toda a Europa. Recentemente, a transmissão do mesmo foi também alargada a outros países não europeus por meio dos canais internacionais dos seus membros e também pode ser acompanhada na Internet.

O nome do concurso deriva da palavra Eurovision que é a primeira palavra da cadeia de televisões europeia: a European Broadcasting Union (EBU) (União Europeia de Radiodifusão em português). Esta união pode conseguir uma audiência de aproximadamente 1/6 da população mundial. Qualquer membro da EBU pode participar no concurso, mesmo que não seja um país europeu. Isto inclui países africanos e asiáticos tais como Israel e Marrocos, que já participaram no concurso. O Líbano tentou participar em 2005, mas pelas leis locais teria que cortar a transmissão da participação israelense.

História

Baseado no festival de música de São Remo, o primeiro festival eurovisivo saiu da mente da EBU. O primeiro festival teve lugar no dia 24 de Maio de 1956, onde sete dos dez membros originais da entidade concorreram (três países foram desqualificados por terem entrado tardiamente). Assim, os primeiros países foram a França, a então Alemanha Ocidental, a Itália, a Holanda, o Luxemburgo, a Bélgica e a Suíça. No ano a seguir, juntaram-se a estes o Reino Unido, a Áustria e a Dinamarca e em 1959 Mónaco. Muitos outros países se foram juntando ao passar dos anos, como por exemplo, Portugal em 1964, a Irlanda em 1965, Israel em 1973, a Islândia em 1986. No entanto, o culminar da Guerra Fria no início da década de 90, obrigou a expansão do concurso para o leste, com muitos países competindo pela primeira vez no período de 1993 a 2008. As últimas adições no concurso foram San Marino e o Azerbaijão em 2008 e a Austrália como país convidado em 2015.

Sistema de classificação (1993-2014)

No período de preparação para o concurso de 1993, a União Europeia de Radiodifusão finalmente começou a lidar com a explosão no número de potenciais países participantes, causados ​​pela dissolução no bloco de Leste, e também pela desintegração da Jugoslávia, que tinha sido tradicionalmente o único país comunista que tinha participado no concurso. Pela primeira vez, então, uma fase de pré-qualificação foi introduzida, mas apenas para os nunca participaram da competição em todos, ou no caso das ex-repúblicas da Jugoslávia, que ainda não tinham competido como nações soberanas. Este foi, no entanto, apenas uma medida 'tapa buraco' já que claramente não seria uma solução sustentável para os próximos anos, porque não seria visto como uma oportunidade equitativa. Mas, no entretanto, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Hungria, Eslovénia, Eslováquia, Roménia e Estónia foram separadas para se enfrentar em uma competição especial chamada Kvalifikacija za Millstreet (Classificatória para Millstreet) em Ljubliana a 3 de abril na qual apenas três vagas estavam disponíveis. Depois de uma votação extremamente apertada, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Eslovênia se classificaram. Neste ano pela primeira vez os seis últimos colocados perderiam a sua vaga no ano seguinte, para dar lugar aqueles países que não se classificaram em Ljubliana.

No ano seguinte, novamente na Irlanda. Sete países: Hungria,Eslováquia,Roménia e Estónia tiveram a sua primeira participação e foram abertas 3 vagas remanescentes, devido a situação especial de Luxemburgo que havia ficado na "zona de descida" para este ano e que desistiu e a retirada voluntária da Itália, deixando 3 vagas em aberto que foram preenchidas por Rússia, Polónia e Lituânia.

Para o concurso de 1996 na Noruega, a União Europeia de Radiodifusão continuou a experimentar nos seus esforços para encontrar um método amplamente aceitável de reduzir gradualmente o elevado número de potenciais países participantes para um número prático. Neste ano, voltaram para a fase de pré-qualificação que tinha sido usado ​​para o concurso de 1993, mas desta vez com apenas um país isento do processo - a anfitriã Noruega. A pré-qualificação deste ano foi uma exceção, já que não foi transmitida em qualquer forma, e nem implicou em qualquer apresentação em direto das entradas. Em vez disso, o conjunto tradicional de júris nacionais simplesmente ouviu as gravações em estúdio de cada música, através de CDs e atribuíram os pontos normalmente. Algum tempo depois foram revelados somente aqueles países que haviam se classificaram. Posteriormente, vazaram as pontuações respetivas e as posições, mas a forma como os júris votaram não.

Mais uma vez, tornou-se evidente que este sistema não era sustentável. Esse processo fez com que os países participantes fizessem as suas seleções nacionais em aberto, já que sabia que existia a possibilidade de que o público internacional não tivesse conhecimento da sua entrada. Não havia a previsão de que um dos principais colaboradores financeiros do evento, a Alemanha seria prejudicada e eliminada.Por causa desse critério este foi o único ano que o país ficou ausente do Concurso.

Depois da controvérsia sobre a pré-seleção em 1996, de 1997 a 2001, usou-se um novo sistema de classificação, aqueles países que tiveram a menor média de pontuação no período de 1992 a 1996 estariam eliminados, e posteriormente aqueles países que tiveram as menores médias nas suas últimas cinco participações (a ressalva de que cada país tão excluído por um ano, automaticamente, estava automaticamente classificado para o ano seguinte). Assim, haveria um revezamento e o número de países participantes variava de 23 a 25.

Para a Eurovisão de 1999, em Israel, a EBU decidiu que os quatro maiores maiores contribuintes financeiros da entidade - Alemanha, Espanha, França e Reino Unido - teriam classificação automática para as edições posteriores. Doze anos mais tarde a Itália no seu regresso seria incluída no grupo.

Nas edições de 2002 e 2003, houve a última mudança no sistema de classificação relacionada a eliminação de participantes. O sistema era simples: Estavam classificados para a próxima edição os 17 primeiros do ano anterior, o "big four", mais aqueles que não participaram na edição anterior.

Em 2004, a EBU decidiu fazer do Festival Eurovisão da Canção um evento de dois dias, limpando todas as regras existentes anteriormente relativas à não participação de um país por um ano por causa dos maus resultados. Assim, todos os anos organizava-se uma final (com o Big four já automaticamente classificado) mais os dez primeiros colocados do ano anterior. Os restantes teriam que participar na semifinal e tentar a sua sorte, já que haveria apenas dez lugares disponíveis na final do concurso e esta fórmula durou por quatro anos.

Após vários problemas relacionados a votação em blocos geográficos no Festival de 2007, em Helsinque. A EBU decidiu novamente alterar o formato do Festival para evitar estes problemas. E assim desde 2008 os participantes estão divididos em duas semifinais de até 20 participantes cada. Os dez primeiros colocados de cada semifinal classificam-se para a grande final, enquanto o país organizador e o "big five" estão classificados automaticamente e são divididos para votar em cada semifinal.

Em 2015,a Austrália participou como país convidado,com isso o país classificou-se diretamente à final e teve o direito de votar nas duas semifinais.

Seleções Nacionais

Para a edição do festival de 2002, a televisão Espanhola (TVE) criou um reality show chamado «Operación Triunfo» que mostrava a formação e seleção de cantores desconhecidos. O formato televisivo foi um enorme sucesso em Espanha e no concurso. A partir daí, o formato foi-se espalhando pelos vários países europeus (Irlanda, Reino Unido, Portugal, França, Itália, Albânia,…). O auge do formato foi 2005, quando vários países seguiram o formato.

Regras

Marija Šerifović, a cantora sérvia que ganhou a edição de 2007.

Número de canções

No primeiro festival (1956) cada país era autorizado a levar duas canções de três minutos e meio cada, cantada por um habitante do próprio país em questão. Mas logo no ano seguinte (1957), a EBU restringiu o número de canções para uma por país. O número de países continuou a crescer e a partir de 1980 as canções só podiam ter, no máximo, três minutos, para haver tempo suficiente de transmitir o festival inteiro. Temos o exemplo da participação de Itália no Festival Eurovisão da Canção 2015, que a música teve de ser cortada para ficar com 3 minutos.

Cantores

As regras atuais dizem que só podem estar 6 pessoas em palco por cada actuação realizada e que essas pessoas devem ter mais de 16 anos. No entanto, já não existe nenhuma regra sobre a nacionalidade daqueles que representam o país, tendo por isso aparecido casos como o de Céline Dion, que sendo canadense, representou a Suíça no festival. Se algum país concorrente não transmitir o festival em qualquer ano, será imediatamente desqualificado nesse ano e não poderá concorrer no ano seguinte.

Línguas

Vendo que o inglês começou a dominar o Festival, particularmente com a vitória sueca de 1974 (ABBA cantando "Waterloo"), foi imposta uma regra que afirmava que cada país teria que cantar numa das suas línguas oficiais.

A regra foi novamente posta de lado em 1999, quando a Suécia repetiu a proeza de ganhar o festival novamente com uma música em inglês: Take me to your heaven.

Atualmente, a maior parte dos países opta pela língua inglesa com meta de conquistar maiores audiências e votos por parte de todos os europeus. Mesmo assim, ainda existem países que continuam a usar as suas línguas locais e normalmente cantam na sua própria língua (Portugal, Espanha, França, Israel, Sérvia, Andorra e Itália entre outros).

Existem ainda alguns casos de línguas inventadas (Bélgica, 2003, e Países Baixos, 2006), e de opções de músicas com várias línguas. Portugal optou por esse mecanismo na final em 2003, 2005, 2006 e 2007.

Big Four / Five

Desde 2000, o Reino Unido, a Alemanha, a França e a Espanha qualificam-se automaticamente para a final do Festival Eurovisão, independentemente da posição no festival do ano anterior.[1] Estes quatro países ganharam este estatuto especial por serem os quatro maiores contribuidores financeiros para a EBU / UER (sem a qual a produção do Festival Eurovisão da Canção não seria possível). Devido ao seu estatuto intocável, estes países tornaram-se conhecidas como "Big Four".[2] A 31 de Dezembro de 2010 foi anunciado na lista oficial de participação pela EBU / UER que a Itália iria qualificar-se automaticamente para a final, juntando-se aos outros quatro qualificados automáticos, passando o grupo a ser conhecido como "Big Five".[3] Com a vitória de Lena Meyer-Landrut no festival de 2010, a Alemanha foi o primeiro país dos "Big Four" a vencer o concurso desde a introdução da regra no ano de 2000.

Países participantes

Cada país participante tem de ter obrigatoriamente uma estação televisiva que esteja integrada na União Europeia de Radiodifusão (UER) para que o possa representar no certame. Por exemplo, a de Portugal é a RTP. Apesar de poder haver mais que uma cadeia televisiva de um país na UER, não é norma a participação das televisões privadas no concurso. Há duas exceções: Mônaco que está representado por uma televisão privada e o Azerbaijão que está representado por uma emissora independente.

Caso haja vontade de um país participar na edição seguinte do concurso à qual não participou, essa edição anterior teria obrigatoriamente de ser transmitida ao vivo para todo o país.

Podem participar todos os países que estão dentro da Área de Radiodifusão Europeia ou então no Conselho da Europa.

Desde 1956, pelo menos 49 países já participaram pelo menos uma vez:

Países participantes desde 1956:
  Participaram pelo menos uma vez
  Nunca participaram, mas estão autorizados
  Quiseram participar, mas se retiraram antes da final
Gráfico de linhas mostrando o número de participantes ao longo dos tempos.
Ano Primeira participação de cada país
1956  Bélgica,  França,  Alemanhaa,  Luxemburgo,  Países Baixos,  Itália,  Suíça
1957  Áustria,  Dinamarca,  Reino Unido
1958  Suécia
1959  Mónaco
1960  Noruega
1961  Finlândia,  Espanha,  Iugosláviab
1964  Portugal
1965  Irlanda
1971  Malta
1973  Israel
1974  Grécia
1975  Turquia
1980  Marrocos
1981  Chipre
1986  Islândia
1993  Bósnia e Herzegovina,  Croácia,  Eslovénia
1994  Estónia,  Hungria,  Lituânia,  Polónia,  Roménia,  Rússia,  Eslováquia
1998  Macedónia do Norte
2000  Letónia
2003  Ucrânia
2004  Albânia,  Andorra,  Bielorrússia,  Sérvia e Montenegro
2005  Bulgária,  Moldávia
2006  Arménia
2007  Chéquia,  Geórgia,  Montenegro,  Sérvia
2008  Azerbaijão,  San Marino
2015 Austrália
a) Ocasionalmente apresentou-se como Alemanha Ocidental antes da Reunificação da Alemanha em 1990.
b) As entradas apresentadas como Jugoslávia representaram a República Socialista Federal da Jugoslávia, excepto em 1992, quando representou a República Federal da Jugoslávia.
c) A Austrália irá participar apenas uma vez, como país convidado para comemorar os 60 anos do certame.

Vencedores

Canções com 0 pontos (desde 1978)

Ver também

Referências

  1. «Rules of the 44th Eurovision Song Contest, 1999» (PDF). União Europeia de Radiodifusão. 13 de outubro de 1998. Consultado em 18 de julho de 2006 
  2. «Reference Group». União Europeia de Radiodifusão. Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. Bakker, Sietse (31 de dezembro de 2010). «43 nations on 2011 participants list». Eurovision.tv. Consultado em 31 December 2010  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

Ligações externas

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