El Chapulín Colorado

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 Nota: Para o protagonista desta série de TV, veja El Chapulín Colorado (personagem).
El Chapulín Colorado
Chapolin (BR)
El Chapulín Colorado
Informação geral
Formato sitcom
Duração 22 minutos
Criador(es) Roberto Gómez Bolaños
Elenco Roberto Gómez Bolaños
María Antonieta de las Nieves
Ramón Valdés
Rubén Aguirre
Carlos Villagrán
Florinda Meza
Edgar Vivar
Horacio Gómez Bolaños
Angelines Fernández
Raúl "Chato" Padilla
País de origem México
Idioma original espanhol
Temporadas 7
Episódios 291 (lista de episódios)
Produção
Diretor(es) Roberto Gómez Bolaños
Enrique Segoviano (1973–1978)
Narrador(es) Jorge Gutiérrez Zamora
Tema de abertura "Comedy Fanfare 1", Ole Georg
"The Red Sea", Elmer Bernstein
"Freedom March", Dan Kirsten (1973–1974)
"Finale", The Sherman Brothers e John Williams (1975–1979)
Tema de encerramento "A Blessed Event", Riz Ortolani (1973–1974)
"Baroque Hoedown", Perrey and Kingsley (1975–1978)
"Main Street Electrical Parade", Jean-Jacques Perrey e Gershon Kingsley (1979)
Empresa(s) produtora(s) Televisa
Exibição
Emissora original Canal 8 (1973–1974)
Canal 2 (1974–1979)
Distribuição Televisa Internacional
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 28 de fevereiro de 1973 – 26 de setembro de 1979
Cronologia
Programas relacionados Chespirito
El Chavo
El Chapulín Colorado Animado

El Chapulín Colorado (no Brasil, Chapolin) é um seriado de televisão de comédia mexicano criado, escrito, dirigido e protagonizado por Roberto Gómez Bolaños. Produzido pela Televisa e exibido por suas emissoras de 28 de fevereiro de 1973 a 26 de setembro de 1979, com sete temporadas e 291 episódios, o seriado apresenta Chapulín Colorado, uma sátira de super-herói que aparece quando é chamado por quem precisa de ajuda mas que, por ser atrapalhado, acaba provocando confusões.

Bolaños interpretou Chapulín pela primeira vez em 1970 no programa de esquetes Chespirito, seu nome artístico, que ele escrevia para a Televisión Independiente de México (TIM). Gradualmente, com o sucesso, o personagem obteve mais espaço na atração, até que, em 1973, após a fusão da TIM com o Telesistema Mexicano, criando a Televisa, ganhou um seriado próprio com 20 minutos de duração, assim como El Chavo del Ocho (no Brasil, Chaves), outro personagem de Chespirito oriundo do antigo programa. O elenco principal contava com Ramón Valdés, María Antonieta de las Nieves (que já atuavam desde o começo do programa Chespirito), Carlos Villagrán, Florinda Meza, Rubén Aguirre, Edgar Vivar, Horacio Gómez Bolaños, Angelines Fernández e Raúl "Chato" Padilla. Os atores interpretavam diferentes personagens a cada episódio, sendo que alguns antagonistas de Chapolin também apareciam recorrentemente.

El Chapulín Colorado é um dos maiores êxitos da Televisa ao lado de El Chavo, exibido em praticamente todo o mesmo período, continuando a ter esquetes produzidos em uma nova versão do programa Chespirito nas décadas de 1980 e 1990. O sucesso tornou o seriado o primeiro exportado pela televisão mexicana, principalmente para quase todos os países da América Latina, impactando a cultura popular do continente por seu humor pastelão e pela figura de um super-herói local, ainda que sem grandes poderes, em contraponto aos dos Estados Unidos. Comercialmente, o personagem também foi representado em histórias em quadrinhos, turnês e jogos eletrônicos, além de ter ganho uma série animada em 2015.

Produção[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em 1968, Roberto Bolaños escrevia roteiros para o programa Cómicos y canciones, estrelado pela dupla de comediantes "Viruta e Capulina". O programa chegou ao fim naquele ano mas, com o sucesso que o programa obteve, Roberto passou a escrever roteiros de humor para diversos comediantes. Foi quando o produtor Sergio Peña o contratou para trabalhar na Televisión Independiente de México e ofereceu-lhe um programa com duração de meia hora. Roberto então escreveu e atuou na série El ciudadano Gómez, que foi muito elogiada, apesar de só ter durado treze episódios. Depois desse programa, Sergio Peña ofereceu a Bolaños o trabalho de escreveu roteiros para quadros do programa Sábados de la fortuna. Seriam duas ou três intervenções de oito a dez minutos cada, todos os sábados. Bolaños criou, então, o quadro Los supergenios de la mesa cuadrada. Em 1970, a emissora Televisión Independiente de México resolve aumentar para uma hora o tempo de exibição dos projetos de Bolaños, que teria, agora, um programa só seu. Os quadros foram unificados e criou-se o Programa Chespirito, que era exibido às quintas-feiras em horário nobre, e incluía diferentes esquetes de humor.[1]

Foi então que nasceu o Chapolin Colorado em 1970. Em 26 de novembro de 1970, foi ao ar o primeiro episódio de Chapolin, ainda como uma esquete, dentro do programa Chespirito. O primeiro episódio foi "O Casamento Forçado".[2] [3] O herói foi bem aceito e ofuscou o maior sucesso de Bolaños até então, Los Supergenios de la Mesa Cuadrada, e ganhou espaço próprio em 1973. Os estilos de humor dos dois programas eram bem diferentes: "Los supergenios" fazia piada em cima de notícias do dia-a-dia, lidando com o factual e muitas vezes se referindo a questões políticas; tinha, portanto, um humor datado, além de ser um programa eminentemente adulto. Chapolin, ao contrário, não tinha piadas datadas, o que permitiu que o programa durasse muito tempo; mostrava um herói atrapalhado tentando ajudar quem o chamasse. Possuía um humor abrangente e, assim, mais comercial.[1] Pela sua fama, o herói acabaria sendo vendido a uma empresa de hipermídia (a DC Comics do México) em 1975, e foi ficando cada vez mais famoso no tanto na América do Norte quanto em toda a América Latina.

Concepção[editar | editar código-fonte]

Alguns gafanhotos-do-milho fritos (chapulines).

Na ocasião da primeira confecção do uniforme, só havia quatro cores de tecido na emissora: azul, preto, branco e vermelho. Preto não era interessante porque, para Chespirito, dava a impressão de luto. Branco também era ruim para a televisão, por ser uma cor muito clara, que refletia no vídeo analógico da época. Azul inviabilizava o uso do chroma key, recurso que Chespirito planejava usar. Optou-se, então, pelo vermelho, não porque contivesse algum significado especial, mas por simples eliminação. E assim surgiu o "colorado" ("avermelhado") do nome do personagem. Bolaños até chegou a cogitar o nome "El Chapulín Justiciero", mas logo percebeu a carga moral que esse nome trazia. Como a intenção não era política e sim cômica, "Colorado" foi o escolhido.[4]

Baseado na cor escolhida Bolaños teve a ideia de fazer do super-herói um gafanhoto. Isso porque, no México, há uma espécie de gafanhoto vermelho conhecido como chapulín, que é usado na alimentação. A palavra chapulín vem do náuatle, língua dos astecas, e significa "grilo, gafanhoto". Em se tratando de super-heróis, é comum que tenham estampada em seus uniformes a primeira letra de seus nomes, mas Chapolin tem duas: (CH). Entretanto, no alfabeto espanhol, o dígrafo CH foi considerado (até 1994)[5] como uma única letra ("che", pronunciada /tʃe/), mesmo que seja escrita com dois caracteres. Os nomes de todos os personagens de Roberto Gómez Bolaños começam com "CH".

Elenco e personagens[editar | editar código-fonte]

Chespirito caracterizado como Chapolin Colorado

Chespirito tinha feito o personagem para que outros atores o interpretassem como um filme, e que rapidamente foi rejeitado devido as características do personagem. O próprio Chespirito abandonou esta ideia e o fez como um quadro em seu programa, dando vida ao personagem.[6] O seriado tinha apenas o protagonista como personagem fixo, mas possuía alguns personagens que frequentemente apareciam em episódios, como os vilões Quase Nada, Tripa Seca, Rasga Bucho, Chinesinho, entre outros. Em alguns episódios, a crítica aos heróis norte-americanos se torna ainda mais visível, com as aparições de Super Sam, interpretado por Ramón Valdés, um super-herói tipicamente norte-americano. O personagem tem em seu uniforme as cores da bandeira dos Estados Unidos, utiliza expressões em inglês, e carrega um saquinho de dinheiro, numa crítica direta ao capitalismo selvagem dos Estados Unidos.[7] Chapolin é um personagem atemporal. Aparece nos lugares mais exóticos das mais variadas épocas: no Velho Oeste, na Idade Média, no Renascimento ou até no espaço sideral. Para que Chapolin apareça de qualquer lugar, sem o menor aviso, basta que alguém pronuncie as palavras "Oh! E agora quem poderá me defender?" e ele surge, frequentemente tropeçando em alguma coisa e sempre respondendo ao apelo: "Eu!". A começar pela entrada nada triunfal, o herói não impõe muito respeito e quase sempre é ridicularizado por seus inimigos.[8]

Com exceção de Chespirito, o elenco geralmente interpretava personagens diferentes a cada episódio. Normalmente, os personagens a serem salvos tinham o mesmo nome do ator ou atriz que o interpretava, e muitas vezes os atores faziam papeis similares como Florinda Meza sendo uma donzela e Carlos Villagrán como seu marido.

Ao longo dos anos, o elenco atuante no seriado pouco mudou. Todo elenco fixo de El Chavo del Ocho participou da série, sendo que María Antonieta de Las Nieves era regular até meados de 1973 quando ela saiu do programa para trabalhar em outra emissora. Maria retornou em 1975 e a partir daí passou a ser recorrente, enquanto Angelines Fernández, Horácio Gomez Bolaños e Raul Padilla foram recorrentes durante toda série, participando geralmente de episódios que exigiam um elenco superior a cinco ou seis atores.

Abaixo estão listados o nome de cada ator e o personagem ao qual interpretava. Após o ponto-e-vírgula, estão os personagens de aparição recorrente.

  • Roberto Gómez Bolaños: Chaves; Chapolin; Doutor Chapatín; Beterraba.
  • Carlos Villagrán: vários personagens; Carlos; Quase Nada; Chinesinho; Fura-Tripa; Gorila; Bebê Jupteriano; Homem Nuclear; Filho da Bruxa Baratuxa.
  • Ramón Valdés: vários personagens; Tripa Seca, Peterete, Pirata Alma Negra, Super Sam; Seu Madruga; Racha Cuca; O Abominável Homem das Neves; Rasga Bucho; Mão Negra; Kassamba Urinawa; cientista louco.
  • Florinda Meza: várias personagens; Celina, Rosa Rumorosa; Mocinha; Nissei; Diaba (na festa à fantasia); filha do Racha Cuca.
  • Rubén Aguirre: vários personagens; Rubén; Poucas Trancas; Porca-Solta; Matadouro; Nenê; Professor Girafales.
  • Edgar Vivar: vários personagens; Rei Bola Barigola; Botina; Severiano Mirón; Garrafa; Pança Louca; Almôndega; Nhonho.
  • Angelines Fernández: várias personagens; a louca dos dinossauros; a aia da Princesa do Alfaiatezinho Valente; madrasta da Branca de Neve (transformada em velhinha).
  • María Antonieta de las Nieves: várias personagens; Bruxa Baratuxa; Mocinha; Fã do Chapolin; madrasta da Branca de Neve (jovem); Chiquinha
  • Horacio Gómez Bolaños: vários personagens; Lagoa Seca; Pepe; Falso Chapolin; Godinez.
  • Raúl Padilla: vários personagens; Raul
  • Arturo García Tenorio: Bebê Jupiteriano; bandido de uma gangue de rua; líder dos marcianos (em Aventuras em Marte)
  • Ricardo de Pascual: vários personagens; Pouco Pêlo; Soneca

Episódios[editar | editar código-fonte]

Legado[editar | editar código-fonte]

"Chapolin não tem as propriedades extraordinárias dos super-heróis: é tonto, desastrado e medroso. Mas também é um herói porque supera o medo e enfrenta os problemas e é aí que estão o heroísmo e a humanidade".

—Roberto Gómez Bolaños[9]

Chapolin Colorado surgiu para satirizar os heróis estadunidenses com seus "superpoderes" e fazer uma crítica social em relação à América Latina. É um herói "sem dinheiro, sem recursos, sem inventos sensacionais, débil e tonto". O personagem surgiu em um momento de grande visibilidade para a América Latina. A estreia da série, foi em 1970, ano da Copa do Mundo de Futebol, realizada no México. E, logo após a Olimpíada, sediada também na capital mexicana em 1968, a região foi palco de movimentos estudantis em protesto à Guerra Fria, disputa ideológica, militar e espacial, entre Estados Unidos e União Soviética. A influência estrangeira nos países latinos foi tema recorrente em "El Chapulín Colorado".[10]

Chapolin se enche de patriotismo ao declarar que seus defendidos não precisam de "heróis importados". O "polegar vermelho" surgiu quando o povo da América Latina se deu conta a urgência de se ter um herói local. Na série, a hegemonia dos países industrializados no mundo subdesenvolvido é simbolizada por meio de "Super Sam". O personagem é o paradigma do poderio norte-americano e usa um uniforme semelhante ao do Superman – com direito ao famoso símbolo no peito do traje azul – e cartola com as cores da bandeira norte-americana. Como nunca fora chamado para ajudar alguém, suas aparições eram fruto da intromissão nas ações do Chapolin. As referências históricas nos episódios de "El Chapulín Colorado", como a alusão à Guerra Fria ("De los metiches líbranos señor") e à relação entre norte-americanos e latino-americanos ("Todos caben en un cuartito, sabiéndolos acomodar"), permeiam o trabalho de Roberto Gómez Bolaños em "El Chapulín Colorado", buscando satirizar uma época conturbada no mundo dos anos 60 e 70 e a fraqueza latino-americana, em contraposição ao individualismo estadunidense.[10]

Final da série[editar | editar código-fonte]

Quando Chespirito resolveu desistir de continuar fazendo seus programas, depois de mais de nove anos ininterruptos, produziu o antológico capítulo final do Chapolin, em 1979. O episódio recorda os melhores momentos da série e os atores Rubén Aguirre, Edgar Vivar e Florinda Meza conversam sobre o personagem criado por Chespirito. Eles dizem que o Chapolin é um herói humano, numeram suas virtudes e também relembram momentos da série. No final, Chespirito agradece ao público por tê-lo prestigiado durante mais de uma década, parabeniza seus amigos atores e também a equipe técnica, dando mais destaque ao diretor do programa, Enrique Segoviano. As últimas palavras do Chapolin Colorado em seu capítulo final foram, "Não contavam com minha astúcia!". Depois disso, mostra-se a equipe desmontando e esvaziando o cenário, como um adeus definitivo.[11][12] A série foi cancelada porque Chespirito sofreu um acidente durante as gravações, em que uma parte do cenário atingiu seu olho. Ele se recuperou, mas depois disso concluiu que estava perdendo a agilidade para fazer cenas de ação e por isso decidiu encerrar o programa solo do Chapolin. Nos anos 80 o personagem voltaria às telas, porém do mesmo jeito que começou, como um quadro do programa Chespirito, conhecido no Brasil como Clube do Chaves. No programa, o quadro passou a focar mais na comédia e a ter menos cenas de ação. A série só foi acabar definitivamente em 1992, quando o quadro parou de ser gravado. O motivo foi porque Chespirito achou que já estava velho demais para fazer o Chapolin, mesmo sem haverem tantas cenas de ação.[13]

Desenho Animado[editar | editar código-fonte]

Logo do Desenho
Ver artigo principal: El Chapulín Colorado Animado

Em 10 de março de 2015, no Facebook oficial do Chaves, eles mandaram um teaser em que aparecia o Chapolin nas sombras botando sua roupa, sem revelar o rosto, e aparece as letras próximamente… (tradução: em breve). A aparência do Chapolin no desenho é a mesma que teve em Chaves em desenho animado. O seu primeiro episódio foi O Anel Perdido, onde um homem perde um anel e culpa a empregada e ela chama o Chapolin.

Exibição e repercussão[editar | editar código-fonte]

Em 1970, Chapolin estreou na programação da emissora Televisión Independiente de México, seguido pelo Chaves em 1972. Com as séries, a emissora obteve ótima aceitação do público, principalmente do infantil. O êxito em televisões mexicanas chamou atenção de empresários do ramo e assim passou a ser exibido na Guatemala e posteriormente passou a ser transmitido também no Equador, aceitação foi tanta que muitas outras emissoras latinas começaram a se interessar pelos seriados de Bolaños. As séries abriram as portas das televisões estrangeiras não só para Bolaños como para as produções mexicanas de uma maneira geral.[14] Em 1973-79, a Televisión Independiente de México se fundiria ao Telesistema Mexicano que eram três canais e dessa união surgiu a Televisión Via Satélite, mais conhecida como Televisa, que desde então, ficou responsável pelo seriado. Hoje, a emissora é a maior realizadora e exportadora de telenovelas do mundo. Chapolin fez muito sucesso e foi o primeiro seriado de televisão produzido no México a ser vendido para exibição no exterior.

Ainda em 1973-79, as séries eram líderes em audiência em quase toda América Latina. No México, o sucesso do seriado foi tamanho que em 1975-79 chegou a registrar 60% de share (valor de referência que indica a quantidade de televisores sintonizados em um canal, em comparação com o total de televisores ligados). E conforme foram se tornando conhecidos, os personagens iam consolidando suas características.[15]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

Há controvérsias sobre a estreia de Chapolin e Chaves no Brasil. Alguns fãs defendem que ela ocorreu no SBT dentro do Programa do Bozo, às 12h de algum dia de agosto de 1984, não se sabe qual. Outros dizem que a estreia ocorreu num programa apresentado por Sérgio Mallandro e Mara Maravilha, em agosto de 1984. No entanto, a informação oficial do SBT é que a estreia de Chapolin ocorreu às 18h de 20 de agosto de 1984, no programa TV Pow, apresentado por Paulo Barboza. Já Chaves estreou quatro dias depois, em 24 de agosto de 1984, também dentro do programa TV Pow e apresentado por Paulo Barboza às 18h.[16][17] Chapolin estreou no Brasil com a exibição do episódio "Aristocratas vemos, gatunos não sabemos", de 1978, em que Ramón Valdés é um conde que rouba selos do personagem interpretado por Carlos Villagrán. A aceitação foi ótima, e em 1990 foi comprado um novo lote, de cerca de sessenta episódios. Chapolin, então, passou a ser exibido em horário nobre, às 21h, em 76 episódios comuns nas noites do SBT. A Editora Globo lançou a revista em quadrinhos do seriado, assim como a do seriado Chaves, e o herói era grafado como "Chapolim".[18] Em 1993, a abertura original é substituída por uma feita pelo próprio SBT. No decorrer dos anos, o horário de exibição do seriado mudou diversas vezes, e passou até a ser transmitido duas vezes por dia.[16]

Em uma espécie de homenagem da parte de Os Trapalhões, num episódio do quadro "Trapa Hotel", Mussum usa uma roupa igual a do Chapolin, mas de cor preta e usando uma marreta como aquelas usada por peões de obra, usando o nome de Chapolón Preto. A Tectoy lançou o jogo Chapolim x Drácula: Um duelo assustador para Master System, que era uma adaptação autorizada do jogo Ghost House.[19]

O seriado deixou de ser exibido nacionalmente pelo SBT em 1999.[20] A partir de 2000 até 2017, foi transmitido apenas em São Paulo e no sinal da parabólica digital, passando por diversas interrupções na programação do canal. Em agosto de 2000, saiu do ar pela primeira vez devido ao horário político obrigatório, sendo substituída pelo seriado Os Simpsons.[21] Em fevereiro de 2001, a série retornou aos sábados do SBT, mas saiu no mês seguinte, sendo substituída por Um Maluco no Pedaço.[21]

Em dezembro de 2001, voltou ao ar diariamente e saiu novamente em fevereiro de 2002, após o SBT aumentar a duração do programa Festolândia. Em 30 de dezembro de 2002, a série voltou ao ar diariamente, permanecendo até julho de 2003, quando foi substituída por Família Dinossauros.[21] Em setembro de 2003, a série retornou diariamente, mas foi retirada do ar após apenas três semanas, sendo substituída por Scooby-Doo.[21]

Permaneceu fora da grade de programação do SBT por mais de dois anos, retornando em 12 de novembro de 2005, aos sábados. Durante essa exibição aos sábados, o canal apresentou vários episódios perdidos e até mesmo alguns inéditos no Brasil.[21] Essa transmissão continuou até 17 de março de 2007, quando a série saiu novamente do ar, sendo substituída por Eu, a Patroa e as Crianças. Após mais de um ano fora do ar, a série retornou diariamente no SBT em 30 de junho de 2008, permanecendo até maio de 2009.[21] Em 3 de janeiro de 2011, a série voltou a ser exibida pelo SBT, mas saiu novamente no final do ano.[21]

Em 18 de fevereiro de 2013, o SBT voltou a exibir o seriado. Nesta exibição também foram mostrados vários episódios que estavam perdidos.[22] Porém, foi retirado do ar no dia 9 de março do mesmo ano.[23]

Em 2014, durante o horário eleitoral, o SBT exibe os episódios de Chapolin através do canal da emissora no YouTube.[24] O programa foi novamente exibido no SBT, entre 5 de janeiro e 28 de fevereiro de 2015, de segunda a sábado, às 13h30.[25] A exibição do seriado foi cancelada e no lugar voltou a ser exibida As Visões da Raven, o que gerou forte revolta por parte dos fãs do Chapolin.[26][27]

A série voltou a ser exibida pelo SBT, entre 02 de janeiro de 2017 a 09 de junho de 2017, de segunda a sexta, no Clube do Chaves, a partir das 13h45. Até meados de 2017,[28] a série foi disponibilizada no Netflix juntamente com o seriado Chaves.[28] Além do Brasil, México, Argentina, Colômbia, Panamá, Costa Rica e Estados Unidos também tiveram a série disponível no serviço de streaming de vídeos.[29][30] Em 2019, as obras de Chespirito foram adquiridas e exibidas no Amazon Prime Video.[28] Entre 2017 e 2020, a exibição do seriado no SBT ficou restrito a exibições locais em algumas praças.

Em 2018, foi anunciado que o seriado seria exibido no canal pago Multishow, trazendo também episódios inéditos. A estreia ocorreu a 21 de maio, sendo exibida de segunda a sábado, às 23h30, com reprises de terça a sábado às 13h. O Multishow então passou pelos meses seguintes episódios que até então eram inéditos no Brasil e sagas que haviam ficado por anos incompletas e enfim foram ao ar. A série foi ao ar pela primeira vez de forma completa e se encerrou finalmente no dia 6 de fevereiro de 2019, depois de trinta e cinco anos após sua estreia no Brasil.

Em 1º de janeiro de 2024, foi oficialmente anunciado que o SBT estava em negociações avançadas com a Televisa e o Grupo Chespirito para viabilizar o retorno dos seriados Chaves, Chapolin e Programa Chespirito à programação televisiva.[31] As tratativas visavam não apenas a exibição na televisão, mas também a disponibilização dessas amadas séries no aguardado serviço de streaming +SBT, cujo lançamento está previsto para o ano de 2024 e substituirá a plataforma SBT Vídeos.[31]

Transmissões locais no SBT[editar | editar código-fonte]

Desde 1999, o programa não era exibido em rede nacional, gerando protestos dos fãs.[20] Até 2017, o seriado era exibido apenas para o SBT São Paulo.[20] Até 2020, foi exibido localmente apenas para o SBT RS,[32] SBT Brasília,[32] SBT Pará[32] e algumas outras afiliadas da rede.[20]

Desde 2019 era exibida em algumas praças do SBT na faixa local das 13h30. Surpreendentemente, no dia 8 de outubro de 2019, o SBT RS exibiu o último episódio da série, além de um teaser inédito da substituta original La Chicharra, exibida pelo canal TLN Network com a dublagem original.[33][32]Voltou a ser exibido em rede nacional no dia 2 de maio de 2020, dentro do Clube do Chaves. Em janeiro de 2020, o Chapolin retornou pelo SBT Brasília sendo exibido de segunda a sexta, entre as 14h40 e às 15h10.[32] Em 31 de julho de 2020, a série é exibida pela última vez nas praças do SBT. A razão se trata do impasse entre a Televisa e o Grupo Chespirito quanto aos direitos de exibição, ocasionando na não renovação do acordo entre o grupo e a emissora mexicana. Além do SBT, o Multishow também deixou de exibir a série no mesmo dia, pela falta de acordo.[34]

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

Em Portugal, o programa O Chapolin Colorado foi exibida na RTP1 em 1977, com dobragem portuguesa, depois entre 1984 e 1989,foi reexibida no canal, com a mesma dobragem de 1977. Em 1990, foi transmitido no Canal 1, mas com uma dobragem portuguesa diferente, até 1996. Em 2001, foi reexibido, no Canal, de madrugada as 0:45, depois foi transmitida na RTP Memória em 2004 e 2005 com a mesma dobragem da RTP1, e voltou a repetir no verão de 2009 com a transmissão da 1ª temporada, até 2010. Em 2014 e 2015, a RTP Memória voltou a exibir a série, com a transmissão da 2ª temporada menos o último episódio da série, que foi exibida em 5 de fevereiro de 2016.

Legado[editar | editar código-fonte]

O criador de Os Simpsons, Matt Groening declarou que ele criou o personagem Bumblebee Man depois de assistir Chapolin na televisão em um motel na fronteira Estados Unidos-México.[35] Os fãs de Simpsons às vezes chamam o personagem de Chespirito, embora Bumblebee Man só seja baseado em um de seus personagens. Também deve ser mencionado que muitos personagens de Os Simpsons desfrutam do show de Chespirito / Bumblebee Man; o comediante Krusty, o Palhaço (que por sua vez é uma paródia do Bozo) assistiu a uma piada e observou em admiração: "tenho de roubar esse bocado". O Show do Bumblebee Man também apresenta personagens semelhantes a Dona Florinda e Quico (com o inevitável bigode mexicano estereotipado), bem como Chómpiras. No entanto, não existe qualquer semelhança real entre o personagem de Bumbleblee Man e Chapolin.

A Marvel Comics lançou, dentro do novo título dos Campeões, a super-heroína Red Locust, criada por Mark Waid e Humberto Ramos como uma homenagem ao Chapolin; o nome dela significa "gafanhoto vermelho".[36]

Em 2017, a websérie Mônica Toy lançou os curtas Chave do Amor e A Buzina, em homenagem a Chaves e a Chapolin.[37]

Em 2019, a Playtronic lançou o game para Android do Chapolin, chamado Chapolin Colorado – The Minigame.[38]

O filme Blue Beetle (2023), parte do universo de filmes da DC, traz uma homenagem a El Chapulín Colorado na forma de uma animação original em 3D. O diretor Angel Manuel Soto e o roteirista Gareth Dunnet-Alcocer incorporaram a homenagem por terem assistido ao seriado original enquanto cresciam.[39]

Referências

  1. a b Kaschner, 2006, p.24.
  2. «Chaves não faz 50 anos em 2021! Grupo Chespirito inventa data para comemorar aniversário». UOL. 20 de junho de 2021. Consultado em 25 de setembro de 2023 
  3. «estreia do Chapoli». 28 de novembro de 2020. Consultado em 25 de setembro de 2023 
  4. Kaschner, 2006, p.28.
  5. Real Academia da Língua Espanhola (1994). «Exclusión de ch y ll del abecedario». Real Academia da Língua Espanhola 
  6. «Chapolin». Canal8. Consultado em 9 de março de 2012. Cópia arquivada em 9 de março de 2012 
  7. «História de Chapolin». Viladochaves. Consultado em 9 de março de 2012. Cópia arquivada em 9 de março de 2012 
  8. Kaschner, 2006, p.27.
  9. Kaschner, 2006, p.43.
  10. a b «Chapolin Colorado: a América Latina tem seu herói». Facasper. 14 de janeiro de 2010. Consultado em 5 de março de 2012. Cópia arquivada em 5 de março de 2012 
  11. Gustavo Berriel. «Curiosidades». Sitedochaves. Consultado em 7 de março de 2012. Cópia arquivada em 7 de março de 2012 
  12. «Curiosidades - parte 2». Chavesonline. Consultado em 7 de março de 2012. Cópia arquivada em 7 de março de 2012 
  13. «Chapolin». ChespitiroBR. Consultado em 4 de março de 2012 
  14. Kaschner, 2006, pp. 117-118
  15. Kaschner, 2006, p.54.
  16. a b Kaschner, 2006, p.25.
  17. «Nem Bozo, nem Mallandro: saiba quem apresentou a estreia de "Chaves" no SBT». 24 de agosto de 2017. Consultado em 20 de outubro de 2023 
  18. Luís Joly, Fernando Thuler e Paulo Franco, (2005). Chaves: Foi sem Querer Querendo?. [S.l.]: Matrix Editora. 81 páginas. 9788563536273 
  19. «Estúdio brasileiro faz jogo do Chapolin Colorado para PC». UOL. 23 de junho de 2010 
  20. a b c d Vaquer, Gabriel (2019). «Fãs de Chaves protestam contra maratona no SBT e pedem dobradinha com Chapolin». UOL / Observatório da TV. Consultado em 21 de junho de 2020. Cópia arquivada em 21 de junho de 2020 
  21. a b c d e f g «Chapolin no SBT». 29 de novembro de 2020. Consultado em 25 de setembro de 2023 
  22. «"Chapolin" volta a ser exibido no SBT a partir do dia 18 de fevereiro». UOL. 6 de fevereiro de 2013. Consultado em 29 de agosto de 2015 
  23. «SBT é culpado pela baixa audiência de "Chaves" e "Chapolin"». Na Telinha. 13 de março de 2013. Consultado em 29 de agosto de 2015 
  24. «SBT exibe Chapolin no horário político». O Dia. 19 de agosto de 2014. Consultado em 29 de agosto de 2015 
  25. «SBT decide voltar com Chapolin em sua grade de programação». Na Telinha. 24 de dezembro de 2014. Consultado em 29 de agosto de 2015 
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  32. a b c d e «Chaves e Chapolin». Portal Chespirito Web. Consultado em 2 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 1 de janeiro de 2024. A partir de setembro de 2019 se iniciaram exibições regionais de Chapolin no SBT-RS e no SBT-PA, e a partir de janeiro de 2020 no SBT Brasília. A grande novidade foi a exibição do episódio "A despedida de Chapolin" nestas emissoras, pois o episódio nunca foi ao ar no sinal principal do SBT, apesas de existirem relatos sobre suposta exibição nos anos 90. Para a alegria dos fãs, há um trecho final que atualmente é cortado pela Televisa, mas não neste material exibido pelas filiais do SBT. Este trecho, exibido pela primeira vez em 8 de outubro de 2019 no SBT-RS mostra a apresentação do seriado "La Chicharra", que entrou no lugar de Chapolin. 
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  39. Digital, Milenio (8 de janeiro de 2023). «Blue Beetle tendrá homenaje al Chapulín Colorado». Grupo Milenio (em espanhol). Consultado em 25 de agosto de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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