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Clarinete: diferenças entre revisões

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Revisão das 01h02min de 14 de janeiro de 2010

Clarinete Soprano Sib do Sistema Boehm

O clarinete, ou a clarineta, é um instrumento musical de sopro constituído por um tubo cilíndrico de madeira (já foram experimentados modelos de metal), com uma bocarra cônica de uma única palheta e chaves (hastes metálicas, ligadas a tampas para alcançar orifícios aos quais os dedos não chegam naturalmente). Possui quatro registros: grave, médio, agudo e superagudo. Quem toca o clarinete é chamado de clarinetista.

História

O clarinete é um descendente do chalumeau, instrumento bastante popular na Europa pelo menos desde a Idade Média. Em 1690, Johann Christoph Denner, charamelista alemão, acrescentou à sua charamela uma chave para o polegar da mão esquerda, para que assim pudesse tocar numa abertura, o que lhe trouxe mais possibilidades sonoras. Surgiu, assim, o clarinete contemporâneo. Introduzido nas orquestras em 1750, foi um dos últimos instrumentos de sopro incorporados à formação orquestral moderna.

Tipos de Clarinete

A família do clarinet é composta por vários instrumentos:

  • Clarineta Sopranino . Em Láb - 1 oitava mais aguda que a requinta.
  • Clarineta Requinta - Em Eb (Mib) ou em D (Ré) - 1 quinta mais aguda que o soprano. A Requinta em Ré é antiga e incomum hoje em dia.
  • Clarineta Soprano (clarineta padrão) - o mais comum - geralmente afinado em C(Dó),Bb(Sib),A(Lá)
  • Clarineta Basset - Em A (lá) - muito usado em concertos para clarinete em lá, sobretudo no concerto de Mozart e quinteto de Mozart, este clarinete atinge notas de mais graves além do registro usual da clarineta padrão.
  • Cor de basset ou Corno Basseto - espécie de clarinete em Fá, tem o corpo ligeiramente diferente (curvo ou angular), muito usado por Mozart, mas caiu em desuso, apesar de ter sido usado por R. Strauss em Elektra, por exemplo.
  • Clarineta Alto - Em Eb (Mib) - 1 quinta mais grave que o soprano
  • Clarinete Baixo ou Clarone - Em Bb (Sib) - 1 oitava mais grave que o soprano
  • Clarinete Contra-Alto ou Clarone Contra-Alto - Em Eb (mib), 1 quinta mais grave que o Clarone e 1 oitava mais grave que a clarineta-alto
  • Clarinete Contra-Baixo ou Clarone Contra-Baixo Modelo Leblanc - Em Bb (Sib), clarinete em metal, 2 oitavas mais grave que o soprano
  • Clarinete Contra-Baixo ou Clarone Conra-Baixo Modelo Selmer - Em Bb (Sib), clarinete com o dobro do tamanho do seu parente de metal, clarinete em ébano comum, 2 oitavas mais grave que o soprano.
  • Clarinete OctoContra-Baixo - Em Bb (Sib) - Clarinete extraordinário, em metal, 3 oitavas abaixo do soprano, altura física: 2,76m

Sistemas de Chaves/Registros e Aneis

Existem varios sistemas de chaves para clarinetes. O chaveamento para clarinetes foi evoluindo com o tempo se tornando mais ergonomico, facilitando vibratos e glisados, e melhorando a intonação.

No inicio, do século 19 a clarineta tinha de 6 a 7 chaves mas nao existia um sistema padronizado. Por volta de 1811 Iwan Muller fez vários aprimoramentos a clarineta e por volta de 1815, o sistema Muller com 13 chaves se popularizou.

Hoje em dia o sistema de chaves mais usado é o Boehm. Ele recebeu este nome pois tem como base o sistema como o mesmo nome que se tornou padrão nas flautas transversais criado pelo inventor Theobald Boehm. Esse sistema foi adaptado para o clarinete por Hyacinthe Klosé e Auguste Buffet.[1]

O sistema Muller que foi usado extensivamente no século 19 deu origem a dois sistemas ainda usados hoje: O sistema Albert que é usado no leste europeu, em bandas de jazz (principalmente no sul dos Estados Unidos) e é o sistema preferido dos clarinetistas de Klezmer. E o sistema Oehler que é usado principalmente na Alemanha e Áustria[1]

O número de chaves/registos e de aneis pode variar bastante dependendo do sistema usado, tipo de clarinete, e do fabricante.

Para clarinetes soprano Sib essas são as configurações mais comuns:

  • Sistema Boehm com 16 ou 17 chaves e 6 aneis
  • Sistema Albert com 13 chaves e 2 aneis
  • Sistema Oehler com 22 Chaves e 5 aneis

Devido ao numero reduzido de chaves e aneis, o sistema Albert tambem é conhecido como sistema simples.[1]

Existiram vários sistemas experimentais e transitórios, dentre estes, alguns notaveis foram o Albert Aperfeiçoado e o Mazzeo ambos produzidos pela Selmer. Uma variação ao Boehm bastante popular foi o Boehm Completo que adiciona algumas melhorias ao Boehm.

Material de Construção

Os clarinetes são tradicionalmente feitos de metal, ébano, granadilho, ebonite ou plástico.

No início do século 20 as frageis boquilhas de madeira e de vidro foram substituidas por boquilhas de plastico ou ebonite, que fazem a maior parte das boquilhas fabricadas hoje em dia. Atualmente tambem são fabricados alguns modelos de boquilhas de cristal e de ceramica, mas essas não são extensamente usadas devido ao alto custo e fragilidade.

Barrilhetes e a campanas especializados podem ser feitos de vários tipos de madeira, de aluminium, ceramica, ou outros materiais.

Composição do Clarinete

O clarinete tem cinco partes, que são: a boquilha, o barrilhete, o corpo superior, o corpo inferior e a campana.

Boquilha: é a zona do clarinete onde se sopra. Usa-se uma palheta (feita de cana, que vibra com a passagem do ar), produzindo som.

Barrilhete: dá algum tamanho ao clarinete. É usado para a afinação. Quando o clarinete está “alto”, puxa-se o barrilhete para cima, mas caso contrário, põe-se o barrilhete para baixo. Berrilhetes de vários tamanhos são vendidos para correção de afinação.

Corpos -superior e inferior- estes corpos são onde estão localizados os buracos e chaves onde se toca. O som fica diferente à medida que se mudam os dedos de posição, fazendo com que o ar saia por buracos diferentes.

Campana: A campana é o “amplificador” do clarinete.

O som é produzido devido à vibração da palhetas (uma lâmina feita de cana), provocada pelo sopro do clarinetista.

Particularidades

A clarineta possui semelhanças com o oboé, mas difere deste no que diz respeito à sua forma (o oboé é cônico, e a clarineta é cilíndrica); no timbre (o oboé é rascante, anasalado e penetrante, enquanto a clarineta é mais aveludada que penetrante, menos rascante e mais encorpada); e na extensão de notas (o oboé possui a menor extensão de notas dentre os sopros, enquanto a clarineta, a maior). Essas diferenças se dão principalmente pela forma cilíndrica da clarineta e do uso de apenas uma palheta, enquanto que no oboé, no fagote e no corne ingês (também membros das madeiras) se utiliza uma palheta dupla.

Os clarinetistas atualmente compram suas palhetas, e fazem os ajustes necessários artesanalmente a fim de corrigir as imperfeições destas, para adequá-las à sua própria anatomia e necessidade de som. A palheta é fixada na boquilha por meio da braçadeira, que funciona como um prendedor, onde o clarinetista manipula a força e intensidade com que a palheta está presa na boquilha. Via de regra, a palheta não pode estar demasiadamente frouxa e nem excessivamente apertada.

Embora o processo descrito acima, sobre o uso da palheta nas clarinetas, também seja usado no saxofone, não podemos confundi-lo! O saxofone nasceu da clarineta e, por isso, apresenta mecanismos semelhantes, mas a embocadura da clarineta é muito mais tensa e trabalhosa do que a embocadura exigida no saxofone. E isso é muito nítido ao comparar a execução de um saxofone e de uma clarineta. Inclusive, muitos músicos que querem aprender a tocar saxofone, também optam por aprender primeiramente, ou paralelamente, a clarineta.

Clarineta, um instrumento transpositor

O clarineta pertence a um grupo de instrumentos chamados transpositores, o que, em poucas palavras, pode ser resumido da seguinte forma: A nota escrita (na partitura) é diferente da nota verdadeira: isso por causa da afinação própria do instrumento. Sendo assim, é necessário que haja uma transposição de notas para que o clarinete toque no tom real da música. Isso trouxe facilidade aos músicos, pois, a clarineta possui uma extensão de notas muito grande. As clarinetas mais comuns são os instrumentos em Si bemol e em Lá. O instrumento em Dó, raramente usado hoje, era muito utilizado na orquestra clássica e pré-romântica (Mozart e Beethoven). Há, também, os clarinetes mais agudos, também conhecidos como requinta em Mi bemol, raramente encontrados em Ré (Richard Strauss e Stravinsky), e as clarinetas mais graves, como as clarinetas alto em Mi bemol, a clarineta baixo em Si bemol e a clarineta contrabaixo em Si bemol. Aparentado com o clarinete, é o cor de basset, afinado em Fá. Enquanto as bandas militares dão preferência à clarineta alto, as orquestras sinfónicas dão preferência ao cor de basset.

O prestígio da clarineta

As possibilidades harmônicas, o grande controle de dinâmicas que o instrumento permite, a grande agilidade, a grande extensão de notas, a sua natureza de timbres e o poder sonoro dão à clarineta uma posição de destaque nas orquestras atuais. Alguns dizem que é o "violino das madeiras", em razão das virtudes mencionadas acima. No entanto, a clarineta ainda não é um instrumento perfeito e algumas notas ainda apresentam sérios problemas de afinação, mesmo com todo o trabalho iniciado pelo flautista Boehm, que foi adaptado posteriormente para os demais sopros. O sistema Oehler é, hoje, considerado o mais apropriado para a clarineta, já que resolveu a maior parte dos problemas deste instrumento, mas, ainda assim, não é perfeito, pois acarretou uma perda de brilho ao timbre natural da clarineta. Enquanto o sistema Boehm, apesar de manter alguns desses problemas, mantém o brilho particular deste instrumento.

O controle dessas imperfeições cabe ao músico, e isso ajuda a tornar a clarineta um instrumento desafiador. Quem se interessar em tocar clarineta, saiba que precisará de muito empenho e dedicação, mas saiba também que irá se encantar com a beleza desse instrumento.

A natureza do timbre e onde escutar o clarinete

O timbre da clarineta é muito diversificado. Na região grave, chamada de chalumeau o timbre é aveludado, cheio e obscuro; no registro médio, há uma mudança fantástica, pois o timbre se torna brilhante e expressivo. Conforme o registro vai-se tornando agudo, o timbre vai-se tornando cada vez mais brilhante, e ganhando uma natureza humorística, sarcástica.

A grande capacidade de expressão da clarineta tornou-a um instrumento de grande prestígio em diversos tipos de estilos. No Klezmer é que podemos ouvir os solos mais sarcásticos e "humorísticos" deste instrumento. No Brasil, este instrumento é bastante utilizado na execução de choros, e em grupos de samba, serestas e na própria MPB.

Clarinetistas no Brasil e em Portugal

Clarinetistas famosos de música erudita

  • Anton Stadler - primeiro a tocar o Concerto(K. 622) e o Quinteto (K. 581) de W.A. Mozart (austríaco)
  • Alessandro Carbonare (italiano)
  • Alexander Bader (alemão)
  • Béla Kóvacks (húngaro)
  • Frederick Thurston (britânico)
  • Ernesto Cavallini (1807-1874 - italiano)
  • Gervaise de Peyer
  • Heinrich Baermann - clarinetista de Weber (alemão)
  • Jack Brymer (britânico)
  • Jean-Christian Michel (francês)
  • Jon Manasse (norte-americano)
  • Joszéf Balogh (húngaro)
  • Karl Leister (alemão)
  • Larry Combs (norte-americano)
  • Manfred Preis (alemão)
  • Manfred Weise (alemão)
  • Margot Leveret (norte-americana)
  • Martin Fröst (sueco)
  • Michael Collins (britânico)
  • Michel Arrignon (francês)
  • Milenko Stefanović[1] (sérvio)
  • Paul Meyer (francês)
  • Peter Geisler (alemão)
  • Richard Mühlfeld (clarinetista de Brahms) (alemão)
  • Richard Stoltzman (norte-americano)
  • Robert Plane (britânico)
  • Sabine Meyer (alemã)
  • Sharon Kan (israelense)
  • Thea King (britânica)
  • Walter Seyfarth (alemão)
  • Wenzel Fuchs (austríaco)
  • Wolfgang Meyer (alemão)
  • Marcelo Abreu (brasileiro)
  • Matheus Mucci (italino)
  • Leonardo Sales (russo)
  • Caio Bayner (britânico)

Clarinetistas famosos da música popular

Ligações externas

Commons
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Referências

  1. a b c «A história do Sistema Albert» (em inglês). Consultado em 10 de dezembro de 2009 

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