Nicolau Breyner: diferenças entre revisões
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Depois da infância em [[Serpa]], onde nasceu no seio de uma família de proprietários agrícolas, Nicolau Breyner mudou-se para [[Lisboa]] com os pais e o avô materno. Estudou canto e integrou o coro da [[Juventude Musical Portuguesa]], ao mesmo tempo que prosseguia os estudos, primeiro no Colégio Visconde de Castelões e depois no [[Liceu Camões]]<ref>[http://www.nit.pt/article/03-14-2016-nicolau-breyner-a-vida-que-o-senhor-contente-nunca-quis-contar-em-livro NIT]</ref>. De seguida, ingressou na [[Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa|Faculdade de Direito]], com a ambição de se tornar [[Diplomacia|diplomata]]. Depressa desistiu de [[Direito]], optando por se diplomar no [[Conservatório Nacional de Lisboa|Conservatório Nacional]], primeiro no curso de Canto e depois no de Teatro. |
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A sua estreia como ator dá-se quando ainda frequentava o Conservatório. Sob a direção de [[Ribeirinho]], entra na peça ''Leonor Telles'', de Marcelino Mesquita, produzida pelo Teatro Nacional Popular, quando esta companhia estava instalada no [[Teatro da Trindade]]. Seria no entanto pela interpretação de papéis cómicos, junto de [[Laura Alves]], que se tornaria conhecido do grande público, revelando-se um dos mais bem sucedidos atores da sua geração. Em 2005 regressou ao teatro para interpretar o monólogo ''Esta Noite Choveu Prata'', de [[Pedro Bloch]], produzido por [[Sérgio de Azevedo]]. |
A sua estreia como ator dá-se quando ainda frequentava o Conservatório. Sob a direção de [[Ribeirinho]], entra na peça ''Leonor Telles'', de Marcelino Mesquita, produzida pelo Teatro Nacional Popular, quando esta companhia estava instalada no [[Teatro da Trindade]]. Seria no entanto pela interpretação de papéis cómicos, junto de [[Laura Alves]], que se tornaria conhecido do grande público, revelando-se um dos mais bem sucedidos atores da sua geração. Em 2005 regressou ao teatro para interpretar o monólogo ''Esta Noite Choveu Prata'', de [[Pedro Bloch]], produzido por [[Sérgio de Azevedo]]. |
Revisão das 01h34min de 18 de outubro de 2016
Nicolau Breyner | |
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http://www.delas.pt/files/2016/03/Nicolau-Breyner-800x450.jpg | |
Nome completo | João Nicolau de Melo Breyner Lopes |
Nascimento | 30 de julho de 1940 Serpa |
Nacionalidade | português |
Morte | 14 de março de 2016 (75 anos) Lisboa |
Ocupação | Ator, realizador, produtor, apresentador |
Atividade | 1960–2016 |
Outros prémios | |
Globo de Ouro (Portugal) de Melhor Actor 2004 - Os Imortais 2005 - Kiss Me |
João Nicolau de Melo Breyner Lopes GOIH • GOM (Serpa, 30 de julho de 1940 – Lisboa, 14 de março de 2016)[1] foi um ator e realizador português.
Biografia
Depois da infância em Serpa, onde nasceu no seio de uma família de proprietários agrícolas, Nicolau Breyner mudou-se para Lisboa com os pais e o avô materno. Estudou canto e integrou o coro da Juventude Musical Portuguesa, ao mesmo tempo que prosseguia os estudos, primeiro no Colégio Visconde de Castelões e depois no Liceu Camões[2]. De seguida, ingressou na Faculdade de Direito, com a ambição de se tornar diplomata. Depressa desistiu de Direito, optando por se diplomar no Conservatório Nacional, primeiro no curso de Canto e depois no de Teatro.
A sua estreia como ator dá-se quando ainda frequentava o Conservatório. Sob a direção de Ribeirinho, entra na peça Leonor Telles, de Marcelino Mesquita, produzida pelo Teatro Nacional Popular, quando esta companhia estava instalada no Teatro da Trindade. Seria no entanto pela interpretação de papéis cómicos, junto de Laura Alves, que se tornaria conhecido do grande público, revelando-se um dos mais bem sucedidos atores da sua geração. Em 2005 regressou ao teatro para interpretar o monólogo Esta Noite Choveu Prata, de Pedro Bloch, produzido por Sérgio de Azevedo.
Após o 25 de abril de 1974 concebeu o seu primeiro programa televisivo, Nicolau no País das Maravilhas. Este programa tinha uma rábula chamada Senhor feliz e senhor contente, onde Nicolau lançaria um jovem alemão aspirante a humorista, Herman José. Em princípios da década de 1980 surge como ator e, simultaneamente, diretor de atores e co-autor do guião da primeira novela portuguesa, Vila Faia (1982). Segue-se a fundação da NBP Produções, hoje Plural Entertainment, a sua própria produtora de televisão, onde será administrador, produtor e realizador; atividades que fazem dele um verdadeiro precursor da indústria de ficção televisiva em Portugal.
Sem deixar a representação, concebeu as sitcoms Eu Show Nico e Euronico; e participou como ator noutras tantas (Gente Fina é Outra Coisa; Nico D'Obra; Reformado e Mal Pago; Santos da Casa; Aqui não Há Quem Viva); além de diversas séries (O Espelho dos Acácios; Verão Quente; Conde D'Abranhos; A Ferreirinha; João Semana; Quando os Lobos Uivam, Pedro e Inês, Equador, Morangos com Açúcar, Barcelona, Cidade Neutral, Família Açoreana) e novelas (Fúria de Viver, Vingança, Flor do Mar, Meu Amor, Louco Amor, Jardins Proibidos, O Beijo do Escorpião).
Ao longo da sua carreira somou quase 50 participações no cinema, em filmes de cineastas de diversas gerações, como Augusto Fraga, Perdigão Queiroga, Henrique Campos, José Ernesto de Souza, Herlander Peyroteo, Artur Semedo, Luís Galvão Teles, Fernando Lopes, Jorge Paixão da Costa, António Pedro Vasconcelos, Roberto Faenza, Joaquim Leitão, Leonel Vieira, Mário Barroso, João Botelho e Bille August. Uma das suas participações mais recentes é o filme Comboio Noturno Para Lisboa, adaptação do livro homónimo de Pascal Mercier, e que estreou em 2013. Pelas suas prestações no grande ecrã recebeu três Globos de Ouro para Melhor Ator, com Kiss Me (2004), O Milagre Segundo Salomé (2004) e Os Imortais (2003).
A 9 de Junho de 2005 foi agraciado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com o grau honorífico de Grande-Oficial da Ordem do Mérito e, a 9 de setembro de 2016, por Marcelo Rebelo de Sousa, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a título póstumo.[3]
Em 2010 deu voz ao personagem Gru, protagonista do filme "Gru - O Maldisposto", em 2013 na sequela "Gru - O Maldisposto 2" e em 2015 no filme "Mínimos".
Nicolau Breyner morreu a 14 de Março de 2016, aos 75 anos, na sua casa de Lisboa, vítima de ataque cardíaco.[4]
Discografia
- Livre (EP, Tecla, 1967)
- Pouco Mais (Grande Prémio da Canção Portuguesa(EP, Tecla, 1968)
- Tempo Novo(EP, Tecla, 1969)
- Na Tonga da Mironga do Kabuletê(EP, 1971, Movieplay)
- Opera On The Rocks (LP, Decca, 1977)
Compilações
- O Melhor dos Melhores n.º 100 (CD, Movieplay,1998)[5]
Televisão
- As Aventuras de Pasquale (1966) RTP 'Pasquale'
- Nicolau no País das Maravilhas (1975) RTP
- Eu Show Nico (1980) RTP 'Várias personagens'
- Gente Fina É Outra Coisa (1982) RTP 'Horácio'
- Vila Faia (1982) RTP 'João Godunha'
- Origens (1983) RTP 'Luís'
- Palavras Cruzadas (1986) RTP 'João'
- Eu Show Nico (1988) RTP 'Várias personagens'
- Sétimo Direito (1988) RTP 'Lazameta'
- Os Homens da Segurança (1988) RTP 'Cajó'
- Lá em Casa Tudo Bem (1988) RTP 'anjo e diabo'
- Passerelle (1988) RTP 'major Ilídio'
- Jogo de Cartas (1989) RTP 'Apresentador com Felipa Garnel'
- O Posto (1990) RTP
- O Cacilheiro do Amor (1990) RTP
- Euronico (1990) RTP 'Várias personagens'
- Nem o Pai Morre nem a Gente Almoça (1990) RTP 'Pierino Lagostini'
- Cinzas (1992/1993) RTP 'Securas'
- Verão Quente (1993) RTP 'Luís Arruda'
- Nico D'Obra (1993/1994/1995) RTP 'Nicolau Lopes (Nico)'
- Festival RTP da Canção 1994 (1994) RTP 'Apresentação com Ana Paula Reis'
- Com Peso e Medida (1994) RTP 'Apresentador'
- Falhas e Fífias (1995) RTP 'Apresentador'
- Malta Gira (1995) RTP 'Apresentador'
- Primeiro Amor (1995/1996) RTP 'Vítor Novais'
- Vidas de Sal (1996) RTP 'Vasco Tavares'
- Reformado e Mal Pago (1996) RTP 'Artur Reis'
- Polícias (1997) RTP 'inspector'
- Terra Mãe (1998) RTP 'condutor da carrinha'
- Uma Casa em Fanicos (1998) RTP 'Nico'
- Prémios RTC 98 (1999) RTP 'Apresentação com Maria Rueff'
- Conde d'Abranhos (2000) RTP 'Padre Augusto'
- Con(s)certos na Cave (2000) RTP
- Café da Esquina (2001) RTP 'cliente do café'
- Fúria de Viver (2001/2002) SIC 'Vítor Antunes'
- O Jogo (2002/2003) SIC 'António'
- Santos da Casa - (2003) RTP 'Afonso Santos'
- A Ferreirinha (2004) RTP 'Forrester'
- João Semana (2005) RTP 'João Semana'
- Pedro e Inês (2005) RTP 'D. Afonso IV'
- Quando os Lobos Uivam (2006) RTP 'Labão'
- Triângulo Jota (2006) RTP 'diretor da escola'
- Aqui não há quem viva - (2006/2008) SIC 'João Costa'
- Vingança - (2007) SIC 'Alberto Lacerda'
- Resistirei (2007) SIC 'Octávio Graça Almeida'
- Floribella (2007) SIC
- Casos da Vida (2008) TVI
- Equador (2008) TVI
- Flor do Mar (2008) TVI 'Alfredo Neto'
- Morangos com Açúcar (2009) TVI
- Meu Amor (2009) TVI 'Caetano Vargas Mota'
- Remédio Santo (2011) TVI 'Álvaro Borges'
- Os Compadres (2011/2012) RTP 'Nicolau (Nico)'
- Nico à Noite (2011) RTP 'ele mesmo'
- Louco Amor - (2012/2013) TVI 'Carlos Correia
- A Casa é Minha (2013) TVI 'Custódio'
- Uma Família Açoriana (2013) RTP1 'José do Canto'
- O Beijo do Escorpião (2014) TVI 'Henrique Albuquerque'
- Jardins Proibidos (2015) 'Manuel Maria Vasconcelos de Alcântara'
- A Impostora (2016) 'Edmundo Gaspar'
Cinema
- Virados do Avesso (2014)
- Os Gatos não Têm Vertigens (2014)
- 7 Pecados Rurais (2013)
- Comboio Noturno Para Lisboa, de Bille August (2013)
- A Teia de Gelo, de Nicolau Breyner (2012)
- País do Desejo, de Paulo Caldas (2011)
- Duas Mulheres (2010)
- A Bela e o Paparazzo, de António Pedro Vasconcelos (2009)
- Contrato, de Nicolau Breyner (2009)
- A Arte de Roubar, de Leonel Vieira (2008)
- O Último Condenado à Morte, de Francisco Manso (2008)
- Call Girl, de António Pedro Vasconcelos (2007)
- Corrupção, de João Botelho (2007)
- Atrás das Nuvens, de Jorge Queiroga (2007)
- O Mistério da Estrada de Sintra, de Jorge Paixão da Costa (2007)
- Antes de Amanhã, de Gonçalo Galvão Teles (2007)
- O Crime do Padre Amaro, de Carlos Coelho da Silva (2005)
- Kiss Me, de António da Cunha Teles (2004)
- O Milagre Segundo Salomé, de Mário Barroso (2004)
- O Outro Lado do Arco Íris, de Gonçalo Galvão Teles (2004)
- Os Imortais, de António-Pedro Vasconcelos (2003)
- Inferno, de Joaquim Leitão (1999)
- Jaime, de António Pedro Vasconcelos (1999)
- Afirma Pereira, de Roberto Faenza (1996)
- Adeus Princesa, de Jorge Paixão da Costa (1994)
- O Fio do Horizonte, de Fernando Lopes (1993)
- Encontros Imperfeitos, de Jorge Marecos Duarte (1993)
- Ladrão que rouba a Anão tem cem anos de Prisão, de Jorge Paixão da Costa (1992)
- O Barão de Altamira, de Artur Semedo (1986)
- Crónica dos Bons Malandros, de Fernando Lopes (1984)
- A Vida é Bela?!, de Luís Galvão Teles (1982)
- O Rei das Berlengas, de Artur Semedo (1978)
- Die Liebesbriefe einer portugiesischen Nonne, de Jesus Franco (1977)
- O Princípio da Sabedoria, de António de Macedo (1975)
- Malteses, Burgueses e às vezes…, de Artur Semedo (1974)
- Derrapagem, de Constantino Esteves (1974)
- O Destino Marca a Hora, de Henrique Campos (1970)
- O Diabo era Outro, de Constantino Esteves (1969)
- Bonança & Cia., de Pedro Martins (1969)
- Um Campista em Apuros, de Herlander Peyroteo (1968)
- Sarilhos de Fraldas, de Constantino Esteves (1967)
- Operação Dinamite, de Pedro Martins (1967)
- The Secret of My Success, de Andrew L. Stone (1965)
- A Canção da Saudade, de Henrique Campos (1964)
- Pão, Amor e… Totobola, de Henrique Campos (1964)
- O Elixir do Diabo, de Thor L. Brooks (1964)
- O Parque das Ilusões, de Perdigão Queiroga (1963)
- O Milionário, de Perdigão Queiroga (1962)
- Dom Roberto, de José Ernesto de Souza (1962)
- Raça, de Augusto Fraga (1961)
Vida pessoal
Política
Em 1995, perdeu as eleições para a Câmara Municipal de Serpa, pelo CDS-PP[6].
Foi candidato à Assembleia Municipal de Sintra do 'SIM - Movimento Independentes por Sintra', em 2013, sob a sigla do Partido da Nova Democracia (PND)[7].
Família
Esta secção não cita fontes confiáveis. (Março de 2016) |
Filho de Nicolau Moreira Lopes (1915 - 1965) e de Augusta Pereira da Silva de Melo Breyner Pereira (1920 - 23 de Maio de 2003).
Era primo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen.
Foi casado primeira vez com Mafalda Maria de Alpoim Vieira Barbosa (nascida a 12 de Dezembro de 1947), irmã de Carlos Barbosa, de quem se divorciou e de quem foi primeiro marido, sem geração.
Começou namoro com a atriz Sofia Sá da Bandeira em 1993, tendo sido casados entre 1996 e 2001, de quem foi segundo marido e de quem se divorciou, sem geração.
Também se casou com Cláudia Fidalgo Ramos, filha do realizador e encenador Artur Ramos, mãe das suas duas filhas Mariana e Constança Fidalgo Ramos de Melo Breyner Lopes.
Foi casado, desde 24 de junho de 2006, com Mafalda Gomes de Amorim Bessa, de quem foi terceiro marido, sem geração.
Referências
- ↑ «Morreu Nicolau Breyner». 14-3-2016. Consultado em 14 de março de 2016
- ↑ NIT
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Nicolau Breyner". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 15 de março de 2016
- ↑ Mário Rui André (14 de março de 2016). «Morreu Nicolau Breyner». Shifter. Consultado em 14 de março de 2016
- ↑ «Catálogo - Detalhes do registo de "Nicolau Breyner; O melhor dos melhores; 100"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 15 de março de 2016
- ↑ Imagens de uma carreira, DNGente, 17 abril 2010
- ↑ Nuno da Câmara Pereira apresenta Nicolau Breyner como candidato à Assembleia Municipal, Tudo Sobre Sintra, , 2 de Agosto de 2013
Ligações externas
- Nicolau Breyner. no IMDb.
- «Discografia de Nicolau Breyner» (em inglês). no Discogs
- Nascidos em 1940
- Mortos em 2016
- Homens
- Naturais de Serpa
- Portugueses de ascendência alemã
- Católicos de Portugal
- Atores do Distrito de Beja
- Humoristas de Portugal
- Globo de Ouro (Portugal) de melhor ator em cinema
- Cineastas de Portugal
- Encenadores de Portugal
- Produtores culturais de Portugal
- Atores premiados com o Troféu TV 7 Dias
- Prémio Áquila de melhor realizador
- Grandes-Oficiais da Ordem do Mérito
- Mortes por infarto agudo do miocárdio
- Grandes-Oficiais da Ordem do Infante D. Henrique