Barbosa (futebolista): diferenças entre revisões
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Após a derrota do [[Seleção Brasileira de Futebol|Brasil]] para a [[Seleção Alemã de Futebol|Alemanha]] na semifinal da [[Copa do Mundo FIFA de 2014|Copa do Mundo de 2014 |
Após a derrota do [[Seleção Brasileira de Futebol|Brasil]] para a [[Seleção Alemã de Futebol|Alemanha]] na semifinal da [[Copa do Mundo FIFA de 2014|Copa do Mundo de 2014]], na partida conhecida como [[Mineiraço]], torcedores e imprensa saíram em defesa de Barbosa <ref> Folha de São Paulo:[http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:A2ijpkTt4cEJ:www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/175150-foi-mais-vergonhoso-que-50-diz-casal-formado-no-maracanazo.shtml+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br\ Foi mais vergonhoso que 50, diz casal formado no Maracanazo]. Publicado dia 9 de julho de 2014</ref> <ref> Jornal Folha do Sul: [http://www.jornalfolhadosul.com.br/noticia/2014/07/16/a-redencao-de-barbosa-64-anos-depois\ A redenção de Barbosa 64 anos depois]. Publicado dia 16 de julho de 2014</ref>. Tereza Borba, a filha adotiva de Barbosa, declarou: "Sou brasileira, queria que o Brasil ganhasse, mas estou vendo de outra forma agora. Muita gente está dizendo que o Barbosa hoje está sendo inocentado. Acho que ele lavou a alma agora. Ele não passou essa vergonha." <ref> Globo Esporte: [http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2014/07/filha-de-barbosa-lembra-goleiro-e-diz-ele-nao-passou-essa-vergonha.html\ Filha de Barbosa lembra goleiro e diz: "Ele não passou essa vergonha"]. Publicado dia 9 de julho de 2014</ref> |
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Sobre a derrota do Brasil em 2014 e a redenção de Barbosa, assim escreveu o jornalista Diego Garcia: |
Sobre a derrota do Brasil em 2014 e a redenção de Barbosa, assim escreveu o jornalista Diego Garcia: |
Revisão das 14h02min de 27 de maio de 2017
Barbosa, 1945 | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Moacyr Barbosa[1] | |
Data de nascimento | 27 de março de 1921 | |
Local de nascimento | Campinas, SP, Brasil | |
Data da morte | 7 de abril de 2000 (79 anos) | |
Local da morte | Praia Grande, SP, Brasil | |
Informações profissionais | ||
Número | 1 | |
Posição | Goleiro | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1940-1941 1942-1944 1945-1955 1957 1955-1956 1958 - 1962 1962 |
ADCI-SP Ypiranga-SP Vasco da Gama → Bonsucesso (emp.) Santa Cruz Vasco da Gama Campo Grande-RJ[1] |
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Seleção nacional | ||
1949-1953 | Brasil | 17 (0) |
Moacir Barbosa Nascimento, mais conhecido como Barbosa (Campinas, 27 de março de 1921 — Praia Grande, 7 de abril de 2000), foi um futebolista brasileiro que atuou como goleiro.
Embora tenha sido considerado um dos maiores goleiros de sua época, Barbosa é mais lembrado por sua participação na derrota da Seleção Brasileira na final da Copa do Mundo de 1950, contra o Uruguai, em particular pelo segundo gol uruguaio, marcado por Alcides Ghiggia. Por causa da derrota, conhecida como Maracanazo, o goleiro Barbosa foi acusado de ter falhado ao levar o gol da derrota e carregou até a morte o fardo da derrota. Barbosa morreu de tristeza por ser considerado o motivo da derrota brasileira. Após a Copa do Mundo de 1950, ele retornou ao Vasco da Gama, onde foi ovacionado por ser uma referência na história do time, porém a nação brasileira sempre o crucificou pelo gol sofrido na Copa do Mundo de 1950.
Biografia
Barbosa nasceu em Campinas, no dia 27 de março de 1921, onde viveu até os dez anos de idade.[1]
Foi um goleiro seguro e elástico, dotado de excelente senso de colocação, que jamais temeu mergulhar nos pés dos adversários. Barbosa começou a carreira como ponta-esquerda no extinto Comercial da Capital, mas transferiu-se já como goleiro ao CA Ypiranga do São Paulo.[2] Suas ótimas atuações no clube, por onde jogou por três anos, atraíram a atenção do Vasco, que o contratou em 1945, substituindo o goleiro Rodrigues. Ele só iria conseguir a vaga de titular em 1946, permanecendo dono da posição até meados de 1956.
Barbosa entrou em um momento muito especial do Vasco, que na época montava um de seus maiores times, o chamado Expresso da Vitória. Pelo clube, ganhou os Cariocas de 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958. Teve também ativa participação na conquista do Campeonato Sul-Americano de Campeões (precursor da atual Libertadores da América) em 1948.
Ele também jogou pelo Santa Cruz FC de Recife e os clubes Bonsucesso FC e Campo Grande AC do Rio de Janeiro. Foi bicampeão brasileiro pela seleção carioca em 1950 e campeão sul-americano pela seleção brasileira em 1949.
Titular inquestionável na Seleção Brasileira, Barbosa teve o ponto baixo de sua carreira na Copa de 50. O Brasil só precisaria de um empate para sagrar-se pela primeira vez campeão mundial. A partida estava 1 a 1, até que o ponta uruguaio Alcides Ghiggia recebeu a bola na área, e fingindo que iria lançar, chutou no canto esquerdo do gol. Barbosa, pego de surpresa, acabou chegando atrasado, numa das poucas falhas de sua carreira. No final, o Uruguai acabou sendo o campeão. Barbosa foi feito de bode expiatório e escolhido como o culpado pela derrota.
Em 1953, num jogo contra o Botafogo pelo Torneio Rio-São Paulo, teve a perna quebrada num choque com o atacante Zezinho. Em princípio, teve uma grande depressão. Somente se recuperou quando o Hospital dos Acidentados começou a fazer filas para os torcedores que desejavam visitá-lo. Mesmo depois do desastre na Copa do Mundo, Barbosa sentiu o quanto ainda era querido pela torcida carioca. Por causa dessa lesão, Barbosa ficou fora da seleção brasileira que disputou a Copa de 54, na Suíça. Acabou fazendo apenas mais uma partida como goleiro titular do Brasil, após a derrota de 1950: o jogo contra o Equador, na Copa América de 1953.
Depois de encerrar a carreira, passou a trabalhar como funcionário da Suderj, no Maracanã.
Sempre que Barbosa saia na rua, era criticado por causa da derrota de 1950. Ele costumava contar que, certa vez, estava em uma padaria quando entrou uma senhora segurando uma criança com as mãos. Ao ver o goleiro, a senhora apontou para ele e disse para a criança: "Esse homem que fez o Brasil chorar".[3]
Barbosa também contava que seus vizinhos haviam preparado um grande banquete na rua para comemorar o título de 1950. Mas, após a derrota, ninguém quis comer a comida na mesa, nem mesmo os cachorros que estavam ali por perto.
Durante a preparação da seleção brasileira para a Copa de 1994, Barbosa foi impedido de ver a seleção na Granja Comary, e o episódio também lhe causou profunda tristeza.[4] Após o ocorrido, mudou-se do Rio de Janeiro, tentando conseguir uma vida mais tranquila.
Em 1997, a esposa de Barbosa, Clotilde, faleceu devido a um câncer de medula. Sofrendo dificuldades financeiras, o ex-goleiro não conseguiu manter o apartamento onde morava, que acabou sendo vendido. Barbosa passou a sobreviver com a ajuda de amigos e do seu clube, o Vasco da Gama, que lhe enviava dinheiro para que ele pudesse alugar um apartamento. [5]
Apesar da dor da derrota, Barbosa também dizia que tinha orgulho em ter sido vice-campeão mundial, e lamentava o vice-campeonato não ser valorizado no Brasil como em outros países.
Barbosa morreu no dia 7 de abril de 2000 na cidade de Praia Grande-SP, onde vivia com uma filha adotiva.[1] Faleceu devido a uma insuficiência respiratória aguda.[6]
A respeito de Barbosa, assim escreveu o cronista Armando Nogueira:
“ |
Certamente, a criatura mais injustiçada na história do futebol brasileiro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mão trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 50, caiu-lhe como uma maldição. E quanto mais vejo o lance, mais o absolvo. Aquele jogo o Brasil perdeu na véspera. |
” |
Títulos
- Vasco da Gama
- Campeonato Carioca: 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958
- Campeonato Sul-Americano de Campeões: 1948
- Torneio Quadrangular do Rio: 1953
- Torneio de Santiago do Chile: 1953
- Torneio Rio-São Paulo: 1958
- Copa octogonal Ridavavia correa meyer: 1953
- Seleção Brasileira
- Copa Roca: 1945
- Copa Rio Branco: 1947, 1950
- Copa América: 1949
Legado
Em 1988 foi o tema do curta-metragem Barbosa, em que um homem (Antônio Fagundes) volta no tempo para tentar evitar o segundo gol do Uruguai na final da Copa de 1950.
Em 2014, foi homenageado na cidade de Santos com uma estátua em arame criada pelo escultor Laércio Alves[8].
Redenção
Após a derrota do Brasil para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014, na partida conhecida como Mineiraço, torcedores e imprensa saíram em defesa de Barbosa [9] [10]. Tereza Borba, a filha adotiva de Barbosa, declarou: "Sou brasileira, queria que o Brasil ganhasse, mas estou vendo de outra forma agora. Muita gente está dizendo que o Barbosa hoje está sendo inocentado. Acho que ele lavou a alma agora. Ele não passou essa vergonha." [11]
Sobre a derrota do Brasil em 2014 e a redenção de Barbosa, assim escreveu o jornalista Diego Garcia:
“ |
Segundo o falecido cronista Armando Nogueira, Barbosa foi "certamente, a criatura mais injustiçada na história do futebol brasileiro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mão trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 50, caiu-lhe como uma maldição. E quanto mais vejo o lance, mais o absolvo". Pois agora, tanto Tereza quanto seu pai, onde quer que esteja, podem ficar tranquilos: a 'maldição' foi enterrada nesta terça. A sete palmos abaixo da terra. Em cada um dos sete gols alemães. Descanse em paz, Barbosa. [12] |
” |
Publicações
Darwin Pastorin (2005). L'ultima parata di Moacyr Barbosa. Itália: Mondadori. p. 92. ISBN 978-88-04-52511-0
Referências
- ↑ a b c d VERZIGNASSE, Rogério. Fama de vilão acompanha campineiro Barbosa até hoje. Correio Popular, Cidades, p. A6, Campinas, 22 de junho de 2014. Acesso em 23 jun. 2014.
- ↑ "O julgamento de Barbosa", Hedyl Valle Jr., Placar número 4, 10/4/1970, Editora Abril, pág. 18
- ↑ esportes.terra.com: Lembrança de Barbosa do Maracanazo: banquete em vão e agressor fujão Publicado dia 29 de junho de 2013.
- ↑ sportv.globo.com: Amiga de Barbosa revela maior mágoa do goleiro do 'Maracanazzo' Publicado dia 27 de abril de 2013.
- ↑ sportv.globo.com: Memória: Brasil assiste a 2º enterro de Barbosa Publicado dia 9 de abril de 2000.
- ↑ sportv.globo.com: Homenagens marcam enterro de Barbosa em Praia Grande Publicado dia 8 de abril de 2000.
- ↑ Mauro Prais (27 de Setembro de 2007). «Ídolos do Vasco». Consultado em 23 de Fevereiro de 2008
- ↑ Curtinha: Barbosa ganha estátua com faixa de campeão do Vasco em 1948. Globo Espiorte, 6 de julho de 2014
- ↑ Folha de São Paulo:Foi mais vergonhoso que 50, diz casal formado no Maracanazo. Publicado dia 9 de julho de 2014
- ↑ Jornal Folha do Sul: A redenção de Barbosa 64 anos depois. Publicado dia 16 de julho de 2014
- ↑ Globo Esporte: Filha de Barbosa lembra goleiro e diz: "Ele não passou essa vergonha". Publicado dia 9 de julho de 2014
- ↑ Diego Garcia (9 de julho de 2014). «Do Maracanazo à maior humilhação da história: filha de Barbosa, enfim, enterra maldição de 1950». Consultado em 27 de maio de 2017
Ligações externas
- «Perfil de Barbosa (futebolista)» (em inglês). em torneios FIFA
- Filme: Barbosa (1988) Curtametragem: 12 min. Dirigido por Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado. Com Antônio Fagundes, Pedro Santos, Victor Castel.
- Página no Facebook em homenagem a Barbosa: https://www.facebook.com/pages/Goleiro-Barbosa/104704299622541?ref=hl
- Nascidos em 1921
- Mortos em 2000
- Naturais de Campinas
- Goleiros do Brasil
- Goleiros de São Paulo
- Futebolistas de São Paulo
- Goleiros do Club de Regatas Vasco da Gama
- Futebolistas do Club de Regatas Vasco da Gama
- Futebolistas do Bonsucesso Futebol Clube
- Futebolistas do Santa Cruz Futebol Clube
- Futebolistas do Campo Grande Atlético Clube
- Jogadores da Seleção Brasileira de Futebol
- Jogadores da Copa do Mundo FIFA de 1950