Bolsa Oficial de Café: diferenças entre revisões
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Revisão das 06h40min de 18 de julho de 2015
Museu do Café (Palácio da Bolsa Oficial de Café) | |
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Tipo | Museu histórico |
Inauguração | 1998 (25–26 anos) |
Website | Museu do Café |
Geografia | |
País | Brasil |
Localidade | Santos, São Paulo Brasil |
Coordenadas |
A Bolsa de Café ou o Palácio da Bolsa Oficial do Café localiza-se rua XV de Novembro, 95, no centro histórico de Santos, São Paulo. Primeiramente instalada em um salão alugado no centro de Santos, a Bolsa do Café transferiu-se em 1922 para o palácio construído especialmente para suas atividades, que funcionou até fins da década de 1970 quando foi abandonado. Após um restauro realizada em 1998, o palácio foi reinaugurado como o Museu do Café.
História
Situado no coração de Santos, o palácio da Bolsa Oficial de Café completará em 7 de setembro 93 anos de existência no ano de 2015. A Bolsa de Café, no entanto, nem sempre funcionou no edifício que a tornou famosa. Criada por decreto federal, ela iniciou suas atividades em 1917 em uma pequena repartição nas rua XV de Novembro com a rua do Comércio, no centro da cidade. O local contava com salas funcionais que pouco diferiam do ambiente interno de Comissárias ou Exportadoras da época.
Com o aumento do volume das negociações, a construção de uma sede própria passou a assunto prioritário. E, de uma pequena repartição a um palácio, a história da nova sede da Bolsa Oficial de Café traduz arquitetonicamente a construção simbólica do espaço a ser ocupado pelo café no Brasil e no exterior. A construção do Palácio, de estilo eclético é considerada a mais importante obra do período, tendo sido a primeira edificação do estilo a ser tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional), em 2009. Estilo, volume, cúpulas de cobre, grandes esculturas, vitrais, mármores, o trabalho de artífices estrangeiros e obras de arte construíram o discurso que relacionava a elite cafeeira aos primeiros bandeirantes enquanto construtores pioneiros de uma nação capitaneada por São Paulo.
Os painéis e o vitral de Benedito Calixto, na portentosa sala do pregão, tem importância fundamental na tradução visual deste discurso: no tríptico, o pintor imagina a cena de leitura do foral da Vila de Santos por Braz Cubas; nos painéis laterais, a representação da Vila de Santos em 1822 em comparação à cidade em 1922; e, finalmente, o vitral que cria – com bandeirantes, a agricultura, o porto, e o café – uma mitologia da nação. Todo esse complexo e denso conjunto de informações, aliados a diversos símbolos maçons - como a estrela de seis pontas no chão do pregão, a organização do cadeiral e as colunas - passam uma clara mensagem da força da presença do café na riqueza do Brasil.
As palavras do presidente da Bolsa na ocasião, Gabriel Orlando Junqueira, sintetizam a intenção maior que se traduziu na edificação:
“ | [...] esta inauguração tem uma significação [...] ampla. Não representa apenas a prosperidade material de uma civilização embrionária, como a de então. A inauguração deste edifício atesta a importância e a prosperidade do primeiro Estado da União, a grandeza de sua lavoura inteligentemente organizada, de suas bem distribuídas vias de comunicação, de suas indústrias e de seu comércio. Atesta a belíssima administração do Estado de São Paulo, a alta concepção do poder legislativo do Estado e de seu Governo, regulamentando, organizando e providenciando os meios para tornar esta instituição útil ao Estado e a todos que se dedicam ao comércio do café. Atesta a sua grande prosperidade e grau de civilização a que atingiu. | ” |
Assim, podemos dizer que o palácio da Bolsa Oficial de Café é um edifício-monumento do café e seu espaço político e simbólico na década de 1920, no Estado de São Paulo. E, hoje, aos 90 anos, como sede do Museu do Café, o palácio oferece ao grande público não só sua beleza e suntuosidade, mas a possibilidade de percorrer a história que construiu o café brasileiro como patrimônio nacional e internacional, da planta à xícara.
O Museu do Café
Um dos principais pontos turísticos da cidade de Santos, o Museu do Café foi criado em 1998 com o objetivo de preservar e divulgar a histórica relação entre o café e o Brasil. Entre objetos e documentos que formam seu acervo é possível perceber como a evolução da cafeicultura e o desenvolvimento político, econômico e cultural do país estão intimamente ligados. Uma relação que começou em meados do século XVIII e que se mantém forte até hoje.
A estreita relação entre a cafeicultura e o desenvolvimento do Brasil está registrada na exposição de longa duração “A trajetória do café no Brasil”. Dividida em três módulos - O café e o trabalho, Café e novas rotas e Santos e o porto – a mostra permite ao visitante uma verdadeira viagem no tempo. O passeio pela história começa com a chegada das primeiras mudas da planta ao país, passa pela profissionalização das plantações e da mão de obra, a chegada dos imigrantes japoneses e europeus para o trabalho nas lavouras e ajuda a contextualizar, por meio de painéis e maquetes, a riqueza e o progresso impulsionados pelo café, como a expansão da malha ferroviária no Estado de São Paulo e o desenvolvimento do porto de Santos, por exemplo.
O Museu do Café também realiza regularmente exposições temporárias que contemplam épocas e aspectos pontuais da história do café no Brasil.
Em suas instalações, o Museu do Café ainda possui um Centro de Informação e Documentação – que conta em seu acervo com diversas publicações e documentos sobre o café e sua história e está aberto ao público para visitação gratuita – e o Centro de Preparação de Café, que disponibiliza cursos relacionados ao conhecimento e ao preparo da bebida.
Mais do que o principal responsável pela preservação da história do café, o Museu do Café é também referência na comercialização do produto por meio de sua cafeteria. Inaugurada em 2000, a Cafeteria do Museu possui em seu cardápio diversas opções de bebidas que têm o café como principal ingrediente. Além disso conta com grande variedade de grãos, produzidos em diferentes regiões do Brasil, à disposição dos visitantes para apreciar na hora ou levar para casa. Atualmente a Cafeteria do Museu trabalha com os cafés Cerrado de Minas, Sul de Minas, Alta Mogiana, Chapadão do Ferro, Blend da Cafeteria, Orgânico, Vale da Grama, e Jacu Bird Coffee. Este último é o café mais caro e raro do Brasil, obtido com os grãos expelidos pelo pássaro Jacu, que se alimenta dos frutos do café.
O Museu do Café é uma instituição da Secretaria de Estado da Cultura e fica à rua XV de Novembro, 95, no Centro Histórico de Santos. Seu horário de funcionamento é de terça a sábado das 9h às 17h, e aos domingos entre 10h e 17h. Os ingressos para visitação custam R$ 5. Estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia-entrada. Já a Cafeteria do Museu funciona de segunda a sábado, das 8h às 18h, e aos domingos entre 10h e 18h.